Fanfics Brasil - Capítulo 10 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 10 (PARTE 3)

21 visualizações Denunciar


– A senhorita não pode – ele disse com calma – continuar aqui como tem feito até agora. Não é adequado nem correto. A senhorita fica muito isolada aqui pelo riacho. Muitas coisas podem acontecer. Por acaso a senhorita tem uma faxineira? Ou pelo menos alguém para lavar a roupa?



– Bem ... sim... tenho... – Dulce gaguejou – mas isso não é de sua conta.



– Quem pega a água?



– Ora, eu pego...



– Sim, do riacho, é claro. E a lenha para o fogo?



– Eu me arranjo...



– Sim, isso pode ser viável para o povo daqui de Lyming, mas não serve para mim.



Christopher parecia determinado e, infelizmente, a determinação lhe assentava bem. O que havia com esse homem, que ela achava tão atraente, a ponto de sonhar com ele? Além da boa aparência e do fato de observar hábitos higiênicos, ele não diferia de nenhum homem que Dulce conhecia.



Bem, exceto por esse cavalheirismo absurdo...



– Pois vai ter que servir – Dulce declarou. – Não pense, doutor Uckermann, que por ter aceitado o posto que era de meu pai, o senhor agirá como ele. O senhor não é meu pai, portanto, não pode ditar regras para minha vida, muito menos para minha pesquisa...



– Eu sabia! – Christopher ficou em pé de um pulo e apontou um dedo acusador para ela. – Então era isso que a senhorita estava fazendo no cemitério no meio da noite. Pesquisa.



Dulce sentiu novamente o rosto em fogo, mas ergueu o queixo, altiva.



– Claro que não. Não foi isso que eu quis dizer. O que eu...



– E a terra. – Christopher parecia tão satisfeito como se houvesse encontrado a galinha dos ovos de ouro. – Amostras de solo. Claro. Eu devia ter desconfiado. – Christopher recomeçou a andar e, acima da cabeça deles, Joe pulava de viga em viga. – Quando Glendenning me levou ao dispensário, notei a falta do microscópio de seu pai. Ele pensou que um dos aldeões o houvesse quebrado ou roubado... em tempos difíceis... Mas não foi nenhum deles. Foi a senhorita quem o pegou e trancou o instrumento no quarto – aquele que tratou de convencer Glendenning que é reservado para rituais satânicos – para ninguém ficar sabendo. A única questão que resta é saber o motivo. Por que a terra? Não entendo.



Christopher parou de andar de um lado para outro. Alto e de ombros largos, ele parecia ameaçador. Acreditava na necessidade de uma dama de companhia para protegê-la das investidas de Lorde Glendenning, mas Dulce começava a suspeitar que não era esse o caso. Ela precisava se proteger de Christopher Uckermann. Afinal, não era Lorde Glendenning que dançava com ela em seus sonhos.



– Terra – ele murmurou, ainda olhando para Dulce como se ela fosse um enigma passível de solução, se fosse encarada. – Terra. Dejeto. – Ele estalou os dedos e apontou para Dulce. – O miasma se eleva do lixo pútrido. É isso. A senhorita está tentando traçar a origem da epidemia de cólera do último ano, não é?



Dulce abriu a boca, mas não conseguiu falar. Como ele sabia? Como ele, conhecendo-a fazia pouco mais de quarenta e oito horas, conseguira decifrar o que ninguém na aldeia conseguia imaginar?



Afinal, ele era membro licenciado pelo Royal College of Physicians. Supôs que isso servisse para alguma coisa.



Ainda assim, ela se recusava a acreditar que ele havia raciocinado corretamente. Fechou a boca e desviou o olhar.



– Não seja insensato.



– Santo Deus! – Christopher deixou cair o braço. – Insensata é a senhorita.



– O senhor não sabe o que está dizendo. – Ela se afastou dele. – Não estou tentando fazer nada disso.



– Talvez uma cura. Ou uma vacina. Como aquela da varíola... – Ele recomeçou a andar.



Dulce resfolegou em resposta.



– A senhorita não entende o risco que está correndo? – Christopher perguntou com seriedade e um brilho de preocupação no olhar. – A cólera é um assunto perigoso. A senhorita não deveria brincar com isso.



Dulce o fitou com impaciência.



– O senhor quer um ovo ou não?



– Não quero, obrigado, e pare de mudar de assunto. A senhorita não deve saber o que está enfrentando.



Dulce largou a colher que segurava e se virou para encará-lo.



– Por quê? E se eu estivesse fazendo algo, o que não quer dizer que esteja, por não saber o que poderia estar enfrentando? Eu lhe digo que estou muito bem qualificada para lidar com o problema, pois enfrentei uma epidemia da doença, enquanto e o senhor pouco viu dela.



Christopher franziu a testa.



– Não é por isso.



– Não? Então por que é? Porque sou mulher?



– Eu não disse nada parecido. – Ele parecia confuso e parou de andar por um momento.



– Mas pensou.



– Bem, é preciso admitir que é um pouco...



– O quê?



– Estranho.



Dulce não conseguiu impedir uma risada.



– O que é tão engraçado?



– O senhor.



– Eu? – Christopher se espantou. – Por que eu seria engraçado?



– O senhor deixou uma clínica de sucesso em Londres e escolheu logo Lyming para trabalhar. Se isso não é “estranho”, então não sei o que é.



– Como já lhe expliquei, havia determinadas circunstâncias...



– Se está se referindo à sua noiva, sinto lhe dizer, mas acho isso ainda mais estranho. Ela o dispensou, não foi? Então por que está tão interessado em reconquistá-la?



– Reconquistar? – Christopher sacudiu a cabeça. – Do que está falando?



– Bem, foi o que o senhor disse ontem no castelo. Que o motivo de sua vinda para Lyming era provar-lhe que o senhor não era o imprestável que ela o acusava de ser. Em minha opinião, isso é bem mais esquisito do que a filha de um médico querer demonstrar à sua preciosa comunidade científica que a teoria de seu pai a respeito dessa doença em particular é bem fundamentada.



Christopher encarou-a, incapaz de olhar outra coisa. Isso foi um tanto desconcertante, ainda mais que Dulce de repente se deu conta de estar de camisola, chinelos e um xale roído por traças. No entanto, o doutor Uckermann não a deixou constrangida. Ele somente fitava seu rosto.



– Que teoria? Do que a senhorita está falando?



Dulce blasfemou silenciosamente contra si mesma. Por que, “por que”, tivera que abrir a boca?



– E por que eu deveria lhe contar? O senhor poderia publicar um artigo sobre o assunto e levar a fama, não é? Agora, doutor Uckermann, acho melhor o senhor ir embora. – Dulce foi até a porta, abriu-a e deixou entrar o ar frio da manhã. – Tenha um bom dia.



Christopher ficou parado, olhando-a com raiva. A veia na testa continuou a pulsar. Estava furioso com Dulce Saviñon e muito mais do que aparentava. Dulce não imaginava o motivo.



Não era da conta dele o que ela fazia ou deixava de fazer, ainda mais em se tratando de tema tão importante.



– Eu irei – ele finalmente concedeu. Dulce viu um músculo de seu queixo se contrair no mesmo ritmo da veia da testa. – Mas esteja certa, senhorita Saviñon, de que ainda falaremos sobre o assunto. Seria um irresponsável se não fizesse nada para impedir que arrisque sua vida, ou a vida dos habitantes desta ilha, só para provar alguma teoria tola de seu pai...



– Saia! – Dulce não se lembrava de ter ficado assim tão furiosa. – Saia imediatamente!



– Com satisfação – Christopher respondeu, pôs o chapéu na cabeça e retirou-se sem olhar para trás.



Dulce não deixou a última palavra para ele.



– A teoria de meu pai – ela gritou – não é tola. Provarei isso. Espere e verá.



O doutor Uckermann não demonstrou tê-la ouvido. Melhor assim. Ela estava disposta a ignorar o novo médico, assim como ele a ignorava.



Dulce bateu a porta com esperança de que ele se mantivesse fora de seus sonhos e de seu trabalho.




Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

–Sinto muito, senhora – Christopher repetiu pela décima vez naquele dia –, eu não trato de animais.  A esposa de Adam MacAdams, que correspondia à descrição do conde, espichou para a frente o lábio inferior polpudo.  – Ela nunca ficou sem botar por tanto tempo, e olhe que ela é ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais