Fanfic: Os opostos — Portinon | Tema: Portinon
POV DULCE
Foi difícil fazer Anahí dormir. Ela não tirava os olhos de mim e lutava contra o sono. Quando finalmente se rendeu, teve pesadelos. Acordei umas três vezes durante a madrugada pra acalmá-la. Isso não estava saindo como planejei, ela não deveria ter tomado conhecimento. Quando dei por mim já eram 5 da manhã e eu não havia pregado o olho. Resolvi levantar e ir fazer o café. Eu nunca fui boa na cozinha, mas café eu sei fazer divinamente bem. Fiz menção de levantar, mas ao colocar as pernas pra fora da cama, senti uma mão puxar minha blusa.
- Onde você vai a essa hora? - Anahí perguntou levantando a cabeça do travesseiro, os olhos completamente abertos.
- Vou só fazer o café, volte a dormir.
Ela acentiu e se enfiou nas cobertas novamente. Aproveitei que já tinha feito café e arrumei a mesa pra Anahí com pão, queijo, presunto, ovos, bacon, frutas e suco.
- Sou fo/da. - Sorri convencida.
Ouvi o chuveiro ser ligado, sinal de que Anahí já havia levantado e minutos depois ela entrou na cozinha ainda sonolenta.
- Bom dia. - Disse coçando os olhinhos e vindo até mim. Abracei a cintura fina e depositei um selinho demorado nos lábios grossos.
- Fiz café da manhã pra você. - Alarguei o sorriso e ela sorriu junto.
- Alguma você aprontou, pra acordar tão amorosa assim. - Seus olhos se estreitaram pra mim.
- Nossa, eu aqui toda fofa te fazendo café e é isso que você pensa de mim. - Fiz bico olhando-a de lado em seguida pra ver se havia surtido efeito.
Ela soltou uma risada e me beijou. Um beijo calmo e intenso ao mesmo tempo. Sentamos juntas e tomamos café. Estranhei a atitude parcialmente calma dela, mas preferi não falar nada.
Depois que nos arrumamos, levei Selena até a faculdade e tomei o caminho do trabalho com a certeza de que esse seria um dia atípico.
POV ANAHÍ
- Você tá ouvindo o que eu tô dizendo, Anahí?
Despertei com a voz grave de Maitê bem próxima aos meus ouvidos. Estávamos saindo da ultima aula do dia.
- Estou.
- Anahí, o que tá acontecendo? - Maitê segurou meu braço fazendo-me parar.
- Nada, Maitê. Eu tenho que ir, te vejo depois. - Falei sem cerimônia e saí em direção ao estacionamento.
Cheguei em casa já depois do almoço, mas na verdade eu não tinha fome nenhuma. Subi pro meu quarto e liguei o notebook em cima da cama. Eu tinha muita coisa pra planejar.
Normalmente, Dulce saía do trabalho às 17:00, mas hoje não seria assim. Tendo em vista que ela leva tempo pra se preparar pras missões, terei que esperar por mais ou menos uma hora até que fosse seguro. Mas não tinha endereço nem nada... Já sei! Mas ela pode me descobrir antes que eu faça alguma coisa. Vou ter que arriscar.
Fechei o computador ciente de que eu poderia estar me metendo numa furada, mas não via outra alternativa. Dulce ia ficar furiosa comigo. Bom, paro pra pensar nisso depois.
POV DULCE
- Quando é que você vai parar de criancice, María? - Alfonso sussurrou ao meu ouvido.
- Eu deveria tirar você desse caso por não cumprir minhas ordens. Mais uma dessa Herrera, e você estará suspenso. - Sussurrei de volta quase sem mover os lábios.
Estávamos na sala de reuniões. Traçaríamos a estratégia de abordagem e em seguida partiríamos pra Iglewood. O tenente Cháves explicava aos demais tudo que eu já havia repassado pra ele. Eu detestava ter que repetir as coisas mais de uma vez, então Cristian fez isso por mim. Era bem verdade que eu estava furiosa com Poncho por ter dado com a língua nos dentes pra Anahí. Mas aquele não era o momento pra isso, tínhamos coisas mais importantes pra resolver.
- E é isso. Entenderam, soldados? - Cristian virou-se pro restante dos oficiais.
- Sim senhor. - Responderam em uníssono.
- Pois bem, hoje é um dia importante. Poderemos ter uma verdadeira chance depois de um bom tempo de investigações de pegar o traficante mais procurado desse país e colocá-lo atrás das grades de uma vez por todas. Vão e se preparem, já estou a caminho. Estão dispensados. - Falei firme e todos se retiraram restando apenas Poncho, Cris e eu.
- Permissão pra me retirar, capitã. - Cristian pediu.
- Permissão concedida, tenente. Encontro vocês lá embaixo. - Ele fez um gesto respeitoso e saiu.
- Dul... - Poncho começou.
- Agora não, Alfonso. Você também está dispensado. Me encontre junto com os outros. - Respondi sem olhá-lo.
Ele respirou fundo antes de acentir respeitosamente e sair. Fui até minha sala e peguei o que precisava: Pistola, distintivo, mapa do local, chaves do carro. Desci novamente indo até o meu armário onde tinha o resto do equipamento. Depois de completamente vestida com o uniforme preto, prendi meu cabelo loiro num rabo de cavalo deixando as mechas azuis caírem sobre os ombros. Vesti o colete à prova de balas por cima da roupa, escolhi um fuzil potente e encontrei meus homens já à minha espera no térreo. Nos dividimos entre viaturas e dois blindados. É, a missão exigia uma proteção maior. Depois de tudo pronto, partimos.
Chegamos aos limites de Igleewood por volta das 18:30. O lugar estava calmo, mas não sabíamos como estava tudo lá dentro.
- Sargento Herrera. - Chamei por ele que estava no banco de trás da viatura. Eu estava no banco do passageiro e o soldado Scoot estava ao volante.
- Sim, capitã.
- Você tem uma sugestão de qual a melhor entrada pro acesso ao local?
- Entrada leste é a mais indicada, com certeza. Verifiquei todo o perímetro do local e não tenho dúvidas.
- Ótimo. - Falei levando meu dedo pra pequena escuta em meu ouvido direito. - Tenente Cháves?
- Na escuta, capitã. - Ele respondeu do outro lado da linha.
- Entraremos pelo lado leste, estejam atentos e montem um cerco discreto pelas demais entradas. Quero o perímetro todo cercado, entendido?
- Perfeitamente, capitã. - Ele respondeu e desligou em seguida.
- Vamos nessa. - Falei abrindo a porta do carro e saindo cautelosamente.
Demoramos alguns minutos pra ocupar nossos postos com precisão. Eu me encontrava na entrada leste, em frente a um morro alto e escuro. O lugar era como uma grande fortaleza e teríamos que ter muito cuidado ao caminhar por alí.
- Sargento Herrera, as coordenadas. - Pedi com os olhos atentos à entrada da favela.
- O lugar onde nosso alvo se encontra é aqui. - Ele indicou no mapa com a pequena luz de uma lanterna de mão. Precisamos do sinal do soldado Sanchez e em seguida, entramos por aquele beco seguindo em zigue-zague rumo norte. Os becos aqui são muito estreitos e cercados de escadarias e lugares altos. Os homens de McBaine montam guarda no alto dos grandes telhados, precisamos ter cuidado com isso.
- Certo. Bom trabalho, Herrera. Vamos. - Dei sinal pra que avançássemos.
Coloquei os óculos com lentes amarelas anti-reflexo. Seu uso também facilitava a visão em locais escuros, o que era o caso. Meus homens fizeram o mesmo enquanto caminhávamos com todo o cuidado pelas vielas esquisitas.
- Parem. - Fiz sinal com o punho fechado ao lado do rosto pros que vinham de trás e todos obedeceram. - Estou avistando o letreiro da pousada.
- É essa mesmo, capitã. É lá que está o nosso cara. - Poncho informou num sussurro.
- Está cercado, como era de se esperar. - Levei o dedo ao comunicador em meu ouvido. - Tenente Mason?
