Fanfics Brasil - Capítulo 9 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 9 (PARTE 3)

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– Não sei. – Essa era a única resposta que Christopher podia dar.



– Como não sabe? – O conde lhe lançou um olhar dardejante. – É óbvio. Ela está maluca.



Christopher tentou raciocinar. Era difícil, por causa de seu grau de exaustão, da quantidade de uísque que havia tomado e do frio excessivo. Assim mesmo, ele tentou.



E não gostou do que teria que sugerir.



Não era apenas o fato de Dulce estar num cemitério no meio da noite, escrevendo o nome dos mortos, nem por perambular pela aldeia, sempre à noite, recolhendo terra. Havia mais uma coisa que o perturbava, algo que ele descobriu no dispensário da aldeia.



Faltava um equipamento médico.



Ele havia visto um bom estoque de ataduras, unguentos e pomadas.



Mas o local da mesa onde na certa havia um microscópio estava vazio e ele só encontrou um punhado de lâminas quebradas em volta.



Faltavam também frascos com substâncias químicas nas prateleiras.



O mais estranho de tudo era que não havia nenhum prontuário de pacientes no local.



Impossível que o pai de Dulce não houvesse mantido um controle dos doentes.



O que teria acontecido com eles?



Ladrões? Talvez. Mas não havia sinal de arrombamento, e Glendenning jurava que só ele tinha a chave do local. E por que prontuários médicos iriam interessar a ladrões?



Teria de recomeçar do zero.



Para Christopher, um microscópio seria facilmente substituível. Ele mandaria comprar outro, e seu banco pagaria a conta. Lâminas e produtos químicos também poderiam ser repostos.



O que o perturbava era saber por que tinham sido retirados. Com que finalidade? Por que não acreditar que se tratava de um ato inocente?



Porque tinha quase certeza de quem os retirou. Mas o que o realmente o apavorava era o motivo.



As mulheres não deveriam se meter a usar estas coisas.



– Milorde mencionou – Christopher disse ao conde – que a senhorita Saviñon tem um quarto trancado na cabana.



– Sim. Não há fechaduras na ilha, apenas a do dispensário e outra na porta do escritório do pai de Dulce, como ele chamava o recinto. Por quê?



– Por nada – Christopher respondeu, pensativo.



Glendenning podia não ser o mais inteligente dos sujeitos, mas também não era estúpido.



Em um segundo, ele segurou os ombros de Christopher e virou-o de frente.



– Diga-me, Uckermann – a voz dele, que em geral soava como um trovão distante, pareceu mais suave na noite fria –, não me esconda nada. Vejo por seu modo evasivo que alguma coisa não lhe parece correta. Ela... realmente é um caso perdido? É isso?



– Solte-me. – disse Christopher , encarando o conde.



Glendenning obedeceu e se afastou. Em seguida, virou-se, e Christopher viu que ele estava pálido de raiva.



– Acho melhor dizer logo do que se trata! O senhor sabe mais do que aparenta. É bom começar a falar ou acabará cuspindo seus dentes, doutor.



Christopher suportava muitas coisas. Aguentou ser dispensado por Natália, o amor de sua vida, porque ela o considerava um imprestável e mal-educado que não sabia usar o excelente título que possuía. Abandonou tudo o que sempre conhecera para recomeçar a vida em Lyming, uma aldeia no fim do mundo, só para provar que ela estava errada. Ele não era imprestável nem grosseiro, e se ela o amasse de verdade não se importaria de ser chamada de senhora Uckermann ou Lady Stillworth. Ele foi capaz de mergulhar na água gelada para salvar um barqueiro e supervisionou o nascimento difícil do filho ilegítimo de uma criada da taverna local. Podia até tolerar ser acordado no meio da noite por um conde apaixonado.



Mas havia uma coisa que ele não aturava. Ameaças. Virou-se para Alfonso Herrera, com os punhos erguidos.



– Tente me agredir, Glendenning, para ver o que acontece.



O conde pareceu abalado e fitou o punho que Christopher mantinha apontado diante de seus olhos.



