Fanfic: Os opostos — Portinon | Tema: Portinon

 POV DULCE

    Por mais que eu quisesse ficar alí pra sempre, tinha que resolver umas coisas. A notícia do que houve na noite anterior se espalhou e o correto seria que eu prestasse esclarecimentos. Me arrumei preguiçosamente e desci pra tomar café da manhã.
  Anahí estava terminando de colocar a mesa que por sinal, estava muito bonita. Tinha de tudo um pouco e um jarro discreto com flores coloridas enfeitava o local.

   - Bom dia... - Ela disse quando me viu entrar na cozinha.

   - Bom dia, princesa. - Respondi indo até ela e dando-lhe um selinho demorado. - Tô com fome.

   - Você sempre está com fome. - Ela riu.

  Tomamos café distraidamente num silêncio confortável. Só o fato de estarmos uma na presença da outra, era suficiente.

   - Anie, sabe que preciso ir ao departamento hoje, né. 

   - Mas hoje é sábado. - Ela franziu a testa.

   - Eu sei, mas depois do que houve ontem, preciso prestar esclarecimentos. - Falei mordendo uma torrada.

   - Você vai se encrencar? - Ela perguntou preocupada.

   - Não, foi legítima defesa, aquela va/dia estava com um canivete na mão, além do fato de ter conseguido furar meu braço. Então não, não vou me encrencar.

   - Que bom, fico mais tranquila.

  Terminei meu café e logo estava pronta pra sair. Eu ia no carro de Anahí, já que Poncho estava com o meu.

   - Volto o mais rápido que eu puder, tá? - Falei envolvendo-a em meus braços já na porta.

   - Tá, vou ficar te esperando. - Ela respondeu me dando um beijo rápido.

   - Não se preocupe, tem um agente lá fora, você está segura.

   - Andy? 

   - Claro que não. - Respondi emburrada. - Aquela é outra que nunca mais vai chegar perto de você a menos que queira acabar como a Daniela.

   - Então suponho que não precisa se preocupar com ela. - Anahi riu.

  Nos beijamos mais uma vez e então tomei o caminho pro departamento. Estacionei do lado de fora e entrei no grande prédio. 
  Foi tudo uma grande chatice. Tive que explicar tudo que aconteceu na boate em detalhes, assinar termos e conversar com o major. Mas no fim, as coisas se resolveram da melhor forma.
  Saí da sala de reuniões e já ia me encaminhando pro elevador quando avistei Poncho vindo na minha direção.

   - E aí, babaca. - Cumprimentei.

   - Fala, cabeça. - Ele respondeu. - Escuta, trouxe seu carro.

   - Ótimo, mas estou com o carro de Anahí.

   - Ah, então voltaram mesmo? - Ele disse sorrindo.

   - Sim e eu estou muito feliz. - Sorri de volta.

   - Dul... Acho que você devia fazer algo antes de ir embora. - Ele falou.

   - Tipo...

   - A garota de ontem, Daniela, não acha que devia dar uma passada no hospital?

   - Só se for pra terminar o que eu comecei. - Respondi firme.

   - Sério, cara. Você já prestou esclarecimentos, ficou tudo bem, eu poderia ir com você lá pelo menos pra ver como está tudo, se certificar de que ela apanhou o suficiente. - Ele disse com ar de riso.

   - Talvez você tenha razão. - Analisei. - Então tá, vamos.

  Fomos até o hospital no centro da cidade e logo fomos atendidos na recepção. Apresentei meu distintivo e solicitei visita pra paciente. Logo nossa entrada foi liberada. Seguimos pelo extenso corredor até pararmos em frente ao quarto 302, indicado pela enfermeira.

   - Te espero aqui. - Poncho falou. Acenti com a cabeça e entrei.

  Daniela estava sentada na cama e olhava pela janela. Seu rosto estava coberto por hematomas e seu lábio estava cortado em vários lugares. Com o barulho que a porta fez, ela virou-se pra olhar quem havia chegado e ao me ver, sua expressão travou.

   - O que faz aqui? - Ela perguntou com a voz tremida.

   - Ao contrário de você, não sou uma va/dia filha da pu/ta. - Respondi chegando mais perto da cama. - Vim ver se não havia morrido.

   - E pra quê, veio terminar o serviço? - Ela desdenhou.

   - Vontade não me falta, Daniela. Você bem que merecia ter apanhado mais.

   - Qual é, capitã. Vocês nem juntas estavam.

   - Você a forçou. Apontou um canivete pra ela, tentou abusar dela. - Cuspi as palavras.

   - E você como a heroína que é, veio correndo salvar a donzela indefesa.

   - Anahí é minha mulher, e vim te dar um aviso. Se voltar a chegar perto dela, eu vou te caçar nem que seja no inferno. Entendido? - Falei chegando mais perto ainda da cama.

   - Entendido, capitã. Agora se não se importa... - Ela disse apontando pra saída.

   - Tenha uma boa recuperação. - Ironizei. - Ah, e acho que você vai precisar carregar mais na maquiagem, esses hematomas não vão sair tão cedo.

  Ela me lançou um olhar furioso, mas não aguardei resposta. Saí do quarto rapidamente e fui embora com Poncho. Minha boa ação do dia foi feita. 

   POV DANIELA

  Aquela maldita capitã havia me tirado do sério. Tudo que ela tinha que fazer era sair do meu caminho pra que pudesse conquistar Anahí, mas não. Eu vinha lutando contra o desejo quase insuportável de acabar com a alegria daquele casalzinho idiota a tempos. Minha raiva era enorme, eu queria vingança por tudo que elas me fizeram sofrer. E só tinha um jeito de conseguir isso.
  Apertei o botão ao lado da cama chamando a enfermeira que não demorou a vir. Pedi que me desse o telefone e disquei o número tão conhecido por mim nos ultimos meses.

   - Alô? Sou eu, Daniela. É, todos já ficaram sabendo, pelo visto. Olha, eu mudei de idéia. Se ainda quiser minha ajuda, estou dentro.