Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy

Mas Christopher ainda não se permitiu a satisfação plena. Queria sentir esse prazer junto com Dulce e logo conseguiria. Ela, cada vez mais corada, atirava a cabeça para trás, revelando o pescoço alvo, onde pulsava uma veia. Fechou as pálpebras e mordia o lábio inferior. Suas mãos estavam sobre as dele, que pressionavam os pequenos mamilos róseos...

Nisso ela se moveu mais um pouco e ele se deu por vencido.

Mas então ele percebeu, enquanto subia na espiral de outro clímax poderoso, que Dulce o acompanhava. Ela gritou, arqueando as costas, com os quadris subitamente imóveis. E assim permaneceu, enquanto ele se impelia cada vez mais fundo, preenchendo-a, inundando-a com cada espasmo angustiante...

Quando Christopher terminou, Dulce apenas sorriu e abandonou-se sobre ele, com a testa encostada em seu ombro másculo. Ambos estavam esgotados.

Ficaram deitados mais um tempo, escutando os pássaros e, a distância, o balido de um rebanho de carneiros das Terras Altas.

– Você promete que nunca mais vai ler um diário meu, se eu começar a fazer outro?

– Prometo – disse ela, com a boca encostada no pescoço de Christopher –, se você prometer que nunca mais entrará em meu escritório, pois há coisas que não quero que você veja.

– Não importa. De qualquer modo, não consigo ler sua caligrafia horrorosa. – Christopher alisou alguns cachos caídos no rosto de Dulce. – Mas sei que ficarei em desvantagem.

Ela não respondeu, levantou a cabeça e fitou-o com seriedade.

– O que foi que Lorde Glendenning lhe disse quando vocês saíram daqui esta manhã?

– Pouca coisa. – Christopher se apoiou nos cotovelos. O solo não era tão confortável como parecia. – Dulce, ele sempre a ameaça daquele jeito? Ficarei muito feliz em curá-lo desse hábito.

Ela escorregou de cima dele e se sentou. Christopher não podia ver o rosto oculto pelos cabelos.

– Você não contou nada sobre nós, contou?

Christopher afastou o cabelo para ver seus olhos.

– Você se incomodaria se eu o fizesse?

– Sim. – Dulce o fitou com olhar quente. Christopher não mentira ao dizer que os olhos dela lhe lembravam o céu. Agora eles resplandeciam como o céu do meio-dia no verão. – Porque ele provavelmente tentaria matá-lo.

– Verdade? E você me disse, no castelo de Glendenning, há meses, que o conde não era tão mau...

– Ele não é – Dulce concordou. – Exceto quando seu orgulho está em jogo. Antes de tudo ele é um Herrera e os Herreras são guerreiros.

Christopher levantou uma sobrancelha.

– Você tem tão pouca fé em minha habilidade para me defender?

– Claro que não! Mas... ele tem uma espada considerável.

Christopher curvou as duas sobrancelhas.

– Se eu fosse você, não me preocuparia com Lorde Glendenning. No momento ele está ocupado com Pearson e Shelley. São os meus amigos de Londres que chegaram esta manhã.

– Sei. – Ela tirou mais algumas mechas de cabelo do rosto. – O que eles queriam?

– Ah... – Christopher ajustou e fechou o calção. – Saber como eu estava vivendo neste fim de mundo...Apesar das palavras leves, Christopher sabia que o tempo passava rápido. Pearson e Shelley haviam usado o título dele, e chegaria um momento em que ele teria que contar a verdade a Dulce. Talvez fosse melhor fazer logo a revelação, antes que ela descobrisse acidentalmente.

– Escute, Dulce, preciso lhe contar uma coisa...

– Ah, é? – Ela o fitou com os intensos olhos azuis.

– É... – Até onde chegaria a antipatia de Dulce pelos lordes? Ele se levantou, momentaneamente perdido. – Feche seu vestido. O balido dos carneiros está ficando mais próximo, mas não acho que nenhum deles cairá no riacho. Podemos entrar e conversar.

Dulce fez o que lhe foi sugerido. Abotoou o vestido de veludo, deu a mão a Christopher e permitiu que ele a levantasse.

– Temos muito o que conversar – Christopher recomeçou, nervoso.

– Suponho que sim – Dulce concordou. – Por exemplo, como faremos para Lorde Glendenning não descobrir o que está acontecendo?

– Ora, você não vai começar com isso de novo, vai? – Christopher passou a mão pelo cabelo. – Você ficará surpresa ao descobrir que sei tomar conta de mim. Fiz isso durante trinta anos.

– Eu sei, mas...

– Escute, tenho que lhe dizer uma coisa, antes de entrarmos em...

– Está bem. – Dulce se curvou para pegar o diário que estava a seus pés. – Vá primeiro, Christopher, mas você sabe que não poderemos...

Christopher não ouviu o que eles não poderiam fazer. No momento em que Dulce se abaixou, ele escutou uma detonação que espantou os pássaros das árvores e fez que os carneiros que rodeavam o riacho fugissem a toda a velocidade.

Algo muito duro o atingiu no ombro, e Christopher caiu.

Ouviu Dulce chamá-lo pelo nome, viu-a largar o diário e as folhas do caderno se soltarem.

A última coisa que Christopher viu, antes que a escuridão descesse sobre ele, foram as páginas do diário se espalharem ao vento da primavera.