Fanfics Brasil - capítulo 11 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 11

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Capítulo 11



Miguel viu-a entrar em segurança no apartamento e esperou até a luz acender. O ronco baixo do motor do Porsche era o único som no silêncio.



Sua irritação com a confissão sincera dela o perturbou. Por que se preocupava se ela queria dinheiro? Era a motivação perfeita para ajudá-los a viver no ano seguinte sem grandes problemas. Precisava manter-se afastado de Mia. A família Colucci despertava uma vontade perigosa dentro dele. Miguel rapidamente sufocou aquele sentimento, mas a ideia de que ainda nutria uma esperança doentia de ter uma família normal o enfureceu.



Talvez fosse por causa da aparência dela naquela noite. Mia havia prendido o cabelo para cima, e os rebeldes cachos loiros escapavam dos grampos, roçando em seu rosto e seu pescoço. A pele de Mia parecia quente ao toque, levemente corada de prazer por estar na convivência da família. Ela sorria com muita facilidade, com a boca carnuda e relaxada.



Miguel teve vontade de abaixar a cabeça e provar o que se escondia debaixo dos lábios vermelhos e polpudos. Quis mergulhar sua língua dentro da boca de Mia, enroscar na dela e atiçá-la.



O tecido justo da calça jeans aderia à curva do traseiro, evidenciando o rebolar de seus quadris. Uma camisa rosa forte parecia bem conservadora, até que Mia abaixou-se e Miguel viu um lampejo de renda rosa clara nos seios fartos. A imagem ficou gravada a fogo em sua cabeça, causando um pandemônio em sua concentração. Ele passou a maior parte da noite tentando fazê-la abaixar-se para ver de novo.



Sentia-se um adolescente virgem e cheio de tesão.



A lâmpada acendeu-se, e ele saiu cantando os pneus. Sentia-se de pavio aceso, irritado. Mia o perturbava em um nível visceral. E a família dela também. Lembrava-se de como dona Marina era amorosa, da culpa ao desejar que os próprios pais morressem e o deixassem aos cuidados de dona Marina, da velha dor de sentir-se abandonado em um mundo implacável com crianças sozinhas, de coisas que havia jurado nunca desenterrar, como casamento, filhos... laços que só serviam para causar uma dor que ninguém merecia.



Ele havia construído muros para impedir Mia de ver qualquer momento de fraqueza. Se ela desconfiasse que ele a desejava, as regras mudariam. Ele não queria que aquela tentação em forma de mulher tivesse qualquer poder sobre ele.



Até o beijo.



Miguel soltou um palavrão cabeludo. Lembrava-se de como a respiração dela ficou superficial, os olhos arregalados. A maldita camisa abriu o suficiente para ele ver a carne tenra e macia, coberta por renda cor de rosa. Ele estava pronto para afastá-la quando ela o agarrou ao ouvir a voz da cunhada.



Não era culpado por agir instintivamente a fim de proteger sua farsa.



Até a boca quente e úmida abrir-se sob a sua, até seus sentidos ficarem inundados pelo sabor doce da mulher, até o embriagante cheiro de baunilha e especiarias o deixar com vontade de uivar para o mundo. Miguel finalmente soube que Mia abordava o sexo da mesma forma que abordava a raiva: sem limites, sem controle, sem mercê. Exigente, ardente, apaixonada.



Ele estava perdido. Completamente perdido.



Mas ela nunca saberia. Ele tomara o cuidado de manter o rosto inexpressivo, embora sua ereção pulsante deixava claro o quanto mentia. Não importava. Miguel recusava-se a burlar as regras. Mia era uma mulher que vivia às claras e nunca seria feliz com o acordo que ele havia feito consigo mesmo na infância.



Um ano bastaria.



Esperava apenas escapar ileso.



. . .



Miguel virou-se para examinar sua esposa adormecida. Mia tinha a cabeça pousada na porta da limusine. A tiara fora retirada, o véu de renda branca amassado a seus pés. As mechas loiras cascateavam, escondendo de seus olhos os ombros nus. A taça de champanhe no porta-copos estava intocada, quente. O enorme diamante que colocara no dedo dela refletia os últimos raios do sol poente. Os lábios carnudos e vermelhos estavam entreabertos. Os seios firmes subiam e desciam com a respiração.



Mia Colucci Cáceres agora era sua esposa. Ela já havia iniciado os trâmites para acrescentar o nome dele ao dela.



Miguel pegou a própria taça de champanhe e, em silêncio, brindou ao próprio sucesso. Agora era o único dono da empresa de sua família. Estava prestes a realizar o sonho de uma vida inteira, sem precisar da autorização de ninguém.



O dia fora perfeito.



Tomou um gole generoso de champanhe e perguntou-se por que se sentia tão mal. Lembrou-se do momento em que o padre os declarou casados. Os olhos azuis de Mia encheram-se de puro medo, de pânico, quando ele abaixou-se para dar-lhe o beijo necessário. Pálidos e trêmulos, os lábios dela agitaram-se sob os dele. Ele sabia que não era de paixão.



Pelo menos não agora.



Miguel lembrou a si mesmo que ela só queria seu dinheiro. A capacidade dela de fingir inocência era um perigo. Ele zombou dos próprios pensamentos ao erguer a taça de novo, engolindo o resto da bebida.



O chofer abaixou o vidro fumê.



– Patrão, chegamos.



– Obrigado. Pode parar na frente.



