Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy
– Agradeço bondosamente sua oferta – Christopher disse com cuidado –, mas não tenho dívidas em Londres. Ela franziu a testa.
– Não é possível. Por que o senhor viria para cá? Certamente Lorde Glendenning lhe ofereceu...
– O pagamento pelo cargo de médico, conforme o anúncio dele. Insignificante, como deve saber. – Christopher cismou que o dia estava ficando cada vez mais estranho. Se não estava enganado, Dulce Saviñon estava lhe oferecendo suborno para ele deixar a ilha. Sem saber que ele era um dos pares do reino que ela tanto odiava, na certa imaginava que era dinheiro o motivo de sua ida para Skye. – Posso lhe assegurar – ele sorriu – que minha motivação para aceitar esse cargo não foi pecuniária.
Dulce franziu ainda mais a testa.
– Então por quê? – A frustração estava presente em seu tom de voz. – Por que o senhor haveria de deixar Londres e vir justo para cá? Deve haver centenas de cargos mais rentáveis para um médico de sua categoria. Por que logo aqui?
– Simples. – Ele ergueu os ombros. – Vim por causa do haggis*
Impaciente, ela continuou a encará-lo.
– Está certo, eu lhe contarei o motivo por ter escolhido esta ilha. Porque me pareceu o local mais longínquo possível, mas que ainda continua em solo britânico.
– E do que o senhor queria escapar em Londres?
Dulce era muito perspicaz, como ele já percebera.
– De minha ex-noiva.
Christopher poderia esperar qualquer reação, menos a gargalhada que se seguiu.
– Oh, não posso acreditar.
Humilhado, ele estreitou os lábios. A referência ao haggis não a fizera rir, mas ela achara hilariante alguém fugir de uma mulher...
– Na verdade, não havia grandes motivos para fugir, mas eu apenas queria provar que ela estava errada. Ela me acusou de ser um imprestável e imaginei...
– Que vir para Lyming seria uma atitude oposta à de qualquer imprestável? – Dulce anuiu, ainda sorrindo. – Entendo. Desculpe-me por ter dado risada. Eu disse a Lorde Glendenning que deveria haver um motivo para o senhor ter vindo para cá, tão longe de sua clínica, que, suponho, era bem-sucedida. Imaginei que o conde o houvesse subornado. Mas ele se referiu a algo parecido com o que o senhor contou. Desejo de fazer o bem.
Christopher procurou sorrir, mas não pareceu muito convincente.
– E quanto à senhorita? Por que voltou para a ilha, sabendo que teria que morar sozinha na ausência de seus pais?
Dulce inclinou a cabeça.
– O senhor ouviu? Creio que o conde está nos chamando.
Christopher não ouviu nada a não ser o barulho do vento e o grito de uma gaivota que voava por cima de uma onda.
– Não escutei nada. Agora seja sincera. Não acredito que seus pais ficariam satisfeitos se soubessem que a senhorita resolveu morar aqui sozinha.
– Precisamos descer – ela afirmou, tentando passar por ele. Christopher não saberia dizer qual dos dois se espantou mais, quando ele a segurou pela mão.
– Senhorita Saviñon, por que está fugindo de minha pergunta? – ele se ouviu dizer.
A mão na dele era quente e parecia ter vida própria. Seria imaginação sua ou a pulsação dela se acelerara sob seus dedos? Seria possível que a senhorita Dulce se sentisse tão afetada como ele pela proximidade?
Pela voz dela, que continuava rouca e autoritária, nada se podia deduzir.
– Doutor Uckermann, por favor, solte minha mão.
– Eu o farei, quando responder à minha pergunta.
O estranho era que a pulsação dele também estava descontrolada. Não havia como negar que Dulce Saviñon era uma jovem muito bonita, mas não era a mais bela que ele conhecia.
Natália, com os cabelos castanhos e a silhueta graciosa, seria considerada mais bonita do que Dulce à maneira tradicional.
Então por que seu coração palpitava de maneira tão curiosa?
– Entendo que o senhor tenha que morar aqui por ter aceitado o cargo de médico da aldeia. – Dulce continuava a puxar a mão. – Mas até a noite passada eu não sabia que o senhor viria, portanto...
Se aquela não era mais uma tentativa de mudar de assunto...
– Srta. Saviñon, tudo o que eu quero saber é...
– Levarei algum tempo – ela continuava tentando soltar a mão – para desocupar a cabana. Espero que o senhor não se importe...
– Senhorita Saviñon... – ele repetiu.
– Não vai demorar muito – ela assegurou, sem demonstrar que o ouvira. Parecia resolvida a continuar no mesmo assunto. As interrupções dele somente serviam para prolongar a situação, pois ela não ouvia nenhuma palavra do que Christopher dizia. – Eu lhe ficarei muito grata se puder esperar até o verão. Sei que é um pedido inoportuno, mas preciso muito ficar na ilha... e na cabana... até...
Ele a interrompeu, selando-lhe os lábios com um dedo.
– Psiu. – Ele procurou acalmá-la. – Entendo. Use o tempo que for necessário. Encontrarei outra acomodação, não se preocupe.
Dulce ficou vesga ao olhar para baixo e fitar o dedo que ele pressionava sobre sua boca cálida e vibrante. Ocorreu a Christopher que ele gostaria de sentir aqueles lábios em outras partes de seu corpo. Foi um pensamento um tanto excitante.
– Doutor Uckermann...
– Chega. – Ele pressionou o dedo com maior intensidade. – Eu já lhe disse, darei um jeito...
Dulce afastou de sua boca o dedo de Christopher com tanta força que o machucou.
E doeu ainda mais quando ela torceu o pulso de Christopher e o fez soltar sua mão.
– Senhorita Saviñon! – ele gritou.
Dulce aproximou da orelha dele a boca cálida e vibrante.
– Nunca mais faça isso – ela sussurrou e o soltou.
Christopher endireitou-se e esfregou o pulso machucado. Santo Deus! Glendenning estava certo. Ela era maluca!
Ele não saberia discernir se o que ocorreu em seguida havia sido bom ou ruim, mas naquele instante Lorde Glendenning abriu a porta atrás deles e apareceu nas ameias, demonstrando alívio.
– Ah, enfim os achei. Eu não sabia mais onde procurá-los. Eu devia ter desconfiado. Sempre que tem oportunidade, Dulce sobe até aqui – o conde afirmou com afeição e calor.
Christopher imaginou se o conde já sofrera uma torcida de pulso tão dolorida e, se fosse o caso, como ele ainda a fitava com olhar tão apaixonado?
– Se milorde acha que Anahí está bem, devo ir embora – Dulce considerou.
Lorde Glendenning pareceu surpreso.
– Suponho que ela está bem, Dulce, mas você não precisa ir embora. A cozinheira está fazendo um almoço para nós. Achei que você e o doutor...
– Eu não posso ficar, milorde. Mas o doutor Uckermann adoraria sua sugestão.
Christopher começou a gaguejar uma desculpa, mas não encontrou nenhuma. Não tinha para onde ir, nem onde comer, nem quarto para ficar, nada para fazer e nenhum paciente, a não ser os dois malucos do castelo.
– Esplêndido! – disse Lorde Glendenning, batendo em suas costas. – Depois do almoço iremos até a aldeia para examinar seu dispensário.
Christopher fitou Dulce com raiva, mas ela lhe deu as costas antes de afirmar que daria uma espiada em Anahí antes de ir embora.
Em segundos ela desapareceu por onde tinham vindo, e Christopher imaginou se não seria tão tolo quanto Glendenning. Afinal, acabara caindo no conto da dama indefesa e assegurara que ela poderia ficar na cabana dele durante o tempo que fosse necessário. Ora, Dulce não era nem um pouco indefesa. Era, sim, uma mulher que tomava conta de si mesma com perfeição.
De fato, era Christopher que começava a achar que precisava de um pouco de ajuda.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43
Já acabou? Naaaaaaaaaao
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capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16
Aaaaaaah,continua logoooo
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ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04
Vc voltou *-*
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ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59
Poxa, abandonou? :(
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wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33
OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??
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wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31
ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa
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wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30
Continua... Leitora nova e estou amando.
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heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01
Contt 😍😍
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Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32
Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^
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millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10
Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa