Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy
– Na verdade, não – Dulce retrucou. – Ela falou com mais clareza por haver retirado o pequeno pedaço de madeira da boca para ajustá-lo à pata de Lucais.
– Bem, apenas pensei... que... uma jovem... Todas as jovens que conheci em Londres passavam a maior parte do tempo... bem, fazendo compras, indo a festas ao ar livre e...
Christopher parou de falar ao fitar o rosto dela. Dulce supôs que estivesse com uma fisionomia de espanto, a julgar pelas palavras dele que se seguiram.
– Imagino que em Sky e não deva haver muitas festas.
– Dificilmente acontece alguma. – Dulce deu várias voltas na bandagem, na esperança de que isso fosse impedir Lucais de destruir o curativo.
– Como também não creio – Christopher continuou no mesmo tom irônico – que, se houvesse, a senhorita as frequentaria.
Dulce sentiu-se corar, mas dessa vez de ódio. Como ele ousava insinuar que, por entender de medicina, ela não fosse feminina e não pudesse alegrar-se com as frivolidades de reuniões ao ar livre? Ora, ela fora a muitas recepções e sempre se divertira bastante.
Na verdade, não tinham sido muitas, e ela nem se divertira a valer, mas Uckermann não sabia disso. E por que lhe importaria o que esse londrino arrogante, com roupas limpas e peito largo, pensava dela? Para ela, tanto fazia.
Exceto...
Ela não seria uma cientista escrupulosa se não admitisse o fato de que Uckermann era um homem muito atraente, que parecia tomar banho com regularidade e ainda demonstrava inteligência. E a julgar pela reação anterior dela à proximidade de Uckermann, seria muito difícil não se sentir atraída por ele.
Contudo, ela não se deixaria influenciar por costumes cosmopolitas e cheiro de sabão de lavanda. E o modo mais fácil de fazer isso seria lembrar-se do motivo que o levara à sua casa.
– Então foi Lorde Glendenning quem o mandou vir aqui, doutor Uckermann? – Ela acariciou a cabeça do cachorro, para dar a entender que terminara o curativo, e pareceu que o animal sorrira em resposta, balançando o rabo, que batia na mesa, como a dizer que não havia rancores.
– Não, não foi.
– Não? – Dulce arqueou as sobrancelhas. – Pois entendi o contrário. O senhor veio por sua livre e espontânea vontade? Planejou tirar algumas medidas? Olhe, a não ser um pouco de fumaça na lareira quando chove, eu lhe recomendo o local sem reservas.
Dulce teve o prazer de ver que o irritava. O queixo de Uckermann estremeceu e ele gaguejou.
– Não foi... por isso... que vim aqui. – Ao vê-la sorrir com desdém, ele disse de uma vez: – Está certo. Foi Lorde Glendenning que me mandou. Mas não para avaliar a cabana...
– Então por quê? – Dulce estava surpresa.
Mas em instantes ela entendeu.
E, pela terceira vez, ela corou, furiosa.
– Agora compreendo – Dulce declarou e ficou em pé de repente, assustando Joe, que bateu as asas. – Ele o mandou para avaliar a mim. Acertei? – Pela expressão de desconcerto dele, deduziu que acertara. – O que foi que ele lhe disse? Que sou uma débil mental? Não, espere. Eu sei. – Ela levantou as duas mãos. – Um perigo para mim mesma. É isso?
– Ele não disse... – Uckermann se esforçava para demonstrar indignação.
– Claro que ele fez o drama. O conde já fez isso antes. Ele mandou o senhor aqui para analisar a pobre e patética senhorita Saviñon, a quem ele espera persuadir a aceitar sua nobre proposta de casamento. – Dulce começou a andar de um lado a outro no comprimento da pequena cabana, e suas saias ondulavam toda vez que se virava. Ela não conseguia se lembrar de jamais ter ficado tão colérica. Maldito lorde intrometido e ignorante, nobre de araque! – Mas ele se esqueceu de lhe dizer que a senhorita Dulce, a quem o senhor conheceu ontem à noite, e a pobre e patética senhorita Saviñon eram a mesma pessoa, não foi? – Ela sacudiu a cabeça. – O senhor deve ter levado um choque quando abri a porta.
– Não foi exatamente um choque, mas decepção, por ver que não estava usando calças. Sua sinceridade – ela se convenceu de que foi isso e não seu sorriso – a acalmou. Dulce o fitou, sem saber o que retrucar...
E nesse momento, pela terceira vez naquela manhã, alguém bateu à porta da frente da Cabana do Riacho.
Autor(a): leticialsvondy
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– Aposto que é ele – Dulce disse com rispidez, mostrando-se irritadíssima. Christopher calculou que ela podia não ir a festas com regularidade, mas certamente caprichava na arte do ressentimento feminino. – Deve ter vindo para conferir em que pé está meu diagnóstico... – Christopher concordou com ela, an ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43
Já acabou? Naaaaaaaaaao
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capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16
Aaaaaaah,continua logoooo
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ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04
Vc voltou *-*
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ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59
Poxa, abandonou? :(
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wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33
OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??
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wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31
ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa
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wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30
Continua... Leitora nova e estou amando.
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heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01
Contt 😍😍
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Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32
Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^
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millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10
Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa