Fanfics Brasil - Capítulo 7 (PARTE 2) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 7 (PARTE 2)

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– Ela não ajudou na lavagem dos pratos, dizendo que estava mal-humorada – Maeve afirmou como quem não acreditava na desculpa e como se a gravidez fosse uma invenção só para não lavar louça. – A última coisa que vi foi ela calçar a luva grossa e pedir para eu vir chamar...



– Não se preocupe, Maeve – Christopher a interrompeu. – Sairei imediatamente. Rob, vá buscar minha maleta na taverna e leve-a ao castelo. Eu o esperarei lá.



Rob, que Christopher não considerava um dos habitantes mais brilhantes da ilha, não se mexeu.



– Você escutou, Rob? – Christopher tivera auxiliares tolos, mas Rob superava a todos. – Corra. –



Pôs a mão no bolso das calças, procurando algo que o convencesse a partir.



– Um guinéu para você.



E, no entanto, Rob continuou sentado no mesmo lugar, até que uma suspeita invadiu a mente de Christopher.



– Algo errado?



Rob olhou Maeve de relance, antes que a moça respondesse, nervosa.



– Perdão, doutor, mas Anahí não pediu sua presença. Ela quer a senhorita Dulce.



– A senhorita Dulce? – Christopher repetiu, incrédulo.



– Sim, doutor. – Maeve arregalou os olhos azuis. – A senhorita Dulce fez todos os partos de Anahí... com a ajuda do senhor Saviñon.



– Todos... ? – Foi a vez de Christopher arregalar os olhos. Na verdade ouvira Dulce afirmar que Anahí ia ao castelo sempre que chegava a hora. Mas quantos seriam? – A senhorita Anahí tem quantos filhos?



Maeve contou rapidamente nos dedos.



– Com esse serão quatro.



Aquela jovem franzina, que parecia uma colegial, tinha quatro filhos? Era uma barbaridade. E talvez muito pior do que isso...



– Rob. – A voz da indomável Dulce soou do outro quarto. – Ponha a sela em Willow e traga-a imediatamente. Seja um bom menino.



Christopher não podia acreditar. O garoto enfiou na boca o último pedaço de bolo e apressou-se para fora da cabana. Virou-se e viu que a “Amazona” – o único nome que seria adequado para uma jovem com aquele caráter e energia, pois Dulce não combinava com ela – saía daquele que devia ser seu quarto.



A despeito de sua própria confusão, Christopher ficou encantado ao ver que Dulce trocara o vestido – bonito, de lã azul, que iluminava seus cabelos vermelhos, mas um pouco folgado – pelas calças com que a conhecera. Ela carregava uma maleta preta, semelhante à usada pelos médicos, e distribuía ordens como um general.



– Maeve, vista esta capa. É um perigo sair sem agasalho. Apesar da melhora do tempo, ainda não estamos na primavera. Doutor Uckermann, queira me desculpar, estão me chamando...



– Desculpá-la? – Christopher sacudiu a cabeça. – De maneira nenhuma.



“Amazona” foi até a porta da frente, onde havia um par de botas de cano alto. Ela parou, jogou para trás algumas madeixas de sua gloriosa cabeleira – que usava solta, num estilo que Natália e suas amigas, tão ligadas à moda, certamente não apreciariam – e olhou por sobre o ombro.



– Como é? – ela perguntou, com sua voz de contralto, estranha mas sensual.



Christopher pôs o chapéu na cabeça.



– Eu mesmo tratarei disso. – Aprendera há muito tempo que, para conseguir a confiança dos outros, era importante demonstrar confiança em si mesmo. – Senhorita Saviñon, não há motivos para se preocupar.



– Preocupar-me? – A “Amazona” se endireitou – ela estivera desamarrando os sapatos. – A que o senhor está se referindo?



– Pelo que entendi – Christopher afirmou –, desde que seu pai se foi, a senhorita vem cuidando das necessidades médicas da comunidade. – Mas, agora que estou aqui, isso não será mais necessário.



Eles se entreolharam, e Christopher tentou manter uma expressão agradável. Era difícil, pois tinha a impressão de que acabariam discutindo. Não que estivesse ansioso para fazer o parto de Anahí. Em Londres, raras vezes se ocupara de um parto. As parteiras cuidavam desse ofício, e quando havia complicações apelavam para um cirurgião. Os médicos eram chamados depois, quando a mãe estava com dores ou a criança precisava de atendimento.



Por que ele discutia? Por que tanta confusão pelo direito de trazer à vida o filho ilegítimo de uma criada local?



Porque não seria correto a população ser atendida por uma pessoa não licenciada e certamente sem a formação adequada, agora que ele estava em Skye. Como provaria habilidade a si mesmo – dessa vez ele não pretendia provar a Natália, pelo menos não inteiramente –, se não tivesse uma chance de atuar como médico?



Contudo, teria que agir com cautela. Não desejava ofender a senhorita Dulce, que era muito estimada pelos aldeões. Mas todos teriam que aprender que Christopher Uckermann fora o escolhido para tratar de emergências e não a filha do antigo cirurgião, a despeito do fato de que ela, sem dúvida, tornava a medicina mais atraente.



E, afinal, tudo para o bem dela. Nenhuma mulher com a aparência de Dulce Saviñon deveria circular pela aldeia, ajudando bebês a nascer e ressuscitando barqueiros. Na verdade, era um absurdo. Em Londres, ela seria a sensação da temporada. Ora, ela e Natália Teles poderiam até se tornar amigas.



Amizade improvável, ele refletiu, ao se lembrar da facilidade com que Dulce levou a garrafa de uísque aos lábios. E apenas numa região longínqua e isolada uma bela mulher como Dulce Saviñon seria tratada como outra qualquer...



Não exatamente. Christopher não havia notado nenhuma mulher de calças em Skye.



– Doutor Uckermann – Dulce iniciou com calma –, aprecio seu gesto, mas eu lhe asseguro que ele é completamente desnecessário. Ajudei muitas crianças a nascer e não preciso...



– Tenho certeza que não – Christopher retrucou, ciente de que Maeve e Hamish ainda não haviam saído e os olhavam com grande interesse. – Como sou o novo médico desta ilha, não há motivos para sobrecarregá-la com o nascimento do filho de Anahí.



Dulce estreitou os olhos brilhantes.



– Ela pediu minha presença.



Esse era um fato que Christopher não podia ignorar.



– Apesar disso – ele disse com um vigor que não admitia desobediência –, eu irei.



Dulce não demonstrou haver se impressionado com o tom enérgico.– Fique à vontade – ela o olhou com expressão indefinível. – Mas eu também vou.



– Ótimo – ele disse e retesou o queixo.



– Muito bem – ela retrucou com orgulho.



– Ótimo – Christopher repetiu.



– Peço perdão, senhorita, doutor – Maeve falou com humildade, perto da lareira – mas, se forem, será melhor fazê-lo sem demora. Anahí não estava nem um pouco animada, quando a deixei.



Mas o alerta de Maeve foi precipitado. Na verdade, Anahí estava em trabalho de parto, mas as contrações se sucediam a cada dez minutos, e Anahí, ao contrário do que Maeve dissera, estava bastante animada, na opinião de Christopher. Eles a encontraram sentada num colchão de palha, num dos quartos dos fundos das cozinhas do castelo, lendo revistas femininas. Ler não seria o termo correto, pois Anahí não sabia ler. Mas ela parecia estar se deliciando com as ilustrações de moda.



– Veja este aqui, senhorita Dulce – disse ela, quando os dois entraram correndo no quarto. – Não é lindo? Estou com vontade de encomendar este modelo.



Christopher, exausto por cavalgar até o castelo, largou-se em uma cadeira pouco segura ao lado da cama e procurou recuperar o fôlego. Suas extremidades estavam dormentes por causa do frio. Não sentia os dedos e as orelhas. A “Amazona”, sempre no comando, era uma excelente cavaleira, e sua égua Willow preferira evitar as conveniências modernas, como pontes e estradas, e optara pelos terrenos mais desafiadores, como ravinas e encostas.



Ou então a senhorita Saviñon tentara simplesmente despistar Christopher. Ele pensou que deveria ser a segunda hipótese, pois quando ela puxou as rédeas de Willow na ponte levadiça do castelo e viu que Christopher ainda estava atrás dela, não conteve uma expressão de surpresa. Mesmo assim, fez um elogio.



– Para um londrino... o senhor cavalga muito bem.



Christopher teve que dissimular o cansaço extremo – sem dúvida em consequência da grande quantidade de uísque consumido na véspera – e o espanto diante das ruínas da propriedade de Glendenning, que, fazendo jus ao nome, era um castelo verdadeiro. Havia torres, ameias e talvez até uma masmorra. Construído com fragmentos de pedras pelos ancestrais do atual conde, era uma fortaleza escura e horrenda que, por certo, não proporcionava conforto aos moradores. Não era de admirar que Dulce recusasse o casamento com o conde. A Cabana do Riacho parecia infinitamente mais confortável.



Christopher não podia entender por que Anahí havia escolhido aquele lugar horrível para dar à luz. Na certa não devia ser por comodidade. No quarto imundo – para onde haviam sido levados por uma cozinheira sisuda – havia um amontoado de batatas, cebolas e nenhum aquecimento. Ele nunca vira nada igual, embora tivesse ouvido falar de tais recintos pelos conferencistas que iam à sua universidade relatar as condições adversas de trabalho. E era ainda mais difícil supor que locais como aquele existissem em um castelo cujo dono se considerava um homem de ideias avançadas.



Mas havia sido para isso que Christopher fora para Skye. Para ajudar os pobres e oprimidos. Mais ainda. Queria demonstrar para Natália que não pretendia ficar à espera de que sua fama como “marquês médico” fizesse o trabalho por ele. Tencionava provar seu valor como médico de merecimento próprio e não pelo número de nobres em sua lista de clientes.




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Autor(a): leticialsvondy

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Mesmo assim, nunca se vira em meio a pilhas de vegetais, escutando uma grávida falar sobre gravuras de moda. – Veja isto! – Anahí virou uma das páginas para Dulce analisar. – Mangas bufantes, elas estão na moda. Não tenho nenhum vestido assim, mas quando milorde e eu nos casarmos, terei um guarda-roupa repleto. &ndas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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