Fanfics Brasil - Capítulo 10 (PARTE 2) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 10 (PARTE 2)

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– Gostaria de tomar chá, doutor Uckermann?



– Chá!? – Christopher engasgou. – A senhorita perguntou se eu gostaria de tomar chá? Foi isso que a senhorita disse!? – Christopher Uckermann, que para Dulce parecia o mais calmo dos homens, estava a ponto de explodir. Uma veia palpitava em sua testa, e os olhos castanhos, sempre tão tranquilos, irradiavam ódio. – Foi isso que a senhorita disse? – ele repetiu, ameaçador. – Chá? Eu lhe faço uma pergunta pertinente, e a senhorita me pergunta se quero chá?



Dulce descruzou os braços e se afastou da porta. Uma brisa gelada soprava através dela.



Dulce foi até a lareira, onde as chamas estavam quase extintas.



– O senhor deve estar morto de frio – ela disse, remexendo as brasas com o atiçador. – Pensei que uma xícara de chá fosse lhe agradar.



– O que me agradaria – ele respondeu, exasperado – seria uma explicação.



– Bem – disse Dulce, mexendo na chaleira –, como não sei do que o senhor está falando, não posso lhe dar explicações. Portanto, terá de se contentar com o chá.



Revoltado, Christopher puxou uma cadeira e se sentou.



– Por que – ele parecia falar consigo mesmo – vim para cá?



Dulce não sabia dizer se ele se referia a Lyming ou à cabana e, com pena dele, perguntou:



– O senhor tomou o café da manhã? Ainda tenho ovos...



– Não quero ovos! – Christopher respondeu, batendo na mesa com o punho fechado. – Quero saber o que pretende fazer. Por acaso está tentando convencer o conde de que está maluca? Se é isso, saiba que não adiantará. Ele quer se casar com a senhorita de qualquer maneira.



As chamas aumentaram, Dulce pôs a chaleira com água para ferver e foi até a porta da despensa.



– Isso é porque – disse ela por cima do ombro – sou a única mulher da ilha...



–... que ele ainda não teve – Christopher concluiu. – A senhorita já me explicou sua teoria sobre o caso. Acha mesmo que está no caminho certo, com todos esses segredos? Não quero que fique alarmada, mas andar ao redor dos túmulos de vítimas de cólera é bastante perigoso. A senhorita sabe que o contágio pode se dar pelo ar.



Dulce nem o olhou enquanto fechava a porta da despensa com o pé e equilibrava nos braços um pão, um pote de manteiga e um vidro de geleia.



– Não fale bobagem!



– Não estou fazendo isso. Não quero ofendê-la, mas por maiores que sejam seus conhecimentos médicos, a senhorita não recebeu a mesma formação que recebi. E posso lhe garantir que talvez esteja pondo em risco não apenas sua vida, mas a de todos os habitantes da aldeia.



Dulce sentiu o rosto em fogo. Por que esse homem a deixava com tanta raiva? Ficou envergonhada devido a sua atitude no dia anterior, quando arrancara dos lábios o dedo de Christopher.



Mas o que mais poderia ter feito? Era ridículo que um mero toque de um homem a afetasse tanto.



Mas essa era a verdade.



Dessa vez procurou não ficar com raiva e pôs a mesa para o desjejum.



– Sei que o senhor se considera uma grande autoridade na questão do cólera. Estou consciente de que, pelo fato de o senhor ter se deslocado de Londres até aqui para nos deslumbrar com sua experiência eu deveria lhe ser grata, como uma verdadeira camponesa, por seu conselho esclarecedor. Mas devo discordar de suas conclusões, afirmando que minha visita ao cemitério trará uma nova onda de cólera à comunidade. Tenho que discordar de seus colegas que afirmam que o cólera é causado por miasma, como o tifo ou a escarlatina.



Christopher parecia não escutá-la. Ele analisava a cabana com irritação.



– Não está certo – ele declarou, finalmente.



Dulce anuiu enquanto cortava uma fatia de pão.



– Eu sei. É uma ousadia de minha parte contradizer os postulados médicos. Mas eu creio...



– Não se trata disso – Christopher respondeu com desprezo, como se estivesse irritado com ela por não seguir o modelo de seus pensamentos. – Estou me referindo ao fato de a senhorita morar aqui, sozinha. Não está certo – ele repetiu.



Dulce relanceou um olhar ao redor.



– Bem, não uso o quarto de meus pais nem o de meus irmãos, mas não acho que deva ser condenada por desperdiçar espaço...



– Sabe muito bem do que estou falando, senhorita Saviñon. – Ele a fitava, irritado. – Uma jovem como a senhorita não deveria morar sozinha. Nem receber visitas masculinas sem uma acompanhante por perto. Creio que seus pais não gostariam disso, se soubessem.



Dulce era da mesma opinião. Mas o trabalho era mais importante, e ela preferia pensar que, se soubessem, entenderiam que a filha estava apenas tentando provar a sua teoria...



