Fanfic: Os opostos — Portinon | Tema: Portinon

  POV ANAHÍ

  Vários dias haviam se passado. Dulce e eu estávamos cada vez mais apaixonadas. Todo dia era dia de aprender algo novo uma com a outra mesmo quando já pensávamos saber o suficiente.
  Dulce vinha me ajudando bastante a estudar pras provas finais. Minha maior dificuldade era em medicina criminalística, e dessas coisas ela entende. Obviamente que toda sessão de estudos terminava em sexo. 
  Todos os dias corríamos no parque. Eu já conseguia acompanhar o ritmo dela, embora não sem fazer muito esforço. 
  Aos domingos saíamos pra comer fora, íamos ao cinema e passeávamos. Era tudo tão mágico, tão perfeito... Eu tinha medo que acabasse.

   - No que está pensando, princesa? - Dulce perguntou chamando a minha atenção.

  Estávamos encostadas numa grande árvore em frente ao lago num dos tanto parques da cidade. Dulce tinha as costas no tronco enquanto eu me escorava em seu peito, sentada no meio das suas pernas.

   - Em nada especial. - Respondi. - Tava pensando aqui... Eu não me lembro de como era minha vida antes de você aparecer.

   - Sério? - Ela abaixou a cabeça tentando encontrar meu olhar.

   - Quer dizer, eu até lembro, mas... Não vejo sentido. 

   - As melhores coisas não fazem sentido. 

   Senti os braços firmes me envolverem por trás e me acomodei mais ao corpo quente. Respirei fundo curtindo o fim de tarde à beira do lago com a mulher da minha vida. Nada mais nos atrapalharia, eu não ia deixar.

   - Está pensativa de novo. - Dulce murmurou.

   - Amor... - Levantei meu corpo do seu, sentando na grama, de frente pra ela. - Eu te amo demais, viu? 

   - Eu sei, princesa. - Ela sorriu meio sem entender. - Mas por que isso agora?

   - Tenho tanto medo de te perder, Dul. Os dias que eu passei longe de você foram de longe os piores da minha vida, eu não quero me separar de você nunca mais.

   - Ow meu amor... - Ela suspirou e me abraçou carinhosamente. - Você não vai me perder. Nunca me perdeu, porque eu sempre fui sua. Sempre vou ser. Nós vamos ser felizes pra sempre, vamos ficar juntas, vamos ter um casal de filhinhos lindos e uma casa grande no Texas. Eu prometo.

  Sorri ao ouvi-la dizer aquelas palavras e voltei a me aconchegar nela. Tentei me livrar da insegurança que ainda rondava minha cabeça, afinal, Dulce estava bem, nós estávamos bem, tudo ia ficar bem.

  Voltamos pra casa e ficamos de bobeira até tarde. Eu estudava sentada no carpete com todas as apostilas da faculdade espalhadas pela mesinha de centro. Dulce revisava umas pastas de investigações. Minha mãe praticamente morava em Detroit, agora. Uma filial da empresa ia ser aberta por lá, e a presença dela era imprescindível. Sempre nos falávamos pelos menos uma vez por dia e quando ela não falava comigo, falava com Dulce.

  Eu estava distraída folheando meu caderno quando senti algo cair no meu ombro. Peguei o pedaço de tecido e paralisei quando vi ser a blusa de Dulce. Mordi o lábio e resolvi entrar na brincadeira. Não olhei de imediato, voltando a atenção pros livros. 
  Ouvi uma risada baixa. Não demorou muito e senti outro peso em meus ombros. Puxei mais uma vez o tecido e vi que era o short de Dulce. Suspirei colocando o mesmo ao meu lado no carpete.

  Dulce suspirou impaciente e jogou mais uma peça de roupa em meus ombros. Levei a mesma até a altura dos olhos e senti meu corpo ser tomado por sensações incontroláveis. Segurei a calcinha de renda rosa e olhei finalmente pra trás encontrando a visão do paraíso. Dulce já havia tirado o sutiã jogando no meu rosto em seguida, deixando-a assim, completamente nua.

  Larguei longe a caneta que eu tinha em uma das mãos e fiquei algum tempo apenas admirando o corpo perfeito deitado no sofá. Em momentos como aquele eu custava a acreditar que tudo aquilo era só meu. Ela incrivelmente sustentava uma expressão indiferente, o que me atiçou ainda mais.

   - O que pensa que está fazendo? - Sussurrei tentando controlar meu impulso de atacá-la.

   - Tô com calor. - Ela respondeu simplesmente, sustentando seu olhar no meu e levantando uma sobrancelha.

   - Não faz isso comigo... 

   - Vai ficar só olhando?

  Não esperei ela perguntar duas vezes. Levantei do chão e sentei em sua barriga. Me debrucei puxando-a pra um beijo quente. Ela correspondeu com intensidade e apoiou suas mãos em minha cintura. Senti ela abrir mais as pernas e forçar meu quadril pra que eu sentasse um pouco mais embaixo. 

   - Tira isso. - Ela sussurrou entre o beijo enquanto desabotoava meu short. Obedeci sem questionar e aproveitei pra tirar a camiseta também. Logo eu me encontrava de langerie sentada em cima do corpo nu da minha namorada.

  Dulce forçou minha cintura pra frente e pra trás simulando um vai e vem enquanto fechava os olhos e gemia baixo. Alternei os movimentos com reboladas provocativas. Usei minhas mãos pra explorar cada parte do corpo gostoso. Aquela garota sabia como ser sexy.

  Ela levantou comigo nos braços e subiu as escadas em direção ao quarto.

   *Não muito longe dalí...

  - Chefe? O senhor tem visita.

  - Quem é?

  - Ele de novo.

  - Então mande-o entrar, imbecil.

  O homem alto de cabelos pretos e barba por fazer adentrou a sala parcialmente escura. O esconderijo não era dos melhores, mas isso estava pra mudar.

   - O que tem pra mim?

   - É o seguinte. Amanhã é o dia da transferência. Tudo vai acontecer muito na encolha, mas eu conheço tudo por alí. Sei como podemos entrar e pegar a grana.

   - E onde seria?

   - Eles tem um escritório no ultimo bloco. Lá são feitos todos os pagamentos. 

   - E a grana compensa o trabalho todo?

   - Compensa, eu garanto. É mais seguro do que assaltar um banco. Lá não há segurança, vai ser fácil entrar e sair. Se alguém cruzar nosso caminho, pior pra pessoa.

   - Ok, então. Então vamos planejar tudo. Amanhã executaremos o plano. Preciso ligar pra uma pessoa antes. Ela vai ser de muita ajuda ainda mais nesse caso.

   - Mas tem um porém. - O homem que estava de pé falou.

   - Tava demorando. E qual é?

   - A garota. Ela frequenta aquele lugar todos os dias, amanhã não será diferente.

  Um sorriso malicioso brotou nos lábios do homem mais velho. Ele não tinha parado pra analisar a situação com mais afinco. Viu a oportunidade aparecer na sua frente assim, de graça.

   - Melhor ainda, meu irmão. Mato dois coelhos com uma cajadada só. Não percebe?

   - Pensei que você já tinha esquecido isso, irmão.

   - Eu só estava esperando o melhor momento. Eu nunca teria paz, de qualquer forma. Aquela desgraçada ia me caçar onde quer que eu fosse. Vou fazer ela vir até mim e dessa vez, não vou ser tão amigável. Vou dar uma jogada de mestre bem debaixo do nariz de todos eles, faturar uma bolada e se ela aparecer na minha frente... Bom, vai levar o dela.

   - Você está se referindo a quem eu tô pensando, cara?

   - Ela mesma. Capitã Dulce María Espinosa Savinon - Cuspiu as palavras com ódio na voz. - Acho bom ela começar a rezar.