Fanfics Brasil - capítulo 10 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 10

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Capítulo 10



A respiração saiu dos pulmões dela, e ela cambaleou como se estivesse bêbada. Esperava um beijo preciso, controlado, para calmamente mostrar à cunhada que eram amantes. Em vez disso, lidava com testosterona e pura energia sexual, com uma boca quente colada à dela. Os dentes dele a mordiscavam, sua língua a invadiu e mergulhou, exigente, dobrando-a sobra um braço a fim de sugar cada gota de determinação.



Ela agarrou-se a ele e correspondeu. Faminta pelo toque dele, embriagou-se no aroma almiscarado, em seu sabor, deliciou-se na rigidez de seu corpo quando um calor animal surgiu entre eles, empurrando-os abismo abaixo.



Mia gemeu profundamente. Miguel mergulhou os dedos nas mechas loiras e pesadas a fim de apoiar a cabeça dela enquanto continuava com a invasão ardente. Os seios ficaram cheios e sensíveis, e um calor líquido pulsou entre as coxas dela.



– Mia? Tá... Ai, desculpa!



Miguel arrancou a boca da dela. Atordoada, Mia buscou no rosto dele qualquer sinal de sentimento, mas ele estava concentrado na cunhada dela.



– Me desculpe – Lupita, não é?



Ele deu um sorriso, irônico e cheio de orgulho macho.



Lupita riu e olhou para a cunhada, ainda agarrada a ele.



– Desculpem interromper. Estaremos esperando quando terminarem.



Mia ouviu os passos da cunhada se afastando. Devagar, o olhar de Miguel foi para baixo.



A loira estremeceu. Esperava ver nos olhos dele uma névoa de paixão. Em vez disso, os olhos castanhos estavam límpidos, o rosto calmo. Se não fosse pela pressão do membro masculino em sua coxa, Mia acharia que ele não tinha ficado nada abalado pelo beijo.



Mia foi arrastada de volta a outro dia, outro lugar, numa clareira na floresta, quando falava tudo o que pensava e acabou com o coração destroçado. O primeiro toque dos lábios dele nos dela, o cheiro juvenil de colônia em seu nariz, o toque duro e gentil dos dedos dele em seus quadris ao segurá-la.



Um frisson de medo lambeu suas costas. Se ele risse de novo dela, ela cancelaria tudo. Se ele risse...



Os braços dele a soltaram e ele recuou. O silêncio pairou sobre ambos como uma onda pesada, ganhando velocidade, pronta para explodir.



– Acho que resolvemos nosso problema – disse ele. Ela não disse nada. – Não era isso que você queria?



Ela ergueu o queixo e disfarçou todos os pensamentos confusos, que faziam um turbilhão em sua cabeça.



– Acho que sim.



Ele fez uma pausa, estendeu a mão para ela.



– Precisamos demonstrar união.



A mão masculina fechou-se sobre a dela com uma força e uma graça que a comoveram. Mia sufocou as lágrimas e decidiu que estava de TPM. Não havia outro motivo para sentir tanto prazer e tanta mágoa com um beijo de Miguel Arango.



– Tá tudo bem?



Ela rangeu os dentes e sorriu tão feliz que podia ser modelo de pasta de dente.



– Claro que sim. Excelente ideia, a propósito.



– Obrigado.



– Só não fique tenso quando voltarmos à sala. Finja que sou Luz Viviana.



– Eu nunca poderia confundir você com ela.



A resposta seca a feriu profundamente, mas ela recusou-se a demonstrar fraqueza.



– Eu sei que não. Mas você não é o meu sonho de consumo, bonitinho.



– Não foi isso que eu-



– Deixa pra lá. – Ela o levou até a sala. – Desculpa pela demora, gente. Acho melhor darmos a noite por encerrada, tá tarde.



Todos se atropelaram para se despedir. Pedro abraçou-a no rosto e sorria aprovador.



– Eu continuo não gostando da pressa – murmurou – mas ignore o seu pai e eu. Você já é uma adulta. Faça o que o seu coração manda.



Os olhos de Mia encheram-se de lágrimas



 – Obrigada, Pedro. Temos muito a fazer essa semana.



– Não se preocupe, querida.



Estavam quase na porta quando Franco deu a última cartada.



– Mia, o mínimo que pode fazer é adiar o casamento por algumas semanas, pelos seus primos. Com certeza você concorda, Miguel.



Miguel colocou uma mão no ombro do sogro. Com a outra, segurava com firmeza a mão da noiva.



– Eu entendo por que quer que esperemos, Franco. Mas, veja bem, estou loucamente apaixonado pela sua filha. Vamos nos casar no sábado. Queremos muito a sua bênção.



Todos ficaram calados. Até Marina calou-se para ver o que acontecia. Mia esperou a explosão.



Franco suspirou e assentiu.



– Tudo bem. Podemos conversar a sós?



– Papai...



– É rapidinho.



Miguel foi com Franco até a cozinha.



Mia sufocou a preocupação e começou a conversar com Vicki e Celina sobre como elas seriam damas de honra em seu casamento. Viu rapidamente o rosto sério de Miguel ao ouvir seu pai. Depois de alguns minutos, os dois homens apertaram-se as mãos, e Franco parecia mais tranquilo ao despedir-se dela.



O casal despediu-se e entrou no carro.



– O que meu pai queria?



Miguel manobrou o carro de volta à rua e se concentrou no trânsito.



– Seu pai estava preocupado sobre os custos do casamento.



Mia levou um soco na barriga de culpa. Tinha esquecido completamente da tradição da família da noiva arcar com as despesas do casamento. Naturalmente seu pai achara que ia pagar, embora isso não fosse mais tão comum. Ela se arrepiou.



– O que você disse a ele?



Miguel fitou-a.



– Recusei-me a deixá-lo pagar e disse que se eu fizesse o que ele queria e esperasse um ano, aí sim aceitaria o dinheiro dele. Mas, porque decidimos nos casar às pressas, eu fazia questão de pagar tudo. Assim, fizemos um acordo. Ele vai pagar o próprio terno e o de Santos. Eu pago todo o resto – inclusive os vestidos das meninas, até mesmo o seu.



Mia soltou o ar de uma vez e o estudou sob os lampejos dos postes. O rosto dele continuava inexpressivo, mas o gesto a comoveu.



– Obrigada – disse em voz baixa.



Ele estremeceu como se levasse um soco dela.



– Não precisa. Eu nunca magoaria o seu pai. Ninguém normalmente tem dinheiro sobrando para pagar um casamento em uma semana. E eu entendo o orgulho próprio. Eu nunca o privaria disso.



Ela sufocou a comoção, e continuaram o caminho em silêncio. Mia olhava para a noite fechada. A oferta dele indicava um relacionamento de verdade entre eles, deixava-a querendo mais.



Devia ter apresentado à família alguém que ela amasse de verdade, não alguém falso. As mentiras da noite a sufocavam ao perceber que tinha vendido a alma ao demônio em troca de dinheiro. Dinheiro para salvar a família. Mas era dinheiro mesmo assim.



A voz rouca desfez o silêncio no carro e seus pensamentos amargos.



– Você pareceu abalada com a nossa mentirinha.



Odeio mentir para a minha família.



– Então por que mentiu?



Um silêncio desconfortável pairou entre eles.



Miguel insistiu:



– O quanto você quer esse dinheiro? Não parece muito feliz com a ideia de se casar comigo. Está mentindo para a sua família, terá um casamento falso. Tudo para expandir seus negócios? Pode pedir emprestado ao banco como qualquer empresário. Tem algo sem sentido.



As palavras subiram, e ela quase contou a verdade a ele. O pai tinha ficado doente pouco depois de voltar ao convívio da família. Não tinha plano de saúde para cobrir as diversas dívidas hospitalares. O irmão sofrera para terminar a faculdade de medicina e, ao mesmo tempo, sustentar a esposa grávida e, depois, a filha pequena. Os cobradores fizeram pressão até que o pai ficou sem alternativa a não ser vender a casa, já muito hipotecada.



Durante esse tempo, Mia sofrera com o peso da responsabilidade e da incapacidade de ajudar.



– Preciso do dinheiro – disse ela, com simplicidade.



– Precisa dele? Ou o quer?



Ela fechou os olhos ante o tom zombeteiro. Miguel queria acreditar que ela era superficial e egoísta. Naquele momento ela percebeu que precisaria de todas as proteções possíveis contra aquele homem. O beijo dele destruíra toda e qualquer ilusão de indiferença entre eles. A boca dele sobre a sua a abalara até o fundo da alma, como aquele primeiro beijo na floresta. Miguel Arango implodia seus muros e a deixava vulnerável. Depois de uma semana convivendo na mesma casa, ela o arrastaria para a cama.



Não havia outra escolha para Mia.



Precisava cultivar o ódio dele por ela. Se ele achasse que ela era uma perua, deixá-la-ia em paz, e ela sairia daquele casamento com o orgulho intacto e a família ilesa. Recusava-se a alimentar a pena dele ou aceitar sua caridade. Se contasse a ele a verdade sobre sua família, todas as suas defesas se despedaçariam. Ele podia até dar de graça o dinheiro a ela, deixando-a para sempre em dívida com ele.



Imaginou-o colocando-a como mártir para salvar Elite, e sufocou de humilhação. Não, era melhor que ele a considerasse uma empresária mercenária como preferia. Pelo menos assim a desprezaria e ficaria longe dela. Só ficar perto daquele homem a incendiava como uma fogueira, e ela morreria antes de ser a segunda opção para a preciosa Luz Viviana.



Venderia a alma ao demônio, mas nos próprios termos.



Mia usou todas as forças para dizer o segundo fardo de mentiras da noite.



– Quer mesmo saber a verdade?



– Quero.



– Você é filho de pais ricos, bonitinho. O dinheiro compra a felicidade e a paz. Estou cansada de sofrer por dinheiro como o meu pai. Não quero esperar cinco anos antes de expandir meu negócio. Não quero pagar juros a bancos que só fazem aumentar as taxas. Vou usar o dinheiro para construir uma lanchonete na Loucos por Livros e torná-la um sucesso.



– E se não der certo? Voltará à estaca zero.



– O bairro onde a livraria fica está valorizando. Posso vender. E vou guardar o que sobrar numa aplicação no banco. Posso comprar uma casa, alugar e viver da renda quando nosso casamento acabar.



– Por que não pediu 200 mil dólares? Ou até mais? Por que não tirou até as minhas calças?



Ela fez um muxoxo.



– Achei que 150 mil bastaria para fazer tudo que quero. Se achasse que você me daria mais, eu teria pedido. Afinal, além de lidar com a minha família, não vamos ter grandes dissabores. Só preciso suportá-lo.



– Acho que você é mais racional do que eu pensava.



O comentário poderia ter sido elogioso. Ela ardeu de humilhação, mas sabia que havia conseguido o afastamento que desesperadamente precisava. Naturalmente, o preço disso havia sido seus escrúpulos. Mas lembrou a si mesma do objetivo final e ficou calada.



Ele parou na frente do prédio dela. Mia abriu a porta e pegou a bolsa.



– Eu te convidaria pra subir, mas acho que vamos conviver demais no ano que vem.



Miguel concordou.



– Boa noite. Nos falamos. Posso contratar a transportadora para ajudá-la quando você estiver pronta. Faça o que quiser com o casamento e me informe onde e quando aparecer.



– Tudo bem. Até depois.



– Até.



Ela entrou no apartamento, fechou a porta e escorregou pela madeira até chegar ao chão.



E aí chorou.




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Autor(a): juliethewriter

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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