Fanfics Brasil - Capítulo 7 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 7 (PARTE 3)

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Mesmo assim, nunca se vira em meio a pilhas de vegetais, escutando uma grávida falar sobre gravuras de moda.



– Veja isto! – Anahí virou uma das páginas para Dulce analisar. – Mangas bufantes, elas estão na moda. Não tenho nenhum vestido assim, mas quando milorde e eu nos casarmos, terei um guarda-roupa repleto.



– Claro que sim – Dulce disse, sentada sobre um cesto de maçãs virado de boca para baixo, folheando outra revista de moda, como Christopher vira Natália fazer com uma edição do Godey’s na sala de estar.



– Se dessa vez for um menino – Anahí explicou –, ele se casará comigo.



– Espero que sim – Dulce retrucou com suavidade.



– Será que a senhora Murphy ficará aborrecida por ter de me chamar de milady? Se isso acontecer, vou achar muita graça.



– Ainda bem.



– Acha que dessa vez conseguirei um menino, senhorita Dulce?



– Veremos – Dulce evitou dar palpites.



Christopher continuou sentado em sua cadeira, pensando que talvez houvesse cometido um erro ao ter ido junto. Aquela situação poderia ter sucesso apenas com a presença da indomável Dulce. Ela não era licenciada para a prática médica, mas que parteira tinha licença? Por que não lhe permitir aquela pequena vitória? Isso poderia lhe garantir a aprovação dela, o que representaria um grande avanço na confiança dos ilhéus.



Talvez fosse melhor procurar o conde na imensidão daquele castelo monstruoso e aproveitar para beber uma dose de uísque, que o faria sentir de novo os pés e as mãos. De qualquer forma, precisava falar com Lorde Glendenning. Tinha que explicar que Dulce, a despeito de todas as suas características curiosas, era mentalmente sã e não oferecia perigo a si mesma nem aos outros. Se fosse possível, pediria ao conde para alugar um quarto na taverna, até que Dulce tivesse tempo de encontrar novas acomodações.



Pegou seu diário, pena e tinteiro, resolvido a escrever o que planejava dizer ao conde.



Apesar de ter que equilibrar o caderno no colo, conseguiu seu intento.



15 de fevereiro de 1847



Atendimento a uma garçonete prestes a dar à luz. Talvez a moça precisasse de alguns conselhos para não se iludir com Glendenning: para que ele compraria uma vaca, se tinha leite grátis e à vontade?



A Cabana do Riacho é tão charmosa e pitoresca como em uma paisagem pintada por Gainsborough. Natália adoraria o telhado rústico de colmo. Há um único problema. A moradia no momento está ocupada pela Amazona.



Nesse momento, Anahí sentou-se e deu um grito agudo.



Christopher ficou aliviado ao perceber que não fora o único a se espantar com aquela súbita mudança. Dulce largou a revista e se levantou do cesto como se houvesse levado um tiro.



– O que houve, Anahí? – Dulce pôs a mão no ombro da moça.



– Alguma coisa está errada, senhorita Dulce. – O rosto bonito de Anahí estava contraído pela dor. – Muito errada.



Dulce levantou imediatamente a manta que cobria Anahí da cintura para baixo e examinou-a por baixo da mesma. Anahí se atirara de costas nos travesseiros, gemendo em voz alta.



– Que gritaria é essa, capaz de acordar até os mortos? – A cozinheira apareceu, carregando uma chaleira de água quente.



Christopher esqueceu o diário, levantou-se e pegou a chaleira das mãos dela.



– Precisaremos de mais água quente, além de lençóis e toalhas limpos!



– Lençóis? – a cozinheira resmungou. – Toalhas? Se o senhor acha que vou desperdiçar a roupa de cama e banho de milorde nessa porcaria que está deitada...



Anahí deu outro grito e Christopher, embora não fosse um homem violento, respondeu com raiva.



– Senhora, se não fizer o que estou pedindo, serei forçado a obrigá-la.



– Verei o que posso fazer. – A mulher parecia alarmada e deixou o quarto às pressas.



Christopher pensava em sua antipatia pela cozinheira, pelo próprio conde e pelos homens que eram amorais e se espantou ao sentir um puxão na manga.



– Não sei como agir – disse Dulce, preocupada, sussurrando para não alarmar a paciente. – Ele ainda não se virou.



– Ele quem? – Christopher fez uma pergunta idiota.



Dulce o fitou com desprezo.



– O bebê. Quem mais poderia ser? Acho que terá que ser virado.



– Correto. – Christopher procurou aparentar calma. – A senhorita já virou um bebê ainda no útero?



– Sim... – respondeu Dulce, piscando. – Não... bebês humanos. De ovelhas, algumas vezes.



– Bem, então vá em frente. – Christopher se animou.



– Não é tão simples. – Dulce fitou-o com olhar penetrante. – Este quarto é minúsculo, os bebês de Anahí são imensos, e ela é uma moça de pequeno porte físico. Não acho que eu poderia fazer isso.



– Eu também não.



Dulce não escondeu o ressentimento.



– Pensei que o senhor havia estudado com as mentes mais brilhantes da medicina parisiense – ela ironizou.



– Nem elas poderiam ajudar nesta situação – ele retrucou no mesmo tom. – Precisamos de alguém com mãos pequenas. – Christopher largou a chaleira fumegante e estendeu os dedos com as palmas viradas para Dulce. – Veja estas coisas monstruosas. Acha que são adequadas para o que necessitamos?



Dulce estendeu uma de suas mãos e, palma contra palma, mediu as duas. Seus dedos tinham metade da grossura dos dedos de Christopher e eram quase três centímetros menores.



Christopher olhou para as duas mãos unidas e sentiu algo estranho que não soube definir. E a visão daquela mão delicada e feminina deixou-o perturbado. Teve a impressão de que os gritos iam ficando cada vez mais fracos, até que mal podiam ser ouvidos, e ele viu com clareza surpreendente que a íris dos olhos azuis de Dulce tinha um contorno quase negro.



Felizmente Dulce comparou a diferença de tamanho das duas mãos e soltou um palavrão que foi como um balde de água fria no calor do sentimento que ameaçava desabrochar no peito de Christopher em relação a ela.



– É isso – disse ele, tirando a mão rapidamente. – Vá em frente. – Segurou-a pelos ombros e virou-a para a paciente. – Cuidado com o cordão. Não deixe que ele se enrole no pescoço da criança.



– Tentarei não me esquecer – ela resmungou.



Christopher se sentou junto à cabeça de Anahí e segurou sua mão.



– Não se preocupe, Anahí. A senhorita Dulce tem tudo sob controle.



– Então o que o senhor está fazendo aqui? – Anahí o olhou com suspeita.



– Eu? – Christopher sorriu e demonstrou confiança. – Vim para encorajar as duas. Eu ouvi quando falavam sobre moda e, como acabo de chegar de Londres, tenho o dever de avisá-las que aquelas revistas são antigas. Não se usam mais mangas bufantes. De fato...




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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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