Fanfics Brasil - Capítulo 17 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 17 (PARTE 3)

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– Christopher – Dulce se desesperava. – Escute, você pensa que conhece essa gente, mas não conhece. Nós só podemos conhecê-los, se passarmos pelo que eles passaram. A epidemia de cólera do ano passado varreu esta ilha como um vendaval e matou um terço da população. Você não pode imaginar como o povo ficou apavorado e supersticioso depois disso. Cólera não é como a escarlatina. Eles nunca haviam visto nada igual. Por que acha que eu percorro as sepulturas no meio da noite para anotar os nomes dos mortos em meus gráficos? Por que pego amostras de solo à noite, quando todos estão dormindo? Ninguém quer ter lembrança do que houve. E isso não acabou. Assim que vier o calor, a doença retornará, e quero estar pronta para enfrentá-la...


Christopher se levantou, e os pés da cadeira rasparam no chão...


– Entendi.


Dulce, imóvel, viu na expressão dele algo além de desapontamento. Seria raiva?


Suspirou, ao ver que ele ainda não havia entendido.


– Você me disse hoje que uma mulher não entenderia por que você agiu daquela maneira com Harold Mackafee. Bem, também há uma coisa que um homem não entenderia. Existem mulheres que querem fazer algo mais para contribuir com a humanidade, do que apenas ter algumas bocas para alimentar. Já lhe ocorreu isso?


Christopher arqueou as sobrancelhas, parecendo surpreso.


– Se eu fosse homem – Dulce continuou, emocionada, sem saber o motivo – e dissesse para você que minha pesquisa era mais importante do que namorar ou formar uma família, você me admiraria. As pessoas diriam “Ah, como ele é dedicado. Ele faz esforços incansáveis para a erradicação dessa doença”. Se eu fosse homem...


– Muito esperta – Christopher retrucou. – Se você fosse homem, eu não estaria apaixonado por você, portanto, esta conversa é inútil.


Então, para surpresa de Dulce, Christopher atravessou o recinto com três passadas rápidas, segurou-a pelos ombros e apertou-a de encontro ao peito. Antes que ela percebesse o que estava para acontecer, ele a beijou como se o tempo não houvesse passado e eles estivessem de novo no salão de Lorde Glendenning.


Ela ficou ainda mais perplexa do que naquela noite, pois Christopher, além de beijá-la, disse que estava “apaixonado” por ela.


A maneira natural como ele se declarou causou um impacto muito maior do que os arroubos dramáticos de paixão de Lorde Gelndenning. Christopher a amava. Estava apaixonado por ela e a beijava sem mostrar nenhuma intenção de parar... e ela, usando calças, de cabelos desgrenhados por causa da chuva e as mãos rachadas pelo contato contínuo com a água gelada.


– Droga. – Christopher ergueu a cabeça de repente. – Mas o que é essa barulheira?


Dulce piscava, sonhadora, ouvia e tudo o que ouvia era a repetição das palavras dele: “Estou apaixonado por você. Estou apaixonado por você. Estou...”.


– Ah – ela disse de repente. – Também escutei.


Além do barulho da chuva nas venezianas e da correnteza, havia outro som, uma voz que a chamava.


– Hamish. – Dulce se desvencilhou das mãos de Christopher, correu e pegou a capa que ainda estava pingando, pendurada em um gancho na porta da entrada. – É Hamish.


– Hamish? – Christopher parecia tão surpreso quanto ela e sacudia a cabeça várias vezes. – Mas o que ele está fazendo lá fora com um tempo assim? Eu disse para ele...


Dulce não ouviu o resto. Abriu a porta e saiu. A chuva, que continuava forte já havia mais de duas horas e a neve derretida que descia das montanhas rochosas tinham transformado o riacho num rio caudaloso, com uma correnteza forte o suficiente para levar qualquer cordeiro que se aventurasse a ir, com as pernas bambas, para as margens.


E era exatamente o que acontecia. Através da chuva pesada, ela reconheceu Hamish, que corria pela margem do rio e tentava em vão segurar com seu cajado de pastor uma pequena criatura que se debatia nas águas turbulentas. Em seu desespero, o menino gritava por Dulce sem parar.


– Deus nos ajude – Dulce murmurou.


Hamish prometeu que, devido à cirurgia, faria repouso em casa nas próximas semanas. Uma promessa que havia sido quebrada por seu amor pelos animais.


– Espere! – Dulce gritou para o menino, enquanto corria na chuva. – Estou indo!


Apesar da grande preocupação em ajudar Hamish a resgatar o animal indefeso, não podia esquecer o que tinha se passado com ela. “Ele me ama.” Ela correu em direção à pinguela. “Deus do céu, ele me ama.”


Àquela altura, admitiu que desde a noite em que viu Christopher operando Hamish, ficou apaixonada por ele. Então, depois que ele a beijou, a paixão acabou se transformando em verdadeira idolatria. Ainda bem que não dissera a Christopher como se sentia.


Duas coisas a haviam impedido de confessar. A primeira era não acreditar que um homem do mundo como Christopher Uckermann pudesse amá-la da mesma forma como ela o amava.


Afinal, para Christopher, ela não era mais do que a filha do antigo médico da aldeia, uma curiosidade de calças e botas que possuía um ligeiro conhecimento de medicina e tivera a infelicidade de atrair a atenção do conde local.


Nunca ousou, nem em seus sonhos mais malucos, imaginar que Christopher a amasse. No entanto, apesar dessa confiança, sua alegria era abafada por um segundo fator. Christopher jamais ficaria em Skye. Mesmo que o inacreditável acontecesse – e acontecera, ele a amava – ele voltaria para Londres.


E ela jamais poderia abandonar a ilha.


– Dulce...


Arfando, Christopher a alcançou na ponte precária, segurando o manto que esvoaçava. O chapéu e a maleta de trabalho haviam ficado na cabana.


– Ainda não descobri – disse ele próximo de Dulce o suficiente para não ter que gritar por causa do barulho – uma maneira de ficar a sós com você. Não a deixam em paz!


Dito isso, distanciou-se e dedicou a atenção a Hamish, que chegava correndo.


– Meu rapaz, eu lhe disse para ficar em casa durante algumas semanas – Christopher advertiu o menino com seriedade.


– Eu sei – disse Hamish, sem ar. – Mas alguém tinha que cuidar de meus cordeirinhos. E veja em que confusão nós nos metemos. Lucais foi atrás daquele e também está sendo arrastado pela correnteza. Olhe! – ele apontou.


O menino parecia ainda menor e mais frágil com a cabeça raspada coberta por um chapéu enorme.


Dulce se curvou sobre a cerca da ponte e observou a água que descia aos trambolhões.


Nisso ela viu que um pequeno corpo cinzento que lutava para manter a cabeça para fora da água e que se aproximava deles, batendo nas rochas. E atrás dele, um clarão branco e preto, também sendo jogado contra as pedras.


Lucais.


– Oh, Deus – Dulce inspirou fundo.


– Ele pulou atrás do cordeiro – disse Hamish num lamento.


– E foi arrastado pela correnteza. – Christopher deu alguns passos e tirou a capa. – Não se preocupe. Eu o pegarei.


– O senhor pega Lucais. – Hamish seguiu o jovem médico. – Eu vou atrás do cordeiro.


O menino começou a tirar o casaco...


– Não! – Dulce gritou, correndo atrás dele. – Não saia daí, Hamish.


Hamish a olhou como se ela houvesse perdido o juízo.


– Mas o doutor Uckermann não pode pegar o cachorro e o cordeirinho ao mesmo tempo – o menino explicou pausadamente, como se falasse com um débil mental. – Ele não tem braços suficientes para isso.


Dulce, já na beira da água, começou a descer a ribanceira.


– Pegarei o cordeiro – ela gritou para Christopher, mais alto do que o rugido da correnteza. – Vá atrás de Lucais.


Christopher, já com a água na altura das coxas, berrou para ela não fazer aquilo. Na verdade, ele a chamou de paspalha e teimosa, em tom desagradável. Tarde demais. Ela já havia entrado na água gelada do riacho e tentava interceptar o filhote que nadava com dificuldade em direção a ela.


O bichinho, consciente do perigo e exausto pelo esforço de manter a cabeça para fora da água, ainda teve energia de lutar contra a tentativa de Dulce de salvá-lo, mas acabou afundando. Dulce, apavorada diante da possibilidade de o pequeno animal passar por entre suas pernas e ser levado para longe, abaixou-se na água para agarrar o corpo lanoso.


Conseguiu pegá-lo, mas foi por pouco. Um instante depois, ela se endireitou, segurando o cordeiro, que ainda se debatia, sem forças.


– Eu o peguei – ela gritou para Christopher e logo viu que o médico também enfrentava problemas.


Lucais estava tão assustado quanto o cordeiro e era bem maior e mais pesado que o ovino.


O cão, exausto e com frio, sem conhecer bem seu salvador, se debatia, tentando se soltar. Finalmente ele conseguiu, mas afundou três vezes seguidas. Afinal desistiu e ficou flutuando na água, com o olhar vidrado...


Christopher então se virou e agarrou o cão pelo rabo, um instante antes que o animal colidisse com um dos suportes que mantinha a ponte no alto.


Lucais ergueu a cabeça e olhou para Christopher, sem muito entendimento. Mas logo o cachorro se recuperou e não lutou mais contra seu salvador. Chegou até a bater as patas na água, enquanto Christopher voltava para a margem, esgotado. Então se largou no chão junto com o cão, e Hamish, feliz, dançou em volta dele.


– Espero que você – Christopher disse para Dulce, assim que conseguiu respirar – tenha um pouco de uísque em sua casa.



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Autor(a): leticialsvondy

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Na verdade, Dulce tinha bastante uísque em casa. Ela bateu a garrafa na mesa diante de Christopher. E saiu da sala, murmurando alguma coisa a respeito de vestir uma roupa seca. Ah, que importam as boas maneiras, ele refletiu ao levar o gargalo da garrafa à boca com a mão trêmula de frio. Afinal, boas maneiras eram raras em Skye. Até mesmo ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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