Fanfics Brasil - capítulo 17 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 17

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Capítulo 17



Miguel olhou para a escadaria deserta. Sentia-se oco por dentro e não sabia por quê. Serviu o resto do vinho numa taça, ajustou o volume do som e jogou-se no sofá. A ária da ópera o envolveu e acalmou seu nervosismo.



Seu quase deslize pairou sobre sua cabeça. Se Luz não tivesse chegado, Mia teria acabado em sua cama. Seu casamento não seria mais só de aparência.



Idiota!



Quando o desejo por uma mulher tinha causado tamanho entrave a seus planos? Mesmo quando cortejara Luz Viviana e os dois se envolveram sexualmente, nunca ficara obcecado pelo sexo. Seu objetivo era claro e específico.



Mas nem isso bastava para aplacá-lo depois de provar Mia Colucci. Ela virara sua cabeça, fazia-o rir, tentava-o com as promessas de seu corpo. Ela era diferente de qualquer mulher que ele conhecia, e ele queria que ele continuasse como sua amiga. Como a melhor amiga de sua irmã. Ele queria rir do passado dos dois, viver harmonicamente por um ano e despedir-se tranquilamente.



Mas, na primeira noite que dividiram, ele quase rasgara a camiseta dela.



Ele secou a taça de vinho com um gole e desligou o som. Ia resolver aquilo. Mia já tinha admitido que queria alguém com quem dividir a cama e nada mais. Naturalmente, ela não sentia atração por ele, e provavelmente estava bêbada e encantada com o clima romântico do casamento. Fora pelo menos o que ela tinha lhe dito. Ela queria dinheiro e sentia falta de sexo.



Sua mente, teimosa, dizia-lhe que ela não reagiria com igual ardor a qualquer homem que a tocasse. Ele ignorou o aviso com firmeza, saiu do sofá e subiu ao quarto para também dormir.



. . .



Alguns dias depois, Mia olhou para a multidão e quis estar de volta à sua livraria, servindo como anfitriã para a noite de leitura de poesias. O jantar de negócios daquela noite era um ponto crucial na carreira de Miguel. Ela sabia que pesos pesados da arquitetura estariam presentes, e Miguel precisava conquistá-los para realizar seus sonhos.



Ela deu seu casaco ao criado e deixou que Miguel a guiasse até o salão de festas lotado.



– Creio que você tenha uma estratégia montada. – Disse ela. – Quais são as duas pessoas que precisa impressionar?



Miguel apontou para um homem que fumava um charuto e conversava com algumas pessoas.



– Giovanni Mendez é responsável pela construção do restaurante italiano. O voto dele é chave para conquistar o terceiro acionista no contrato junto ao rio.



– Então por que não o aborda e vende seu peixe? – Ela tirou um canapé de salmão da bandeja de um garçom bem-vestido, e aceitou uma taça de champanhe de outro.



– Porque não quero ser igual aos outros. Minha estratégia é diferente. – Miguel viu Mia tomar um gole do champanhe, suspirando de prazer. – Não beba demais.



Ela suspirou, contrariada.



– Não imaginei que você seria um marido tão controlador. Muito bem, quem é o outro cara que precisa impressionar.



O rosto dele ficou calculista.



– Conde Diego Bustamante. Ele é espanhol, dono de uma bem-sucedida cadeia de confeitarias nos Estados Unidos e decidiu expandir os negócios para o México. Quer abrir a primeira filial mexicana de sua empresa junto ao rio.



Mia babou pelos camarões empanados que viu numa outra bandeja e tentou disfarçar. Sorrindo, Miguel pegou dois camarões da bandeja e deu a ela.



– Coma.



– Muito bem. – Para variar, ela acatou a ordem dele. Colocou um camarão na boca e gemeu deliciada. Ele ergueu as sobrancelhas, e ela achou que o desagradou... de novo. Miguel olhava para sua boca como se quisesse o camarão para si.



– Mia, está me ouvindo?



– Sim. Diego Bustamante, conde, dono de confeitarias. Quer que eu interaja com as outras esposas enquanto você fala de negócios?



Miguel deu um sorriso tenso.



– Por agora, falarei com Giovanni. Por que não fica de olho no conde? Ele é alto, pele clara, cabelos castanhos, com cara de garoto. Caso consiga, converse com ele. Isso irá distraí-la.



Uma leve sombra de aviso cutucou-a sutilmente, mas Mia ainda estava interessada demais nos outros salgadinhos.



– Quer que eu converse com ele?



Não. Quero que fique longe dele, pensou Miguel, mas fez um muxoxo forçadamente casual.



– Claro. Seja simpática. Se descobrir algo de interessante, me conte.



Mia sentiu um frisson gelado e de repente entendeu o que o marido queria dizer.



– Quer que eu espione pra você?



– Está sendo ridícula – disse ele, impaciente. – Quero que relaxe e divirta-se.



– Fácil pra você falar – resmungou a esposa. – Não são os seus peitos caindo desse vestido.



Miguel pigarreou e agitou-se.



– Se não gostou do vestido, não devia tê-lo escolhido.



Mia encrespou-se.



– Foi Roberta quem me emprestou. Não tenho nenhum vestido de luxo.



– Eu poderia ter comprado para você, ou lhe dado o dinheiro para comprar.



Mia irritou-se.



– Eu não quero o seu dinheiro!



– Eu acho o contrário – respondeu o marido. – Afinal de contas, foi bem clara no que a motivou a assinar meu contrato. Seria melhor arrancar agora de mim tudo o que puder.