– O conde disse que a senhorita tem um tio – Christopher continuou –, e que seus pais foram para a Índia, mas a deixaram aos cuidados dele...



Dulce começava a perceber que o médico ia acabar interferindo em seu trabalho. Teria que usar alguns subterfúgios. Passou manteiga no pão que havia cortado para ele e suspirou.



– É verdade.



– E o que seu tio disse – Christopher mostrou indignação – quando a senhorita resolveu vir para Skye?



– Ele não gostou, mas compreenda, não posso voltar.



– Infelizmente, não posso ser compreensivo. – Christopher pegou a fatia de pão com manteiga e o vidro de geleia.



– O senhor não entende. Não posso voltar.



– Por que não? – Christopher entregou a ela a fatia de pão com manteiga e geleia. – Pegue. E não tente me dizer que fugiu porque ele lhe batia. Não sou tão ingênuo quanto pareço ser. Estou convencido do fracasso de um homem que tentasse lhe bater.



Dulce franziu a testa para a fatia de pão que ele segurava. Ela se preparava justamente para dizer aquilo para Christopher , mesmo à custa de manchar o bom nome do tio.



– Por que não me diz francamente o que a fez voltar para Skye? Isso ajudaria muito, não acha?



Dulce o fitou com raiva.



– Para quê? Para o senhor tentar me proteger um pouco mais?



– De maneira nenhuma. Estou apenas tentando dialogar, supondo que nós dois somos pessoas racionais. Onde fica essa proteção?– O senhor não tem o direito de meter o nariz em meus negócios.



– É aí que a senhorita se engana. Tenho esse direito, se seus interesses se sobrepoem aos meus. A água está fervendo.



A chaleira sobre o fogo começou a cantar.



Dulce, ainda carrancuda, foi até a fornalha, com a certeza de que ele era o homem mais irritante que conhecia. Ele veio depois de uma noite insone, obviamente frustrado com ela, com o rosto por barbear e as pálpebras avermelhadas. No entanto, tudo o que ele fazia era se preocupar com problemas que não eram da conta dele. Estava certa de que não se tratava de ciúme profissional. Christopher não se ressentia pela posição de Dulce na comunidade nem por ela estar na casa que havia sido designada para ele. Christopher Uckermann parecia sinceramente disposto a ajudá-la.



E pelo que ela sabia dos médicos londrinos, aquela atitude era incomum.



– Quer açúcar? – Dulce não foi muito delicada, enquanto servia chá para Christopher.



– Apenas leite, se tiver.



– Claro. – Dulce pôs leite na xícara dele e estendeu o braço. – Aí está.



– Obrigado. – Ele bebeu como se não sentisse o gosto. – Bem, se a senhorita se recusa a usar de sensatez e não voltar para a casa de seus parentes, teremos que concentrar nossos esforços para encontrar uma viúva decente que possa ser convencida a vir morar aqui.



Dulce ficou tão surpresa com o que ele acabara de dizer, que acidentalmente, derramou na mesa o leite que pretendia pôr em sua xícara.



– Como é?



– Acredito que uma viúva seria uma acompanhante adequada – Christopher afirmou. – Primeiro considerei uma das moças da taverna, mas sabe como é, elas não têm... a melhor das reputações. Por isso me ocorreu que certamente haveria uma viúva que talvez pudesse vir morar aqui, para não deixá-la sozinha.



Dulce disse a si mesma que aquela interferência tinha ido longe demais.



– Uma viúva!? – ela gritou. – Para me fazer companhia? – Ora, doutor Uckermann, isso não... quero dizer, não preciso de acompanhante. Sou perfeitamente capaz de tomar conta de mim mesma...



– Como a senhorita tem demonstrado. Apesar disso, não posso deixar de perceber que Lorde Glendeninng tem sentimentos não muito honrosos a seu respeito. A senhorita já deixou um olho dele roxo. Não quero que isso aconteça novamente.



– Sim. – Dulce começava a perceber que estava perdendo terreno. – Todavia, uma acompanhante não impedirá que...



– Acredito que vai impedir, sim. – Christopher piscou, e Dulce teve a impressão de que ele estava gracejando. – Não fique assim irritada, senhorita Saviñon. Essa é a maneira apropriada de fazer as coisas.



– Não vou fazer nada disso!



– Senhorita Saviñon, é para seu próprio bem. Se as pessoas da aldeia não sabem cuidar dos interesses de um dos seus, eu terei de fazer isso...



Dulce caiu na gargalhada, mesmo sem achar graça nenhuma na situação, sacudindo a cabeça.



– O senhor chegou aqui anteontem e não sabe do que está falando. O senhor não conhece os meus interesses nem os dos outros.




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Autor(a): leticialsvondy

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– A senhorita não pode – ele disse com calma – continuar aqui como tem feito até agora. Não é adequado nem correto. A senhorita fica muito isolada aqui pelo riacho. Muitas coisas podem acontecer. Por acaso a senhorita tem uma faxineira? Ou pelo menos alguém para lavar a roupa? – Bem ... sim... tenho... – Dul ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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