- Na escuta, capitã. Tudo limpo por aqui. - Ele respondeu.
- Tenente Cháves? - Chamei o outro.
- Tudo calmo aqui também.
- Atenção todos, vamos avançar sorrateiramente pela ala norte e render os caras. Cubram as outras entradas e não deixem que nos alcancem.
- Entendido, capitã. - Eles responderam.
- Ao meu comando... - Falei erguendo a mão espalmada fazendo sinal pra que ficassem atentos. Logo em seguida movi o punho apontando dois dedos pra frente indicando que me seguissem. A partir dalí, todo cuidado é pouco.
Chegamos perto o suficiente pra ouvir o barulho que vinha de um bar vizinho à pousada. Haviam pessoas bebendo e aparentemente se divertindo. Não saberia dizer se eram pessoas inocentes, poderia ser tudo uma grande fachada. Avistei o primeiro segurança grandalhão de McBaine e este estava armado com uma metralhadora.
- Soldado Nash? - Falei pela escuta avistando a garota loira de olhos claros a alguns metros do alvo. Parecia uma sombra.
- Ele está na minha mira, capitã. - Ela respondeu num sussurro.
- É todo seu. - Acenti encontrando seus grandes olhos azuis e não precisei mandar uma segunda vez. Ela rastejou silenciosamente até ficar por trás do cara e rendeu o mesmo sem esforço. Ele não teve como reagir.
Continuamos avançando e tudo saía perfeitamente como eu planejei. E foi quando eu vi algo que fez cada célula do meu corpo reagir furiosamente e cada fio de cabelo meu se arrepiar. Eu só podia estar vendo coisas.
- Dulce, aquela é... - Poncho falou próximo ao meu ouvido.
- Não pode ser. - Eu tinha os olhos arregalados. - Fique aqui e me cubra.
Ele prontamente voltou sua atenção pro espaço ao meu redor com a arma em punho enquanto eu dava a volta por uma parte do morro cheia de pedras e mato conseguindo alcançar o outro lado. Avistei a figura amedrontada olhando ao seu redor como se não soubesse onde estava. Era óbvio que não sabia. Senti meus olhos pinicarem e a vontade de chorar quase me venceu. Não sei sei se por raiva, frustração ou preocupação, mas o que eu estava sentindo não era nada bom. Avancei a passos cautelosos até ela e com uma mão agarrei sua cintura firmemente enquanto levava a outra à sua boca tapando-a pra que não gritasse com o susto. Arrastei o corpo com facilidade pra trás de uma das grandes paredes pedregosas e encostei-a com certa força na mesma.
- Mas que merda você está fazendo aqui!? - Sussurrei contendo o impulso de gritar as palavras na cara dela, que parecia assustada.
- Vim atrás de você. - Ela disse ofegante. - Você tem que vir pra casa comigo.
- Anahi, você faz idéia da MERDA que está fazendo? - Meu tom de voz se elevou tamanha era a raiva que eu sentia.
- Dul, eu tinha que fazer alguma coisa, eu... - Ela tentou falar.
- Que por/ra, Anahí! Você vai sair daqui agora e...
Não consegui concluir a frase porque naquele momento ouviu-se um tiro ser disparado não muito longe dalí. Fomos descobertos.
- Capitã! Policial ferido! Fomos descobertos! - Ouvi a voz de Cristian saindo da escuta presa ao meu ouvido.
Anahí me olhou nervosa e sustentei meu olhar no dela por alguns segundos antes de ouvir o segundo tiro. E o terceiro. E o que se seguiu foi o barulho de armas sendo usadas e tiros sendo disparados pra todo lado. Ah, que inferno.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 39
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tryciarg89 Postado em 31/07/2024 - 20:30:18
Amooooo essa fic, simplesmente perfeita!!!
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Gabiih Postado em 02/11/2017 - 19:58:56
nossa que aflição esse ultimo capitulo, mas eu amei, eu amei toda história foi linda e maravilhosa como todas,gente que sufoco rs parabéns por mais uma história finalizada
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siempreportinon Postado em 30/10/2017 - 11:14:24
Amo finais felizes e amei sua história, acompanho todas que você escreve e são simplesmente maravilhosas, continue nos presenteando sempre!!! Muito obrigada e Parabéns pelo seu talento!!!
