Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy
– Não creio nisso, reverendo, pois nós três somos especialistas em medicina e, por isso, extremamente confiáveis. Encaramos as mulheres apenas sob o ponto de vista profissional.
A senhora Marshal pestanejou, sem acreditar muito nessa afirmativa.
– Seja como for – o ministro não se deu por vencido –, confesso que acho isso altamente...
– Irregular – interveio a senhora Marshall.
– ...que os três fiquem aqui com a senhorita Dulce – o ministro argumentou. – Francamente, não apenas irregular, mas...
– Errado – disse a senhora Marshall com firmeza.
– Interessante – Shelley considerou. – Essa não é a opinião da senhorita Saviñon. Sendo ela a pessoa mais afetada por nossa permanência aqui, parece-me que ela mesma deveria objetar, se achasse o fato irregular.
E Dulce não achava, para aborrecimento de Christopher. Por algum motivo em particular, ela parecia contente com a presença dos amigos dele e arrumou as camas no quarto dos irmãos.
Talvez fosse por gratidão pelo que haviam feito por ele.
Todavia Christopher desconfiava que houvesse algum motivo por trás disso. Desde a terna confissão dela no dia anterior, quando estavam na cama, Dulce não voltou a ficar com ele a sós.
Qual seria o motivo? De qualquer maneira, ele pretendia descobrir por quê. O reverendo resmungou uma porção de brrr antes de falar.
– A senhorita Dulce, além de ser muito jovem é bastante excêntrica. Não podemos esperar que ela saiba qual a maneira certa e adequada de se comportar.
– Ainda mais – a senhora Marshall acrescentou – quando sua querida mamãe está a milhares de quilômetros de distância.
– Por isso tomamos a iniciativa – o reverendo disse – de apelar aos cavalheiros que tomem uma decisão correta.
– E qual seria? – Shelley fez a pergunta com ar inocente.
– Os três – o reverendo falava devagar como se considerasse Shelley um tanto retardado – deviam procurar outras acomodações.
– Santo Deus! – Shelley fitou Christopher de viés. – Tudo menos isso! O único outro local onde poderíamos ficar seria o castelo de Glendenning, e lá, sinto informá-lo, está infestado de ratos!
Diante da menção à palavra “ratos”, a senhora Marshall involuntariamente fez um movimento brusco, e metade do chá se derramou. Era evidente que ela ainda não havia se restabelecido do choque da última visita ao castelo.
– Minha querida – o reverendo a repreendeu, enquanto limpava o chá derrubado na mesa com o lenço. Virou-se para Shelley e Christopher. – Com certeza há outros lugares para ficar, além do castelo. Minha esposa e eu teríamos prazer receber os três durante a permanência...
A senhora Marshall rapidamente se recuperou do trauma induzido pela referência aos roedores.
– Claro! – ela gritou. – Venham ficar conosco! Adoraríamos recebê-los. – Minhas filhas são muito hospitaleiras e gentis. Os senhores serão tratados como nobres.
A sugestão agradou a Shelley. Esperançoso, ele fitou Christopher , que, com um sutil movimento de cabeça, pôs fim às expectativas do amigo. As filhas do reverendo até poderiam tratá-los regiamente, mas eles teriam dificuldade para se soltar das garras das moças, que eram ávidas por homens solteiros.
Christopher não teve tempo de pensar em uma recusa sem ofensas. O corvo Joe deu um grito agudo, e a porta da frente se abriu com violência.
Cinco cabeças espantadas – seis, contando com a gata – se viraram para a porta. Sem dúvida, era o conde de Glenndenning, com sua delicadeza habitual. Em uma das mãos, segurava a espada de seus ancestrais; na outra, carregava uma garrafa do melhor uísque da senhora Murphy, já pela metade.
– Uckermann. – Alfonso Herrera mal se firmava nas pernas. – Tenho uma questão para resolver com o doutor.
No mesmo instante, o reverendo ficou em pé, tocou a esposa para que fizesse o mesmo e empurrou-a em direção à porta, murmurando despedidas para todos na passagem.
Glendenning, apesar de embriagado, saiu do caminho e desejou-lhes um bom dia. A gentileza não deve ter sido ouvida, na pressa de saírem da cabana.
Mal se retiraram, Glendenning fez uma declaração com sua voz potente.
– Graças a Deus que eles foram embora. Não os suporto. Estão sempre exibindo aquelas filhas horrorosas. Como se eu olhasse duas vezes para elas, por causa das toalhinhas que elas vivem bordando. Eu lhes pergunto, o que um homem faz na cama com tantas toalhinhas bordadas?
Shelley caiu na gargalhada. Até Hamish, que olhava a cena de olhos arregalados, deixou escapar uma risadinha. Glendenning virou-se e apontou a espada para os dois.
– Não tem a menor graça – ele afirmou com severidade. – Trata-se de um assunto sério entre Uckermann e eu.
Shelley fez o possível para conter o riso, o que não foi fácil. Hamish fechou a boca. A visão da espada foi suficiente para sufocar a vontade de rir.
– Assim está melhor – Glendenning afirmou. – Agora nós, Uckermann. – Cambaleando um pouco, ele ficou em pé diante de Christopher que continuava sentado na cadeira.
– Dulce está pensando que fui eu quem atirou no doutor e... bem, o problema era eu ignorar que houvesse um motivo para matar Uckermann. Até que ela me acusou. Não vou entrar em detalhes de como me sinto a esse respeito, embora considere desleal e suja essa armadilha que o doutor armou, por conhecer meus sentimentos a respeito dela.
Glendenning se empertigou, o que o fez parecer ainda mais alto, e estufou o peito antes de concluir.
– Portanto, o que vim lhe dizer é que, se eu imaginasse o que o doutor estava preparando, certamente teria dado o tiro antes. Como todos sabem, eu a vi primeiro ou, para ser mais exato, conheço-a de longa data. Por direito – ele apontou a espada para o rosto de Christopher – eu devia cortá-lo do umbigo até o queixo e ficar olhando suas tripas saltando para fora.
Com tal imagem descritiva, Shelley ficou boquiaberto, mas Hamish deixou transparecer certa apreciação. Christopher, contudo, fitava Glendenning sem se mexer na cadeira.
– Acontece – o conde prosseguiu e abaixou a espada – que não sou um homem vingativo. Sou um Herrera, e os Herrera sabem reconhecer quando a batalha está perdida. Nesse caso, tenho a impressão de que Christopher Uckermann foi o vencedor. Por isso resolvi não interferir e deixá-los à vontade. – Ele parou com a garrafa de uísque a caminho da boca, quando se lembrou de algo.
Autor(a): leticialsvondy
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– Ah, sim – acrescentou. – Também não fui eu quem atirou no doutor. Dito isso, começou a beber lentamente. Christopher deu uma leve pancada nas mãos de Shelley antes que este pudesse puxar o coro de aplausos pelo discurso dramático do conde. – Eu sei – Christopher se dirigia a Glendenning. O conde puxou o g ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43
Já acabou? Naaaaaaaaaao
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capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16
Aaaaaaah,continua logoooo
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ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04
Vc voltou *-*
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ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59
Poxa, abandonou? :(
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wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33
OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??
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wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31
ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa
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wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30
Continua... Leitora nova e estou amando.
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heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01
Contt 😍😍
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Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32
Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^
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millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10
Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa