Fanfic: No limiar do desejo - Vondy | Tema: Vondy

Depois de deixar Dakota suficientemente à vontade no quarto, Dulce foi até a cozinha, escolhendo um vinho e sentando-se à ilha e observando o irmão servindo habilmente a comida tailandesa que havia comprado.

– Então, quem é a garota? Você está fazendo uma creche e está começando com a filha do chefe? – Alfonso ironizou, jogando as sacolas no lixo.

– Você é muito babaca – resmungou. – Ela está passando por problemas e gosto dela. E ela já é maior de idade, então não existe creche aqui.

– E qual o problema? O namorado não quis ir ao baile com ela? – apoiou os braços no balcão, inclinando-se para perto da irmã.

– Por favor – revirou os olhos. – Ela não quer fazer a faculdade que o Robert escolheu, e não quer se casar por causa de negócios.

– Ela acredita em contos de fadas e amor verdadeiro? – Alfonso arqueou uma sobrancelha, com um sorriso travesso no rosto. – Posso acabar com as ilusões dela rapidinho. Sou advogado de divórcios, você sabe que eu conheço a vida.

– Nem ouse – rosnou, levantando-se. – Vamos para a sala. Estou morta de fome – pegou três taças e a garrafa.

Os irmãos foram à sala, colocando a comida, as taças e o vinho na mesa de centro e sentando no tapete. Desde pequenos gostavam disso. Nada de mesas ou sofá. Era o tapete que os satisfaziam. Enquanto Alfonso servia o vinho nas duas taças, Dulce escolhia uma série de drama na Netflix. Dakota precisava de menos romance e mais mistério. Enquanto a esperavam, Alfonso compartilhava as novidades do escritório enquanto Dulce fingia interesse.

Ela era ótima nisso.

                O telefone dela tocou, o nome do visor chamando a atenção não só dela, mas também de Alfonso.

– O que o seu chefe faz te ligando tão tarde?

– Esqueceu que a irmã dele está comigo? – resmungou, se levantando com o celular e indo até uma das janelas, observando a neve que caía lá fora. – Oi, Uckermann.

– Oi. Aconteceu alguma coisa? – Christopher respondeu ofegante, despertando a curiosidade de Dulce.

– Sua irmã está aqui em casa.

Silêncio.

Silêncio.

Mais silêncio.

Christopher praguejou em alemão algo que Dulce não conseguiu identificar muito bem, mas não devia ser algo bonito de ouvir.

– Estou chegando aí.

– Christopher, não acho uma boa ideia – Dulce sussurrou, observando o irmão que tomava o vinho descontraidamente.

– Dakota precisa do irmão dela. Chego em... ãhn... vinte e três minutos.

– Tão exato? – indagou surpresa, mas ele já havia desligado.

Dulce arregalou os olhos e olhou o celular, atônita, sentindo as mãos tremerem.

Aquilo não iria dar certo.