Fanfics Brasil - Capítulo 3 (PARTE 3) A Dama da Ilha(adaptada)

Fanfic: A Dama da Ilha(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 3 (PARTE 3)

747 visualizações Denunciar


– Daqueles? – Dulce ficou curiosa.



– Ele não estava pregando religião na taverna de Moira?



– De maneira nenhuma. Mas de quem milorde está falando?



– Uckermann! – berrou Glendenning, e o nome ecoou nas vigas do telhado. – De quem mais poderia ser? Dulce, você terá que admitir que a razão para o camarada ter aceitado o cargo é praticar o bem, ajudar os menos afortunados e tudo o mais. Você conhece o tipo. Um fanático. Um defensor das boas causas. Londres está repleta deles.



– Ah, com certeza. – Dulce ironizou. – É tão comum médicos especialistas e bem pagos deixarem a cidade onde se distinguiram para se estabelecer em minúsculas aldeias costeiras das Hébridas, onde receberão uma ninharia de salário... Ah, milorde na certa esqueceu. – Ela sacudiu a cabeça. – Eu morei em Londres e sei como são esses homens. São os mesmos que, como lhe falei, impediram meu pai de exercer a medicina. Nenhum deles sacrificaria a vida confortável por – ela olhou ao redor – isto.



– Isto – repetiu Glendenning, parecendo magoado – é o castelo mais antigo de Skye, como você também sabe. De qualquer forma, ainda está em pé.



– Tem razão, sem dúvida.



Satisfeito por Dulce não ter feito pouco-caso de sua propriedade, o conde levantou o copo de uísque em sua direção.



– Dulce, você pode caluniar o médico à vontade, mas ele disse que viria, está aqui e não vou mandá-lo de volta. Ele fica.



– Então – ela retrucou, rápido –, onde ele vai ficar?



O conde parou de rir e assentou o copo com energia na mesinha ao seu lado.



– Você sabe muito bem onde – ele afirmou com voz profunda.



Dulce concordou com um gesto de cabeça e sentiu-se diminuída. Era isso. Ele não chegara a dizê-lo, mas era óbvio que acontecera justamente o que ela mais temia, porém não podia acreditar que o conde fosse realmente capaz de fazê-lo. Apesar de todas as fanfarronadas, Glendenning era um homem simples, incapaz de trapaças ou desculpas. Ou, pelo menos, era o que ela imaginava até então.



– Isso muda um pouco as coisas, não é?



O conde parecia inquieto mas determinado.



– Mas não muda uma delas. – Ele parou a poucos passos de Dulce e cruzou os braços musculosos na altura do peito. – Você já deveria saber que sempre consigo o que quero.



Dulce deu de ombros.



– Só se passar por cima de meu cadáver.



Ele rangeu os dentes e a contração dos músculos da mandíbula foi visível à luz das chamas.



– Ora, Dulce, seja razoável.



– Eu tenho sido, mas isso que milorde acaba de fazer é desprezível, até mesmo para alguém como o senhor.



– Veja – disse ele, franzindo o cenho, aborrecido. – Creio que tenho sido paciente, dadas as circunstâncias. Mais paciente do que qualquer outro homem teria sido, Dulce. Não pretendia que você descobrisse o fato dessa maneira, na taverna de Moira, mas devo dizer que me arrependo. Isso não está certo.



– Não, por Deus, não está, e não pense que não posso...



– O que já fiz está feito – Glendenning bateu um dedo no próprio peito. – Estou agindo corretamente. Você é que está fazendo confusão.



– Eu? – Dulce ficou de pé num salto e de novo assustou os cachorros. – Eu fazendo confusão? Essa é boa. Milorde sabe que mais de mil vezes me ofereci para pagar-lhe um aluguel e nunca recebi sua atenção.



– Dulce, você está atrapalhando tudo! Olhe para si mesma. Você usa calças!



– Então é isso? – Ela passou por cima de um dos cães e parou diante do conde, de cabeça erguida. – Nenhuma discussão? Nenhuma negociação?



O conde parecia um pouco inquieto, e ela entendeu que devia ser pela sua proximidade dele. No entanto, não podia recuar.



– Já tivemos negociações suficientes. Você conhecia minha posição e agora sabe que venci. Sinto muito ter que agir dessa maneira, mas você não me deixou escolha. Então diga, quando posso esperá-la?



Dulce não pôde deixar de rir.



– Milorde deve estar brincando!



– Não estou. – O conde tentava ser duro, para manter um comportamento digno. – Nunca falei tão sério.



– Pode ser, mas não está sendo esperto. Milorde sabe que tenho outras opções.



– Opções? – O conde se alarmou. – Quais “opções”?



– Posso deixar Skye.



Para crédito do lorde, ele se manteve calmo, sem entrar em pânico.



– Você poderia, mas tem de admitir, Dulce, que em outro lugar que não Skye você...



– Eu o quê?



– Bem... Não se encaixaria.



Dulce lançou-lhe um olhar fulminante. Ele era intolerável! Mesmo que estivesse certo.



– Milorde pensa assim porque uso calças e não saberia usar um vestido? Sei muito bem me vestir como mulher, milorde. E estou lhe avisando. Se milorde não desistir desse seu plano ridículo, vestirei uma saia e irei embora desta ilha miserável...



