Fanfics Brasil - capítulo 16 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 16

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Capítulo 16



Ainda estava tentando impedir as lágrimas de rolarem quando ouviu uma conversa no saguão. Uma morena alta, de pernas longas, entrou na sala com a facilidade de alguém que conhecia bem a casa. Mia viu uma das mulheres mais lindas que já tinha visto na vida.



Evidentemente, aquela era Luz Viviana, a ex de Miguel.



Ela tinha pernas longas e sinuosas, calçava sapatos pretos de salto alto e vestia um vestido curto de seda. Em torno dos quadris estreitos, tinha um cinto fino de prata, e o tecido delicado do vestido aderia a seios pequenos, parcialmente expostos por um vertiginoso decote. A frente única do vestido expunha ombros nus. Os cabelos longos e castanhos caíam em cachos perfeitos. Não havia um frizz à vista. Os olhos eram castanhos e profundos, os cílios negros e longos. A boca de Luz Viviana era carnuda, pintada de batom escuro, e o rosto redondo exibia uma expressão de elegância e relaxamento. Ela olhou para a sala inteira, e depois se fixou em Mia.



Foi quando a nova sra. Arango soube que ia vomitar.



A beldade virou-se para Miguel com uma expressão suplicante de perdão. Até mesmo sua voz era rouca, carregada de sensualidade.



– Eu só tinha de ver quem era ela – explicou-se.



Mia, horrorizada, percebeu que Luz Viviana não era apenas amante de Miguel, mas também o amava. A mágoa evidente naqueles olhos acusava Mia de ter roubado o homem de outra mulher. Um lado de Mia via a cena com vontade de rir. Parecia um daqueles reality shows que Lupita gostava de assistir quando Santos estava de plantão no hospital e Marina dormia. Pelo menos a outra não a agredira.



Mia sufocou a vontade de rir até chorar e manteve-se calada.



A loira ergueu-se e observou a deusa esguia que era muito mais alta que ela. Juntou todas as forças e fingiu que estava usando seu vestido de noiva, e não uma roupa antiga, com a qual iria dormir.



– Eu compreendo – disse ela, formal.



– Luz, como passou pelos seguranças? – Indagou Miguel.



Os cachos elegantemente penteados moveram-se quando ela se virou. Luz Viviana enfiou a mão na bolsa e tirou algo de lá que colocou na mão de Miguel, abertamente ignorando a esposa do ex-namorado.



– Eu ainda tinha a chave da porta e o código do alarme – explicou-se a modelo ao empresário, com a voz cheia de dengo e tristeza. – Depois que você me disse que ia se casar... você lembra que não reagi bem.



Mia enfureceu-se, sentindo o tom e as palavras da outra mulher ferirem-na como facas. Ao diabo com aquilo. Recusava-se a deixar que Miguel mantivesse um caso extraconjugal quando tinham feito um acordo. Assim, precisava passar-se por uma esposa ciumenta e possessiva. Engoliu em seco e forçou-se a sorrir com calma e frieza para sua rival.



– Luz Viviana, eu sinto muitíssimo se nossa decisão a feriu. Nós dois agimos sem pensar, sabe? – A loira riu e posicionou-se entre o ex-casal. – Nos conhecemos há anos. Quando nos reencontramos, foi paixão à primeira vista. – Ela fingiu olhar com adoração para seu marido, embora na verdade quisesse dar um soco nele e na amante. Miguel abraçou-a pela cintura, e o calor do corpo dele queimou-a. – Preciso pedir-lhe para se retirar. É nossa noite de núpcias.



Luz Viviana observou-os com uma expressão calculista.



– É muito estranho que não tenham viajado para um lugar mais... romântico.



Miguel interviu.



– Por causa do meu trabalho, adiamos nossa viagem às ilhas Maldivas.



Luz Viviana ficou calada por um momento e depois continuou com a voz seca.



– Muito bem. Vou embora. Só precisava ver com os próprios olhos a mulher por quem você me trocou. – Os olhos da modelo deixaram claro que ela não entendia o que motivara a escolha de Miguel. – Ficarei ausente por alguns dias. Aceitei um convite para ajudar na reconstrução das áreas atingidas pelo furacão Irma.



Ah, Jesus! Ela ainda era uma ativista humanitária! Luz Viviana era fisicamente perfeita, rica e gostava de fazer caridade. Mia sentiu-se arrasada.



A modelo virou-se e viu as cartas espalhadas sobre o chão. Deu um sorriso torto.



– Sempre gostei de baralho. Mas não acho que combinem com uma noite de núpcias. – E, sem dar chance aos recém-casados de responder, saiu sem olhar para trás, com a elegância escorregadia de uma cobra.