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ginja2011 Postado em 29/10/2017 - 15:44:02
Obrigada a você por nos brindar com histórias tão emocionantes, e que bom que a Any não desistiu e conseguiu que ela voltasse para serem felizes! até a próxima!
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Gabiih Postado em 28/10/2017 - 13:15:44
Nossa,nossa e nossa foi difícil mas chegue aqui lê tudo essa Daniela é uma vaca mesmo eu imaginei que ela fosse ser ruim ,mas não que fizesse oque ela fez,quando as meninas terminaram foi tão triste, as as duas voltaram e acontece isso ai Emilly mas você ´é assim né eu já disse que você nos leva ao céu, depois ao inferno rs as suas histórias são como montanha russa, uma hora ta la em cima, e outra la embaixo falo de bons e maus acontecimentos, mas sua história esta ótima eu estou amando,e espero que a Dulce saia dessa ,você não faria o pior acontecer né? você não faria isso porque você é uma menina linda e muito legal rs, desculpa a demora em co ando super sem tempo, mas estou sempre acompanhado suas história sabe que eu amo né, então posta mais lindona bjs
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ginja2011 Postado em 27/10/2017 - 21:24:05
A Dul tem que sobreviver e descobrir o envolvimento da PIABA da Daniela!! MORTE AO BRIAN!!
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Kakimoto Postado em 25/10/2017 - 17:44:44
Que preguiça de leeerrrrr KKKKKKKKKKKKKKK Sdds de comentar nas suas fics, sapatilha. só foi isso msm, obg pela atenção
Emily Fernandes Postado em 26/10/2017 - 08:11:42
Que decepção, senhorita estranha. Mas isso é mais que esperado por vc. Afinal vc é uma pessoa tão compreensível. Mas eu te amo, e sim meu amor, eu sou uma Sapatilha com devoção. Isso é tão eu não é. Bjs my friend. <333
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ginja2011 Postado em 24/10/2017 - 23:48:55
Eu sempre senti que essa Daniela não é boa pessoa, e tomara que a Any escute o que a Dul tem para esclarecer, afinal a Any foi imprudente ao segui-la na missão que foi um fiasco, mesmo que ela se preocupe a Dul, esta tem preparo e treinamento afinal é o trabalho dela, ao contrário da Any, mas vai encontrar outros problemas como a tal Lizzie e provavelmente a tal da Andy, elas bem que poderiam voltar mas sem exposição para que o Brian não volte a perseguir a Any!
Emily Fernandes Postado em 26/10/2017 - 08:08:56
bom, creio que realmente Daniela é uma pessoa de mal caráter. Lizie não será problema para as duas, creio que ambas já tem problemas de mais pra resolver. É acho que não precisam de mais um não é. Anahí, ama a Dulce ao ponto de fazer coisas além do limite. mas o amor delas está estabelecido, a questão agora é em volta de Brian. pq enquanto ele estiver solto acho que será muito perigoso para ambas. enfim bjs.
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ginja2011 Postado em 23/10/2017 - 15:27:25
Acredito que houve falhas na edição dos capítulos, pois não houve sequência da chegada da Any no gabinete da Dul, no cap seguinte já conta que estão juntas e a tal de Lizzie se intromete! não entendi essa passagem de tempo ficou confusa.Adoro a história!!
Emily Fernandes Postado em 23/10/2017 - 20:43:27
Eu vi esse detalhe agora, e obrigada mesmo por ver este detalhe. E está aí, o capítulo acho que agora sim, está mais esclarecido os fatos. E boa leitura. E obrigada
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sandyreis Postado em 21/10/2017 - 21:51:06
Ei Fernandes vc realmente, estragou meu casal. Não acredito, mas isso já era de ser Esperado por vc não é. Mas eu não gosto disso, então trate de colocar meu casal bem juntinhos de novo. Bjs minha gatita...