Fanfic: The Glow of a Glance - Camren | Tema: Camren

POV Camila

"Que não seja um sonho"

"Que não seja um sonho"

"Que não seja um sonho"

Meu cérebro e coração pediam enquanto meus lábios eram sugados com dedicação por outros, suaves, gostosos e entregues. Mãos atenciosas acariciando e arrepiando minha pele. E uma língua macia, quente e molhada me deixando em frenesi.

Eu esperava que o meu primeiro beijo fosse perfeito, por isso tive a paciência de esperar pelo momento certo, o momento em que eu sentisse com toda a alma a necessidade dele.

O momento chegou e minhas expectativas foram superadas. Foi muito mais do que perfeito.

Muitos me criticavam por ser assim, mas eu realmente não me importava. Para mim é importante que cada momento especial fique marcado na minha história e não, definitivamente não poderia ser com outra pessoa.

Tinha que ser com ela.

Afastei-me entre alguns selinhos apenas para confirmar e definitivamente...

Não era um sonho.

Lauren estava me beijando.

Sorri tentando voltar a beija-la. Eu poderia estar parecendo uma louca obsessiva, mas eu não sabia quando e se teria desses beijos novamente e queria aproveitar, ainda que estivesse com o peito dolorido por falta de ar.

— Acho que já é o suficiente. — Lauren murmurou sob um ofego, afastando meus ombros devagar, suas bochechas coradas e seus lábios avermelhados, eu não conseguia parar de sorrir — Já teve seu segundo pedido realizado. — Desviou o olhar, passando a língua pelos lábios, um tanto desconcertada.

— Uma parte dele sim — mordi o lábio inferior olhando-a de forma sapeca, com Lauren eu sempre precisava de uma estratégia — Eu te pedi para me beijar, mas não disse a data que deveria parar, então... — dei de ombros.

— Ah, garota, você não tem jeito! — apertou meu nariz, fazendo uma risada escapar da minha boca.

Pelo menos ela não recusou e nem protestou. Isso deveria significar algo positivo, não é?

— Apenas gostei de te beijar, isso é ruim? — Inclinei a cabeça de forma inocente.

— Foi só um beijo, Camila, como qualquer outro. — Fez pouco caso, voltando a olhar as ondas quebrando a beira-mar.

Eu me perguntava do que ela tinha medo. Uma hora pareceria querer tanto quanto eu e em seguida recuava e se fechava novamente.

— Só que para mim não teve outro — Confessei ganhando sua atenção — Eu não sabia como era um beijo até agora e eu gostei muito. Não vou esquecê-lo.

— Você está querendo dizer que nunca havia beijado outro alguém? — arqueou as sobrancelhas, desacreditada.

Confirmei fitando seus olhos em um verde claro e brilhoso, mostrando que ela havia gostado do que ouviu. Entretanto eu sabia que ela jamais admitiria.

— Sinceramente, não dá para acreditar nisso. — Soltou um riso irônico.

— Por quê? Não notou? Eu beijei tão bem assim para uma primeira vez? — Balancei as sobrancelhas de maneira maliciosa e contive um sorriso ao vê-la ficar desconcertada.

— Está ficando tarde, vou entrar — fugiu do assunto, levantando-se e limpando o excesso de areia da roupa. — Ah eu ainda não falei de você para Normani, mas assim que eu conseguir uma oportunidade o farei, você é realmente muito boa.

Apenas sorri e assenti uma vez em agradecimento, vendo-a se afastar.

Passei meus dedos por meus lábios fechando os olhos para reviver aquele momento em minha memória. Eu queria gritar.

— Você viu isso Blue? Ela me beijou, eu tive o melhor primeiro beijo! — Suspirei alto e respirei fundo, ainda com certa dificuldade para respirar.

---

Acordei cedo na manhã seguinte para ajudar Dinah nos preparativos da surpresa de aniversário que faríamos à Ally. Eu estava ansiosa para comemorar com a minha baixinha, mas meus pensamentos insistiam em vagar para uma certa morena de olhos verdes.

—Você vai ver a Lauren hoje?

Levantei imediatamente o olhar do chocolate em que estava raspando assim que ouvi aquele nome. Foi instantâneo, e Dinah soltou uma risada ao perceber.

— É só falar a palavra mágica que você me dá atenção não é sua ordinária? — Se aproximou e me deu uma leve tapa na testa, sorri sem jeito. — Faz meia hora que estou falando e você só concorda ou nem escuta, mas basta falar o nome da branquelinha que... — Continuou falando e eu já não ouvia.

Realmente eu estava distraída de mais essa manhã, um aperto no peito desde que abri os olhos. Não conseguia parar de pensar no que estava se tornando a minha relação com a Lauren.

Que eu estava apaixonada por ela não era novidade pra ninguém. O que no início era apenas uma admiração ou encanto se tornou paixão assim que nos aproximamos mais e a conheci melhor. Foi tão fácil me apaixonar por ela... O que estava me preocupando era saber que aquele sentimento continuava se intensificando, mais do que deveria, mais do que eu poderia suportar. 

Depois do beijo que trocamos no final da tarde de ontem, não trocamos mais nenhum, não por falta de tentativas, porque eu até tentei algumas vezes, mas Lauren recuou e então eu decidi deixa-la refletir sobre o que aconteceu. Eu esperaria o tempo que fosse por ela.

Não queria admitir, mas o que mais me doía era imaginar como seria o nosso futuro, como se realmente fossemos ter um.

— CAMILA!

Arqueei de susto ao ouvir o grito da minha melhor amiga. Quase caí da cadeira.

— Oi? —Respondi alarmada.

— Estou preocupada! — Dinah se curvou segurando em meus ombros por estar de pé — garota, o que você tem? A Lauren te fez alguma coisa? — uniu as sobrancelhas me analisando.

— Não, não! Eu só não consigo parar de pensar que... digo... nós... Ontem nós... — Balancei a cabeça tentando organizar os pensamentos.

— Vocês transaram?! — Dinah quase gritou de olhos arregalados — Eu vou castrar os dedos dela! — Não aguentei, joguei a cabeça para trás explodindo em uma gargalhada alta — Não ria, como assim ela se atreveu a tirar a inocência do meu bebê? Porque eu não estava lá para impedir isso? — me balançava pelos ombros enquanto eu tentava parar de rir.

— Dinah! — chamei sua atenção conseguindo conter o riso, fazendo-a parar e me encarar.

— Estou revoltada, mas também muito curiosa, me conta tudo! — Sorriu em expectativa, puxando uma cadeira para sentar ao meu lado.

— Dinah! — voltei a rir negando com a cabeça — Não aconteceu nada disso! Só nos beijamos... E eu não consigo parar de pensar em...

— Espera! Vocês estão juntas?

—Não exatamente — Suspirei — Lauren é uma pessoa difícil, você sabe, quando eu penso que estamos indo bem, ela dá um passo atrás. Ela é bastante insegura — mordi o lábio inferior já sabendo o que Dinah pensaria sobre isso.

— Mila, você não acha que já está indo longe de mais com isso?

— Você acha que eu deveria desistir?

— Eu sei que você tem ótimas intensões, Chancho. — Sorriu fraco — Só que os seus olhinhos me dizem que isso está começando a fugir do seu controle e se aprofundando mais do que você queria...

Desviei os olhos, sentindo-os umedecer. Ela me conhecia tão bem...

— Isso é errado? — Perguntei com a voz embargada depois de alguns segundos em silêncio.

— Em circunstâncias normais não... — me deu um pequeno sorriso — Mas nós duas sabemos que essa não é uma circunstancia normal... Eu não queria falar disso com você, mas...

— Eu sei o que eu estou fazendo. — enxuguei o canto dos olhos e sorri, disposta a não me deixar abalar. — Não precisa se preocupar.

Dinah soltou um suspiro e segurou as minhas mãos, olhando em meus olhos.

— Eu te amo e você pode contar comigo sempre.

— Eu sei... Te amo Cheechee — me inclinei para dar um beijo estalado em sua bochecha e ganhei um na testa.

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Sorrateiramente espiei através da janela da cozinha e levei a mão aos lábios para prender o riso ao ver que Lauren estava ali de costas para mim, concentrada em seu celular e rodeada de ingredientes. Estiquei minha cabeça para verificar o que ela estava fazendo e então ergui minha mão e arranquei o celular da sua, assustando-a.

Lauren estremeceu soltando um gritinho e eu soltei uma risada divertida, passando pela janela para dentro da cozinha com um pouco de dificuldade por conta da mochila que carregava nas costas.

— Porra, Camila, quer me matar? — Seus olhos me fuzilavam, sua mão sobre o coração.

— Que boa cozinheira você é, olhando receitas na internet. — Zombei fitando a receita de pizza na tela do aparelho, sem conseguir parar de rir.

— Me devolve essa merda, Camila! — Fez bico tentando me tirar o celular, mas desviei e neguei entre risadas, gostando deve-la emburradinha.

— Achei que você soubesse cozinhar...

— Todos fazem isso hoje em dia, sabia? Usar da praticidade da tecnologia não quer dizer que eu não sei cozinhar. De que século você veio?

— Deste século, mas eu não deixo uma máquina dominar o meu cérebro — impliquei e Lauren bufou — Sem falar que isso não é praticidade, demora mil vezes mais e sempre sai errado. — Revirei os olhos deixando a mochila na cadeira e colocando o aparelho na mesa e fui em sua direção lhe roubando um selinho rápido — Vamos, tire esse bico, eu vou te ensinar a fazer a pizza mais deliciosa que você já experimentou. Você não vai se arrepender;

— Você é insuportável — Resmungou, mas cedeu.

Em alguns minutos conseguimos terminar e a pizza já estava no forno. Por mais que Lauren negasse eu sabia que havia gostado de aprender.

— Viu só que não foi tão difícil assim? — enxuguei minhas mãos após lavá-las e virei-me para ela

— Ok, não foi difícil, pessoinha irritante — brincou me jogando um pouco de farinha de trigo no rosto, meu queixo caiu em descrença e Lauren gargalhou, sua risada rouquinha fez meu coração vibrar.

— Ah então é assim? — virei-me pegando um pouco da nutella que estava na pia e lhe sujei o nariz e um pouco dos lábios entre risadas.

— Camila! Não seja malcriada, trate de limpar isso agora! E bem limpo! — Ordenou ao se aproximar, segurando minha cintura com firmeza e eu me animei ao entender sua intenção.

— Com muito prazer, senhorita Jauregui — sorri antes de lamber a nutella em cima do seu nariz, Olhei em seus olhos, admirei suas íris em tom de verde escuro e brilhoso, e em seguida mirei seus lábios, notando um pequeno sorriso ali.

Lauren me puxou para ela, beijando-me lento e profundo, invadindo minha boca com sua língua quente, tremi, enfiando a mão em seus cabelos e puxando-os quando a minha língua foi sugada.

Seu gosto e seu cheiro me alucinavam tanto que quando me dei conta já estávamos em um amasso na cozinha, eu estava sentada sobre a mesa com Lauren entre minhas pernas, sua boca devorando a minha, suas mãos acariciando minhas coxas por cima da calça jeans, seus polegares faziam círculos no interior delas, bem próximo a virilha, me causando arrepios intensos como se correntes elétricas atravessasse o meu corpo. Gemi quando ela desceu os beijos para o meu pescoço, arranhei sua nuca, rodeando minhas pernas em sua cintura, pressionando-me contra ela em busca de alívio, arfando enquanto sentia suas mãos subindo por dentro da minha blusa.

— Está sentindo esse cheiro? — Lauren murmurou contra o meu maxilar eu só consegui dizer algo desconexo — Oh meu Deus a pizza! — se afastou bruscamente correndo ao  fogão para desligar.

Nos entreolhamos em silêncio e começamos a rir da nossa própria situação cômica.

POV Lauren

Estávamos sentadas sobre o tapete da minha sala enquanto assistíamos um episódio de Pretty Little Liars na netflix por insistência da Camila. Os pratos espalhados eram a prova de que estávamos satisfeitas, a pizza de fato havia ficado deliciosa. Conversávamos mais do que assistíamos para falar a verdade. Eu estava curiosa sobre aquela garota que conseguia mexer comigo, querendo saber mais sobre sua vida.

— E o seu pai? — Perguntei ao lembrar que ela nunca havia me falado sobre ele.

— Eu nunca o conheci. Acho que ele abandonou a minha mãe quando ela estava grávida de mim.

— Covarde, pior espécie. — bufei e me arrependi ao vê-la cabisbaixa — desculpe.

— Tudo bem — deu um pequeno sorriso — mas e a sua família? Você tem irmãos?

Ótimo, fui perguntar, agora ela também iria querer saber, óbvio. Estranhamente eu me senti confortável em falar sobre isso com alguém.

— Tenho dois irmãos, mas não os vejo e nem os meus pais desde que minha mãe me expulsou de casa ao descobrir que a filha além de lhe dá desgosto optando pela musica ao invés da faculdade de medicina, era uma lésbica. Ela me procurou algumas vezes até, talvez pra tentar me fazer voltar, mas eu já não quis conversa com ela, não consigo perdoá-la. Foi horrível tudo o que ela fez... — notei minha voz sair embargada.

— Você quer falar sobre isso? — Camila me perguntou com cautela ao segurar minha mão.

— Não, não gosto de me lembrar desse dia. — Ela apenas assentiu compreensiva.

— E o seu pai também não ficou ao seu lado?

— Meu pai é um pau mandando — soltei um riso amargo — minha mãe que sempre foi o "general" da família. Clara Jauregui é a melhor cardiologista de New York, tem o ego lá em cima e acha que está acima de todos, ele só a obedece. — revirei os olhos, eu tinha muita magoa dos dois pelo que me causou.

— Clara Jauregui? A médica mais famosa é a sua mãe? — Camila ficou espantada.

— A conhece? — indaguei franzindo o cenho.

— E quem não a conhece? Clara é uma lenda viva, ganhou vários prêmios.

— É verdade— bati na minha testa — mas vamos mudar de assunto. — Pedi antes que minhas fraquezas começassem a aparecer.

— Então o que acha de me dar mais alguns beijos? — Camila mordeu o lábio de forma sapeca, me fazendo rir e a puxar para mim.

Nos beijamos por alguns minutos até que a garota se levantou contando que iria fazer uma surpresa a sua amiga Ally, me convidou, mas eu neguei, não estava com vontade de socializar ainda, então ela correu para o andar de cima para tomar um banho e se arrumar.

— Tem certeza que não quer ir? — Ouvi sua voz atrás de mim alguns minutos mais tarde enquanto prestava atenção na cena que estava passando.

— Tenho, não gosto de pessoas, prefiro ficar no meu canto. — virei-me para ela e arregalei os olhos ao vê-la tão fodidamente linda em um tubinho vermelho, meus lábios secaram — só vão estar seus amigos lá não é?

— Sim, só nós mesmo, Dinah, Daniel e David que você já conhece e outros amigos nossos que depois eu te apresento.

David? Aquele babaca do luau? Levantei-me imediatamente.

— O que foi? — Perguntou sem entender quando me aproximei.

— Eu vou com você — a puxei pela cintura e lhe beijei os lábios lentamente, sorri quando me afastei e a vi permanecer de olhos fechados e um sorriso no rosto — Me espere, não vou demorar.

Camila apenas assentiu ainda aérea e eu sorri subindo para me arrumar.

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Enquanto caminhávamos lado a lado para o restaurante Brooke, notei a latina muito calada, analisei-a e notei que ela estava com o cenho franzido olhando muito para trás.

— O que houve? — tentei encontrar o que ela tanto olhava, sem sucesso.

— Não olha, mas tem um cara na lanchonete nos observando — sussurrou — E não é a primeira vez que ele fica me analisando desse jeito. Já o flagrei fazendo isso algumas vezes.

Olhei rapidamente e Camila me repreendeu com um tapa no braço, ficando sem graça.

— Você o conhece? — cerrei os punhos não gostando nada do jeito que ele a olhava.

— Não, uma vez eu lhe ajudei a encontrar um endereço que estava procurando, mas o achei tão estranho, confesso que me assusta um pouco o jeito que ele me olha.

— Se quiser eu vou até lá saber qual é a dele. — trinquei o maxilar.

— Não, não precisa, talvez seja só uma impressão. Deixa pra lá, o pessoal já está a li, vamos — Segurou minha mão, me puxando para o lado de uma igrejinha onde já estavam seus amigos.

Senti-me desconfortável no meio deles, Camila cumprimentou um a um, me apresentou aos outros. Louis e Harry, um casal pelo que pude perceber por seus dedos entrelaçados e sorrisinhos quando se olhavam. Entortei o nariz para Ariana e Shawn, o jeitinho meloso deles com Camila me irritou profundamente, Outros dois nem me dei ao trabalho de descobrir o nome, Dinah foi a única que eu gostei naquele meio e até que Daniel não era tão idiota como o irmão que não tirava os olhos da latina.

Acompanhei aquele ninho de cobras ao restaurante, fiz questão de segurar a mão da Camila. Allyson chorou como uma manteiga derretida com a surpresa dos amigos, a parabenizei e estranhamente gostei do seu jeitinho doce de agradecer. Aos poucos fui ficando mais a vontade. Sentei-me ao lado de Camila e Dinah e logo estávamos tomando champanhe.

— Dinah coloca musica, vamos festejar como se deve! — Camila ergueu seu copo, animada.

— Porque entre tantos eu que eu tenho que ir colocar — Fez bico, com preguiça — manda algum marmanjo.

— Porque o seu nome é DJ, deixa de preguiça e anda isso logo! — Empurrou a amiga, me fazendo rir e logo me olhou sorrindo doce — E você, quer dançar comigo?

— Eu estou bem aqui, obrigada. — Recusei séria e por um milagre, ela não insistiu.

Fiquei sentada olhando aquela garota linda dançar e se divertir entre os amigos, sempre sorrindo como se aproveitar a vida fosse o mais importante. Admirava aquela latina que vivia cada dia como se fosse o ultimo, vivendo intensamente, enquanto eu desperdiçava cada segundo em minha amarga depressão.

Camila estava trazendo de volta uma vontade de viver que eu pensei que já não existia, aquela garota definitivamente era um anjo.

O meu anjo. 

POV Camila

Enquanto dançava alegremente com meus amigos, eu sorria para a morena de olhos verde, completamente apaixonada pela forma que ela estava me olhando. Eu me sentia quente sob seus olhos e para mim nada mais importava. Sorri ainda mais quando vi Dinah e Ally sentarem ao seu lado iniciando uma conversa. Lauren dividia sua atenção entre elas e eu, me fazendo soltar uma risadinha.

— Camila? — David me chamou, sorri indo em direção ao garoto — pode vir comigo aqui um instante?

— Aconteceu alguma coisa? — estranhei sua expressão, então o segui até o corredor que dava para os banheiros.

— Aconteceu — Disse ele se aproximando e então notei seu olhos avermelhados — Aconteceu que eu esperei anos por você e agora você escolhe uma mulher irritante pra se apaixonar, porque não eu Camila? O que há de errado comigo?

— Como assim? — perguntei perdida, tentando encontrar Lauren por cima do ombro dele, mas David estava tapando minha visão.

— Camila olha pra mim — Segurou meus ombros, me fazendo encará-lo — Você sabe o que eu sinto por você e nunca me deu uma chance, então aparece uma gringa e você só a vê em sua frente — ele fungou — Eu ouvi a Dinah falar com a Ally que você a beijou, Camila, e eu sei os motivos, nós sabemos. Porque não escolheu a mim para usar? Porque, porra?! Eu aceitaria ser usado... O que ela tem que eu não tenho?

— David, calma, não é assim... — O olhei no fundo dos olhos me sentindo mal por não conseguir vê-lo mais do que um irmão — não há nada de errado com você, eu te amo assim como amo o Dani, vocês são como meus irmãos, eu não posso mandar no que sinto, a Lauren para mim é...

— Eu sei o que ela é pra você! — Socou o ar, atormentado. — Não minta pra mim, eu sei que a historinha que você quer devolver o brilho aos olhos dela é uma mentira, isso não é sobre a Lauren é sobre você! Você é uma maldita egoísta que a está usando, mas porque não usa a mim? Por quê?

— E-eu n-não estou a usando — Meus olhos se encheram de lágrimas e eu funguei, um aperto no peito ao ouvir aquelas acusações — isso não é verdade, você não entende, ninguém entende.

— Ela não vai entender, mas eu te entenderia...

— Cala a boca! — tapei sua boca com as duas mãos, as lágrimas já escapando dos meus olhos, segurei seu rosto entre minhas mãos — Eu não estou com a Lauren por mim, não é porque eu gosto dela, entenda. Eu só estou com ela para proporcionar a felicidade que ela merece de volta, é só isso que eu quero, eu prometo. — Encolhi os ombros soltando a respiração.

— Desculpa, Mila... Eu sei que você não é assim, eu só não posso suportar, sabe?

Antes que pudesse responder Ally entrou entre nós dois com os olhos arregalados

— O que aconteceu? — Me preocupei.

— Eu que pergunto Camila. A Lauren veio atrás de você e depois foi embora como um foguete.

Meu Deus! Isso poderia significar uma coisa... Ela havia escutado.

— Oh Droga.