Dulce não obteve a resposta desejada. Em vez de recuar, o conde se adiantou, segurou-a pelos ombros com os dedos calosos e puxou-a de encontro ao peito.



– Agora me escute. – Disse ele sacudindo-a com tanta força que fez seus longos cabelos avermelhados caírem sobre seu rosto. – Você não vai a lugar nenhum, entendeu?



Os olhos verdes do conde se tornaram frios como o gelo que cobria o riacho.



– Se pensa que pode fugir na balsa, darei um jeito de descobrir quando o fará – o conde assegurou. – Acha que eu não faria isso? Afinal, sou o senhor desta pequena aldeia. Se for preciso, eu a arrastarei de volta.



“Dulce, como sempre, você falou demais”, ela pensou, sentindo o coração disparar e engolindo em seco.



– Francamente, milorde – ela conseguiu dizer, com calma –, será que precisa comportar-se com tanta brutalidade? É bem melhor quando milorde age com mais comedimento.



– Minhas atitudes intempestivas são provocadas por você – ele a acusou. – Você sabe disso, Dulce.



Nisso, ele pensou que uma expressão mais física de seu ardor talvez fosse mais persuasiva que as palavras. Assim, apertou Dulce de encontro ao peito e encostou os lábios nos dela, confiante em que, dessa maneira, lhe transmitiria um pouco de sua paixão.



O efeito foi desperdiçado. Dulce começava a se assustar com essa demonstração de emoções incontidas.



E ela então fez o que achou razoável nessas circunstâncias. Atingiu o conde na orelha com a lateral de seu punho. Surpreso, ele afastou a boca e o rosto. Dulce aproveitou para dar-lhe um soco no olho direito.



O conde gritou e soltou-a de imediato. Cambaleou, segurando a face.



– Pelo amor de Deus, Dulce – ele gritou. – Por que fez isso?



Dulce esquivou-se dele e ficou do outro lado da sala, rodeada pelos cães, que uivavam, nervosos.



– Milorde sabe perfeitamente o motivo – ela não se incomodou com a voz trêmula. – Se pretende se comportar como um bruto, será tratado como tal.



– Mesmo assim, você não precisava bater com tanta força – o conde retrucou, deprimido.



– Ora, milorde também não devia ter me agarrado daquela maneira.



– Eu sei. É que... – o conde se deixou cair em sua poltrona e pegou o copo de uísque – ...estou louco de amor por você.



– Não está, não. – Dulce sentia por ele certa simpatia. Ele não passava de uma criança grande. – Milorde pensa que está, mas continua confundindo amor com desejo.



– Você sempre diz isso, mas não é verdade – o conde teimou.



Dulce deu um suspiro. Não adiantava argumentar com Glendenning, quando ele estava daquele jeito. Devia ter ido embora, assim que reconhecera os sinais. No entanto, fez uma última tentativa.



– Milorde vai mandar o doutor Uckermann de volta para Londres ou não?



– Não vou mandar ninguém de volta – ele respondeu, sombrio. – O que acha disso?



O conde ficou sem saber o que ela estava pensando, pois Dulce se virou e saiu do castelo.



Ah, como ela desejava que as chuvas da primavera viessem mais cedo e que Lorde Glendenning fosse devorado pelos ratos durante seu sono odioso.




Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

– Doutor Uckermann? Christopher estremeceu, mas não abriu os olhos nem levantou a cabeça. – Doutor Uckermann, o senhor está bem? Christopher abriu devagar uma pálpebra e fechou-a rapidamente. Na certa, ainda estava sonhando. Ele, Pearson e Shelley haviam bebido em excesso na noite anterior e agora estava pagando por isso. Merg ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • capitania_12 Postado em 02/02/2019 - 13:24:43

    Já acabou? Naaaaaaaaaao

  • capitania_12 Postado em 01/02/2019 - 22:09:16

    Aaaaaaah,continua logoooo

  • ana Postado em 30/01/2019 - 13:57:04

    Vc voltou *-*

  • ana Postado em 19/03/2018 - 00:51:59

    Poxa, abandonou? :(

  • wermelinnger Postado em 16/01/2018 - 12:43:33

    OIIII VAI POSTAR MAIS NAO??

  • wermelinnger Postado em 04/01/2018 - 09:07:31

    ah Deusss ele disse que estava apaixoando continuaa

  • wermelinnger Postado em 03/01/2018 - 15:13:30

    Continua... Leitora nova e estou amando.

  • heloisamelo Postado em 31/12/2017 - 17:54:01

    Contt 😍😍

  • Nat Postado em 06/10/2017 - 22:29:32

    Meu Deus! Tadinho do Hamish! Ai! Tomara que de certo! Esses dois... Tão lindinhos juntos! Pena que eles sempre se encontram quando alguma coisa não está bem! Não vejo a hora de eles darem o primeiro beijo! CONTINUA!!!^-^

  • millamorais_ Postado em 06/10/2017 - 09:30:10

    Esses dois... Essas brigas são vão fortalecer essa relação. Ele vai ajudá-la né? Continuaaa


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais