Fanfics Brasil - Capítulo 12 (PARTE 1) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 12 (PARTE 1)

18 visualizações Denunciar


Naquela época, não havia passado de uma tarde divertida. Nenhum deles esperava ter que recorrer àquela técnica cirúrgica. Christopher teria visto o folheto anunciando a conferência e sugerira que eles deveriam ir porque os indígenas eram muito excitantes, e a demonstração seria feita por um médico da fronteira. Eles poderiam rir às custas do sujeito, ainda mais se ele tivesse sotaque americano e usasse chapéu.


Ele usava chapéu, mas para desapontamento de Pearson e Shelley, não era de caubói, mas uma respeitável cartola. O sotaque também não foi divertido o suficiente, e os dois acabaram adormecendo nas poltronas confortáveis da última fileira do auditório.


Christopher, por algum motivo desconhecido, não dormiu. Mas ele jamais admitiria para Pearson e Shelley mais tarde, quando a conferência terminou e ele teve de acordá-los, que fora para a primeira fila e observara, fascinado, o homem demonstrar como o sangue podia ser extraído pela superfície de uma cabeça escalpelada, permitindo à pele crescer novamente onde só havia ossos. A técnica, o médico americano explicou, era também eficaz para aliviar a pressão em caso de coágulos. Era preciso apenas um furador reto, um martelo e mão firme.


Christopher tinha as três coisas no dispensário, mas até então não havia como dizer se a cirurgia havia sido um sucesso. Na verdade, Hamish respirava mais regularmente, no entanto, a pupila esquerda ainda não respondia prontamente a estímulos luminosos.


O menino poderia sobreviver. Sim, poderia.


Mas poderia ficar com sequelas, como um atraso mental.


Se é que se podia chamar isso de sobrevivência.


Christopher, encostado na cerca do ancoradouro, inalou o aroma doce e pungente de seu charuto e tossiu. Fumar era um hábito maldito. Nunca foi afeito ao vício como Pearson e Shelley eram. A caixa de charutos que os amigos haviam mandado para ele como brincadeira – dizendo que ele precisava fumar se quisesse abafar o cheiro de peixe que, na certa, impregnava toda a aldeia de Lyming – ficara fechada até aquela noite.


Naquele momento, sentia grande necessidade de fumar.


Mas o que ele queria, na verdade, era beber. E isso não seria difícil de conseguir. Mesmo se não houvesse luz na taverna, ele poderia ir até lá e servir-se de uma dose de uísque. A porta se abriria facilmente. Ninguém em Lyming se preocupava em fechar nada à chave, exceto Dulce, com seu misterioso quarto trancado, e ele mesmo, que, por precaução, trancava o dispensário onde guardava drogas perigosas e produtos químicos.


Se fosse para a taverna, poderia encontrar Samuel MacGregor, que se embebedou ao saber que o filho sobrevivera à cirurgia invasiva. MacGregor pagou um drinque para os homens da cidade, e a sala de espera do dispensário ficou vazia, a não ser pelas mulheres que faziam companhia a Bessie MacGregor. Ela se recusava a sair até o filho acordar.


O que ela não sabia, e Christopher não tinha coragem de lhe contar, era que Hamish poderia nunca mais acordar. Christopher tinha a impressão de que, quanto mais ele ficasse deitado, imóvel, sem sentir que a mãe o acariciava e que o cão fiel continuava sentado aos pés da cama estreita onde ele se encontrava, menores seriam as possibilidades de ele acordar.


Christopher não comentou isso com ninguém. Também não disse nada a Dulce, que entendia perfeitamente a possibilidade de o menino não passar daquela noite, apesar de ter sobrevivido à trepanação. Por isso ela não se entusiasmou quando a cirurgia terminou e Hamish continuou vivo. Porém ela foi corajosa e participou da comemoração da família... até certo ponto.


Explicou aos pais do garoto que o estado dele ainda era muito grave... palavras que ecoaram em ouvidos surdos, pelo menos em relação ao senhor MacGregor. A mãe do menino, pelo menos, parecia compreender que o perigo não passara.


Christopher não pudera suportar aquele rosto angustiado e saíra do consultório em busca de ar fresco e alguma privacidade.


Ar fresco ele encontrou, pois era essa a atmosfera reinante em Sky e. Estava no píer, no mesmo local onde se ajoelhou seis semanas atrás, com a cabeça no peito de Stuben, tentando escutar uma batida de coração que não se manifestava.


Naquele momento, a noite era bem mais agradável do que a da ocasião. Mesmo sem a capa, sentia-se à vontade.


Mas apenas o tempo mudou desde aquela noite.


Seus sentimentos em relação a Lyming e seu lugar na aldeia haviam resistido a uma modificação significativa antes do acidente de Hamish. Não conseguiu, como esperava, modelar um lugar para si mesmo em Skye. Certo, havia o dispensário que estava equipada e funcionando. Ajudara no nascimento de um bebê e prescrevera malte quente para uma galinha.


E isso era tudo o que havia conseguido.


Isso, é claro, sem contar com o transcorrer daquele dia, em que poderia ter causado um dano permanente a uma criança que corria risco de morrer de qualquer jeito.


Ele devia ter encontrado um lugar para si mesmo em Skye.


Mas supôs que a culpa fosse sua. Jamais deveria ter saído de Londres. Em Londres, seus serviços profissionais não tinham sido requisitados para nada mais importante do que extirpar uma mancha congênita. Era possível que Dulce estivesse certa e nobres como ele, que trabalhavam sem empenho nas artes médicas, não mereciam obter licença para exercer a medicina. Talvez devesse ter continuado a ser um “marquês médico”, e Natália não teria rompido o noivado. Não lhe agradava o fato de ele beber socialmente, mas ele tinha que admitir que o fato de não querer ser chamado de milorde pelos pacientes foi o que mais a aborreceu.


Muito mais...


Por isso nunca poderia ter se casado com ela.




Volteei, gatenhas!! Finalmente consegui ajeitar o meu pc depois de tanto tempo, então voltei pra postar aqui pra vcs.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Espantou-se com os próprios pensamentos. Santo Deus, o que era aquilo? Pensamentos piegas, como o nevoeiro que algumas vezes ameaçava engolir a ilha, o estavam ameaçando ultimamente. Não era a primeira vez que isso acontecia. De vez em quando acordava no catre do dispensário com as vozes dos pescadores que se dirigiam para o mar nas pequena ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais