Fanfic: Os opostos — Portinon | Tema: Portinon
POV DULCE
- Vamos tomar um café, vai. - Respirei fundo controlando a risada.
- Mas você tinha que ver a cara dele, eu jurei que o cara ia fazer xixi nas calças. - Poncho falou em meio a risadas altas.
Saímos da minha sala indo até uma salinha que era usada pelos oficiais pra fazer lanches, tomar algo, coisas do tipo.
Os comentários sobre o dia anterior estavam por todo o departamento. Um dos novatos havia efetuado sua primeira prisão, mas não sem antes deixar o bandido escapar diversas vezes, tamanho era o seu nervosismo. Poncho, como o palhaço que era, tratou de me contar em detalhes tudo que aconteceu.
- Mas fala aí, quando vão começar os preparativos pro casório? - Ele perguntou tomando um longo gole de seu café.
- Ainda não parei pra pensar nisso, Anahí é quem gosta mais dessas coisas. Mas quero que seja perfeito.
- Vai ser, com certeza. Eu nunca vi você se meter a fazer nada que não saísse impecavelmente bem feito.
- Falando nisso... Quero que seja nosso padrinho de casamento. - Sorri pra ele.
- Sério? - Poncho sorria que nem um bobo. - Nossa, valeu, Dul! Fico muito feliz.
- Claro, idiota. Você é meu melhor amigo, não entendo o motivo da surpresa.
- Ah, não sei... Bom, vai ser ótimo.
Fiquei alí mais alguns minutos e voltei pra minha sala, afinal de contas, havia muito trabalho.
Sentei na cadeira confortável ainda rindo ao lembrar das brincadeiras de Poncho. Porém, meu sorriso sumiu ao olhar no visor do meu celular. 20 chamadas não atendidas.
- Anahí. - Sussurrei vendo de quem eram.
Apertei o botão retornando a ligação, mas nesse momento a porta da minha sala foi aberta e um Poncho mais pálido que uma folha de papel entrava pela mesma.
- Alfonso, o que...
- Dulce, McBaine está no campus da faculdade.
- Como é que é? - Falei já me levantando da cadeira.
- Ao que tudo indica, ele visava os caixas eletrônicos e a tesouraria. Hoje era dia de transferência.
- Anahí. - Foi a unica palavra que consegui dizer, até porque era a unica coisa na qual eu conseguia pensar. - Acione a equipe.
Já estávamos a caminho do campus da faculdade de Los Angeles. Aquilo não podia estar acontecendo, não de novo. Eu conhecia McBaine muito bem pra me contentar com o fato de que ele foi lá apenas atrás do dinheiro dos fundos da faculdade. Ele estava me atraindo. Aproveitou uma coisa pra conseguir a outra.
Minha equipe estava toda alí. Eu estava dentro de um dos blindados, tendo o soldado Smith ao volante. Eu tinha que ter toda a concentração possível, nada poderia dar errado. Anahí estava naquele campus, mas com sorte, longe do perigo.
Chegamos ao local rapidamente e logo começamos a cercar tudo. Isolamos o perímetro e afastamos as pessoas. Vários alunos saíam pelos portões apavorados. Eu procurava qualquer sinal de Anahí, mas não a encontrei em lugar algum.
- Cerquem a área! Vamos entrar pelo portão principal! O campus é muito grande, precisaremos de reforços! - Coordenei meus oficiais.
Não demorou muito e a rua estava tomada por agentes. Os uniformes pretos que usávamos em contraste com o dia ensolarado que fazia na cidade.
Começamos a entrar no local de forma cautelosa. A todo momento víamos pessoas correrem em direção aos portões. Eu torcia pra que uma delas fosse Anahí, mas não foi o caso.
Já estávamos em frente à reitoria da faculdade. Mais alguns metros à frente ficava o prédio onde McBaine supostamente estava.
- Dulce! - Ouvi alguém me chamar, mas não virei a cabeça. Apenas direcionei o olhar pro lugar de onde vinha a voz, me deparando com Emma. Abaixei o fuzil pra falar com ela enquanto Poncho me cobria.
- O que faz aqui? Você precisa sair, onde está Anahí? - Perguntei.
- Dulce, ela foi pagar umas contas com a Maitê e não as vi mais. Elas estão dentro daquele prédio, eu tenho certeza!
Uma sensação parecida com a de um soco no estômago me atingiu. Por uma fração de segundo pensei que eu fosse desmaiar.
- Saia daqui, Emma. Fique em segurança. Eu vou buscá-las.
Ela acentiu com lágrimas nos olhos e então seguiu caminho até o portão. Eu buscava uma força interior que só Deus sabe onde estava.
- Dulce... - Alfonso chamou sem me olhar. - Você consegue, parceira. Vamos, vai dar tudo certo. Só temos que fazer as coisas com calma.
- Certo. - Procurei me acalmar. - Avançar!
De acordo com o reitor da faculdade, com o qual estávamos nos comunicando pelo rádio, havia um acesso ao nosso alvo pelo lado norte. Os blocos eram interligados por passagens subterrâneas, até porque os mesmos compartilhavam uma unica saída de ar.
- Dividiremos a equipe. Tenente Dowson, você leva uma parte pela passagem subterrânea. Tenente Cháves, pelo lado direito. O resto vem comigo.
Depois da estratégia traçada, seguimos com o plano, que era surpreender McBaine e seus comparsas. Se tudo corresse como o planejado, eles não teriam por onde sair.
Meu coração deu um salto gigantesco ao sentir o celular vibrar dentro do pequeno suporte que havia em meu uniforme. O colete à prova de balas dificultou um pouco, mas consegui atender.
- Pronto. - Falei ansiosa.
- Dul!- A voz tão conhecida por mim fez meu corpo ficar completamente alerta. - Dulce, me tira daqui!
- Anahí! Pelo amor de Deus, fala onde vocês estão! - Fiz sinal pra Poncho esperar.
- Estamos escondidas junto com mais alguns alunos dentro de uma das salas do prédio ao lado. Trancamos a porta, mas não tive coragem de sair.
- Fez bem, meu amor, fez bem. - Respirei mais aliviada. - Fique onde está. Nós vamos tirar vocês daí. Maitê está com você?
- Está sim. Dul, vem logo... E cuidado, por favor.
- Ok, fiquem tranquilos. - Desliguei.
Orientei meus oficiais, mudando um pouco a rota. Entraríamos pelo prédio vizinho ao alvo e tentaríamos primeiramente tirar os alunos de lá.
Adentramos o prédio aparentemente vazio com extrema cautela. Dowson e os outros entrariam pelo subterrâneo e cercariam a quadrilha enquanto libertávamos as pessoas. Tudo que eu queria era deixar Anahí à salvo e então caçar McBaine. Nos separamos em trios e começamos a andar pelos corredores. Haviam livros, roupas e bolsas jogadas no chão, provavelmente por conta do pânico que se instalou.
Anahí havia dito que estavam dentro de uma das salas e que esta, estava trancada. Praticamente todas as salas estavam com as portas escancaradas, facilitando meu trabalho.
Ao meu lado seguiam Poncho e o soldado Sanchez. Decorridos alguns minutos, me deparei com uma sala no fim de um dos corredores. A porta estava fechada.
Me aproximei e falei bem baixinho com o rosto próximo à madeira envernizada.
- Olá?
Ouvi uma movimentação do lado de dentro e empunhei a arma preparando-me pra atirar.
- Dul?
O som da voz de Anahí preencheu meus ouvidos e senti o ar me faltar por alguns segundos. Sorri involuntariamente.
- Anahí! Amor, sou eu. Abra a porta. - Pedi.
Houve um click quase silencioso e então a porta se abriu pra que entrássemos. Abaixei rapidamente minha arma quando senti o corpo magro agarrar-se ao meu com força.
- Está tudo bem, meu amor. Calma. - Abracei-a com o braço livre e desfiz brevemente o contato pra que pudesse olhá-la. - Você está bem?
- Estou, eu e Maite conseguimos fugir pela saída de emergência quando escutamos os tiros. - Ela disse com a voz chorosa. Seu rosto estava vermelho.
Dentro da sala haviam cerca de oito pessoas, contando com Maitê e Anahí. Quatro destas eram alunos, os outros eram funcionários na faculdade.
Poncho abraçava Maitê passando-lhe segurança. Dei algumas instruções pra todos eles. O plano era sairmos pelo mesmo lugar que entramos. Com sorte, conseguiríamos sem problemas.
- Fiquem atentos, não façam barulho, isso pode chamar a atenção dos bandidos. Não sabemos quantos são nem onde estão. - Olhei pra Anahí. - Não desgruda de mim.
- Tá. - Ela afirmou nervosa.
- E coloca isso. - Falei soltando o fuzil em cima de uma das mesinhas e tirando meu colete.
- O que? Não, Dulce. - Anahí contrapôs.
- Anahí, isso é um procedimento padrão. E mesmo que não fosse, eu o faria. Não me conteste agora, por favor.
Ela trincou o maxilar e antes que pudesse falar mais alguma coisa, eu já estava colocando o colete nela. Poncho fez o mesmo com Maitê e Sanchez com um dos funcionários.
Acionei minha equipe pelo ponto em meu ouvido solicitando mais soldados pra que todas as pessoas pudessem sair em segurança. Logo fui avisada de que os mesmos estavam esperando do outro lado do corredor.
- Ok, vamos sair. - Comuniquei a todos. - Quem ficar, tranca a porta por dentro até que o resto dos oficiais chegue. Todos sairão daqui, não se preocupem.
Fiz sinal pra que Anahi segurasse em mim e assim ela o fez. As mãos trêmulas agarraram o tecido do meu uniforme, já que eu tinha que ocupar as mãos com o fuzil.
- Vamos ficar bem, princesa. Você vai ver. - Virei meu rosto pra olhá-la rapidamente.
- Confio em você. - Ela respondeu me dando um selinho breve.
Abri a porta devagar e fiz sinal pra que ela esperasse. Saí com a arma em punho e atenta a qualquer movimento. Quando vi que estava tudo limpo, autorizei a saída dos outros. Poncho saiu com Maite atrás de si, bem como Sanchez saiu cobrindo a frente de um dos funcionários.
Eu sentia a respiração acelerada de Anahi em meu pescoço, enquanto andávamos. Meu cabelo estava preso por um rabo de cavalo frouxo.
Descemos um lance de escadas em direção ao andar de baixo. Só mais alguns corredores e estaríamos fora.
Estávamos no meio de um dos ultimos vãos pelos quais teríamos que passar quando avistei o pontinho preto escondido atrás de uma das paredes. Meu sangue gelou.
- PRO CHÃO! - Gritei ao mesmo tempo que puxava Anahí junto comigo.
O som que se ouviu em seguida foi o de armas disparando tiros pra todo lado. Puxei Anahí comigo pra trás de uma parede que dava no corredor dos banheiros. Olhei-a pra checar se estava tudo bem. Sua expressão era o mais puro pânico.
- Dul... - Ela sussurrou.
- Shhh... Fica quietinha, amor. Eu vou te tirar daqui, eu prometo. - Respondi.
- Capitã. - Ouvi Poncho chamar pelo ponto em meu ouvido.
- Poncho, vocês estão bem?
- Estamos do outro lado, atrás dos armários. Nos encurralaram, Dulce.
- Eu sei. Acione reforços, rápido.
- Já estão cercando tudo.
Voltei minha atenção pra Anahí, que tinha os braços em volta dos joelhos. Ela chorava silenciosamente. Estudei minha munição e levantei. Ela se assustou com meu movimento puxando-me pra baixo. Fiz sinal de que estava tudo bem e voltei a levantar.
Eu tinha que ter uma visão de onde os bandidos estavam. Aproximei-me muito lentamente do limite da parede e me permiti olhar. Voltei rapidamente pra trás ao sentir o impacto de um tiro que havia acertado o concreto um pouco acima da minha cabeça.
- Meu Deus! - Exclamou Anahí se pondo em pé também.
- Você está sem saída, capitã. - Fechei os olhos ao ouvir a voz de McBaine com um pouco de eco, pelo fato de o corredor estar vazio.
- Você é um otário, Brian. - Falei num tom que ele ouvisse. - Os prédios estão cercados. Você e seus capachos nunca vão sair daqui ilesos.
- Ah, eu acho que vou sim. Sei que sua garota está aí com você. Acredito que queira que ela saia em segurança. - Ele disse. - Vamos lá, capitã. Nós podemos fazer isso da maneira mais simples.
- E que maneira seria essa?
- Sua cabeça ao invés da dela.
POV ANAHÍ
Nunca em toda a minha vida eu senti tanto medo. Medo por mim, por Dulce, por Maitê, pela situação. Deduzi que aquele cara que falava com Dulce de algum lugar naquele corredor, era o mesmo que causou meu acidente, o mesmo que perseguiu Dulce e o mesmo que fez com que nos separássemos.
Meu peito subia rapidamente pra cima e pra baixo tamanha era minha inquietação. Dulce tinha o semblante firme, mas tenso. Eu sabia que enquanto eu estivesse alí, ela estaria vulnerável.
Num movimento rápido, ela virou na direção do bandido e atirou. Recebeu como resposta alguns disparos e logo se escondeu atrás da parede novamente. Eu queria puxá-la, pedir pra que não fizesse isso, mas não havia outro modo. Se alguém poderia nos tirar vivas dessa, esse alguém era ela.
Não demorou muito e ouvimos vários disparos vindos de algum ponto perto dalí.
- O reforço chegou. - Dulce disse. - E pelo visto se chocaram com a quadrilha de McBaine.
- E agora, Dulce? Perguntei aflita.
- Vamos esperar o melhor momento.
Esse tal momento só aconteceu quase meia hora depois. Segundo Poncho, que se comunicava com Dulce por um ponto em seu ouvido, o bandido havia descido pra ajudar seus comparsas e o caminho estava livre.
Dulce me atualizou da situação e então pudemos seguir com muito cuidado em direção à saída.
Encontramos com Poncho e Maitê no fim do corredor e viramos à direita. Segurei a mão da minha melhor amiga passando segurança. Ela também estava muito assustada com tudo.
Chegamos ao ultimo corredor que dava acesso ao lado de fora do prédio. Viramos à esquerda já avistando a luz do Sol, quando uma pessoa saiu de trás da porta de uma das salas e apontou uma arma direto pra nós.
- Ora ora ora... - Ele falou. Senti o corpo de Dulce ficar tenso e se colocar na minha frente. Poncho fez o mesmo com Maite. - Nos encontramos cara a cara novamente, capitã.
- Você não vai sair bem dessa, Brian. Não se depender de mim.
- Ah não? Isso é o que vamos ver.
Não houve tempo pra nenhuma reação. O tal Brian desviou a atenção de Dulce por alguns segundos e mirou em Poncho, atirando em seguida. Ele deu um passo pra trás por causa do impacto da bala em seu ombro e caiu.
- PONCHO! - Dulce gritou. Maitê já estava ajoelhada ao seu lado, chorando sem parar.
Eu estava tão paralisada com a cena que não notei o olhar cumplice que Maire e Dulce trocaram. Apenas senti um movimento da parte de minha melhor amiga e meu corpo sendo puxado com violência pra longe da cena, entrando numa pequena sala. A porta foi fechada e trancada por Maitê em meio aos meus protestos.
- O QUE ESTÁ FAZENDO? - Gritei pra ela.
- Tirando a gente do caminho pra que ela possa resolver as coisas! - Maitê disse vindo até mim e me segurando pelos ombros.
Corri até a porta, que tinha uma janelinha de vidro, assim eu poderia ver o que acontecia lá fora.
Vi Dulce agachar-se junto a Poncho sempre com a arma apontada pro bandido. O mesmo se aproximou um pouco e mantinha-se em pé.
Ela soltou o fuzil, mas já havia puxado uma arma menor do coldre em seu uniforme. Uma pistola prateada.
- Agora somos eu e você, capitã. - Ouvi Brian dizer, embora não conseguisse escutar tudo com clareza, por conta da porta fechada.
- É o que parece. - Dulce respondeu segurando Poncho pelo uniforme e puxando-o pra trás de um bebedouro. Ele estava acordado, mas não tinha forças.
Depois de deixar seu amigo em segurança, Dulce voltou à posição inicial, frente a frente com o bandido. Meu coração dava marteladas violentas em meu peito, o medo só aumentava conforme os segundos passavam.
Foi quando aconteceu. Uma movimentação chamou a atenção de Brian e Dulce aproveitou o momento pra atirar. O disparo acertou o bandido em cheio que gritou e levou a mão ao peito.
Mas antes que ele caísse, conseguiu disparar sua arma três vezes, ainda de joelhos. Todos os tiros acertaram Dulce.
- NÃÃÃÃÃÃÃÃO!! - Meu grito foi ensurdecedor. Maite, que assistia a tudo junto comigo, segurou-me pela cintura impedindo que eu corresse pra fora.
Eu lutava pra sair daquele cubículo, mas minha melhor amiga não deixava. Me joguei sobre a porta tentando abri-la a qualquer custo. Vi Dulce ajoelhar-se no chão e passar a mão delicadamente sobre o peito, levando a mesma ao alcance dos olhos. Estava banhada em sangue.
O barulho de pessoas correndo preencheu o local e pude ver vários policiais de preto chegando bem aonde estávamos. Correram até ela, que ordenou que fossem até o bandido, que estava caído no chão.
- MAITÊ ME DEIXA SAIR, PELO AMOR DE DEUS! ME SOLTA! - Implorei pra ela que parecia quase tão desesperada quanto eu.
Ela finalmente afrouxou o aperto em minha cintura. Abri a porta muito rapidamente e corri ao encontro de Dulce, que estava ajoelhada com uma das mãos apoiadas no chão, impedindo que caísse de frente.
Me joguei diante dela e puxei-a pros meus braços. Ela estava muito pálida e respirava com dificuldade.
- DULCE! Amor, fala comigo, por favor... - Pedi em meio à lágrimas de desespero. Ela levantou o olhar e sustentou no meu.
- Eu disse que ia tirar você daqui. - Falou com a voz fraca.
- Shh... Não faz esforço, você vai ficar bem, nós vamos ficar bem. Acabou, meu amor! Acabou tudo, o bandido se foi, a gente vai ter paz, agora... - Solucei acariciando seus cabelos.
- Poncho. - Ela sussurrou.
- Ele vai ficar bem, já estão cuidando dele. Calma, fica comigo tá? Fica acordada.
- Não consigo. - Ela falou num fio de voz. Apertei mais seu corpo contra o meu deixando soluços altos saírem livremente. - Eu te amo demais, princesa.
- NÃO FALA ASSIM, TÁ ME OUVINDO? NÃO PERMITO! - Eu já gritava em meio aos soluços insistentes. - Escuta, você vai ficar boa, a gente vai viajar nas férias, lembra? Nós vamos casar, meu amor... Dulce, pelo amor de Deus...
Seu olhar encontrou o meu mais uma vez e ela levantou a mão com muito esforço pra tentar limpar minhas lágrimas. Fechei os olhos ao sentir o toque trêmulo em meu rosto.
Ela passou os dedos pela minha face mais algumas vezes e então deixou cair a mão ao lado de seu corpo. Abri os olhos encontrando os seus já fechados. O corpo relaxou em meus braços e ela já não respirava mais.
O mundo parou pra mim durante uma fração de segundos antes de eu soltar um grito desesperado que ecoou pelos corredores.
Comecei a sacudi-la com força, agarrada no tecido de seu uniforme. Me joguei em cima de seu corpo chorando que nem uma criança, chamando por ela, pedindo pra ela voltar. Era inútil. Ela não se movia, não esboçava reação.
Senti braços fortes tentarem me erguer do chão, mas resisti às tentavivas de me afastarem do amor da minha vida.
- Anahí, calma! - Ouvi a voz de Maitê. Eu não tinha percebido que ela me abraçava até aquele momento.
Eu só conseguia gritar e chorar. Senti minhas pernas vacilarem e teria caído se Maite não tivesse me segurado. Olhei a tempo de ver vários paramédicos ao redor de Dulce, colocando-a numa maca e fazendo uma massagem cardíaca. Seu uniforme já havia sido aberto, deixando a camiseta banhada em sangue á mostra, e um dos homens de branco forçava contra o peito inerte da minha namorada.
Lutei contra minha própria fraqueza pra chegar até eles, mas não consegui. Fiquei alí de joelhos, gritando que nem uma louca pra que me deixassem ir com ela.
- Ela não está reagindo. Corram com isso! - Ouvi um deles falar antes de ver a maca sumir pelo corredor.
- Vem, Anie. - Maitê chamou erguendo-me do chão. Senti o toque de mais alguém, mas não parei pra olhar.
Meu coração estava naquela maca, com aquela garota. Ela era minha vida e minha vida estava morrendo. Eu não tinha medo de perdê-la. Tinha verdadeiro pânico. Eu não teria mais nada, não seria mais nada sem ela. E foi com esse pensamento que segui com Maitê e um dos agentes atrás da ambulância.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 39
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tryciarg89 Postado em 31/07/2024 - 20:30:18
Amooooo essa fic, simplesmente perfeita!!!
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Gabiih Postado em 02/11/2017 - 19:58:56
nossa que aflição esse ultimo capitulo, mas eu amei, eu amei toda história foi linda e maravilhosa como todas,gente que sufoco rs parabéns por mais uma história finalizada
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siempreportinon Postado em 30/10/2017 - 11:14:24
Amo finais felizes e amei sua história, acompanho todas que você escreve e são simplesmente maravilhosas, continue nos presenteando sempre!!! Muito obrigada e Parabéns pelo seu talento!!!
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ginja2011 Postado em 29/10/2017 - 15:44:02
Obrigada a você por nos brindar com histórias tão emocionantes, e que bom que a Any não desistiu e conseguiu que ela voltasse para serem felizes! até a próxima!
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Gabiih Postado em 28/10/2017 - 13:15:44
Nossa,nossa e nossa foi difícil mas chegue aqui lê tudo essa Daniela é uma vaca mesmo eu imaginei que ela fosse ser ruim ,mas não que fizesse oque ela fez,quando as meninas terminaram foi tão triste, as as duas voltaram e acontece isso ai Emilly mas você ´é assim né eu já disse que você nos leva ao céu, depois ao inferno rs as suas histórias são como montanha russa, uma hora ta la em cima, e outra la embaixo falo de bons e maus acontecimentos, mas sua história esta ótima eu estou amando,e espero que a Dulce saia dessa ,você não faria o pior acontecer né? você não faria isso porque você é uma menina linda e muito legal rs, desculpa a demora em co ando super sem tempo, mas estou sempre acompanhado suas história sabe que eu amo né, então posta mais lindona bjs
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ginja2011 Postado em 27/10/2017 - 21:24:05
A Dul tem que sobreviver e descobrir o envolvimento da PIABA da Daniela!! MORTE AO BRIAN!!
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Kakimoto Postado em 25/10/2017 - 17:44:44
Que preguiça de leeerrrrr KKKKKKKKKKKKKKK Sdds de comentar nas suas fics, sapatilha. só foi isso msm, obg pela atenção
Emily Fernandes Postado em 26/10/2017 - 08:11:42
Que decepção, senhorita estranha. Mas isso é mais que esperado por vc. Afinal vc é uma pessoa tão compreensível. Mas eu te amo, e sim meu amor, eu sou uma Sapatilha com devoção. Isso é tão eu não é. Bjs my friend. <333
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ginja2011 Postado em 24/10/2017 - 23:48:55
Eu sempre senti que essa Daniela não é boa pessoa, e tomara que a Any escute o que a Dul tem para esclarecer, afinal a Any foi imprudente ao segui-la na missão que foi um fiasco, mesmo que ela se preocupe a Dul, esta tem preparo e treinamento afinal é o trabalho dela, ao contrário da Any, mas vai encontrar outros problemas como a tal Lizzie e provavelmente a tal da Andy, elas bem que poderiam voltar mas sem exposição para que o Brian não volte a perseguir a Any!
Emily Fernandes Postado em 26/10/2017 - 08:08:56
bom, creio que realmente Daniela é uma pessoa de mal caráter. Lizie não será problema para as duas, creio que ambas já tem problemas de mais pra resolver. É acho que não precisam de mais um não é. Anahí, ama a Dulce ao ponto de fazer coisas além do limite. mas o amor delas está estabelecido, a questão agora é em volta de Brian. pq enquanto ele estiver solto acho que será muito perigoso para ambas. enfim bjs.
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ginja2011 Postado em 23/10/2017 - 15:27:25
Acredito que houve falhas na edição dos capítulos, pois não houve sequência da chegada da Any no gabinete da Dul, no cap seguinte já conta que estão juntas e a tal de Lizzie se intromete! não entendi essa passagem de tempo ficou confusa.Adoro a história!!
Emily Fernandes Postado em 23/10/2017 - 20:43:27
Eu vi esse detalhe agora, e obrigada mesmo por ver este detalhe. E está aí, o capítulo acho que agora sim, está mais esclarecido os fatos. E boa leitura. E obrigada
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sandyreis Postado em 21/10/2017 - 21:51:06
Ei Fernandes vc realmente, estragou meu casal. Não acredito, mas isso já era de ser Esperado por vc não é. Mas eu não gosto disso, então trate de colocar meu casal bem juntinhos de novo. Bjs minha gatita...