Fanfics Brasil - Capítulo 9 (PARTE 1) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 9 (PARTE 1)

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Pela segunda vez em vinte e quatro horas, Christopher Uckermann foi despertado de seu sono profundo de maneira rude.



E pela mesma mão, como não demorou a entender.



– Vamos, Uckermann – disse o conde, impaciente –, não temos a noite toda.



Christopher, enrolado em várias mantas, piscou por causa da luz da vela e ficou confuso. Por alguns instantes, não sabia onde se encontrava.



De repente, sua memória voltou. Estava no castelo de Glendenning por ter impedido que o conde obrigasse Dulce a deixar a Cabana do Riacho e porque não havia acomodações razoáveis na aldeia.



O dispensário também não oferecia condições de moradia. O recinto precisava de uma boa limpeza, camadas de tinta e uma visita do limpador de chaminés antes que a umidade se colasse definitivamente às paredes.



Ainda assim, o dispensário, úmido e com cheiro de mar, teria sido preferível às acomodações oferecidas pelo conde, que ele acabou aceitando. O quarto que lhe fora destinado era grande, mas gelado. O fogo da lareira não alterava a baixa temperatura, e ele foi forçado, enquanto escrevia algumas palavras para a mãe e as irmãs na enorme escrivaninha que ficava em um dos cantos, a usar luvas, chapéu e cachecol, encolhido como um pobre secretário de alguma peça teatral.



Natália ficaria espantada com a determinação dele. Indeciso? Ele? Jamais.



Mas não houve escolha. Seria aquilo ou juntar-se a Glendenning naquele hall horroroso onde o conde ficava polindo a maldita espada, acompanhado dos cães mal-cheirosos. Christopher tinha coisas melhores a fazer do que ficar observando Glendenning se coçar e admirar o próprio reflexo na lâmina da família.



As cartas não tinham sido bem feitas. Era muito difícil escrever com luvas, mesmo com as pontas dos dedos para fora. Mas a tarefa fora cumprida, e as cartas estavam empilhadas à espera de um mensageiro que a levasse para o correio. Havia também uma para Pearson e



Shelley, contando as aventuras vividas em Skye, sem omitir detalhes, nem mesmo em relação às calças usadas por Dulce Saviñon. Embora houvesse passado a noite apenas escrevendo as cartas, Christopher estava cansado.



Talvez fosse a atmosfera marinha. Ou a umidade das paredes do castelo. Fosse como fosse, largou-se na cama enorme de dossel com a cobertura rasgada e adormeceu de imediato. Não ficou nem um pouco feliz por ter sido acordado algumas horas mais tarde, no meio da noite, por seu anfitrião.



– Vá embora – Christopher resmungou, tirando as pontas da manta das mãos do conde.



Sonolento, esqueceu que Glendenning era seu empregador e que o conde não sabia que estava acordando de modo rude o oitavo marquês de Stillworth.



Lorde Glendenning – muito bem agasalhado, o que tornava evidente que ele pretendia sair, embora dentro do castelo estivesse tão gelado quanto fora – não se ofendeu.



– Mexa essa carcaça preguiçosa, Uckermann. Isto é, se quiser ver a prova da insanidade mental da senhorita Saviñon.



Aquilo o convenceu. Christopher não pulou da cama, mas desistiu de tentar rastejar de novo para dentro dos cobertores.



– Como é? – ele perguntou com voz rouca de sono.



– O doutor me ouviu. – Glendenning pegou o calção de Christopher que estava em uma poltrona próxima. – Vista isso e pegue seu capote. Esta é uma noite de lua cheia, quando Dulce costuma andar pelo cemitério.



Glendenning deixou o calção na cama e virou-se, levando a vela.



– Não é insanidade mental – o conde resmungou para si mesmo, foi até a lareira onde só havia brasas. – Veremos!



Christopher entendeu que o comentário se referia à sua afirmativa durante o almoço de que Dulce não sofria de insanidade mental, apenas de uma teimosia exagerada. Tal ponderação irritou o conde e o fez acusar o doutor de ter cedido aos encantos da jovem.



– Ela é desse jeito – ele havia declarado com o dedo em riste, por cima do rosbife. – Ela é capaz de encantar, mas posso lhe garantir que ela não é isso tudo, pelo menos na cabeça.



Christopher largara o garfo e se impacientara.



– Glendenning, só porque ela não quer se casar com milorde, não quer dizer que ela deve ser internada em Bedlam.



– O doutor verá – o conde resmungou, entre goles de cerveja. – Eu lhe mostrarei, e o doutor comprovará.



Christopher apenas sacudiu a cabeça. Se havia alguém em Lyming que tinha a mente perturbada, com certeza não se tratava de Dulce Saviñon.



E suas suspeitas se confirmaram, quando alguém entrou em seu quarto às duas da manhã e declarou que fariam um passeio até o cemitério. No entanto, Glendenning era seu anfitrião, além de empregador, e parecia ser relativamente são. Christopher suspirou, saiu da cama quente e vestiu as roupas frias.



Meia hora mais tarde, ele estava agachado atrás do muro da igreja, tremendo de frio e desejando jamais ter saído de Londres, onde nunca havia sido chamado para visitar cemitérios no meio da noite. Sua avaliação a respeito de Lorde Glendenning teria sido correta? O conde o arrastou para a noite lá fora, que poderia ser a mais fria do ano, e não parecia se sentir desconfortável, apesar de estar usando um kilt e, como Christopher, estar sentado sobre a neve. Christopher teria duvidado da humanidade do conde, se ele não lhe tivesse oferecido o uísque de uma garrafa que tirara de dentro da capa, embora a bebida não afastasse o frio.



Glendenning não tremia nem parecia cansado. Ele estava quieto, sentado, observando as lápides que lançavam sombras alongadas na neve, sob o luar. O conde seria um daqueles espectros sanguessugas de origem germânica sobre os quais Pearson lhe falara? Eles eram impermeáveis à temperatura. Glendenning teria provocado a saída para morder seu pescoço e chupar-lhe o sangue?



Não parecia provável. Ele poderia ter sugado o sangue de Christopher dentro do castelo. Além do mais, os vampiros, ainda de acordo com Pearson, não comiam com a voracidade do conde. Eram frugais e seletivos na alimentação.



Glendenning não era um vampiro. Mas isso não significava que não fosse um tolo, como Christopher também devia ser, pois o acompanhava. Afinal, o que estariam fazendo naquele local?



Christopher não era supersticioso e não esperava ver nada naqueles túmulos, mas havia algo... insólito no ar. Talvez fosse o silêncio quebrado de vez em quando pelo piar de uma coruja. Elas não eram atraídas pela morte e pela epidemia? Em Lyming, havia o suficiente...



“Dulce seria uma vampira?”, Christopher perguntou a si mesmo. Seria isso que Glendenning tentava provar? Era improvável. Vampiros sofriam combustão espontânea sob a luz do sol, e Dulce continuava inteira depois de ficar ao sol nas ameias, naquela manhã. De fato, ela brilhava e os cabelos vermelhos refletiam os raios solares...



Glendenning assustou-o ao pôr a mão em seu ombro.



Christopher, envolvido nas lembranças de Dulce e esquecido de onde se encontrava, afastou a mão do conde.



– Se milorde fizer isso de novo, irei embora.



– Psiu – Glendenning sussurrou. – O doutor ouviu aquilo?



Christopher ouvira.



– Milorde está se referindo à coruja?



– Ah, eu pensei...



– Era apenas uma coruja.



Christopher estava convencido de que era o conde que precisava de cuidados médicos. Nada havia ali, exceto um frio de matar e o cheiro de fumaça que vinha da chaminé da casa do vigário. Como Christopher invejava o vigário! O religioso, sendo escocês e não inglês, não poderia chamar-se vigário. O mais provável era que fosse um pastor. Christopher, mesmo sem muita paciência com a igreja, não teria se importado de ser um pastor aquecido em uma cama, com uma mulher gorda a quem se aconchegar e esperar um café quente pela manhã. Nem mesmo isso Christopher tinha para esperar. A cozinheira do castelo Glendenning era tão pouco talentosa quanto dura de coração.



Christopher mergulhou na mais terrível das depressões, convencido de que cometera o pior erro de sua vida ao ter ido para Lyming. Imaginou o que Natália pensaria se ele entrasse na sala de estar dos pais dela na semana seguinte e dissesse:



– Perdão, você estava certa. A profissão de médico não é boa. Se você ainda quer ser Lady Stillworth, vamos a Stillworth Park, onde nos tornaremos Lorde e Lady Stillworth até o fim de nossos dias.



Nisso, Glendenning cutucou-o com o cotovelo e apontou.




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Autor(a): leticialsvondy

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Christopher observou a direção do dedo não muito limpo do conde e teve uma visão que fez seu sangue esfriar, o que não seria difícil, pois ele mesmo estava quase congelado. Viu uma silhueta encapuzada que se movia rapidamente por entre as lápides. O coração de Christopher disparou, porque ele tinha certeza de que ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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