Fanfics Brasil - capítulo 3 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 3

264 visualizações Denunciar


O coração de Miguel acelerou.



– E quem é ela?



Roberta calou-se de novo.



– Você teria de vê-la de acordo com a conveniência dela, mas acho que não vai ser problema. Seja compreensivo. Sei que isso não é o seu forte, mas pode confiar nela.



Ele riscou o último ponto na sua lista. Um zumbido estranho surgiu em seus ouvidos, como para alertá-lo do que o esperava.



– Quem é, Beta?



Houve outro silêncio da parte da irmã. E aí...



– É a Mia.



O quarto girou em um turbilhão enevoado ao ouvir aquele nome, tão comum em sua infância. Um único pensamento repetia-se sem parar em sua mente.



Ela não.





Miguel olhou ao redor, satisfeito com o resultado. Sua sala particular de reuniões servia como um ambiente empresarial, e o ramalhete de flores frescas colocado por sua secretária no centro da mesa era um toque pessoal. A sala tinha um felpudo tapete cor de vinho, com móveis de cerejeira polida e cadeiras de couro cor de manteiga. Os contratos estavam perfeitamente arrumados, ao lado de uma bandeja de prata com café, chá e diversas guloseimas. Era um ambiente formal, mas amigável, que era algo que ele queria ver refletido em seu casamento.



Ignorou o nó na boca do estômago ao pensar em reencontrar Mia Colucci. Perguntou-se como ela era agora, na idade adulta. As histórias contadas por sua irmã incluíam uma mulher destemida e impulsiva.



A princípio, tinha descartado a sugestão de Roberta – Mia não se encaixava no perfil que ele traçara. Lembranças teimosas de uma menina livre, de cabelos presos em rabo de cavalo, espicaçaram seus pensamentos, embora soubesse que ela era dona de uma respeitada livraria. Ele ainda se lembrava dela como amiga de infância de Roberta, embora não a visse há muitos anos.



Mas o tempo estava se acabando.



Num passado há muito distante, tinham convivido, e ele sentia que podia confiar em Mia. Podia não ser a esposa perfeita que ele imaginara, mas precisava de dinheiro, e rápido. Roberta não lhe contou o motivo, mas jurou que Mia estava desesperada. Ele podia aceitar a necessidade por dinheiro – ficava tudo preto no branco. Não havia nada vago. Eles não seriam íntimos. Seria uma transação empresarial formal entre velhos amigos.



Miguel podia viver com isso.



Estendeu a mão para pegar o telefone e chamar a secretária, mas a porta pesada abriu-se silenciosamente naquela outra e fechou-se com um estalo seco.



Ele se virou.



Enormes olhos azuis-acinzentados colaram-se aos dele com pouca hesitação e uma limpidez que lhe disse que aquela mulher não saberia jogar pôquer – ela era brutalmente honesta e não sabia blefar. Ele reconheceu perfeitamente o olhar dela, mas a maturidade mudara a cor de um azul puro a um tom entre azul e cinza. Certas lembranças lhe vieram à mente: um mergulho no mar do Caribe à procura de tesouros, um céu limpo e infinito durante um dia de verão.



Os olhos azuis eram pedras preciosas contra o tom dourado dos cabelos longos e lisos, com generosos cachos nas pontas, emoldurando um rosto delicado de boneca. Os lábios eram rosados e carnudos, os malares evidentes. Quando criança, ele costumava perguntar-lhe se ela tinha o hábito de morder os próprios lábios, e ria da indignação dela.



Depois, o jogo virou-se contra ele. Várias de suas fantasias na adolescência giravam em torno de uma boca como a dela, e nenhuma delas incluía Mia mordendo os próprios lábios. A maioria envolvia mel: mel quente e dourado, derramado sobre aquela boca carnuda e consumido entre beijos.



Ah, diabos.



Controlou-se e terminou seu exame. Lembrou-se de como zombara dela quando descobrira que ela precisava usar sutiã. Mia desenvolvera-se cedo e ficara mortificada com sua descoberta, mas ele rira muito ao revelar que sabia o segredo. Agora, não era mais tão engraçado. Os seios dela eram tão fartos quanto os lábios, perfeitamente proporcionais ao tamanho dos quadris. Ela não era baixa, tinha uma altura que ele considerava ideal, e formava uma tentadora figura feminina, vestindo um vestido vermelho justinho, que enfatizava seu decote, aderia a seus quadris e chegava ao chão.



Unhas muito vermelhas apareceram sob a barra do vestido em sandálias de vinil vermelho. Ela ficou parada na porta, como se o deixasse examiná-la por completo antes de decidir falar.



Sentindo-se profundamente abalado, Miguel sufocou o transtorno e usou o profissionalismo para disfarçar sua reação. Mia Colucci Cáceres se tornara uma bela mulher. Bonita demais para seu gosto. Mas não era necessário que ela soubesse disso.



Deu-lhe o mesmo sorriso neutro que daria a qualquer outro colega de profissão.



– Oi, Mia. Há quanto tempo.



Ela correspondeu ao sorriso, mas seus olhos não o refletiram. Ela moveu os pés e cerrou os punhos.



– Oi, Miguel. Como vai?



– Bem. Sente-se, por favor. Quer café? Chá?



– Café, por favor.



– Quer creme? Açúcar?



– Creme. Obrigada. – Ela sentou-se graciosamente na cadeira confortável, virou-se para longe da mesa e cruzou as pernas. O macio tecido vermelho moveu-se e deu a ele uma amostra de pele macia, lisa e bronzeada.



Ele se concentrou no café.



– Quer brownies? Muffins? É da padaria aqui na frente.



– Não, obrigada.



– Tem certeza?



– Sim, eu nunca poderia parar no primeiro. Aprendi a não me provocar.



A última palavra saiu dos lábios dela em uma voz baixa e rouca que acariciou os ouvidos dele. A calça dele ficou mais apertada, e ele percebeu que a voz dela despertava outros lugares de seu corpo. Completamente desconcertado com a própria reação a uma mulher com a qual não queria nenhum contato físico, concentrou-se em servir o café dela, e sentou-se à sua frente.



Eles se estudaram, e o silêncio prolongou-se. Ela mexeu na delicada pulseira de ouro em seu pulso.



– Sinto muito por seu tio Pablo.



– Obrigado. Roberta lhe contou os detalhes?



– Tudo parece uma loucura!



– E é. Tio Pablo acreditava na família, e antes de morrer convenceu-se que eu nunca ia me casar. Assim, ele decidiu que eu precisava de um empurrãozinho.



– Não acredita em casamento?



Miguel encolheu os ombros.



– O casamento é desnecessário. O para sempre é uma ilusão. Príncipes em cavalos brancos e monogamia não existem.



Ela recuou, surpresa.



– Não acredita em se comprometer com uma única pessoa?



– Compromissos são finitos. Sim, as pessoas são sinceras ao jurar amor e dedicação, mas o tempo dá cabo das coisas boas e só deixa as ruins. Conhece alguém que é feliz no casamento?



Ela abriu a boca e depois se calou.



– Além dos meus pais, quando minha mãe era viva? Acho que não. Mas isso não quer dizer que não existam casais felizes.



– Talvez. – O tom dele contradisse a concordância parcial.



– Acho que temos muitos pontos nos quais não concordamos – disse Mia, movendo-se em sua cadeira, depois cruzou de novos as pernas. – Precisamos de algum tempo para ver se isso vai dar certo.



– Não temos tempo. O casamento precisa acontecer até o fim da semana que vem. Não importa se não nos damos bem. Será apenas um negócio.



Ela estreitou os olhos.



– Tô vendo que você continua o mesmo valentão irritante que me zoava a respeito do tamanho do meu peito. Umas coisas nunca mudam.



Ele fixou os olhos no decote dela.



– Acho que tem razão. Algumas coisas continuam as mesmas. Outras continuam crescendo.



Mia perdeu o fôlego com a piada, mas o surpreendeu com um sorriso.



– E outras coisas continuam pequenas. – O olhar enfático parou diretamente no volume na virilha da calça dele.




Compartilhe este capítulo:

Autor(a): juliethewriter

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Capítulo 4. Miguel quase se engasgou com o café, mas conseguiu abaixar a xícara com calma e dignidade. Uma onda de calor o acertou em cheio ao lembrar-se do dia na piscina, quando eram crianças. Ele tinha feito piada com a cara de Mia graças às mudanças no corpo dela, quando Roberta esgueirou-se por suas costas e arranco ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais