Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy
Mas quando abriu a porta da cabana, não encontrou nenhuma criança pálida pedindo para a senhorita Dulce ajudá-la, pois a mãe havia dado, de novo, um soco na cara do pai. Era Christopher Uckermann, extremamente elegante, em traje escuro de noite.
– Ainda não está pronta? – A expressão de espanto dele, ao vê-la com vestido grosseiro, de usar em casa, foi cômica. – Bem, posso esperar.
E, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ele entrou e se sentou à mesa de jantar.
Dulce, atônita e ainda com a mão no trinco da porta, não soube o que dizer. Ela o vira no dia anterior, na visita a Hamish, que ainda estava em recuperação no dispensário, sob supervisão médica. Mas não se lembrava de haverem combinado sair juntos.
Ainda mais para um encontro – ela notou o brilho do outro lado do rio – que envolvesse uma carruagem.
– Perdão – ela finalmente conseguiu falar. – Por acaso nós tínhamos planos para esta noite?
Christopher, que coçava Sorcha atrás da orelha, fitou-a sem compreender.
– Creio que sim. Lorde Glendenning nos convidou para um jantar de gala.
– Ele também o convidou? – ela indagou, confusa.
– Sim. – Christopher arqueou as sobrancelhas. – Admito que três é uma multidão – ironizou –, mas achei que fosse lhe agradar. E se eu estiver lá, ele não se sentirá encorajado a renovar... suas intenções amorosas.
– É, talvez não. – Dulce fechou a porta, distraída. – Essa atitude não se parece com ele e não sei o que pensar.
– O que há para pensar? – Christopher esticou as pernas e descansou os calcanhares na cadeira do outro lado da mesa. – A comida é de graça e ouvi dizer que será ótima. Ele dispensou a cozinheira horrível por hoje e mandou chamar a senhora Murphy para fazer o jantar especialmente para nós. Sei que o famoso cozido de coelho está no cardápio, isso sem mencionar ostras assadas, frango capão, linguado com molho de lagosta...
– Como ficou sabendo? – Dulce franziu o cenho.
Christopher deu de ombros.
– Bem, como moro perto da taverna, não posso deixar de ouvir algumas coisas. Eu, por mim, estou animado para aproveitar a noite. A senhora MacGregor cuidará de Hamish, que está se recuperando muito bem. Nada acontecerá se eu o deixar algumas horas por conta da mãe. Ela é muito consciente, exceto quando se trata de perigo de morte para o filho – ele disse com um sorriso. Como Hamish está bem, não haverá problemas se o médico se divertir um pouco.
Eirica pulou na mesa e, com curiosidade, aproximou-se do visitante. Christopher coçou o queixo da gata com a mão livre, pois a outra estava ocupada com Sorcha.
– Então não é melhor ir se aprontar? Não que eu não goste de sua roupa, mas... – Ele torceu o nariz significativamente. – O que acha do traje azul que estava usando naquele dia em que eu conheci Hamish?
– Parece tudo tão estranho. – Dulce suspirou, frustrada. – Acabei de receber o convite e não pretendia aceitá-lo.
– Por que não?
– Ora. – Dulce ergueu as mãos. – Doutor Uckermann, pretendo evitar Lorde Glendenning de todas as maneiras. Afinal, ele quis que o senhor declarasse que eu não tinha condições mentais para viver sozinha. Sabe-se lá Deus o que ele está planejando fazer esta noite...
– Suponho que ele esteja planejando nos agradecer por o havermos livrado de uma grande encrenca. Se o garoto tivesse morrido pela sua inépcia na condução do cavalo, ele se tornaria muito impopular na cidade. E ele não ignora o fato. – O ronronar de Eirica, enquanto Christopher a coçava, ficou mais alto e podia ser ouvido no meio do recinto, onde Dulce estava. – Creio que a intenção dele é só essa. Agora, não perca tempo e vá se trocar. Tive que deixar do outro lado do rio a carruagem que milorde me emprestou. A maldita ponte é muito estreita, e o veículo não passa.
Dulce mordeu o lábio inferior. Aquilo sim, tinha cara de Lorde Glendenning! Ele provavelmente não mandara seu convite mais cedo, por saber que ela não aceitaria. Mas dessa maneira – emprestando a carruagem para o doutor Uckermann e mandando o médico buscá-la – esperava convencê-la a ir.
Por outro lado, Christopher Uckermann estava certo sobre uma coisa: eles o haviam – bem, tecnicamente fora a perícia de Christopher, mas Dulce também ajudara – evitado que ele ficasse conhecido como um matador de crianças. Não importava que a patada houvesse sido dada por um cavalo, mas foi o animal de propriedade de Lorde Glendenning, um equino nervoso, que não devia ter sido levado à quadra da vila, que golpeou Hamish.
Não seria natural que milorde quisesse agradecer-lhes?
– Não sei... – disse Dulce, relutante.
– Paciência. – Christopher abaixou os pés e fez um movimento para se levantar. Sorcha e Eirica ficaram alarmadas, pois as duas estavam adorando os carinhos. – Se não quiser ir, pedirei desculpas a Glendenning em seu nome. Que pena, será um jantar caprichado.
– Eu irei. – Dulce havia se arrependido. Nunca experimentara o famoso cozido de coelho da senhora Murphy. – Espere cinco minutos, está bem?
Christopher, satisfeito consigo mesmo, voltou a se sentar e reiniciou os carinhos na gata e na cachorra, que já haviam solicitado o agrado com os focinhos.
Dulce entrou em seu quarto, sentindo-se zonza, e abriu as portas do guarda-roupa. Fazia tempo que ela não precisava se vestir bem, e era estranho que se sentisse animada ao pensar que Christopher a veria como aconteceu no sonho...
Não que se importasse com isso. Tirou do guarda-roupa um dos vestidos menos amassados.
Da última vez em que ele a viu, sua aparência estava péssima. Antes de visitar Hamish no dispensário, passara horas com as mãos dentro do útero de várias ovelhas. O nascimento não esperava por homens nem por meninos que estavam se recuperando de uma cirurgia no cérebro.
Na mesma manhã em que Hamish se submeteu à cirurgia, ela fora direto para os campos, e quase não teve folga desde então. O descanso daquele domingo foi o primeiro em vários dias. Ela havia aproveitado para tomar um longo banho quente e usou quase toda a barra de sabão da senhora Murphy para tentar tirar o cheiro forte de ovelha que parecia ter se entranhado em sua pele e cabelos.
E pensar que Christopher Uckermann a abraçou com tanta euforia e rodara com ela, como se ela fosse uma pena, e ainda cheirando a ovelha! Estremecia toda vez que se lembrava disso.
Autor(a): leticialsvondy
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Bem, isso não se repetiria naquela noite. Mostraria a Christopher que não apenas sabia apresentar-se como uma dama como também teria a fragrância de uma dama. Tirou o vestido marrom para o qual ele franzira o nariz e pôs mãos à obra. Os cinco minutos se estenderam até quase vinte, quando ela saiu do quarto. E pela maneir ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43
Já acabou? Naaaaaaaaaao
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capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16
Aaaaaaah,continua logoooo
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ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04
Vc voltou *-*
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ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59
Poxa, abandonou? :(
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wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33
OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??
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wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31
ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa
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wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30
Continua... Leitora nova e estou amando.
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heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01
Contt 😍😍
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Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32
Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^
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millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10
Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa