Fanfics Brasil - capítulo 22 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 22

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Capítulo 22


Miguel passou por entre as estantes. Um cara usando preto tagarelava no microfone sobre a correlação entre flores e morte, e o cheiro de café novo fez cócegas em seu nariz. O som de uma flauta e o uivo fraco de um lobo ecoaram em seus ouvidos. Mas todos os seus sentidos ficaram ofuscados ao avistar sua esposa.


Os cabelos dourados caíam cacheados e livres em seus ombros. Os óculos de grau com armação preta na verdade enfatizavam o tom azul celeste de seus olhos, levemente arregalados de surpresa enquanto o via abordá-la. O suéter aderia a cada centímetro dos seios deliciosos e depois abria-se em torno dos quadris. Uma saia preta, curta e justa envolvia suas coxas. Num segundo olhar, Miguel concluiu que a peça parecia ainda mais curta, agora que Mia estava sentada confortavelmente, e quase não a cobria. Botas de cano alto em couro preto completavam o visual. As longas pernas torneadas estavam cobertas por meia-calça preta, e Miguel sabia que ela não usava nada por baixo.


Ele tinha quase certeza que lojas não vendiam saias tão curtas.


Mas a verdadeira sensualidade de Mia residia no fato que ela não tinha ciência de seu efeito sobre os homens. Ele ficou ainda mais tenso. Vivia num estado de constante turbulência emocional e odiava cada segundo. Era o homem mais tranquilo da cidade e dedicara a vida a evitar sentimentos confusos. Agora, seu dia normal ia da irritação à frustração e depois à raiva. Ela o enlouquecia com suas brigas desnorteantes e discursos apaixonados. Ela também o fazia rir. Sua casa parecia mais cheia de vida desde que ela se mudara para lá.


Ele a alcançou.


– Oi.


– Oi – respondeu ela.


Miguel concentrou-se na irmã.


– Roberta Alexandra, como está?


– Bem, irmãozinho querido. Por que veio? Não vai ler aquele poema que escreveu aos oito anos, vai?


Mia ergueu o rosto, interessada.


– Que poema?


Miguel sentiu-se corar e percebeu que as duas mulheres à frente dele eram as únicas capazes de fazê-lo perder a compostura.


– Não ligue pra ela – disse ele a Mia.


– Achei que você ia trabalhar – respondeu a esposa.


E ia. Não sabia por que estava ali. Saíra do escritório, chegara na casa vazia e o silêncio o incomodara. Pensara em Mia, rodeada de gente na livraria que fundara, e decidira ser parte do mundo dela por um tempinho. Mas não disse nada disso e deu um muxoxo.


– Acabei mais cedo. Achei legal vir assistir o recital. Todos os poetas fumam? Tem uma fila enorme lá fora e todos estão com cigarro.


Roberta riu e esticou as duas pernas sobre o chão. Estava com as costas apoiadas na lateral da cadeira, e seus olhos verdes continham o brilho zombeteiro de uma irmã caçula que ainda se divertia caçoando do irmão mais velho.


– Continua com vontade de fumar, Miguel? Tenho certeza que posso roubar um pra você.


– Valeu. É bom ter a minha irmã como traficante.


Mia engasgou-se.


– Você fuma?


Miguel negou com a cabeça.


– Fumava. Parei há muitos anos.


– É, mas quando ele fica abalado ou estressado ele volta. Acredita que pra ele não conta desde que ele não compre a carteira?


Mia riu.


– É muito esclarecedor, gente. Precisamos sair juntos mais vezes. Me conta, Beta, o seu irmão trapaceia no carteado?


– O tempo todo!


Miguel estendeu a mão e pegou a mão de Mia, puxando-a da cadeira.


– Me mostra o resto da loja enquanto o cara termina o poema.


Roberta riu e ocupou a cadeira vazia.


– Ele tá com medo do que eu vou falar depois.


– Tem razão – Mia ria.


Miguel afastou-a da multidão. Com um gesto instintivo, parou num canto escuro junto a uma placa dizendo RELACIONAMENTOS. Acomodou-a de modo que as costas dela estavam apoiadas na estante e depois soltou a mão dela.


Miguel agitou-se e xingou em voz baixa ante o repentino desconforto. Não havia pensado no que dizer, só sabia que precisava dar cabo daquela tensão entre eles antes que enlouquecesse e a arrastasse para sua cama. Precisava dar um jeito e voltar a ter amizade com ela. Voltar a ter a camaradagem fraternal. Mesmo que isso o matasse.


– Quero conversar contigo.


Um sorriso leve curvou a boca carnuda.


– Tá certo.


– Sobre a gente.


– Pode falar.


– Acho que a gente não devia transar um com o outro.



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Autor(a): juliethewriter

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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