Fanfics Brasil - Capítulo 22 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 22 (PARTE 3)

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– Nem eu – Shelley concordou. – Agora pergunto – berrou para Christopher. – Quem é você e o que fez com nosso bom amigo Uckermann?


Christopher sempre considerou Pearson e Shelley seus melhores amigos, mas no momento rangia os dentes. Teriam sido sempre tão estúpidos ou alguma coisa aconteceu desde que ele deixou Londres? Seria possível que os dois não vissem que ele queria ficar?


Pelo jeito, não. Será que precisava soletrar uma afirmação como se fazia com crianças? Que ele passou a considerar, com o passar dos meses, Lyming sua casa e o povo de lá sua família? Teria que explicar a eles que o aumento da temperatura que se avizinhava possibilitaria o surgimento de nova epidemia de cólera e que ele não podia abandonar a aldeia, quando os habitantes mais precisariam dele?


Além de Dulce, era evidente. Mas isso ele não poderia explicar com Glendenning sentado ali, limpando a espada... Talvez não devesse dizer nada. Eles que tirassem suas próprias conclusões.


Shelley sufocou um grito e agarrou o braço de Pearson.


– Santo Deus! – ele gritou. – Uma coisa horrível me ocorreu!


– O quê? – perguntou Pearson, estreitando os olhos.


– O motivo por que ele não quer voltar conosco. – Shelley fitou Christopher com desconfiança.


– Ele se tornou religioso.


– Não seja idiota. – Pearson desvencilhou o braço dos dedos de Shelley, que o apertavam.


– Por que mais acha que ele se recusaria a voltar? – Shelley espiou Christopher com temor. – Você não vai começar a citar a Bíblia para nós, não é, meu camarada?


– Não – Christopher respondeu, rangendo os dentes. – Se não pararem de agir como dois estúpidos, terei que atirá-los lá fora.


Shelley arregalou os olhos.


– Estúpidos? Isso é...


– Parem com isso. – Pearson ergueu as mãos para pedir silêncio. – Os dois. Fiquem calados. Preciso pensar.


E foi o que ele fez, franzindo a testa pelo esforço. Christopher bem que gostaria de levar os dois para fora pelas orelhas. Mas se fizesse isso ia despertar as suspeitas do conde. Glendenning seria levado a desconfiar da pressa de Christopher em se ver livre das visitas para retornar aos braços de Dulce.


Não. O melhor seria afastá-los de maneira menos violenta e óbvia.


Pearson parou de alisar o bigode, o que fazia enquanto pensava, e anunciou:


– Isso não tem sentido. Ele fez uma viagem dessas e se enterrou aqui para se valorizar diante daquela harpia, a senhorita Teles, e agora, quando fica sabendo que ela está casada com outro, não mostra nenhum sinal de desgosto...


– Nem quebra nada – Shelley lembrou, pesaroso.


– ...e deseja apenas que o casal seja feliz. Quando recebe a sugestão de voltar para casa e reunir-se com os seres amados e receber todos os benefícios de sua vida privilegiada em Londres, ele recusa. Não há explicação racional para isso. A menos... – Pearson se interrompeu e lançou um olhar espantado para Christopher. – Santo Deus!


– O que foi? O que houve? – Shelley perguntou, temeroso de haver perdido algumapalavra, olhando de um para outro.


– Cavalheiros. – Christopher estendeu a mão direita para eles. – Agradeço muito por terem se incomodado tanto para me trazer notícias sobre a boa sorte da senhorita Teles, ou melhor, de Lady Ethelridge. Mas agora tenho que atender alguns pacientes. Como devem saber, o exercício da medicina não é fácil.


Pearson se levantou da poltrona, se adiantou e segurou a mão de Christopher. Empurrou-o para a frente, dando a entender a Lorde Glendenning que abraçava o amigo com afeto.


– Quem é ela, garanhão? – ele sussurrou no ouvido de Christopher, sem medo de que o ouvissem.


– Não importa – Christopher respondeu no mesmo tom. Apenas saiam daqui, pelo amor de Deus, e não voltem.


– Então é isso que está acontecendo neste fim de mundo? – O abraço de Pearson estava demorando demais na opinião de Christopher. – Aquele idiota também arrasta a asa para ela, não é? Estou achando que ele é muito mais temperamental do que me pareceu hoje pela manhã, quando o conheci. O que houve? Ele o flagrou com a amada dele?


– Até logo. – Christopher se soltou do abraço e se voltou para Shelley. – Foi bom rever você. Mande um beijo para minha mãe, se a encontrar.


Shelley, por sua vez, também o abraçou.


– Não é a amazona, é, Christopher? – ele perguntou num fio de voz. – Por favor, diga que não é aquela sobre quem escreveu, a que usa calças. Juro que sua mãe seria capaz de morrer com o choque.


Christopher se desvencilhou do amigo.


– Seria melhor vocês se apressarem ou perderão a balsa para Lochalsh.


Glenndening riu com desdém, e os três homens se voltaram para ele, que continuava sentado na poltrona.


– Milorde – disse Christopher – , qual a graça?


– A balsa. – Glendenning deu uma risadinha. – Hoje é quarta-feira. Não há mais nenhuma balsa.


Christopher se sentiu estranhamente pequeno. Será que nunca mais poderia voltar para Dulce?


– Milorde tem razão – Christopher disse aos amigos. – Às quartas-feiras há apenas uma balsa.


Pearson e Shelley pareceram surpresos.


– Por quê? – Pearson perguntou.


Christopher deu de ombros.


– Não sei. Em Skye é assim. Acho que terão que passar a noite por aqui.


Pearson se surpreendeu com a informação, mas Shelley deu um grito, como se alguém lhe houvesse sugerido que devorasse seu primeiro recém-nascido.


– Aqui? Está me dizendo que teremos de passar a noite aqui? Em Skye?


Certo de que não poderia livrar-se dos dois com facilidade, Christopher decidiu aceitar o destino e melhorá-lo, se possível. Pôs amigavelmente a mão no ombro de Shelley.


– Ora, velho amigo – disse com alegria. – Não é tão ruim assim.


– Não? – Shelley olhou ao redor do grande hall com desalento. – E onde você sugere que fiquemos? Existe uma estalagem por aqui, não é? Por favor, diga-me onde fica.


– Aqui não há nenhuma estalagem. – disse Christopher , fazendo uma careta.


– Eu sabia. – Shelley levantou os olhos para o teto em abóboda. – Teremos que passar a noite num celeiro.


– Bobagem.


Uma ideia diabólica ocorreu a Christopher. Não era dado a rasgos geniais, mas esse era brilhante. Tirou a mão do ombro de Shelley e voltou-se para o conde.


– Milorde, o senhor não se importaria de hospedar meus amigos por esta noite, não é?


Glendenning levantou os olhos da espada.


– Aqui?


– Isso mesmo. Aqui no castelo. Claro que eu poderia levá-los ao dispensário, mas se eu tiver pacientes para internar... bem, milorde sabe que temos apenas três macas. O senhor não se incomodará que eles durmam aqui, não é, meu velho amigo?


Era sensacional. Extraordinário em sua simplicidade. Christopher não entendeu por que a estratégia não lhe ocorreu antes. Qual a melhor maneira de conseguir seus dois objetivos? Passar o maior tempo possível na companhia de Dulce enquanto mantinha olho vivo nas atividades de Lorde Glendenning. Adorável. Perfeito. Mar...


– Eles não vão querer ficar aqui – o conde retorquiu, receoso. – E quanto aos ra...


– Pearson e Shelley não se importam com um pouco de falta de conforto – Christopher o interrompeu. – E nem se importarão com alguns camundongos.


– Camundongos? – Shelley repetiu, horrorizado.


– Não estou falando de camundongos, mas sim de ra...


– Milorde sabe que horas são? – Christopher tirou o relógio do bolso do colete. – Ora, já estou atrasado para a primeira visita. Por favor, cavalheiros, fiquem aqui e façam companhia a milorde... – Não era possível enfatizar mais as palavras ou Glendenning desconfiaria; ainda assim ele tentou lançar a Pearson um olhar significativo para que ele entendesse a mensagem – ...e tentarei voltar à noite, para o jantar.


– Uckermann – Glendenning ficou em pé, e a espada balançou em sua mão direita – , eu...


Christopher já se dirigia para a porta.


– Sinto não poder ficar – ele se desculpou. – Shelley, por que não mostra para milorde aquele truque que você faz? O do polegar...


Enquanto Shelley tentava deslumbrar Lorde Glendenning com seu polegar notável, Christopher saiu do castelo, montou em seu cavalo e galopou em direção à cabana do Riacho. Hamish – que recebera ordens médicas para não sair de casa, mas voltara a cuidar do rebanho assim que ele, Lucais e o cordeiro haviam se secado após a aventura no riacho – recordaria mais tarde que foi um milagre o doutor ou o cavalo não terem quebrado o pescoço.



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Autor(a): leticialsvondy

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"Não posso” – Dulce leu – “pensar nela sem me lembrar das rosas pálidas que crescem no canteiro externo da janela do quarto de minha irmã Cecilia. Ela me impressiona da mesma forma que o fazem aquelas flores delicadas e diáfanas que perdem as pétalas brilhantes com o mais leve vento”. De sobrancelhas erguidas, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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