Fanfics Brasil - Capítulo 4 (PARTE 2) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 4 (PARTE 2)

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– Mas eu estou. – Glendenning se levantou com as juntas reagindo em protesto e foi até a escada dos fundos. – Vamos ver se consigo convencer uma delas a fritar alguns ovos. Quando quero, sei ser bastante persuasivo. – Olhou por sobre o ombro e piscou, antes de desaparecer escada acima.



Christopher, com expressão impassível, esperou o conde sumir, levantou-se depressa e pegou a carta de Natália de cima da lareira já fria. Como pudera deixar uma coisa tão importante pendurada à vista de todos como se fosse uma simples receita ou uma carta de recomendação?



A mensagem da noiva desmanchando o compromisso não era algo que um homem devesse ostentar. Ainda bem que a água do mar apagou a maioria das palavras de Natália. Não que fizesse diferença. Há muito, ele havia memorizado o texto. Mesmo assim, não havia necessidade de partilhar sua intimidade com desconhecidos com quem teria apenas uma relação profissional.



Foi até sua arca, que a senhora Murphy mandou buscar no barco de Stuben e deixara sob o bar, levantou a tampa, pôs a carta dentro, tirou o diário junto com a tinta e a pena suja. Sentou-se, abriu o diário, verificou a última anotação e escreveu:



15 de Fevereiro, 1847.



Bebi muito a noite passada e estou enjoado, com vontade de vomitar. Natália tinha razão.



Sou mesmo um bêbado imprestável. Como poderei provar que ela estava errada? Além de parar de beber, é claro.



Não consegui salvar a vida de um homem ontem à noite. Ele ressuscitou diante de toda a aldeia por obra de uma amazona de calças. Ela se chama Dulce, mas é diferente de todas as Dulces que conheci.



Christopher fez uma pausa, pensando em como descrever aquela mulher tão atraente e ao mesmo tempo tão rude. Decidiu que, por causa da dor de cabeça, aquela tarefa estava além de suas possibilidades no momento. Resolveu escrever sobre Alfonso Herrera.



Lorde Glendenning se parece assustadoramente com Lorde Byron. É preciso ter receio de olhar para seus pés, caso se pense em dar uma surra nele. Ninguém ainda mencionou o prato haggis, feito com miúdos de carneiro picados. Pearson e Shelley se enganaram de novo.



Parece haver algum problema a respeito da cabana.



Escutou alguns ruídos sugestivos e olhou para cima. Guardou o diário e se sentou no bar, pensando se o café faria sua dor de cabeça melhorar. Nisso o conde retornou, seguido por Anahí, que, aos risinhos, ainda se esforçava para abotoar o vestido. O que o fez entender com clareza que Glendenning era o responsável pela gravidez de Anahí  imaginar quantos bastardos aquele homem gerara entre as criadas da Lebre Ferida.



– A senhorita Anahí concordou em preparar algo para nós, doutor – o conde explicou, com sua voz retumbante. – O que acha de nos sentarmos a esta mesa e esperar o desjejum digno de um rei que ela prometeu fazer?



A ideia de comer deixou Christopher nauseado, mas ele acompanhou Glendenning até a mesa indicada, depois de passar com cuidado por cima de um de seus novos amigos – cujo nome ele não podia lembrar – que dormia no chão.



– Muito bem. – Glendenning ergueu o copo de cerveja que Anahí servira. – Primeiro faremos um brinde, doutor Uckermann, à sua saúde. Seja bem-vindo a Skye.



Christopher olhou enjoado para a própria cerveja. Uma leve camada de espuma cobria o alto do copo.



– Certo. A Skye.



Christopher bebeu o líquido espesso e fermentado.



A náusea que o invadiu o fez imaginar que vomitaria em si mesmo, na mesa e sobre o conde. O que certamente não causaria uma boa impressão em seu novo empregador, ele pensou.



E, de repente, ele se sentiu melhor. A cerveja sossegou seu estômago, e a dor de cabeça desapareceu.



O alívio deve ter se manifestado em sua fisionomia, pois o conde achou graça.



– Tinha certeza de que isso resolveria o problema. É preciso beber para curar a ressaca. Nunca falha.



Christopher olhou para a cerveja com admiração.



– Mal posso acreditar. A senhora Murphy devia patentear a ideia e vender a cerveja como um tônico. Certamente os americanos comprariam na hora.



Glendenning levou um dedo aos lábios.



– Ficou maluco, doutor? Ela nos deixaria, e onde iríamos passar as noites?



– Correto. – Christopher concordou com a sagacidade do raciocínio. – Tem razão. Glendenning se coçou num lugar que não seria tão acessível, se não estivesse usando um kilt.



– Após o café da manhã, sairemos para avaliar o dispensário. Pode imaginar que esteve fechado desde que o último cirurgião...



– Médico – Christopher o corrigiu.



– Como é? – Glendenning olhou-o com espanto.



– Médico. – Christopher tomou mais alguns goles de cerveja. Ele se sentia bem melhor. Ora, não demoraria muito para ter Natália de volta. Seria preciso apenas curar algumas pessoas da cólera e provar como a medicina era importante para ele. Muito mais importante, apesar da opinião contrária de Natália, do que ser marquês de Stillworth. Ele voltaria para casa no próximo Natal e ela imploraria para que a aceitasse de volta. – No anúncio, milorde procurava um médico.



– Certo. – Glendenning afastou do rosto algumas madeixas de seus cabelos.



Christopher supôs que Natália ia considerar o conde um homem muito atraente, opinião talvez partilhada por outras mulheres. Mas, para ele, Glendenning era lamentável, com aqueles seus joelhos peludos batendo nos seus o tempo todo sob a mesa e a mania incessante de se coçar queera grotesca. Ora, era de se supor que ele próprio não estivesse com uma aparência muito boa. A barba de um dia já lhe irritava o rosto, e os cabelos já haviam se soltado da tira de couro com que os prendia. Ainda assim, esperava que seu aspecto fosse bem melhor que o de Glendenning, que dava a impressão de se achar um herói de romance. Não se surpreenderia se o conde cavalgasse um garanhão negro.



– Certo, médico – o conde murmurou. – Por isso temos que chamá-lo de doutor Uckermann e não de senhor Uckermann?



Christopher anuiu.



– O doutor terá que perdoar as pessoas se elas, de início, o chamarem de senhor Uckermann, pois não? Nosso último médico não se incomodava quando o chamávamos de senhor Saviñon.



Christopher anuiu de novo.



– Soube que o senhor Saviñon não está mais entre nós.



– É verdade...



– Ouvi dizer que foi a cólera.



Glendenning fitou-o com expressão indecifrável.



– Sim, foi a cólera, mas não da maneira como está imaginando...



– Oh, não se preocupe – Christopher interrompeu-o. – Não dou valor excessivo à minha vida. Milorde verá que não terei o menor problema em tratar de pacientes com cólera.



Na verdade, Christopher teve de se esforçar para não demonstrar alegria. A noção de lutar contra uma epidemia de cólera, o que poderia desencadear mau presságio no coração de outro médico, era motivo de excitação para o doutor Uckermann. Afinal, a cólera era uma doença tão alarmante e devastadora que chegava a impressionar até a excessivamente crítica senhorita Teles. Se ele morresse em consequência de seu esforço para salvar algumas vidas, pareceria ainda mais dedicado à humanidade.



Anahí apareceu para servi-los, carregando, com dificuldade, uma bandeja enorme com uma quantidade assustadora de comida. Felizmente isso distraiu Lorde Glendenning, e ele não perguntou mais nada sobre a declaração extraordinária de Christopher .



– Obrigado, meu amor. – O conde estendeu um guardanapo sobre a camisa branca.



Christopher se levantou depressa, tirou a bandeja pesada das mãos de Anahí e tornou a se sentar.



Foi então que reparou que havia se tornado objeto de olhares incrédulos tanto da criada quanto do Lorde.



– Obrigada, senhor – Anahí agradeceu, espantada e ruborizando.



– Ah, sim... obrigado, doutor. – Glendenning parecia aborrecido por Anahí ter enrubescido.



– Eu a teria ajudado, mas machuquei o polegar outro dia...



– Darei uma espiada nisso – Christopher se ofereceu, enquanto punha uma porção de ovos no prato.



– Ah, já sarou – o conde disse.– Está apenas um pouco sensível.



– Com certeza – disse Christopher com suavidade, mas refletiu que o relacionamento entre eles era muito recente para caçoadas e mudou de assunto. – Sobre a cabana, milorde...



– Ah, sim. – O conde encheu a boca com ovos e continuou a falar, atirando partículas do alimento para todos os lados. – A Cabana do Riacho. Temos uma ligeira dificuldade no momento...




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Autor(a): leticialsvondy

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– Verdade? – Christopher acompanhou um bocado de ovos mexidos que fora cuspido e descialentamente pela parede. – Não estou nem um pouco preocupado com minhas acomodações. Contanto que eu tenha um teto para me abrigar, está ótimo. Se o local estiver desarrumado... – Não se trata disso – o conde garanti ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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