Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde
Capítulo 30
O quartinho estava destruído. Tinha papel rasgado para todo lado. O luxuoso tapete estava cheio de poças de líquido que não parecia ser água. A espuma escapava por um rasgão num assento do sofá. Seu vaso de planta estava meio tombado a um canto, e um filhotinho mexia na terra. Revistas de arquitetura tinham sido mastigadas e depois cuspidas.
Miguel fechou os olhos, contou até três e os abriu.
Depois, gritou com toda a força:
– MIA!
No mesmo segundo, ouviu-a descer a escada, correndo em pânico.
Quando a loira viu a cena, tentou parar, mas estava vindo rápido demais. Os pés descalços deslizaram no piso, e ela esbarrou nele com toda a força. Sem fôlego, apoiou-se nos ombros dele para recuperar o equilíbrio e ficou cara a cara com ele.
Mia precisou de segundos para ver o risco que corria. Os olhos azuis claros arregalaram-se de medo, e ela tropeçou para trás, com os braços estendidos, como se quisesse espantar um agressor. Miguel não percebeu o gesto porque estava ocupado demais tentando ver além da nuvem vermelha de raiva que enevoava seus olhos.
Uma pata peluda acertou-o na virilha. Ele afastou o bicho e conseguiu murmurar, furioso:
– O que diabos está acontecendo aqui?!
Mia estremeceu.
– Miguel, desculpa. Não sabia o que fazer, porque o abrigo me ligou e me disseram que estavam cheios, pedindo pra ficar com alguns esta noite. Eu não tive como me recusar, Miguel. Não podia me recusar, senão iam sacrificá-los, pois é tão difícil bancar um abrigo hoje em dia... mas eu sei que você odeia bicho, então achei que eles podiam dormir aqui e amanhã voltariam pro abrigo.
– VOCÊ PENSOU QUE PODIA ESCONDER UM QUARTO CHEIO DE CÃES DE MIM? – Miguel tentou desesperadamente controlar a raiva, de verdade, mas notou que a voz estava progressivamente mais alta.
Naquele momento, entendeu por que os homens das cavernas arrastavam as mulheres pelos cabelos.
Miguel viu que ela observava sua reação. Mia mordiscou o lábio inferior e se inquietou, pensando desesperadamente numa explicação que não o enfurecesse ainda mais.
Um osso qualquer pousou no pé descalço de Miguel. O arquiteto olhou para baixo e viu uma língua de fora e um rabo balançante.
– Ele quer que você jogue. Pra brincar.
Miguel olhou-a com fúria.
– Eu sei o que a desgraça do cachorro quer. Não sou burro. Mas acho que você não pensa assim. Usou seu favor pra me manter preso lá em cima e eu não descobrir sobre eles. – O arquiteto viu a expressão de culpa da mulher. – Você é uma excelente atriz, Mia. O mundo das artes está perdendo um talento.
Com aquela ofensa, Mia parou de tremer e aprumou-se.
– Eu precisei mentir! – Defendeu-se ela. – Sou casada com um homem que odeia bichos e que prefere ver filhotinhos inocentes mortos em vez de ter uma bagunça na casa.
Miguel rangeu os dentes de raiva e soltou um palavrão.
– Não tenta me culpar por isso, garota. Você nem mesmo pediu, só escondeu um monte de cachorros no meu quartinho. Viu o que eles fizeram à minha casa? E cadê a minha manta laranja?
Mia jogou a cabeça para trás e gritou de raiva.
– EU DEVIA SABER QUE VOCÊ IA SE PREOCUPAR MAIS COM UMA MALDITA MANTA! Você é como aquele cara do filme ‘O Calhambeque Mágico’, lembra que ele costumava trancafiar as crianças para que a cidade fosse limpa e arrumada? Deus proíba que tudo não corra exatamente como você quer. Vamos manter a vida tranquila, e a manta laranja inteira.
Miguel estava prestes a perder a cabeça.
E explodiu.
O arquiteto cerrou os punhos e soltou um rugido.
– ‘O Calhambeque Mágico’? Você é louca! Precisa ficar presa num manicômio! Mentiu pra mim, destruiu a minha casa e agora me compara um vilão infantil, só porque não consegue ser uma pessoa normal, assumir suas culpas e pedir perdão?!
Mia ficou na ponta dos pés para encará-lo.
– Eu tentei! Mas você tá sendo irracional!
Miguel estendeu as mãos e agarrou-a pelos braços. Seus dedos tocaram a pele sedosa, e ele sacudiu-a de leve.
– Irracional?! EU?! É de madrugada e estou acordado, rodeado de cachorros, falando sobre um filme idiota!
– Não é idiota! Por que não pode ser como um personagem de comédia romântica, que normalmente são chatos e irritantes, mas que escondem um coração de ouro! Por que você não é mais humano?
– E agora me compara a uma comédia romântica! Chega, é a gota d’água! Você vai pegar cada um desses cachorros e vai levá-los imediatamente ao canil, ou, que Deus me ajude, Mia, mas vou me livrar pessoalmente deles.
– Não vou fazer nada!
– Vai sim!
– Então me force!
– Te forçar? Vou forçar sim!
Miguel agarrou o tecido macio e suave, lutando desesperadamente por controle. Quando voltou a si, piscou e olhou para baixo.
Foi quando percebeu que a esposa estava completamente nua.
Autor(a): juliethewriter
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03
Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua
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dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04
Continua
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amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29
Adorei! Continua pfvr
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Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11
Oi posta mais