– Ora, Uckermann, o que é isso? Eu não pretendia fazer nada. Não precisa se alterar tanto.



Christopher entendeu que havia ido longe demais e abaixou o punho. No entanto, não pôde acalmar o coração disparado nem evitar que os pelos de sua nuca se arrepiassem.



– Desculpe-me, milorde.



Glendenning o olhou com receio.



– Eu é que tenho que pedir desculpas, doutor. – A respiração ofegante de ambos formava no ar flocos brancos de vapor. – Pode me dizer, doutor. Suportarei, seja o que for. O que é isso? Possessão ou bruxaria?



Uma coruja piou no momento em que o conde pronunciou a última palavra, e Christopher estremeceu.



– Nenhuma das duas coisas. – Christopher se agasalhou melhor com a capa.



– Então é isso. – Pesaroso, Glendenning encolheu os ombros. – Acho que eu sempre soube. Nunca me pareceu natural ela não querer nada comigo. Todas as mulheres que conheci... bem, pelo menos isso explica tudo.



Christopher o olhou sem entender.



– Doutor, não queira me iludir. Dulce é louca e não adianta fingir que não é verdade.



Christopher não fingia coisa nenhuma. Pelo menos, de modo consciente. Pensou em Pearson e sua condessa e em como ficaria animado com a perspectiva de ter uma demente sobre quem escrever. Ele era mesmo um idiota. Um imprestável. O que ele sabia a respeito de demência? O que ele sabia em geral? Dulce falou com desprezo dos nobres do Royal College of Physicians.



Homens com títulos que nada sabiam e que só pensavam no orgulho próprio...



A voz profunda de Glendenning mais uma vez interrompeu suas reflexões.



– O que o doutor acha que devemos fazer? Ela representa um perigo para si mesma?



– Eu não diria isso. – Christopher suspirou. – Pelo menos... isso depende do que acharmos naquele quarto.



– Em qual deles?



– No da cabana, o que está trancado.



O conde resfolegou.



– Ah, o doutor jamais conseguirá entrar lá. Ela guarda seus bens misteriosos como se fossem as joias da coroa.



– E quanto aos parentes? Aqueles que a receberam quando os pais viajaram?



– Ah, sim – Glendenning se lembrou. – Trata-se de um tio que talvez seja um nobre. O que há com ele?



– Acho que seria melhor escrever para ele – Christopher murmurou.



– E de que adiantaria isso? Ele a arrastará de novo para Londres.



– Que é o lugar dela. Alguém tem de tomar conta da senhorita Saviñon. É evidente que ela está arquitetando alguma coisa. E, pelo fato de ela manter tudo em segredo, significa que não deve ser algo bom para ela...



– Eu já lhe disse – Glendenning berrou – que tomarei conta de Dulce! O doutor terá apenas que convencê-la de que, segundo sua opinião médica, ela não pode viver sozinha, e eu farei o resto...



– Glendenning, se a senhorita Saviñon está realmente louca, milorde não pode se casar com ela – Christopher o preveniu, desgostoso.



– E por que não? Há algum impedimento legal contra isso?



– Provavelmente. Mas mesmo se não houvesse, milorde haveria de querer para a mãe de seus filhos uma mulher que perambula em cemitérios no meio da noite?



Glendenning ergueu o queixo.



– Meu pai sempre dizia que minha mãe não era boa da cabeça, e eu não tenho nenhum problema.



Christopher considerou que essa era uma questão de ponto de vista, mas resolveu ser caridoso.



– Não duvido disso. Falarei com a senhorita Saviñon pela manhã, e veremos se ela tem alguma explicação aceitável.



– Assim está ótimo. – O conde não escondia sua alegria. Ao perceber que Christopher não estava muito feliz, ele o enlaçou pelo ombro. – Não fique tão aborrecido, Uckermann. Tudo dará certo. Conseguirei a esposa que desejo, o doutor vai se instalar na cabana, e ficaremos todos felizes.



Christopher tinha sérias dúvidas a respeito disso.




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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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