Enquanto o carro estacionava em frente à casa, Miguel gentilmente despertou sua noiva. Mia agitou-se, coçou os olhos e voltou a dormir. Miguel sufocou o riso e pensou em acordá-la com gentileza.



Aí parou. Voltou a ser o chato com confortável facilidade.



– MIA!



Ela acordou com um sobressalto. Com os olhos arregalados de medo, ela afastou os cabelos dos olhos e olhou para a renda e a seda do vestido como se fosse Alice, entrando no País das Maravilhas pela toca do Coelho Branco.



– Ah, Deus. Nós conseguimos.



Ele devolveu os sapatos e a tiara a Mia.



– Ainda não. Mas é nossa lua de mel. Ficarei feliz em ceder meu corpo à causa se você tiver vontade.



Mia olhou-o com raiva.



– Você não se deu ao trabalho de nada nesse casamento, só aparecer. Tente tomar todas as providências em sete dias, enquanto eu relaxo e te vejo surtar.



– Eu falei pra casarmos no cartório.



Mia bufou.



– Típico macho. Você não mexeu um dedo pra ajudar e alega inocência quando confrontado.



– Você ronca.



Ela ficou perplexa.



– Não ronco, não!



– Ronca sim.



– Não ronco. Alguém me diria!



– Tenho certeza que seus amantes não queriam ser expulsos da cama. Você é chata ao acordar.



– Não sou.



– É sim



A porta se abriu, e o chofer ofereceu o braço para ajudar Mia a descer. Ela mostrou a língua a Miguel e saiu da limusine com a altivez da rainha Elizabeth. O rapaz sufocou outra risada e a seguiu.



. . .



Mia parou na calçada, congelada. Miguel viu-a registrar os arcos da mansão, que era similar a uma villa na Toscana. As paredes em tom de terracota criavam um visual casual e elegante, enquanto as amplas janelas davam uma aura histórica. O luxuriante gramado verde rodeava a casa até a calçada, estendendo-se no terreno ao redor. Gerânios coloridos brotavam nas jardineiras das janelas, como era na Itália antiga. No segundo andar, uma sacada com grade de ferro trabalhado exibia mesas, cadeiras e uma banheira de hidromassagem disfarçada pelo topo folhoso das árvores.



Mia abriu a boca, querendo comentar, mas fechou-a com um estalo.



– O que achou? – perguntou Miguel.



Ela pendeu a cabeça.



– É linda – disse a noiva. – É a casa mais linda que já vi.



O prazer o inundou ante o evidente encanto da garota.



– Obrigado. Desenhei-a pessoalmente.



– Parece antiga.



– Era meu objetivo. Prometo-lhe que por dentro é muito moderna.



Mia sacudiu a cabeça e entrou com ele na casa. Os assoalhos de mármore brilhavam, polidos, e o teto alto criava a ilusão de espaço e elegância. Os aposentos amplos e arejados ressaltavam a escadaria central espiralada.



Miguel pagou o chofer e fechou a porta.



– Venha. Vou lhe mostrar a casa... a não ser que queira trocar de roupa primeiro.



Mia encheu os braços com metros de tecido fino e prendeu a causa. Os pés descalços surgiram.



– Podemos ir.



Miguel mostrou a casa toda a Mia. A cozinha, totalmente equipada, tinha uma pia de aço cromado inoxidável, mas Miguel tomara o cuidado de providenciar que a cozinha tivesse o calor do qual uma matriarca italiana poderia se orgulhar. A bancada de madeira entalhada continha cestas com frutas frescas e réstias de alho, garrafas de azeite de oliva aromatizado, caixas de massa seca e tomates grandes e vermelhos. A mesa era de carvalho grosso, com cadeiras firmes e confortáveis. Uma seleção de vinhos surgia numa cristaleira de ferro. As portas de vidro levavam a um jardim de inverno, mobiliado com mesa e cadeiras de vime, uma estante e vasos de margaridas. Em vez de pinturas coloridas, fotos em preto e branco ocupavam as paredes, exibindo diversos exemplos de arquitetura em todo o mundo.



Miguel adorou a expressão dela ao absorver todos os espaços. Levou-a escada acima rumo aos quartos.



– Meu quarto é ao fim do corredor. Tenho um escritório particular, mas na biblioteca tem um notebook para seu uso. Posso pedir o que mais você precisar. – Ele abriu uma das portas. – Seu quarto também é suíte. Não sei o seu gosto, então se sinta à vontade para redecorar.



Diante dos olhos de Miguel, Mia registrou a decoração em tons neutros e pastéis, a cama king-size.



– É lindo, obrigada.



Ele a encarou por um momento. Os dois estavam muito formais.



– Sabe que estaremos presos aqui por pelo menos dois dias, certo? Usamos o trabalho como desculpa para não viajarmos em lua de mel, mas não posso ir ao escritório até a segunda, ou as pessoas vão comentar.



Mia assentiu.



– Posso usar o notebook para me distrair. Roberta vai cuidar da loja.



Miguel virou-se para sair.



– Troque de roupa e me encontre na cozinha. Vou fazer o jantar.



A esposa surpreendeu-se.



– Você cozinha?



– Eu não gosto de pessoas esquisitas na minha casa. Já tive isso demais na minha infância, então aprendi a cozinhar.



– E é bom?



Ele riu.



– Sou o melhor.



E fechou a porta atrás de si.




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Autor(a): juliethewriter

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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