Mia afastou-se de Miguel com um pulo ao ouvir a porta bater. Um silêncio desconfortável pairou sobre eles, e ela se sentiu tonta.



– Sinto muito, Mia. Nunca esperei que ela aparecesse aqui em casa.



A pergunta surgiu do fundo da alma da loira. Jurou a si mesma que não ia perguntar, mas furou a promessa antes mesmo de fazê-la.



– Por que se casou comigo e não com ela?



Mia sentia-se indigna em todos os aspectos quando se comparou a Luz Viviana. A ex-namorada de Miguel era linda, elegante, magra. Era articulada, defendia causas humanitárias e comportava-se com uma classe inesperada em uma mulher desprezada. Além disso, era apaixonada por Miguel. Por que ele a magoara?



O marido afastou-se.



– Não importa – respondeu com frieza.



– Para mim importa! – Reagiu a loira.



Quando viu a expressão determinada no rosto dele, Mia sentiu um arrepio gelado na espinha. A brecha surgida pouco antes fechou-se, e de repente ela estava cara a cara com um homem que não demonstrava qualquer emoção ou sentimento.



– Porque ela queria mais do que eu estava disposto a dar. Queria se casar, ter filhos.



Mia recuou um passo.



– E o que há de errado nisso?



– Desde o começo eu fui sincero com Luz Viviana. Não quero compromisso sério. Não quero ser pai nem sou o tipo de homem que sonha em se casar. Prometi isso a mim mesmo, há muitos anos. – Ele fez uma pausa. – Foi por isso que eu me casei com você.



A firmeza naquelas palavras fez a sala girar em torno de Mia. Seu marido podia ser um amante experiente e apaixonado, cujo toque podia fazer sua pele arder e seus lábios incendiarem, mas tinha um coração de pedra. Ele nunca baixaria a guarda para qualquer mulher – fora ferido demais no passado para isso. De algum jeito, Antônio Arango e Helena Arango Cervera haviam convencido o filho de que amor era algo que não existia. Mesmo diante de provas do contrário, ele nunca acreditaria em ‘felizes-para-sempre’. Via filhos como erros numa vida cheia de mágoas.



Como qualquer mulher poderia enfrentar uma crença tão firme e acreditar que ia vencer? De repente, a tranquilidade dele ao aceitar um casamento de fachada fazia todo sentido.



– Tá tudo bem?



Mia decidiu acabar com aquela noite nos próprios termos. Miguel Arango podia magoá-la de novo. Precisava agir com frieza e eficiência a fim de proteger-se. E devia sempre manter-se longe dele. Mia exibiu no rosto uma máscara inexpressiva, escondendo a dor no fundo da alma.



– Pare de me perguntar isso. Claro que está. Só não quero que ache que pode dar uma rapidinha com a sua ex-namorada. Nós fizemos um acordo.



Ele ficou emburrado.



– Eu lhe dei a minha palavra.



– E trapaceou no pôquer.



O lembrete do jogo de pôquer e da consequência dele fez Mia ferver de humilhação e vergonha. Miguel hesitou, passou as mãos pelos cabelos, e Mia soube o que ele diria depois.



– Por falar nisso...



A loira deu um riso digno de Oscar.



– Ai, Miguel... não vamos falar daquilo, vamos? – Ela fez uma careta. – Olha só, bonitinho, preciso lhe dizer uma coisa. Sim, nosso casamento é um acordo de negócios, mas eu me vesti de noiva e esta é, tecnicamente, nossa noite de núpcias. – Ela encolheu os ombros. – Acabei entrando no clima. Calhou de você...



–... estar disponível? – concluiu ele.



– Eu acho que a palavra que quero dizer é à mão. Você estava à mão. Não teve nenhuma importância, então vamos esquecer tudo, tá?



Miguel estudou-a de cara amarrada, examinando cada traço do seu rosto. O relógio soou, e ela esperou. Emoções estranhas surgiram nos olhos dele, até que ela podia jurar que ele a encarava com arrependimento.



Só posso estar ficando louca, pensou.



Por fim, o marido assentiu.



– Podemos culpar o champanhe, o vinho, a lua cheia...



Ela virou-se.



– Ótimo. Vou me deitar. Está tarde.



– Boa noite, Mia.



– Boa noite.



Mia subiu a escada em espiral e caiu na cama. Não quis escovar os dentes nem lavar o rosto, nem colocar o pijama. Puxou o edredom fofo até o queixo, aninhou-se na cama e abraçou o travesseiro. Decidiu dormir, pois ao dormir não precisava pensar nem sentir nada.




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Autor(a): juliethewriter

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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