Fanfics Brasil - Capítulo 25 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 25 (PARTE 3)

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– Está se sentindo melhor? – Pearson indagou. – Gostaria de comer um pedaço de torta?


Há quantidade suficiente para um batalhão.


– Não. – Christopher olhou para cima. – Quero vê-la.


– A senhorita Saviñon? – Shelley arqueou as sobrancelhas. – Você está doido? Ela acabou de adormecer. Você não imagina o que ela sofreu. Ficou acordada a noite toda, com receio de que você tivesse uma hemorragia...


– Isso mesmo – Pearson apoiou o amigo. – A senhorita Saviñon tem um bom conhecimento médico, segundo ela, aprendido com o pai. – Pegou uma dupla de fotos em miniatura de cima da cômoda próxima. – O pai deve ser esse camarada, e suponho que este quarto é o do casal. – Entregou as miniaturas a Christopher, que tentou novamente erguer a mão direita. Fez uma careta de dor e pegou com a esquerda.


Christopher fitou os dois retratos, tão pequenos quanto seu relógio de bolso. Muito bem feitos, retratavam um belo casal. O homem tinha cabelos negros, rosto barbeado, e a mulher era uma versão mais magra e jovem de Dulce, porém com a mesma massa de cabelos rebeldes e vermelhos e semelhantes olhos azuis com cílios escuros.


Pearson, com um dos cotovelos apoiados na cabeceira, também observou as imagens.


– Eles já morreram?


– Não! Estão na Índia.


– Essa é boa – Pearson se espantou. – E deixaram essa flor sozinha para ser colhida por pessoas como você? Um despropósito.


Christopher o fitou com um olhar de advertência.


– Ela ficou aos cuidados de um tio. E como pretendo me casar com essa flor, agradeço se ficarem afastados dela, o que será bem melhor para vocês.


Shelley deu outro assobio antes de lamentar.


– Isso não é justo. Por que ele tinha de ficar com uma mulher tão formidável? Eu tenho uma aparência muito melhor que a dele.


– Por acaso está querendo levar um tiro? – Pearson disse com indiferença.


– Até valeria a pena – Shelley fez uma careta. – Desde que a cicatriz não fosse deformante... Ora, Uckermann, aonde pensa que vai?


Christopher tirava o pé para fora do cobertor.


– Ver Dulce. – Christopher rangeu os dentes por causa da dor e descobriu que, se não movesse a mão direita, não havia sofrimento. Bastante promissor.


– Peça, se você precisar de alguma coisa – disse Pearson, prestativo.


– É – Shelley reprimiu uma risada. – Talvez uma padiola.


Christopher não achou graça no sarcasmo do amigo. Estava muito concentrado nos próprios passos. Não era exatamente difícil, se tivesse algo em que se apoiar, como um encosto de cadeira ou uma parede. Calculou que fosse por causa do láudano. Precisava evitar que Pearson o drogasse de novo. Odiava o medicamento e não estava convencido de que os benefícios superassem os inconvenientes. Sorcha, deitada ao lado da lareira, ao vê-lo na porta do quarto, se ergueu e foi para perto dele. Como se soubesse que ele não estava bem, a cadela não pulou. Apenas cheirou-lhe a mão, sacudiu o rabo e caminhou ao seu lado, com a língua de fora, mirando-o com ansiedade. Christopher lhe acariciou os pelos com a mão esquerda e entendeu que o olhar ansioso não era fome, mas preocupação.


Christopher achava inacreditável que houvesse levado um tiro! E logo após admitir em voz alta o que vinha pensando havia meses, que finalmente encontrou um lugar onde se sentia bem e precisavam dele. Era humilhante imaginar que alguém na comunidade o desprezasse tanto a ponto de atirar nele. Poderia entender, se houvesse sido Glendenning. E se fosse outra pessoa?


Quem na ilha poderia odiá-lo tanto a ponto de querer sua morte, depois de tudo o que ele fez ou tentou fazer para provar seu valor?


Havia motivos suficientes para arrumar suas coisas e partir com Shelley e Pearson. Ilhéus infelizes, mal-agradecidos, mal-educados e desprezíveis! Lyming estava cheia deles. Se não queriam que ele ficasse, depois de tudo o que fez por eles, voltaria para Londres. Ora, se voltaria.


Mas ao abrir a porta do quarto de Dulce, entendeu que não poderia sair de Skye sem ela. Dulce estava adormecida por cima da manta azul e branca, com o rosto apoiado em uma das mãos e os longos cabelos vermelhos espalhados no travesseiro. Usava um vestido verde musgo que ele não conhecia. Em contraste com a cor densa, a pele parecia muito pálida. A respiração era curta e rápida.


Sorcha pulou na cama da dona, cheirou seu rosto e se sentou para olhar mais uma vez na direção de Christopher.


Christopher a mandou descer da cama. A cadelinha suspirou, obedeceu e voltou para a sala, antes que Christopher fechasse a porta. Sem mexer a mão direita, ele se sentou no lugar onde Sorcha estivera.


Deitou-se sobre os travesseiros e sentiu a exaustão tomar conta dele. Era o láudano. Seria difícil lutar contra o remédio. Estendido ao lado de Dulce, logo suas pálpebras começaram a se fechar lentamente.


Dulce se sentou e sufocou um grito.


Ela teve um sonho. Ela e Christopher estavam se beijando ao lado da cabana, sob a luz do sol.


Ser beijada por Christopher era a coisa mais deliciosa do mundo. Pela primeira vez em sua vida jovem, sentia-se feliz. Finalmente havia encontrado um homem – e maravilhoso – que se propunha a aceitá-la do jeito que ela era. Ela, que havia se preparado para terminar seus dias como solteirona a fazendo experimentos excêntricos e debruçada em seus mapas.


De repente, aquele homem surgiu em sua vida. No começo, mal ousou acreditar. Poderia haver um homem como aquele? Que a amava, respeitava e a aceitava como ela era. E no momento em que lhe abria o coração e a alma, ele fora arrebatado de seus braços.


Em seu sonho, ecoou um tiro, e Christopher, que momentos antes estivava tão forte e vibrante, desfaleceu em seus braços. Ela nem pensou em olhar para cima e ver quem havia atirada nele.


Não, ela ficou ali parada enquanto ele deslizava junto dela, manchando seu vestido com sangue.


E todas as novas coisas que ela mal começou a esperar conseguir desapareceram num segundo. Ela olhou ao redor em desespero, até que ele alcançou seu braço com uma das mãos. Então ela abaixou a cabeça e o viu.


Ali estava ele. O homem de seus sonhos, embora aquele estivesse usando um camisolão e um dos ombros parecesse mais alto por causa dos curativos. No queixo e maxilares a barba estava começando a crescer e havia sombras escuras sob os olhos...


Olhos exatamente iguais aos que vira da primeira vez: brilhantes, cálidos e risonhos.


Dulce deixou escapar um suspiro e depois o abraçou e descansou a cabeça em seu peito.


– Ouvi dizer – ele murmurou, e sua voz ecocou nos ouvidos de Dulce – que você tentou matar Lorde Glendenning com um atiçador de lareira.


Ela piscou. Não conseguia se lembrar de nada, do momento em que ele recebeu um tiro até esse momento. Tudo o mais era um cenário de sangue, curativos, homens estranhos que o chamavam de Stillworth e faziam comentários irreverentes...


– Não fale sobre isso. O mais importante é que você está bem.


– Se você o tivesse matado, seria enforcada como assassina. E quem cuidaria daquele abençoado corvo de seu irmão?


Dulce estremeceu.


– Não é engraçado – disse ela com os lábios tocando o camisolão. – Pensei que você tivesse morrido. Eu... não queria viver... sem você.


Ele jamais saberia o quanto custou a Dulce admitir aquilo. Era como se a medula houvesse se esvaído de seus ossos. Ela nunca experimentou um sentimento tão verdadeiro. Sem ele, não valeria a pena viver. Esse era o tamanho de seu amor.


Christopher sentiu o coração disparar ao ouvir aquelas palavras engasgadas, e não era por causa do láudano. A profundidade das emoções de Dulce – a jovem de brilhantes olhos azuis e rosto aristocrático, que combinava muito mais com um salão de baile do que com aquele bloco de rocha provincial – o desequilibrava. Dulce sentir-se asssim em relação a ele...


Era ao mesmo tempo a coisa mais enternecedora e excitante que ele já vivenciara. E foi isso que o fez esquecer a determinação de partir de Lyming na primeira oportunidade.


– É lisonjeiro – disse Christopher. Oh, Deus, por que abrira a boca? Se era para falar, por que não dizer algo mais romântico? O pior se seguiu. – Mórbido, mas lisonjeiro.


Seria por causa do láudano? Tinha que ser. Christopher lutou contra a nuvem densa que cobria seus sentidos.


– E como também me sinto assim a seu respeito – ah, aquilo soava melhor – será mais conveniente que nos casemos. E o quanto antes.


Dulce não respondeu. Christopher demorou alguns instantes para perceber que ela tornou a adormecer. Dessa vez, a respiração era profunda e regular. A cor retornou a seu rosto e, como sempre, ela estava linda.


Talvez Dulce o tivesse escutado. Talvez não. De qualquer maneira, eles estavam juntos, e isso era o que importava.


Christopher inclinou a cabeça e beijou-a na testa macia.


– Aceitarei isso como uma resposta afirmativa – ele murmurou.


E Christopher também se entregou aos efeitos do sedativo.


Eles nem podiam imaginar que seria o último sono verdadeiro que teriam por algum tempo.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


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