Fanfic: The Glow of a Glance - Camren | Tema: Camren

— Então amiguinho você está gostando da hospitalidade?

Sim, eu estava pateticamente falando com o Blue. Digo, com o pássaro.

O bichinho que estava em meu dedo indicador inclinou a cabecinha soltando um som bonito de ouvir, como se estivesse entendendo o que eu estava falando com ele.

— Você tem muita sorte da Camila ter te encontrado, Sabia? — Lhe ofereci um pedacinho da banana que estava comendo, sorri da forma que ele bicou a fruta — Nós temos sorte... — Corrigi com um pequeno sorriso.

A campainha soou, me assustando, quase derrubei o pobre pássaro fazendo-o agitar as asinhas. Olhei em direção à porta de vidro fumê e lá estava uma Camila sorridente acenando com as duas mãos.

Coloquei o Blue em sua caixinha e fui abrir para ela, unindo as sobrancelhas em confusão.

— O que aconteceu pra vo... — calei-me surpresa quando os braços de Camila rodearam meu pescoço em um forte abraço e um beijinho foi depositado na minha bochecha, fazendo-me corar um pouco; Clareei a garganta — o que aconteceu pra você aparecer na minha porta como uma pessoa normal e não pela janela da cozinha?

— Porque não dava pra passar por lá com a surpresa — respondeu em tom óbvio erguendo os ombros e me roubou a banana, dando uma mordida antes de inclinar-se para o lado e pegar o... Meu violão? Arqueei as sobrancelhas, separando os lábios em surpresa — Tomei a liberdade de leva-lo para o conserto e olha só que milagre, está aqui são e salvo, novinho! — Entregou-me, seus olhos brilhando em expectativas.

Eu queria agradecer, ou reclamar, mas estava sem reação.

— O que houve? Eu fiz alguma coisa errada?

— Não! — me apressei em dizer — quer dizer, levar algo meu sem minha autorização e fazer o que bem entende não é lá uma coisa muito certa, mas a verdade é que eu não me importo.

— Como assim? — Inclinou a cabeça para o lado em curiosidade.

— Eu não pretendo voltar a cantar, Camila. — Confessei lhe devolvendo o instrumento. O que vi em seu rosto foi choque e decepção — Porque essa cara?

— O que aconteceria se o Blue deixasse de cantar? — Perguntou de boca cheia enquanto abraçava o violão com mão livre.

— Seria estranho e bem triste, um pássaro foi feito para cantar, é esse o encanto dele, não? — uni as sobrancelhas.

— Está aí a sua resposta — me apontou o dedo indicador, fazendo um biquinho e passou por mim, sem me dar a chance de responder, deixando o instrumento no sofá e indo direto até o pássaro para mimá-lo.

Mais tarde eu estava dobrando algumas roupas em meu quarto e Camila estava escorada no batente da porta, comendo uma maçã enquanto insistia para que saíssemos, mas eu realmente não estava animada para isso.

— Por favor, Lo, ficar trancada em um paraíso como Cancún é um pecado, é o mesmo que um pássaro preso em uma gaiola. — Alfinetou.

— Pare de me comparar com pássaros. — Revirei os olhos.

— Mas...

— Por acaso esse é o seu segundo desejo? — arqueei a sobrancelha em sua direção.

— Não... — encolheu os ombros fazendo biquinho, emburrada.

— Aí está a sua resposta — Rebati, piscando um dos olhos e escondendo um sorriso.

Meu celular que estava na poltrona começou a tocar e eu tranquei o maxilar, praguejando por novamente me esquecer de desliga-lo. Estiquei a cabeça para verificar de quem se tratava a ligação e bufei, resolvendo ignorar.

Quando me dei conta, Camila já estava com o aparelho na mão pronta para...

— Não se atreva a anten... — Tarde de mais.

— Alô? — Ela sorriu para mim de forma cínica.

Bufei. Essa impertinência da Camila me irritava bastante.

— Não Normani, não é engano, este é sim o celular da Lauren.

Fiz sinal com as mãos juntas implorando com o olhar para que ela não falasse que eu estava perto. Doce ilusão.

— Ela está sim, só um minuto.

Grunhi um “eu te odeio”

— Eu não minto — Sussurrou inaudível, mostrando a língua ao me passar o celular.

— Oi Mani — respondi contra a vontade, observando a garota me mandar um beijinho, antes sair rebolando do meu quarto.

— “Finalmente! — comemorou minha empresária — Você tem ideia de quanto tempo estou tentando falar com você? Como você está? Onde você está? O que fez todo esse tempo? Quem é essa mulher que atendeu? O que está acontecendo?”

O bombardeio de perguntas me deixou zonza, mas eu já esperava por isso, havia desaparecido há um bom tempo sem dar noticias.

— Se você me ligou pra me entupir de perguntas idiotas sobre a minha vida pessoal, eu...

— “Não! — Se apressou em dizer — Que gênio esse seu, por deus! Tudo bem, se é pra esquecer por um instante que nós somos amigas e partir para o profissional, eu o faço. Preciso de músicas novas, preciso de turnês, preciso da sua presença pra divulgações e entrevistas, Lauren, você não pode simplesmente abandonar tudo e nos deixar no prejuízo depois de termos confiado em você.”

Soltei um longo suspiro por esses sermões.

— Nosso contrato termina em um ano, até lá eu faço uma maldita música e pronto, divida encerrada!

— “Lauren... — choramingou — Você não está entendendo. Nós investimos muito em você, eu acreditei em você, porra! Uma musica não vai cobrir tudo o que gastamos para...”

— Então encontre outro jeito. Eu não volto ao palco, não volto ao publico! — A interrompi com a minha decisão definitiva.

— “Lauren, eu não acre... “

— A ligação está ruim, Mani, não estou te ouvindo — afastei o celular do ouvido fazendo alguns ruídos.

— “Olha você não se atreva a desligar na minha c...”

Desliguei o aparelho em geral e sorri imaginando sua expressão zangada. Eu amava aquela negra linda, mas eu realmente não estava pronta para voltar, nem sei se um dia estaria e ela teria que entender isso de um jeito ou de outro. Não fazia mais sentido para mim, seguir esse sonho.

Suspirei em tristeza e desci para o andar de baixo a procura da Camila. Estranhamente ela conseguia me acalmar e me distrair.

Nada. Onde ela se meteu?

Essa garota havia dito que só ia embora à noite, que estranho. Parei no meio da sala em alerta ao ouvir um som de violão distante e corri para a varanda, onde pude ouvir melhor não apenas o toque do instrumento, mas também aquela voz maravilhosa acariciando meus ouvidos.

— “Settle down with me

Cover me up, cuddle me in

Lie down with me, yeah

And hold me in your arms”

(Fique comigo

Me proteja, me abrace carinhosamente

Se deite ao meu lado, sim

E me envolva em seus braços)

Lá estava Camila de costas para mim, à beira mar tocando e cantando Kiss me do Ed Sheeran. Seus Cabelos ondulados como as ondas à sua frente dançavam junto à brisa daquela tarde, o por do sol ao longe deixava o cenário ainda mais perfeito. Parecia uma miragem de tão linda. Senti-me literalmente hipnotizada.

— “And your heart’s against my chest

Your lips pressed to my neck

I’m falling for your eyes, but they don’t know me yet

And with a feeling I’ll forget, I’m in love now”

(E seu coração encostado em meu peito

Seus lábios pressionados no meu pescoço

Estou me apaixonando pelos seus olhos, mas eles ainda não me conhecem

E com um pressentimento de que esquecerei, agora estou apaixonada)

Como se estivessesob feitiço, caminhei até ela, para ouvi-la de perto. Percebi que Camila estava tocando para o passarinho que estava em sua caixinha ao lado da garota. Não havia muitas pessoas naquela área, o que eu achei ótimo. Público seria totalmente desnecessário.

— “Kiss me like you wanna be loved

You wanna be loved, you wanna be loved

This feels like falling in love

Falling in love, we`re falling in love”

(Beije-me como se quisesse ser amada

Quisesse ser amada, quisesse ser amada

É como se eu estivesse me apaixonando

Me apaixonando, nós estamos nos apaixonando)

Soltei um longo suspiro ao dar mais alguns passos e me sentei ao seu lado na areia. A garota sorriu de forma doce ao me olhar nos olhos, antes de fechá-los novamente, como se estivesse sentindo a musica com sua alma. Encantei-me com a forma que os seus lábios se moviam e tremiam um pouco conforme a letra da música escapava por eles suavemente.

— “Settle down with me

And I’ll be your safety, you’ll be my lady

I was made to keep your body warm

But I’m cold as the wind blows

So hold me in your arms”

(Fique comigo

E eu serei sua guardiã, você será minha dama

Eu fui feito para manter seu corpo aquecido

Mas eu sou tão gelado quanto o vento que sopra

Então me envolva em seus braços)

Impressionada. Era assim que eu estava diante aquele anjo chamado Camila. Ela realmente tinha talento. Estava cantando melhor e mais entregue do que as outras vezes em que a ouvi. Cada frase saía no mais profundo sentimento. E cada frase era um golpe em meu coração.

— “My heart’s against your chest

Your lips pressed to my neck

I’m falling for your eyes but they don’t know me yet

And with this feeling I’ll forget, I’m in love now

Kiss me like you wanna be loved

You wanna be loved, you wanna be loved

This feels like falling in love

Falling in love, we`re falling in love”

(Meu coração encostado em seu peito

Seus lábios pressionados ao meu pescoço

Estou me apaixonando pelos seus olhos, mas eles ainda não me conhecem

E com esse pressentimento de que esquecerei, agora estou apaixonada

Beije-me como se quisesse ser amada

Quisesse ser amada, quisesse ser amada

É como se eu estivesse me apaixonando

Me apaixonando, nós estamos nos apaixonando)

Admirei-a, cada traço, cada movimento, deixando-me levar por aquelas novas sensações e sentimentos.

Não resisti à vontade de acompanha-la e então eu o fiz, chamando sua atenção. Camila abriu os olhos em surpresa e eu pude ver um brilho lindo partindo deles junto com um sorriso radiante.

A garota sorria com os olhos e com os lábios, mostrando-se emocionada e o meu corpo se aqueceu com isso. Nossa voz sincronizada me deixou em êxtase.

— “Yeah, I’ve been feeling everything

From hate to love, from love to lust, from lust to truth

I guess that’s how I know you

So hold you close to help you give it up

So kiss me like you wanna be loved

You wanna be loved, you wanna be loved

This feels like falling in love

Falling in love, we`re falling in love

Kiss me like you wanna be loved

You wanna be loved, you wanna be loved

This feels like falling in love

Falling in love, we`re falling in love...”

(Sim, eu tenho sentindo de tudo

Do ódio ao amor, do amor à luxúria, da luxúria à verdade

E acho que foi assim que eu te conheci

Então eu te abraço apertado para te ajudar a se entregar

Beije-me como se quisesse ser amada

Quisesse ser amada, quisesse ser amada

É como se eu estivesse me apaixonando

Me apaixonando, nós estamos nos apaixonando

Beije-me como se quisesse ser amada

Quisesse ser amada, quisesse ser amada

É como se eu estivesse me apaixonando

Me apaixonando, nós estamos nos apaixonando...)

Sorrimos juntas ao terminar. Verdes nos castanhos.

Não me atrevi a desviar a atenção daquela garota linda, de cada traço do seu rosto perfeito e tão bem desenhado. O que eu estava sentindo naquele momento era inenarrável. Eu só não conseguia tirar os meus olhos dela. Ergui a mão para afastar algumas mechas de cabelo que voavam por seu rosto.

A forma que Camila me olhava de volta fez um formigamento subir por meu corpo, minhas mãos e minha nuca suavam. Sentia as pancadas do coração em meu peito, sentindo-o chegar à garganta. Essas sensações eram inéditas para mim e boas de mais para que eu pudesse ignorá-las ou impedi-las.

Umedeci os lábios me aproximando da garota, que fez o mesmo movimento que eu, como se um imã invisível nos unisse. Toquei suas mãos delicadamente e tirei o violão delas. Sem desfazer o contato de nossos olhos, o coloquei de lado, tocando suas bochechas em seguida, sentindo a maciez da pele corada.

Minha mão direita deslizou para o seu pescoço fazendo caminho até a nuca, onde acariciei com os dedos, puxando-a para mim. Suas mãos seguraram com timidez os meus ombros e ela comprimiu os lábios em nervosismo quando meu rosto ficou a centímetros do seu. Inclinei a cabeça e meu nariz acariciou o seu e deslizou para a sua bochecha, onde meus lábios depositou um pequeno beijo.

Desci a mão esquerda para sua cintura, acariciando bem ali. Senti Camila estremecer sob meu toque, respirando com dificuldade e aquilo foi o estopim para mim, mas eu precisava me controlar para não assustá-la.

— Obrigada... — Sussurrei contra a sua pele cheirosa, arrastando o nariz ali.

Ao quê eu estava agradecendo? Eu não fazia ideia.

— L-Lau..ren... — Camila murmurou completamente mole — E-eu posso fazer o meu segundo pedido? — Sua voz saiu em tom quase desesperado.

Arrepiei-me, suspirando ao sentir o vento gostoso soprar contra nós e decidi que não podia lutar contra aquilo.

Assenti lentamente, fechando os olhos ao roçar nossos narizes novamente.

— Então eu quero que você me beije, por favor, só... Me beija. — implorou contra os meus lábios, nossas respirações mescladas, encostando sua testa na minha, subindo suas mãos por meus braços até encontrar a minha nuca, puxando-me para ela.

Não pude conter o sorriso de satisfação ao saber que ela precisava do mesmo que eu.

A comtemplei por uns segundos com minha boca salivando, antes de deslizar meus dedos entre seus cabelos e unir nossos lábios sem pressa, sem medo, sem ligar para o resto do mundo fora da nossa bolha. A textura de seus lábios carnudos e doces me levou aos céus. O gemido que saiu da garganta da Camila fez um leve tremor subir por meu corpo e eu suguei seu lábio inferior lentamente, deslizando a língua por ele, aproveitando aquele sabor, sentindo os dedos dela puxar meus cabelos, implorando silenciosamente por mais.

Ansiosa, Camila deslizou a língua quente entre os meus lábios em busca da minha. Resfoleguei quando minha língua foi sugada para a sua boca. Soltamos um gemido sincronizado, aprofundando mais o beijo.

Inclinei a cabeça, puxando-a mais para mim. Nossas bocas se encaixavam e minha língua experiente se entrelaçava com a dela naquele atrito molhado e delicioso. Seus braços rodearam meu pescoço e os meus sua cintura, apertando-a na tentativa de apaziguar um pouco aquelas sensações calorosas.

Quase sem folego, eu serpenteei a língua ao redor de seus lábios, encerrando o beijo com uma mordida em seu lábio inferior.

Mas Camila não estava satisfeita com isso.

—Não! — Protestou com birra,  puxando meu rosto e capturando meus lábios novamente.

Sorri contra sua boca, deixando-me levar novamente naquela sensação tão prazerosa. Sua língua explorando minha boca enquanto seus dedos faziam caricias delirantes no meu couro cabeludo.

O que eu poderia fazer a não ser me render aos encantos de Camila Cabello?