Fanfics Brasil - Capítulo 11 (PARTE 2) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 11 (PARTE 2)

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 – Dulce, é claro – foi a resposta previsível do conde. – Stuben acabou de trazer as cartas do correio, e o que o doutor acha que havia na correspondência de hoje



Christopher supôs que fosse o microscópio pedido e, esperançoso, perguntou pelo instrumento. 



– Não foi aquela porcaria de microscópio – o conde aborreceu-se. – É uma carta para a senhorita Saviñon, da amiga que está dando cobertura a ela. Parece que o segredo foi desvendado... 



Christopher , chocado, tirou o envelope da mão do conde. 



– Santo Deus! – ele gritou, ao ver o endereço. – Esta é uma carta particular para a senhorita Saviñon! 



O conde, aborrecido, tomou o envelope de volta. Atrás dele, o cavalo resfolegou, nervoso pelo movimento brusco. 



– Eu sei, e ouça o que diz aqui... – ele começou a abrir o papel. 



Christopher arrancou a carta das mãos do conde. 



– Não quero ouvir nada. Milorde ficou maluco? Não se pode andar por aí, abrindo a correspondência particular das pessoas. A senhorita Saviñon sabe que milorde lê as cartas a ela destinadas? 



– Não sei. – Glendenning se mostrou confuso. – Suponho que sim. Tudo para ela vem aberto, e ela deve saber que qualquer um pode ler o que está escrito. Ela nunca disse nada, exceto por uma ou duas vezes. 



– Isso é intolerável! – Christopher gritou, sem acreditar no que ouvia. – Quando milorde vai deixar essa mulher em paz? – Percebeu que elevara a voz e atraíra a atenção de algumas pessoas, além de impelir o cavalo nervoso a escarvar na terra, e então procurou se controlar. – Eu o proíbo de remexer na correspondência da senhorita Saviñon. Ouviu bem, Glendenning? 



O conde sorriu diante da fúria de Christopher. 



– O doutor me proíbe? – O conde deu uma risadinha. – Essa é boa. Uckermann, por acaso se esqueceu de que “eu” o empreguei? Não foi o contrário. Embora possa dar uma falsa impressão para quem ouviu suas ordens. 



Christopher estremeceu. A acusação tinha fundamento. Afinal, continuava a manter em segredo suas origens aristocráticas, principalmente porque isso nada tinha a ver com sua vida na ilha. Mas, a bem da verdade, a antipatia de Dulce pelos médicos de sangue azul pesara muito mais em sua decisão de não revelar que Christopher Uckermann era o oitavo marquês de Stillworth. 



E mesmo que decidisse desvendar seu segredo para Glendenning, os condes suplantavam os marqueses na escala social... mesmo os mais ignorantes, que passavam o tempo inteiro preparando armadilhas para levar ao casamento filhas de médicos. 



– Apesar disso – Christopher contestou, severo – milorde não tem o direito de se intrometer na correspondência da senhorita Saviñon. Isso não é de bom–tom, e os que realmente amam não cometem tal erro. 



O conde ficou carrancudo. 



– Escute, doutor. Esta carta diz... 



Christopher levantou uma das mãos. 



– Não quero ouvir nada, Glendenning. Nada, entendeu? 



– Mas... 



Nesse momento da discussão, foram interrompidos por uma voz de criança. 



– Desculpem-me. 



Hamish MacGregor parou ao lado dos dois, torcendo o chapéu entre os dedos, com expressão de expectativa e o cão sentado a seus pés. O olhar penetrante de Hamish se dirigia ao conde. 



– O que houve, Hamish? – Christopher quis saber. 



Christopher teve numerosas ocasiões para conversar com o garoto, pois ele, quando não cuidava do rebanho com Lucais, não saía da porta do dispensário. Em parte, o fato poderia ser culpa de Christopher , que distribuía para as crianças da aldeia – enquanto o microscópio não chegava – uma porção de balas francesas que as irmãs mandavam para ele. As crianças haviam se acostumado a passar pelo consultório a caminho da escola e também na volta. Hamish tinha paixão por doces e seguia Christopher por toda parte. 



– É sobre aquelas armadilhas – Hamish explicou, olhando para o conde.



Glendenning, aborrecido, voltou-se para o garoto. Até Christopher gemeu. Hamish havia iniciado, desde o que acontecera com Lucais, uma cruzada contra as armadilhas para lobos. O cachorro havia se recuperado bem do ferimento, mas o menino continuava magoado com o responsável pelo acidente. 



– De novo, não – o conde murmurou. – Escute, Hamish, eu já lhe disse. Enquanto os lobos estiverem ameaçando meus cervos, continuarei espalhando minhas armadilhas. 



– Eu gostaria de saber – Hamish, teimoso, insistiu no assunto –, quantos lobos milorde já apanhou este ano em suas emboscadas e quantos cães inocentes o senhor feriu? 



– Nenhum, já disse, garoto – Lorde Glendenning respondeu, impaciente. – Mas isso não quer dizer que eles não estejam por perto. Agora vá andando, está bem? Doutor Uckermann e eu precisamos ter uma conversa em particular... – Nesse instante, Glendenning afrouxou as rédeas do cavalo e tentou pegar a carta que Christopher ainda segurava, mas o médico foi mais rápido e tirou a do alcance das mãos dele. – Se o doutor ler a mensagem, verá que o tio dela... 



– Lorde Glendenning! – Hamish gritou e teve que se atirar para baixo do cavalo enorme, a fim de evitar que fosse pisoteado pelo animal, que ficou ainda mas arisco com o movimento brusco do conde. – O senhor não respondeu à pergunta. Quantos cachorros, em vez de lobos, o senhor apanhou naquelas armadilhas? 



Glendenning tentava lutar com Christopher para recuperar a carta. 



– Nenhum, exceto aquele seu cão pulguento, que é tão estúpido a ponto de meter-se numa armadilha para lobos... 



Anahí, que não resistia à atração que sentia pelo conde, se aproximou. 



– Milorde – disse ela, disfarçando a melancolia que havia demonstrado para Christopher – deseja tomar cerveja? Posso trazer para milorde, é só um instante. 



Glendenning a fitou, e seu sorriso derreteria o coração de qualquer jovem, ainda mais de uma pobre garçonete que lhe dera quatro filhas. 



– Obrigado, doçura – ele disse. – Estou morto de sede. 



Anahí, feliz pela oportunidade de agradar ao amado, soltou um gritinho e correu para obedecer às ordens de seu senhor. Infelizmente, o garanhão do conde, que já estava nervoso, se assustou com o súbito movimento de corrida e escolheu aquele momento para se empinar. 



Se Lorde Glendenning estivesse segurando as rédeas com firmeza, nada teria acontecido. Mas ele teve que soltá-las, na tentativa de pegar a carta que Christopher segurava, e o cavalo caiu com as patas um pouco mais longe do que estava antes, e um dos cascos bateu na cabeça de Hamish MacGregor. 



Christopher, testemunha involuntária do acidente, deu um grito para avisar Hamish, mas foi tarde demais. O menino ficou estirado no chão, como um dos panos molhados de Anahí.  



O cavalo de Glendenning continuou a patear no chão e a resfolegar muito perto do menino inconsciente. Christopher gritou para o conde que controlasse a montaria e se jogou debaixo dos cascos do imenso cavalo. O conde agarrou as rédeas, prendeu o cavalo e se ajoelhou ao lado do menino ferido. 



Não foi fácil fazer os exames necessários. Quase todos os que estavam no mercado naquela hora haviam presenciado o acidente e correram em direção à vítima, gritando fórmulas milagrosas para tratar do garoto. Lucais, confuso e assustado, começou a latir perto do ouvido de Christopher. O conde finalmente se deu conta da gravidade do acontecido e passou a se lamentar. 



– Foi por minha culpa – Glendenning não parava de repetir. 



– Não, meu amor. – Anahí não permitiria que a luz de sua vida admitisse qualquer erro. – Foi o cachorro que começou a latir e assustou o pobre Tornod... 



– Meu filho! – a senhora MacGregor, que estava na barraca das tortas de carne, vira tudo. Ela teve de ser contida para não se atirar sobre o filho. – Minha doce criança, meu filho!



O exame superficial feito por Christopher diante todas essas distrações, foi desalentador. De fato, ele fez um diagnóstico rápido... e terrível. 



– Por favor! – ele gritou para as mulheres e o conde, que se amontoavam em volta dele –, recuem para que eu possa trabalhar! 



Lorde Glendenning imediatamente estendeu os braços enormes e empurrou para trás as mulheres, inclusive a mãe de Hamish. 



– Deixem o doutor trabalhar – o conde disse com sua voz mais doce, a mesma que na certa usara para enganar Anahí, Christopher pensou com amargura. – O doutor Uckermann sabe o que está fazendo. Afinal, ele é de Londres. O menino vai se recuperar nas mãos dele. 



Christopher, que não era da mesma opinião, estava muito preocupado e logo escutou o primeiro murmúrio. 



– Alguém tem que ir chamar a senhorita Dulce. 



– Sim, a senhorita Dulce saberá o que fazer. 



– Corra, Una. Vá procurá-la. 



– Esta manhã eu a vi no prado das ovelhas, ajudando Barra com um dos cordeiros... 



Isso descongestionou o grupo em volta de Hamish, pois as mulheres mais velozes correram à procura de Dulce. Christopher não se sentiu ofendido pela falta de confiança em suas habilidades profissionais. A julgar pelos exames preliminares, não era possível que alguém pudesse salvar o garoto. 



– Arrumem uma tábua – ele gritou para o grupo que estava atrás dos braços de Glendenning. – Alguma coisa que se possa usar como padiola para mantê-lo imóvel enquanto o removemos para o dispensário... 



Lorde Glendenning foi o único que se mexeu para obedecer. Foi até a barraca de Anahí, tirou o tambor e os canecos de cima da mesa e num movimento rápido arrancou uma tábua dos cavaletes onde ela tinha sido colocada e mostrou a peça para a aprovação de Christopher. 




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Autor(a): leticialsvondy

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– Está ótimo. Ponha a tábua ao lado dele...  Christopher transferiu cuidadosamente o garoto para a tábua. Embora não houvesse encontrado sinal de fratura no exame da nuca de Hamish, ele se lembrou do acidente equestre que havia tirado a vida de seu pai e procurou mexer o garoto o mínimo possível.&n ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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