Fanfic: Os opostos — Portinon | Tema: Portinon

   
POV DULCE

   - Não, Cláudia. Mostra o seu primeiro. 

   - Qual é, Dul. Vai você primeiro.

   - Droga, tá bom. - Falei me dirigindo ao banheiro.

  Combinei com minha irmã idiota que faria mechas no cabelo iguais às dela e lá estávamos nós. Cláudia escolheu azul, o que achei meio diferente, já que meu cabelo estava meio loiro. Fui ao banheiro e lavei o cabelo cuidadosamente. Depois de arrumar ele todo, olhei-me no espelho e não pude deixar de rir. Estava bem diferente. Quem em sua sã consciência pinta o cabelo assim? Pois é, eu. Saí em direção ao quarto de Claudia pra ver como o dela tinha ficado.

   - E aí. Vem cá, me deixa ver. - Falei alto batendo na porta de seu banheiro.

   - Já tô saindo. - Ela respondeu.

  Sentei na cama esperando ela sair, o que não demorou muito. Cláudia saiu do banheiro sorridente com seu novo visual. Ela estava linda, claro.

   - Uau, ficou legal mesmo! Olha só pra gente. - Ela falava animadamente enquanto se olhava no espelho.

   - Nossa, ficou ótimo em você. - Falei indo até ela e lhe dando um beijo na bochecha. - Anda, vamos descer.

  Passavam das 9 da manhã e eu já sentia uma saudade antecipada de casa. Não queria ir embora. Aquele lugar parecia tão confortável, tão seguro pra mim e pra Anahí que se eu pudesse, não iria mais. Todos aprovaram meu cabelo novo e de Claudia. Fui até a sala onde encontrei minha mãe e Anahí conversando distraidamente e nem notaram minha presença. Preferi não fazer barulho e peguei parte da conversa.

   - Eu não queria que vocês fossem. - Minha mãe tinha a voz embargada, o que me fez deduzir que estava chorando.

   - Nem eu, tia. Vocês me receberam tão bem, nem sei como agradecer. - Anahí respondeu. 

   - Não precisa agradecer, meu amor. Dulce é louca por você e com razão. Você é uma garota adorável. - Sorri ao ver minha mãe falar assim com minha namorada.

   - É uma pena mesmo termos que ir tão rápido. Aqui é como se não precisássemos nos preocupar com nada. - Anahí respirou fundo ao falar.

   - Sei bem o que quer dizer. Só Deus sabe como meu coração de mãe fica quando imagino minha filha no meio daquele perigo todo, comandando aquele Batalhão. Rezo todas as noites pra que nada de mal aconteça ao meu bebê. - Minha mãe soluçou baixo.

   - Nem me fale. Sei que ela é muito boa no que faz, mas não consigo deixar de ter medo. 

   - Ela me contou sobre seu acidente, mas achei uma história muito mal contada, se quer saber. - Fechei os olhos ao ouvir minha mãe dizer isso. 

   - Eu também. Depois do que houve ela ficou meio dispersa, pensativa... - Anahí apertou os lábios parecendo pensar. - Mas ela jurou que ia deixar isso pra lá.

   - E você acreditou? - Minha mãe quis saber.

   - Não tenho muita escolha.

   - Fica de olho nela pra mim? Não deixa essa garota fazer besteira. - Minha mãe segurou as mãos da minha namorada carinhosamente.

   - Sempre. Eu amo a sua filha, tia Blanca. Acredite.

   - Eu acredito.

  Dei alguns passos pra trás tomando o máximo de cuidado pra não ser descoberta. Fui até a varanda da frente da casa e sentei em um dos sofás de madeira que haviam lá. Eu não devia ter comentado sobre o acidente de Anahí com minha mãe. Porém, por mais que eu tentasse esconder algo, dona Blanca saberia. Suspirei imaginando o que me esperava em L.A. 

   - Tava te procurando. - Levantei a cabeça avistando Anahí na porta.

   - Já está pronta? - Bati duas vezes em minhas pernas fazendo sinal pra ela sentar.

   - Sim. - Ela disse sentando em meu colo e passando um braço pelo meu pescoço. - Bem que a gente podia morar aqui, né?

   - É... Mas nós vamos, um dia. - Beijei seu rosto carinhosamente.

   - E vamos ter uma casa grande que nem essa? - Ela perguntou com um brilho nos olhos azulados, que tanto me fascina..

   - Vamos sim. E criaremos nossos filhos aqui, também. 

   - E um cachorro? - Ela sorriu largamente.

   - E um cachorro. - Ri da expressão travessa no rosto da minha garota.

   - A gente vai ficar junta até ficarmos velhinhas e vamos ser felizes pra sempre né, amor?

   - Vamos sim. - Selei nossos lábios brevemente.

   - Promete?

   - Prometo. Eu te amo demais, princesa. - Olhei fixamente em seus olhos tentando passar o máximo de sinceridade com o ato.

   - Você é minha vida, Dulce. Te amo tanto... - Seus braços envolveram meu pescoço num abraço forte.

  Ficamos assim por um tempo apenas curtindo a presença uma da outra. Mais ou menos uma hora depois já estávamos colocando as malas no carro e nos preparando pra pegar a estrada.

   - Cuide-se, minha filha. Dê notícias pra sua mãe. - Senti o abraço materno me envolver e permiti perder-me nele.

   - Tchau, filha. Te amo, garota. - Foi a vez de Claudia me abraçar enquanto minha mãe se despedia de Anahí.

   - Tchau, pai. Se cuida. - Retribuí o abraço me virando em seguida pra Blanca. - Hey, babaca.

   - Tchau, retardada. - Minha irmã mais velha envolveu-me em seus braços e eu a apertei contra mim. - Te amo, viu? Se cuida e vê se volta logo.

   - Te amo. - Respondi a ela. Por ultimo, me dirigi a minha irmã claudia que tinha lágrimas nos olhos apertados. - Hey, pequena... Vem cá.

   - Não quero que você vá. - Ela me abraçou pela cintura e tive que me segurar pra não chorar junto com ela.

   - Eu também não queria ir, mana. Mas é preciso. Olha, eu vou voltar nas férias e a gente vai ficar muito mais tempo junta, tá? Eu prometo. - Ela acentiu e nos abraçamos novamente.

  Anahí também se despediu de todos e logo estávamos acenando pra minha família enquanto tomávamos nosso caminho de volta pra casa. 
  Chegamos à L.A durante a tarde e descansamos o resto do dia no meu apartamento. Eu levaria Anahí de volta pra casa no dia seguinte, até porque, ela tinha aula e eu voltava à minha rotina no trabalho. 
  No dia seguinte, levantamos cedo e deixei Anahí no campus. Peguei meu caminho de sempre em direção ao departamento. Deixei meu carro na vaga de costume e me encaminhei pra minha sala. Estava tudo em ordem, do jeito que eu havia deixado. Mais ou menos 20 minutos depois ouço batidas na porta.

   - Entre.

   - Oi... - Sorri ao ver meu melhor amigo entrando pela porta. Dei a volta na mesa e fui até ele abraçando-o. - Vejo que alguém está bem humorada, hoje.

   - Meu fim de semana foi incrível, Poncho. - Falei voltando a sentar em minha cadeira. 

   - Acho que seu humor vai mudar um pouco. Dependendo do ponto de vista, pra melhor ou pra pior.

   - Como assim? - Me empestiguei na cadeira apoiando os cotovelos na mesa. - Fala, Alfonso.

   - Você reuniu as pistas perfeitamente bem. E isso nos ajudou muito. - Ele disse chegando mais perto e sentando na poltrona à minha frente.

   - Você está querendo dizer que... 

   - Descobrimos onde Brian McBaine está.