Fanfics Brasil - Capítulo 2 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 2 (PARTE 3)

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– Escute – disse Christopher, assustado. – Não há necessidade de a senhorita... senhora Anahí mudar de cama. Não pretendo dar trabalho.



– Claro que não. – A senhora Murphy parecia alarmada com a sugestão. – Não há problema se Anahí mudar de cama.



– Isso é o que a senhora diz – Anahí murmurou alto o suficiente para ser ouvida pela patroa, que foi atrás dela de mão erguida.



– Chega, mocinha – disse a senhora Murphy, que foi segura por Christopher antes de abaixar a mão.



– Eu já lhe disse, senhora – insistiu Christopher, com fingida alegria. Em sua opinião, nada era mais asqueroso do que um patrão bater num empregado, exceto, é claro, maridos que batiam nas esposas. – Não seria nada cavalheiresco tirar uma jovem de seu quarto. Nem quero ouvir falar nisso, ainda mais por se tratar de uma em estado tão delicado. Se meus colegas ouvissem falar disso, eu seria expulso da associação.



Aquela era uma mentira deslavada. Muitos profissionais que conhecia não se incomodariam em tirar uma mulher grávida da cama para o próprio conforto. Aliás, a maioria acharia ter esse direito só por ser médico, o que Christopher não conseguia entender.



Como a senhora Murphy na certa não conhecia muitos médicos, também não podia constatar esse fato tão estranho.



– Prezada senhora – Christopher afrouxou o aperto no pulso, mas não o soltou –, se tiver a generosidade de mandar trazer minhas coisas para cá, eu me acomodarei no sofá e pronto.



A senhora Murphy não foi a única a olhá-lo com espanto. Maeve, Nancy e até Anahí o fitavam como se ele fosse um espécime desconhecido.



E, para elas, talvez fosse. A clientela habitual da Lebre Ferida não se preocuparia com o lu gar onde ia dormir uma jovem grávida nem se importaria se ela apanhasse da dona.



Por outro lado, os olhares das mulheres poderiam não se dever à gentileza de Christopher, mas sim ao fato de a manta ter escorregado quando ele segurou o pulso da senhora Murphy. Seu peito nu ficara exposto mais uma vez, para o deleite de quem o inspecionava.



A senhora Murphy foi a primeira a afastar os olhos daquilo que as embevecia.



– Bem – disse ela, devagar. – Não sei. Lorde Glendenning certamente não vai gostar disso...



– Ora, se ele não gostar – Christopher contestou –, não seria o caso de fazer um convite para eu me hospedar no castelo de Glendenning?



A senhora Murphy anuiu sem entusiasmo.



– Sim, ele poderia tomar essa atitude.



– Então está resolvido. – Christopher soltou o braço gordo da mulher, segurou a manta e protegeu-se dos olhares lascivos das moças. Depois pegou o copo de uísque que esquecera de beber e ergueu-o em um brinde na direção de Anahí. – A saúde das jovens damas...



Ele fitou de viés o barqueiro – que voltara a desfalecer, devido ao grande número de drinques que os companheiros lhe haviam oferecido – e deitou a cabeça para trás enquanto bebia o uísque de uma só vez.



A bebida era deliciosa, de boa qualidade, embora forte o bastante para provocar ardência na vista. O líquido ardente desceu pela garganta, aquecendo-o em todos os locais que ele pensava que tinham se congelado para sempre. Refletiu que Pearson e Shelley deviam pagar de duas a três coroas por cada copo da bebida que ele estava tomando de graça, em retribuição por haver salvado do afogamento um barqueiro semimorto.



Ah, e eles que o haviam incentivado a não deixar Londres!



Depois de ingerir várias doses de uísque e de vestir roupas secas tiradas da arca, ele se lembrou de um dos motivos de Natália ter rompido o noivado – pelo menos um dos citados na carta que, quase ilegível, estava pendurada em um gancho acima da lareira – que era sua embriaguez crônica, embora a última palavra fosse um exagero. Afinal, ele até bebia menos do que outros homens que conhecia.



Mas a doce e piedosa Natália, que nunca perdia uma ida à igreja aos domingos e pertencia a mais sociedades – da temperança, missionárias e abolicionistas – do que se podiam contar nos dedos, achava que uma ou duas doses à noite era uma quantidade excessiva.



Era possível que ela estivesse certa. Quanto mais ele bebia – a Lebre Ferida tinha uma atmosfera de bacanal difícil de resistir –, menos ele se lembrava do propósito de ter ido para aquele lugar deserto.



E não era para competir com os bêbados locais, como parecia estar fazendo, mas para executar boas ações, para se sacrificar pelos outros, para provar a Natália Teles, de uma vez por todas, que Christopher Uckermann – Lorde Christopher Uckermann, pois afinal não era o oitavo marquês de Stillworth? Se é que isso valia alguma coisa – era um homem de coragem e convicção que não precisava acenar com o título, como se fosse uma bandeira, para conseguir respeito. E certamente não era o bêbado imprestável e indeciso que ela imaginava.



Por Deus, haveria de provar isso a ela, nem que tivesse que salvar mais vezes barqueiros embriagados nessa costa rochosa.



– Uckermann. – Adam MacAdams, o novo melhor amigo de Uckermann, o mais velho e desdentado dos pescadores, interrompeu sua meditação, segurando-o pela nuca. – Deixe-me pagar outro drinque para o senhor – disse, arrastando as palavras com a língua enrolada.



– Não, muito obrigado – Christopher recusou com cortesia. – Já bebi o bastante.



– Só mais um. O senhor salvou meu companheiro Stuben. Não vai permitir que eu lhe pague uma dose em agradecimento?



– Não fui eu quem o salvou, mas sim a senhorita Dulce.



– Só mais um drinque – MacAdams insistiu.



Christopher nunca fora tão bem-recebido em nenhum lugar. Seus amigos ingleses estavam muito enganados. Os habitantes das Terras Altas eram criaturas muito civilizadas. E o povo da ilha de Skye era o mais bondoso e amigável de todos.



– Está bem, só mais um – Christopher aceitou, com lágrimas nos olhos. – Mas só se eu puder fazer o brinde.



– Fique à vontade – MacAdams consentiu. – Faça o brinde.



Christopher ergueu seu copo no alto.



– Gostaria de brindar à dama mais bela, gentil e doce do mundo, a autora desta carta – todos se viraram para olhar o papel de carta cor-de-rosa que secava perto da lareira. À graciosa, adorável e devota mulher com quem pretendo me casar, se ela me quiser, é claro: a respeitável senhorita Natália Teles.



– À senhorita Teles – os pescadores entoaram.Todos esvaziaram seu copo, e Christopher voltou-se para MacAdams.



– Agora me diga qual é o problema com a Cabana do Riacho.



A resposta não veio, porque todos os seus novos amigos haviam adormecido antes que ele terminasse o discurso.



Christopher, com uma reação de companheirismo reconfortante, decidiu que seria falta de cavalheirismo não se juntar a eles naquele cochilo hospitaleiro... independentemente do que Natália pensasse a respeito disso.




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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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