Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde

Capítulo 28

Mia soltou a faca com um estalo na tábua de cortar. Virou-se e esbarrou no peito dele. Miguel segurou-a pelos ombros e ergueu seu queixo; a tensão sexual ferveu entre eles. Mia abriu a boca num convite inconsciente.

– O quê?

Um brilho selvagem surgiu nos olhos castanhos dele.

– Talvez eu esteja começando a valorizar coisas que não posso ter. – Miguel passou um dedo pelo rosto dela e contornou sua boca, apertando o polegar nos lábios carnudos. – Talvez esteja aprendendo a valorizar os meus desejos.

A boca de Mia ficou seca. Passou a língua pelos lábios para umedecê-los, e a tensão sexual aumentou ainda mais. Estava prestes a fazer uma descoberta que mudaria o relacionamento deles, e sufocou o instinto de pular no abismo, e as consequências que fossem para o inferno.

Em vez disso, forçou-se a continuar com a estranha conversa.

– Então concorda comigo? Entende por que o Olímpia é o melhor time?

Miguel deu um sorriso rápido e zombeteiro, só um lampejo de dentes brancos e bonitos.

– Não. O Pumas é o melhor time. É por isso que ganham. – O moreno aproximou a boca da de Mia e sussurrou seu comentário – Eles lutam mais pela vitória. Se quer muito alguma coisa, Mia, acabará conseguindo.

Mia empurrou-o no peito e virou-se, sufocando a vontade de usar a faca em outra coisa que não os legumes. Miguel era o típico torcedor do Pumas, arrogante e convencido.

– Eu chamo quando o jantar estiver pronto. Até lá, fique lá em cima.

Miguel saiu rindo da cozinha, e seu riso ecoou pelo aposento. Um arrepio frio a envolveu quando ele se afastou.

Mia prendeu o fôlego quando ele subiu a escada, mas os cães continuaram calados.

A loira foi correndo para a sala, ligou a televisão no jogo de futebol, aumentou o volume e foi ao quartinho dar uma olhada nos animais.

A manta estava destruída.

Mia arrancou-a da boca do labrador preto e enfiou-a na última gaveta da escrivaninha. O jornal estava imundo, então ela juntou os pedaços, trocou por folhas limpas e, por segurança, espalhou mais papel sobre a poltrona e o sofá. Encheu de novo as vasilhas de água e achou que teria de sair com eles em cerca de uma hora antes de ir dormir.

A loira fechou a porta, correu para a cozinha e terminou de fazer o jantar enquanto brigava aos gritos com os jogadores do Olímpia.

. . . .

Miguel desceu para o jantar e rapidamente voltou ao segundo piso. Exausta das mentiras, Mia jurou a partir daquele dia ser sincera com o abrigo de animais. Conseguiu escapulir com os cachorros em pequenos grupos pelo resto da noite.

Quando o jogo acabou e o Olímpia ganhou de 4 a 3, Mia comemorou na cozinha, limpou-a, deu uma olhadinha nos cachorros e foi dormir. Seu corpo estava dolorido, sua cabeça tonta, mas ela havia vencido o dia.

E precisaria acordar antes da cinco da manhã para sair com todos os cães, alimentá-los e limpá-los antes de Miguel sair para o trabalho.

Tomar um banho foi um sofrimento, mas a loira conseguiu tomar um banho rápido e foi deitar. Nem mesmo se preocupou em colocar roupa de dormir; deitou-se nua sob o edredom e pegou no sono.