O silêncio pairou entre os recém-casados. Mia sentia-se gelada.



– Tem razão. Fui uma imbecil. Na próxima vez comprarei todas as roupas de Versace e mandarei a conta para seu escritório. – Mia virou-se e jogou os cabelos para trás. – Afinal de contas, a única vantagem que terei nesse casamento é o seu dinheiro.



Depois, afastou-se, deixando-o a olhar fixamente para suas costas.



Desgraçado!



Mia pegou uma segunda taça de champanhe e acomodou-se junto a uma ampla porta de vidro, que dava para uma sacada. Miguel Arango pertencia àquele mundo, de endinheirados, supermodelos e decorações luxuosas. O aroma de perfumes caros mesclava-se ao cheiro forte da fumaça de charuto. Até onde a vista alcançava, via sedas e cetins, a maioria em tons escuros ou neutros, cores discretas que ressaltavam os diamantes, as pérolas, as safiras – joias que, ela sabia, eram todas verdadeiras. Todos eram bronzeados, mas Mia apostaria que nenhum deles se bronzeava no jardim de casa.



Mia soltou um profundo suspiro. Arrumara-se com todo o cuidado para aquela festa e, ao descer a escada e enfrentar a avaliação de Miguel, prendera a respiração. Até ela sabia que estava belíssima no vestido de Roberta. Agora, ficava furiosa por saber que quisera agradá-lo.



Miguel a olhara da cabeça aos pés. Em vez de elogiá-la, resmungara qualquer coisa sobre o vestido e se afastara. Nem mesmo a ajudara a colocar o casaco ou olhara para ela de novo até chegarem à festa. Ficara profundamente magoada, mas censurava-se por aquilo. Mantivera-se educada e fingira que se vestia daquela forma todos os sábados.



Ainda assim, quando falara sobre seus planos para a beira do rio, Miguel demonstrara uma emoção tão forte que Mia sentira-se arrepiar.



A emoção era paixão. Uma desesperada vontade, ardendo nos olhos cor de mel. Mia sonhara em ser a mulher que despertava tamanho desejo. Mas, mais uma vez, lembrou-se que Miguel só sentia paixão por seus prédios. Não por mulheres.



E nunca por ela.



Mia respirou fundo e deu o último gole em sua taça. Depois, passou pela porta e voltou à festa, unindo-se a outras mulheres que pareciam falar de uma pintura exposta. Logo depois, entrosou-se na conversa e iniciou sua primeira noite numa festa de alta sociedade.



. . .



Miguel viu sua esposa afastar-se e xingou em voz baixa. Merda. Pisara na bola de novo. Devia ter elogiado a beleza de Mia naquela droga de vestido, mas nada o preparara para a aparência dela quando ela descera a escada, pronta para a festa.



O vestido azul elétrico era tomara-que-caia na frente, aderindo aos seios e caindo até o chão em uma magnifica cascata de seda fluida com detalhes em prateado. Nos pés, Mia calçava sandálias prateadas de tiras finas, deixando expostas as unhas pintadas de cor de rosa. Os cabelos loiros estavam presos em um rabo de cavalo alto, com cachos nas pontas que acariciavam suas costas. Os lábios estavam pintados de batom vermelho. Quando ela piscou, ele viu que os olhos estavam enfatizados por sombra cor de champanhe.



Miguel apostaria toda sua fortuna que todos os homens da festa ficariam hipnotizados por ela.



Por muito pouco não mandou Mia trocar de roupa. Aquela não era uma mulher fria e sofisticada a quem podia controlar. Mia era como a Eva do paraíso, que tentara um homem a descer ao inferno, fazendo uma maçã envenenada parecer doce como mel. Em vez disso, fizera qualquer comentário em voz baixa e deixara-a de lado. Perguntara-se se tinha mesmo visto a mágoa nos olhos dela, mas, quando olhou-a de novo, Mia era de novo a mulher voluntariosa e de língua afiada com quem se casara.



Miguel estava furioso com a capacidade dela de fazer-se sentir-se um lixo. Não tinha dito nada de errado. Ela tinha se casado com ele por interesse e admitira isso com muita facilidade. Por que tinha de fingir ser uma vítima inocente naquela confusão?



O moreno forçou-se a não pensar mais em sua esposa e concentrou-se nos empresários em torno de Giovanni Mendez. Miguel pressentiu de imediato o fator principal na conquista do voto do homem: empolgação.



Se despertasse a empolgação de Giovanni Mendez, Miguel teria o voto dele.



A terceira e última peça do quebra-cabeça era Diego Bustamante. O famoso conde era conhecido no mundo empresarial por ser charmoso, rico e inteligente como uma raposa. Era um apaixonado por sua empresa, e acreditava que isso, e não a precisão, era o que movia o mundo, e tinha um comportamento completamente diferente dos outros dois sócios. Miguel esperava que uma animada conversa do conde com Mia lhe desse uma vantagem, já que os rumores definiam Diego como um mulherengo. Ignorou a pontada de culpa e ciúme e juntou-se aos outros homens para conversar.




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Autor(a): juliethewriter

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Capítulo 18 Mia decidiu que era hora de procurar seu marido. A não ser pelo curto espaço de tempo que passara ao lado dele durante o jantar, tinha ficado longe de Miguel durante toda a noite. Cantarolando baixinho a música que tocava, ela olhou para o salão, mas não o viu. Decidiu procurá-lo nos outros ambientes. Talvez ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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