Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy
Vozes.
Ele ouviu vozes. Suavemente murmuradas. O que, de certa forma, era mais irritante do que uma conversa em voz alta. Como saber quem falava? A quem ele ia despedir pela manhã por perturbar seu sono?
Oh, Deus. Alguém chorava. Não podia haver engano. Era o som de choro. Suas irmãs.
Eram choronas, todas elas. Por que Bates não as mandava embora? Não lhe faltava mais nada! Um bando de mulheres chorando ao lado de sua cama. Elas não sabiam que ele não morreria?
Ele já levou um tiro em outra ocasião.
Talvez não fosse verdade, mas ele não deixaria a vida por causa de uma bala no ombro.
Era viril demais para isso.
O que Bates estava pensando, afinal, ao permitir a entrada de suas irmãs? Duelar era ilegal, exceto no continente. Quando saíssem dali, elas espalhariam pela cidade inteira que ele perdeu essa última pequena disputa contra... Por falar nisso, com quem ele duelara? Não se lembrava de nenhuma derrota ultimamente.
Ethelridge. Teria lutado com Ethelridge? Mas por qual motivo? O camarada estava casado com Natália, e isso já era punição suficiente para qualquer homem, não era?
De repente, ele acordou.
Não escutou mais nenhum choro. O que seria aquilo?
Alguém jogava cartas. O som era inequívoco.
Começou a enxergar melhor. Estava em um quarto que não conhecia, deitado num colchão de plumas, em uma cama ornamentada com arabescos. Do outro lado do quarto, o sol brilhava fora da janela, e era possível sentir o cheiro de maçãs assadas.
Acima, notou as vigas e mais no alto...
Não era imaginação sua. Era um telhado de colmo.
Ao lado da cama enorme, Pearson e Shelley estavam sentados em mangas de camisa.
Não acreditava que eles estivessem ali jogando cartas, sendo que tinham coisas muito mais interessantes para fazer.
– Ah – Shelley sussurrou. – Vinte e um. Ganhei.– Malandro – Pearson reclamou. – Você não pode ter ganhado de novo. É impossível.
– Não é – Shelley retrucou. – Você não embaralhou direito.
– Embaralhei as cartas um tempão. Você está roubando.
– Como eu poderia roubar se você deu as cartas?
Christopher queria perguntar sobre o paradeiro de Dulce e se ela estava bem, mas quando abriu a boca, só conseguiu emitir um resmungo.
Mas isso bastou para atrair a atenção dos dois homens. Eles pararam de brigar por causa das cartas e o olharam com surpresa.
– Ah, eu sabia – disse Pearson em tom amigável. – Você está acordado. Já não era sem tempo. Como está se sentindo?
– Eu lhe mostrarei como se embaralham cartas. – Shelley mal o olhou e pegou todas as cartas. – Olá, Stillworth.
Christopher resmungou outra vez.
– Ele quer água – Pearson afirmou. – S. J., pegue água para ele.
– Já dei a ele aquela porcaria do láudano. – Shelley embaralhava as cartas. – Agora é sua vez.
Pearson suspirou, levantou-se e pegou um copo com água. Mas quando Christopher tentou levantar o braço direito para pegar o copo, estocadas de dor o fizeram se deitar de novo.
Pearson não pareceu impressionado.
– A outra mão, seu tolo. Você levou um tiro desse lado.
Christopher pegou o copo com a esquerda, bebeu toda a água e devolveu o copo para Pearson.
– Dulce... – disse Christopher com voz quase normal.
– Sim? – Pearson arqueou as sobrancelhas.
– Ela está ... – Christopher pigarreou. – Ela está bem?
– Você não se lembra? – Pearson fez uma careta e fitou o amigo.
Christopher desejou poder utilizar o braço direito. Se pudesse, teria dado um soco no rosto de Pearson.
– Não, não me lembro – Christopher resmungou com impaciência. – Estive inconsciente, seu idiota. Onde ela está? Ela está bem?
– Claro que sim. – Pearson parecia confuso. – Tenho que lhe dizer, amigo, que é uma ingratidão você me chamar de idiota. Fui eu quem tirou a bala de seu ombro. Sua preciosa senhorita Saviñon não conseguiu extraí-la.
– Isso – Shelley disse, sem tirar os olhos das cartas, que passava de uma das mãos para a outra – porque ela estava pessoalmente muito envolvida com esse pobre infeliz. Não teve coragem de dar o puxão necessário. Suponho que a senhorita Saviñon teve medo de machucá-lo. Felizmente, nosso Sir Charles não teve essa preocupação. Apoiou o pé na cabeceira e deu o mais violento tranco que já vi. A bala estava incrustada no osso. Um milagre que Pearson não o tenha quebrado.
– Mentira! Cuidei do paciente como se ele fosse uma criança. – Pearson se mostrou ofendido. – Como se fosse meu próprio filho. A senhorita Saviñon não poderia ter feito melhor, mesmo que ela desprezasse Stillworth, o que de fato devia fazer. Obviamente ela não sabe que se deixou envolver por um infame vulgar. – Ele ajeitou o colarinho da camisa. – Essa foi uma intervenção digna de um profissional de meu naipe, e eu a executei, se me permite dizer, com segurança.
Autor(a): leticialsvondy
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– Faça-me o favor. – Shelley deixou as cartas de lado e piscou para Christopher. – Ele teve que tomar três ou quatro goles de uísque antes de se aproximar de você. Stillworth, você parecia próximo da morte. Christopher, com dores, não estava com paciência para as brincadeiras dos amigos. Assim mesmo, cons ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43
Já acabou? Naaaaaaaaaao
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capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16
Aaaaaaah,continua logoooo
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ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04
Vc voltou *-*
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ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59
Poxa, abandonou? :(
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wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33
OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??
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wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31
ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa
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wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30
Continua... Leitora nova e estou amando.
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heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01
Contt 😍😍
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Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32
Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^
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millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10
Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa