Fanfics Brasil - Capítulo 16 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 16 (PARTE 3)

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– Sei – ela sussurrou.


– Ótimo. Quero que chame alguns de seus irmãos, menos Dorcas. Deixe-a aqui para cuidar de sua mãe e vá até a cidade procurar a senhora Murphy. Ela é a dona da taverna perto do atracadouro...


A menina anuiu com energia.


– Conheço a senhora Murphy . Ela nos dá pão amanhecido.


– Muito bom. Entregue essa moeda para a senhora Murphy e diga que foi o doutor Uckermann quem a mandou lá. Ela lhe dará um cesto com pão, ovos e carne. Assim vocês terão um belo jantar esta noite. Você gostaria disso, não é?


A moeda desapareceu no punho fechado da garota.


– Muito.


– Está bem. – Christopher se endireitou e olhou para fora, onde a chuva caía com força. – Shannon, onde está seu pai?


A menina lhe informou que o pai poderia ser encontrado no lugar em que passava a maior parte do tempo. Na destilaria localizada na ravina abaixo da “cabana”, como ela se referiu com otimismo ao casebre onde morava.


Ele agradeceu, desejou melhoras à mãe, pôs o chapéu na cabeça e saiu para a chuva...


Em vez de se aproximar-se de sua égua, tomou o caminho daquilo que Shannon chamou de ravina, mas que na verdade não era mais que uma trilha de água suja que passava pela choça e descia em direção a outra vala entre as formações rochosas, na qual, Christopher viu, depois de uma pequena subida, um telhado de meia-água feito de galhos, pedra e pedaços de turfa.


Debaixo dessa cobertura, junto a uma estrutura singularmente amadora de uma destilaria não muito higiênica, trabalhava um homem grandalhão.


Embora trabalhar não fosse o termo exato para os afazeres do senhor Mackafee.


Tecnicamente falando, ele testava seu produto.


Um produto que ele não parecia disposto a partilhar, pois ao ver Christopher no meio da chuva, mandou-o embora com voz de bêbado.


– Senhor Mackafee? – Christopher perguntou, já com a capa e as calças encharcadas, e água caindo da aba do chapéu.


– O próprio – foi a resposta lacônica.


Christopher caminhou pela lama e se aproximou do telheiro.


– Sou Uckermann, o novo médico. Acabo de ver sua mulher, em quem o senhor parece ter achado conveniente dar uma surra.


– E daí? – Mackafee perguntou. – Ela é minha, para eu bater quanto quiser.


Christopher se sentiu contente, apesar da chuva.


– Era o que eu esperava ouvir. – Christopher acertou na boca de Mackafee um soco que lhe feriu os nós dos dedos.


– Viu como é? – Christopher indagou, quando Mackafee, que caiu sentado numa poça de lama, pôs a mão na boca, que sangrava, e despejou uma ofensa. – E haverá mais, meu camarada, se eu ouvir falar que o senhor levantou de novo a mão para sua mulher. Entendeu?


– Entendi – Mackafee balbuciou em sua embriaguês. – Entendi que o farei pagar por isso! Espere só para ver.


Christopher não se preocupou. Mais tarde lhe ocorreu que teria sido melhor se ele esmurrase o nariz de Mackafee. Ele o machucaria mais e não ficaria com os nós dos dedos esfolados. Mas naquele momento ficou satisfeito com o que ocorreu, até se voltar e encontrar Dulce parada ali, de boca aberta.


Era a primeira vez que a via desde a noite do jantar no castelo de Glendenning, em que se comportara como um animal. Bem, sem falar no dia em que a viu na aldeia, quando ela foi visitar Hamish, que se recuperava muito bem e havia tido alta na semana anterior. Fora isso,


Dulce, sempre que possível, evitava Christopher.


Àquela altura, não havia escolha. Não poderia evitá-lo, mesmo se quisesse. Christopher prometeu a si mesmo que, da próxima vez em que falasse com Dulce, ele se comportaria com o decoro de um cavalheiro digno de sua posição social.


Christopher não poderia prever que nessa próxima vez ele estaria com os dedos sangrando e sujos de terra, depois de ter dado um soco no marido embriagado de uma de suas pacientes.


– O senhor... – Pela expressão de Dulce, ele supôs que ela havia testemunhado tudo e não aprovava suas habilidades de boxeador. – O que foi que o senhor... – Christopher refletiu que essa era uma das poucas vezes em que a via sem saber o que dizer. – Não pense que pode...


– Posso e fiz. – Christopher, forçado pela situação, se aproximou, segurou-a pelo braço e começou a caminhar rumo à choça. – Vamos, seja uma boa menina.


– Mas ... – Dulce continuou a olhar por sobre o ombro para Mackafee, que estava ajoelhado na lama, com a mão na boca, praguejando de maneira incompreensível pela falta de mais dentes. – O senhor não devia...


– Dulce, existem coisas que você, como mulher, não pode...


Antes de terminar a frase, Christopher entendeu que a conversa tomara um rumo equivocado.


Tanto assim que Dulce se desvencilhou dele imediatamente.


– Não ouse... – ela sibilou.


Aquilo era demais! Ele praticou, à exaustão, o que diria assim que a encontrasse – ele estava com um discurso decorado –, a respeito de duas pessoas que, em determinadas circunstâncias, faziam ou diziam coisas das quais se arrependeriam posteriormente, o que não significava que não pudessem permanecer amigos...


E diante de Dulce, maravilhosa, de rosto corado e o olhar azul fulminante, o discurso cuidadosamente elaborado se evaporou da mente de Christopher. Amigos! Ah! Ele não queria ser amigo de Dulce Saviñon.


Pelo menos, não daquele tipo de amigos que não se beijam com regularidade.


Então ele refletiu que teria que tirá-la daquela pocilga o mais depressa possível e ir para um local quente e seco, onde poderiam discutir esse e outros assuntos. Ele a ergueu e a pôs sobre seu ombro, segurando as pernas que se agitavam em protesto. Caminhou pela ravina em direção a seu cavalo e viu, através da chuva, que o animal estava ao lado de onde Dulce amarrou o dela. Apesar da altura, ela não pesava muito, mas em compensação, não fechava a boca.


– O que está pensando? – perguntou ela, furiosa. – Ponha-me no chão! Ficou maluco? Nunca, em toda minha vida...


– Fique quieta. – Christopher certificou-se, pelos socos que levava nas costas, que Dulce tinha uma energia digna de um homem. – Você estragou a esperança que eu tinha de fazer uma saída honrosa diante daquele homem.


– Não diga! – Dulce, apesar de estar de cabeça para baixo, procurou um tom majestosopara mostrar seu desprezo. – Meu Deus, como pode ser honroso ter dado um soco na cara dele?


– Eu lhe disse... – Christopher andava com cuidado pelo terreno escorregadio. – É uma coisa que você não entenderia. É um assunto particular entre o senhor Mackafee e eu.


Dulce disse uma palavra que fez Christopher arquear as sobrancelhas sob o chapéu ensopado.


Ela não escondia seus sentimentos, o que tornaria a vida em Stillworth Park muito interessante, se ele fosse capaz de convencê-la a ir para lá.


– Aborreceu-se ao ver como ele trata a esposa e por isso bateu nele – ela o acusou. – Mas nada resolverá fazendo com ele o mesmo que ele faz com a esposa. Ele ficará ainda mais irritado e, quando ficar sóbrio, descontará nela.


– Ele não fará isso – Christopher disse, confiante.


– Fará, Christopher.


Ele notou – com o coração dando um salto – que Dulce, pela primeira vez, o chamou pelo nome de batismo.


– Não fará – Christopher repetiu, com um sorriso. – E acertar aquela praga fez com que eu me sentisse melhor. Acha que está errado?


– Você é incorrigível – Dulce declarou. – Por favor, ponha-me no chão.


Como haviam chegado perto dos cavalos, Christopher calculou que Dulce não voltaria correndo para ajudar Mackafee. Por isso acatou o pedido dela com maior suavidade do que ela merecia por haver arruinado sua saída honrosa.


Dulce não se impressionou com sua cortesia e bateu nele várias vezes de punho fechado, cada golpe acompanhado de uma palavra.


– Nunca... mais... pense... em... fazer... tal... coisa!


Ela o encostou no corpo quente da égua que estava mastigando as gramíneas. O animal levantou a cabeça e olhou para eles com curiosidade.


– Ora, eu não teria que fazer nada, se você não tivesse vindo me espionar.


– Eu não vim... – Dulce calou a boca.


Christopher notou que os cabelos dela, molhados, não se mostravam tão rebeldes. Dulce estava vestida com calças e por cima usava uma capa impermeável, larga e velha, que a deixava tão atraente como uma tenda.


Nada disso importava. Dulce continuaria bela mesmo vestindo um saco de farinha!


– Eu não estava espionando ninguém! – ela recomeçou, irritada. – A senhora Murphy me disse que viu Shannon no dispensário e pensei... bem, eu sabia que você ainda não conhecia os Mackafee e achei que seria melhor...


– Verificar o que eu estava fazendo – Christopher completou com secura.


Dulce franziu a testa.


– Está certo, foi isso mesmo. E ainda bem que cheguei a tempo. Christopher, você não entende que homens como Harold Mackafee...


– Não entendo os brutos que batem nas esposas e não veem que seus filhos não têm roupa pra vestir, nem comida. – Christopher parou ao lado de Willow, a égua de Dulce e estendeu a mão. – Tem razão, não entendo mesmo.


– Há gerações, os Mackafee têm sido a desgraça de Lyming. Harold Mackafee, a exemplo de seu pai e o avô, tem uma destilaria, mas não chega a vender o uísque, porque toma tudo sozinho. Ele invadiu as terras de Lorde Glendenning, mas o conde não o expulsa para nãomatar de fome as crianças. A igreja e os aldeões tentam ajudá-los da maneira que podem com doações, alimentos e vestuário. E é só isso que podem fazer, Christopher. Harold Mackafee não mudará nunca, independentemente de quantas vezes apanhe. O soco que deu nele pode ter ajudado “você” a se sentir melhor, mas não mudará nada. E por que está segurando a mão desse jeito?


– Para ajudá-la a montar – Christopher explicou com dignidade.


Dulce revirou os olhos, dispensou a ajuda e pulou na sela. Uma vez sentada, abaixou-se, levantou a mão dele e examinou o ferimento, fazendo-o estremecer.


Ela sacudiu a cabeça e soltou os dedos de Christopher.


– Meu pai sempre atingia Harold Mackafee no estômago. Menos prejudicial ao punho, ele dizia.


Surpreso, Christopher pensou em dizer algo, mas Dulce falou antes.


– Se quiser, posso enfaixar seus dedos – ela se ofereceu.


Dulce virou a égua e a fez andar em um trote esperto, sem olhar por sobre o ombro, para ver se ele a seguia ou não.


Christopher a seguiu. E por que não?



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Autor(a): leticialsvondy

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"O que ela estava fazendo?” Teria enlouquecido? Certamente, ela pensou. Ou não teria se oferecido para fazer os curativos nos dedos machucados de Christopher Uckermann. Decidiu, depois do incidente no salão de baile de Lorde Glendenning, manter-se afastada de Christopher Uckermann. Os afazeres de ambos eram diversos e não havia nenhum motivo para ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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