Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy
– O cachorro se debateu muito enquanto eu o segurava.
Dulce se aproximou depressa, não para observar o peito exposto, Christopher calculou, aborrecido. Mas para limpar os ferimentos.
Uma lástima. Sua vida era assim mesmo. Uma lástima.
– Espere – ela pegou um chumaço de algodão e molhou-o na água limpa – Deixe-me ver as outras.
– Santo Deus! – Christopher se sentiu desmoralizado. – Não foi nada.
Dulce fez uma careta para demonstrar o que ela pensava do embaraço dele.
– Eu já o vi sem camisa antes. – Ela o lembrou. – Na primeira vez em que nós nos encontramos. Por isso, deixe de ser bobo. Esses ferimentos estão longe de ser nada. Sente-se.
– Dulce...
– Sente-se!
Dulce se postou diante dele e o empurrou para baixo pelos ombros. Christopher teve que se sentar em cima da mesa, não porque ela o obrigava – ela era bem grandinha, mas não tão grande assim –, porque o toque dos dedos dela em seus ombros desnudos deixavam suas pernas bambas.
– Assim está melhor. – Ela começou a passar o algodão nas arranhaduras do peito. Para fazer a limpeza, ela teve que ficar entre as pernas de Christopher.
Christopher se sentiu mais animado e elevou uma prece silenciosa em agradecimento aos céus porque, de todos os cachorros do mundo que podiam ter caído no riacho naquele dia, aconteceu de ser justamente aquele que se revoltou por não saber que estava sendo resgatado. Os cortes que horrorizaram Dulce não passavam de arranhões superficiais; sangravam um pouco, mas não doíam. Se eles davam a impressão de serem mais graves do que eram, não deixava de ser uma ótim oportunidade de se encantar com essa mulher deliciosa e inteligente que estava ao seu alcance.
– Dói muito? – Dulce perguntou com ansiedade, enquanto dava pancadinhas leves com o algodão molhado.
– Muito – disse Christopher exagerando, notando que os cílios negros de Dulce eram longos e curvos nas pontas. Uma lástima que o vestido fosse fechado até o pescoço. Caso contrário, ele teria uma vista belíssima ao abaixar a cabeça.
– Desculpe – disse Dulce. Descartou o chumaço de algodão ensanguentado e pegou outro. Como a pilha estava em cima da mesa, ela teve que se abaixar por cima de Christopher, pressionando suavemente seu braço com um dos seios admiráveis ocultos pelo veludo. – Eu devia ter imaginado que Lucais ficaria com medo por não o conhecer direito. É um cão amigável, mas quando está assustado...
– Oh! – exclamou Christopher, que olhava para a nuca de Dulce enquanto ela fazia o curativo.
– Não é nada.
O pescoço de Dulce era alvo, delgado e comprido. Alguns fios do cabelo avermelhado estavam soltos e cacheados na nuca. Talvez pela excitação que o tomou – afinal, estava sem camisa e com uma mulher entre as pernas –, os finos e sedosos fios de cabelo de encontro à pele clara pareciam altamente provocantes. Teve vontade beijá-la ali. E por que não o faria? Não estavam sozinhos? A noite chegava, chovia, e eles estavam secos e protegidos dentro da cabana. Tecnicamente a casa era dele.
E quando a beijou antes, ela não ofereceu muita resistência. Tentou resistir, mas sem convicção. Exceto por aquela história de provar a teoria ridícula do pai. Nisso ela tinha absoluta convicção.
E os beijos? Não havia tido a impressão de que ela os achara repulsivos. Pelo contrário. Dulce correspondeu.
Por isso ele se inclinou para a frente, fingindo concentração, e pôs os lábios na nuca de Dulce, na linha onde os cabelos contrastavam com a pele translúcida.
A reação violenta de Dulce faria qualquer um supor que ele a havia beslicado. Num ímpeto, ela levantou a cabeça e por pouco não se chocou com o queixo de Christopher. Lançou a mão na nuca como se estivesse matando um mosquito e encarou o médico com olhos arregalados e acusadores.
– Não – disse ela, indignada. – Na verdade, não devemos. Pensei que eu já...
Dulce estava tão próxima dele que era possível sentir seu calor e a mesma fragrância suave da noite do jantar de lorde Glendenning. Perto deles, o fogo crepitava alegremente e a chuva batia nas venezianas com ruído agradável. Resistir seria pedir demais a Christopher. O que ele podia fazer a não ser enlaçá-la pela cintura?
E como não puxá-la de encontro a si até as pernas de Dulce pressionarem aquela sua parte que endurecia prazerosamente?
E ao perceber as mãos dela espalmadas em seu peito nu – como numa tentativa de empurrá-lo –, por que não lhe beijar os lábios?
E quando as línguas se encontraram e aqueles dedos deixaram de empurrar para ao contrário puxar, como se Dulce não se contentasse com o pouco que tinha nas mãos, por que não sentir um jorro de triunfo e não pensar “agora ela é minha”?
Porque, afinal, ela era.
Dulce sabia disso. Entendeu a situação desde que o viu sem camisa sob o brilho das labaredas, da mesma forma como aconteceu na primeira noite na taverna. Ela havia acompanhado o pai em inúmeros chamados e viu muitos peitos masculinos desnudos, mas nada que se assemelhasse ao físico de Christopher. Músculos rijos, cobertos por uma camada fina de pelos que começava abaixo da linha da cintura e se alargava gradualmente até rodear os mamilos chatos e castanhos. Dulce ficou imóvel, exatamente como aconteceu da primeira vez, embora na época, ela tomasse cuidado para não demonstrar sua admiração. Ela nem mesmo notou os arranhões, até ele se virar um pouco e as chamas os deixarem à vista em alto relevo.
Mesmo assim, resoluta, tratou de afastar a atração, concentrando-se na limpeza dos ferimentos. E como foi difícil ficar parada entre as pernas de Christopher, procurando não sentir o grande calor que emanava dele, enquanto passava o algodão molhado nos arranhões longos, mas pouco profundos.
Ah, e seu cheiro! Era a fragrância pura e fresca do sabão da senhora Murphy, apesar de Christopher ter ficado exposto à chuva e ao vento o dia todo. E também foi árduo ignorar o perfume enquanto cuidava dos cortes feitos pelas unhas de Lucais. Quando se curvou mais para perto dele, não pôde deixar de notar o ritmo uniforme da respiração que fazia expandir e encolher seu peito.
Nem o tamanho dos músculos que formavam os bíceps naquele momento em repouso, mas que se tornavam bastante imponentes... quando flexionados.
Autor(a): leticialsvondy
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E como poderia deixar de perceber a respiração suave na nuca? Ficou toda arrepiada, mesmo antes que ele a tocasse. Era evidente que teria de ficar arrepiada. Aquele era o homem que havia meia hora lhe dissera que a amava. Ele estava apaixonado por ela! Ela, Dulce Saviñon, certamente a jovem mais excêntrica de toda a Inglaterra. Christopher Uckerma ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43
Já acabou? Naaaaaaaaaao
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capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16
Aaaaaaah,continua logoooo
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ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04
Vc voltou *-*
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ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59
Poxa, abandonou? :(
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wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33
OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??
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wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31
ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa
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wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30
Continua... Leitora nova e estou amando.
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heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01
Contt 😍😍
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Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32
Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^
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millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10
Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa