Fanfics Brasil - capítulo 13 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 13

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Capítulo 13.



O silêncio prevaleceu. Mia deixou de lado o que fazia, boquiaberta. Conhecia Miguel Arango Cervera há muitos anos, e ele sempre zombara dela, a atormentara e ofendera.



Ele nunca a chamara de linda.



Miguel ocupou-se com o molho do macarrão e manteve a voz casual.



– Sabe o que quero dizer. Sempre a achei linda, como acho Roberta linda. Vi vocês duas crescerem e se tornarem mulheres. Não são feias, nem gordas. Acho que está sendo muito exigente consigo mesma.



Mia entendeu a que Miguel se referia. Ele não a via como uma bela mulher, e sim como uma irritante irmã caçula que se tornara bonita quando adulta. Era uma diferença monumental, e ela ignorou a agulhada de dor.



– Bem, vou comer a minha salada e não quero ouvir mais seus comentários.



– Certo. Quer abrir o vinho? Tem uma garrafa na geladeira.



Mia abriu um chardonnay caro e o viu tomar um gole. O cheiro cítrico de madeira e fruta encheu seu olfato. Ficou tentada e cedeu. Uma taça só... afinal de contas, merecia.



Serviu-se de uma taça e tomou um gole. A bebida desceu por sua garganta, um sabor rico e seco. Soltou um ruído baixo de satisfação. Com a língua, procurou os resquícios nos lábios e fechou os olhos, seu corpo reagindo ao sabor.



. . .



Miguel pensou em dizer algo, mas mudou de ideia. Viu-a beber o vinho, saboreando-o, e seu corpo reagiu intensamente. O sangue rugiu em suas veias, seu membro registrou o prazer feminino. A língua de Mia percorria os lábios carnudos com tanta delicadeza que ele queria que ela saboreasse a pele dele e não o vinho.



Estonteado, perguntou-se se ela dava os mesmos gemidos roucos quando um homem estava enterrado em seu espaço mais íntimo e quente. Queria saber se ela seria apertada e quente como a boca, envolvendo seu membro em um calor aveludado, arrancando cada gota de prazer dele e exigindo mais.



A calça velha e gasta revelava as curvas do corpo de sua esposa, do belo traseiro às pernas longas e macias. A blusa levantava-se, exibindo uma faixa de pele nua. Evidentemente ela não usava sutiã, pois não o via como um homem que a desejava, e sim como um irritante irmão mais velho sem qualquer impulso sexual.



Maldita fosse Mia por complicar tudo!



Miguel colocou a vasilha com massa sobre a mesa e rapidamente arrumou os pratos.



– Pare de beber o vinho desse jeito. Não é uma atriz pornô.



Ela engasgou-se.



– Ei, não desconte a sua raiva em mim! Não é culpa minha se você se preocupa mais com os negócios do que com um casamento!



– Sim, mas assim que lhe fiz uma oferta em dinheiro você topou. Comprei você, e você me comprou.



Ela pegou a vasilha com macarrão e encheu o prato. Os olhos azuis brilhavam de raiva.



– Quem é você pra me julgar?! Você sempre teve tudo que quis a vida toda! Aos 16 anos, ganhou um Land Rover, e eu ganhei um fusquinha velho!



Ele ficou tenso.



– Você tinha uma família que te amava. Eu não.



Ela se calou, pegando um pedaço de pão de alho e queijo.



– Você tinha a Roberta.



– Eu sei.



– O que aconteceu entre vocês? Eram tão próximos...



O moreno fez um muxoxo.



– Ela mudou ao entrar no ensino médio. De repente não quis mais falar comigo. Parou de conversar comigo no quarto, depois me deixou de lado por completo. Assim, deixei-a de lado e preocupei-me em cuidar da minha vida. Você também teve problemas com ela na época, não?



– Sim.  Sempre achei que algo tivesse acontecido, mas ela não toca no assunto. Enfim, minha família também teve problemas por algum tempo, então não foi só com você.



– Mas agora são uma família de margarina.



Mia riu e enfiou uma garfada de macarrão na boca.



– Meu pai um belo dia percebeu a burrada que estava fazendo da vida e acho que agora estamos bem.



– Acha? – Miguel estranhou.



– Às vezes temos problemas como qualquer outra família. Mas acho que já neutralizamos o carma.



– Carma?



– Sim. Quando meu pai decidiu se reaproximar de mim e dos meus irmãos, nossa primeira reação foi de magoá-lo para compensar a dor que a ausência dele depois da morte da nossa mãe nos causou.



– Parece razoável.



– Né? Mas assim as mágoas só aumentam. Um dia, Santos e eu percebemos que Vicki e Celina estavam magoando o nosso pai porque nós estávamos dando o exemplo. Aí, conversamos e percebemos que só temos o nosso pai. Um dia ele também partiria, e eu não queria me arrepender por tê-lo magoado tanto ao não entender que ele estava lidando do melhor jeito possível com a perda do amor da sua vida. Mas agora ele estava tentando compensar, tinha parado de beber, queria cuidar de nós.



Miguel bufou.



– Um pouco tarde demais, não é? Você era pouco mais de uma adolescente quando perdeu dona Marina, Santos também, e vocês dois tiveram de assumir todos os cuidados com as meninas. Um belo dia, ele resolveu que queria ser pai de novo? Por que o aceitou de volta à sua vida?



Mia garfou outro camarão e o levou até a boca.



– Foi justamente na minha mãe que eu pensei. Se ela estivesse viva, ela o teria perdoado. Se ela ainda estivesse conosco, ficaria arrasada se eu não o perdoasse. Ele era toda a família que eu tinha. Assim, conversei com Santos e decidimos perdoá-lo.



Miguel ficou profundamente abalado pela capacidade dela de perdoar. Serviu-se de mais vinho.



– Seria melhor seguir em frente de cabeça erguida e com o orgulho intacto, fazendo-o pagar pela dor que lhe causou.



Mia refletiu sobre aquilo por um momento.



– Eu quase fiz isso. Mas, antes de ser meu pai, ele é uma pessoa que erra. Eu teria meu orgulho, sim, mas não teria meu pai. Quando cheguei a essa decisão, senti um peso sair das minhas costas. Meu pai está sóbrio há anos e nunca mais falhou conosco nessas proporções. Já pensou em fazer o mesmo com o seu pai?



Miguel sentiu como se tivesse levado um soco na barriga. Conseguiu controlar a velha amargura o suficiente para fazer um muxoxo.



– Aos meus olhos, Antônio Arango está morto. Foi a escolha que fiz.



Miguel estava pronto para ver a pena nos olhos dela, mas, em vez disso, viu apenas uma profunda simpatia que o acalmou. Por muitas vezes, queria uma bronca do pai, um castigo, uma surra, em vez da indiferença. Essa indiferença o feriu profundamente, e essa ferida nunca cicatrizou.



– E a sua mãe?



Ele olhou para o prato.



– Ela tá de caso com outro ator. Atores ricos e mais novos são o tipo dela. Ela adora aparecer na mídia.



– Você a vê com frequência?



– Ver o filho adulto a faz sentir-se – e parecer – velha. Ela gosta de fingir ou que não existo, ou que é minha irmã ou prima.



– Sinto muito.



Mia falou aquilo com simplicidade e sinceridade. Miguel ergueu os olhos do prato. Por um segundo, o ar entre eles ficou carregado de proximidade, compreensão e energia, mas isso se desfez como se nunca tivesse acontecido.



Miguel deu um sorriso torto, zombando do que diria em seguida:



– Pobre menino rico, era eu. Mas acertou numa coisa... o meu carro era demais.



Mia deu uma risada e mudou de assunto.



– Fale-me sobre o contrato que quer fechar. Deve ser excelente considerando que vai precisar ficar um ano sem sexo para alcançá-lo.



Ele deixou a alfinetada passar batida, mas a olhou fixamente.



– Quero colocar a empresa numa licitação para construir junto ao rio.



Mia ergueu uma sobrancelha, curiosa.



– Eu soube que querem construir um spa, alguns restaurantes... Não se fala de outra coisa. Antigamente a beira-rio era uma área perigosa.



Ele inclinou-se na direção dela, empolgado.



– Mas agora está valorizando. Melhoraram o policiamento, e os bares e lojas situados naquela área estão dando lucro. Isso chamou a atenção das imobiliárias para o potencial da área para prédios residenciais e comerciais. Consegue imaginá-la toda construída e iluminada, com bares, lojas e casas?



– Também soube que estão pensando em dar o contrato a uma empresa de arquitetura americana.



O corpo dele arrepiou-se, quase em desespero. Seu sonho estava a seu alcance, e nada ficaria em seu caminho. Repetiu mentalmente aquelas palavras, como um mantra.



– Eu vou fechar esse contrato.



Mia piscou, depois acenou como se a crença dele também fosse dela.



– A sua empresa pode cuidar de um serviço tão grande?



Miguel tomou um gole de vinho.



– A diretoria acha arriscado demais, mas vou provar-lhes o contrário. Se eu conseguir, a minha empresa vai subir de nível.



– Fala de dinheiro?



O marido sacudiu negativamente a cabeça.



– Não ligo para o dinheiro. Quero deixar a minha marca, sei o que fazer. Nada cosmopolita demais. Quero usar uma forte influência da cultura mexicana, misturando rusticidade e sofisticação.



Mia admirou-se.



– Aparentemente você já pensou muito nisso.



Ele passou o último pedaço de pão no molho que restava e enfiou na boca.



– Eu soube de fonte segura que a prefeitura estava se preparando para começar a aceitar projetos e comecei a me organizar. Há anos visualizo projetos para a beira-rio. Agora posso concretizá-los.



– Como vai fazer isso?



Miguel pegou o próprio prato. Nunca uma mulher havia se interessado tanto por seus projetos. Mas Mia sempre tinha ouvido o que ele tinha a dizer, desde que eram crianças.



– Já fiz contato com um dos arquitetos do projeto. Nicolás Huber vai desenhar o prédio do spa, e tem a mesma visão que eu. No próximo sábado ele vai dar um jantar em sua casa. Os outros dois homens que preciso impressionar estarão lá, e espero conversar com eles. – Miguel achou melhor não contar a Mia qual era a sua utilidade naquele momento. Para ele, sua nova esposa era uma via para fechar o negócio, mas seria melhor só contar isso a ela na noite do jantar.



Foi quando ele percebeu que o prato dela estava limpo. A salada estava intocada na vasilha entre eles, mas a tigela de macarrão estava quase vazia, bem como a cesta de pão e a garrafa de vinho. Mia parecia prestes a explodir. Miguel deu um sorriso malicioso.



– Ora, a salada parece deliciosa. Não vai comer?



Mia deu um sorriso que mais parecia uma careta.



– Engraçadinho.




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Autor(a): juliethewriter

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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