Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde
Mia enterrou o rosto no travesseiro quando o que acontecera na véspera a atingiu como um raio.
Tinha transado com o marido.
Não uma vez, nem duas. Mas, pelo menos, três vezes. Vezes demais para considerarem a noite um erro idiota. E tinha sido intenso demais para se limitar a uma ficada de uma noite.
Por Deus, nunca mais seria capaz de manter as mãos longe dele.
A loira gemeu e forçou-se a examinar a situação com relativa neutralidade. E isso era difícil de fazer quando seu corpo doía e os lençóis cheiravam a sexo. Como poderia seguir em frente e fingir que a noite da véspera nunca tinha acontecido?
Não podia. Portanto, precisava de um novo plano.
Por que não manter sua situação como estava?
Respirou fundo e tentou analisar seus sentimentos com a frieza de um cirurgião fazendo a primeira incisão. Sim, seu acordo claramente dizia que sexo não era parte do pacote, mas isso tinha sido para proteger a ambos de encontrarem outros parceiros. E se continuassem transando?
Saberia lidar com isso?
Eles se desejavam. Agora, acreditava no desejo por ela; o corpo dele deixara bem claro para ela o que a mente dela não conseguia entender. Na noite da véspera, não tinham feito sexo casual, mas algo que era um estranho misto de desejo, amizade, respeito... e...
Imediatamente ignorou aquele pensamento assustador e seguiu em frente.
Muito bem, e se ela sugerisse que continuassem a transar até o fim de seu ano de casamento? Continuariam amigos e dariam cabo da terrível tensão sexual, e satisfariam um ao outro nos próximos meses.
Admitia que seus crescentes sentimentos por ele a apavoravam. E que podia acabar de coração partido quando seu ano de casamento chegasse ao fim. Mas conhecia Miguel, sabia que ele estava tão cego por sua terrível infância que nenhuma mulher podia conquistar sua confiança.
Não tinha falsas esperanças.
Mia queria desesperadamente arriscar-se. Queria Miguel em sua cama, queria aproveitar tudo que podia nesse breve período e ter, pelo menos, as lembranças. Não tinha ilusões, o que a protegia.
Seu estômago se torceu ao pensar aquilo, mas ignorou a sensação.
A porta então abriu.
Miguel hesitou, com uma caneca de café na mão. O rosto de Mia ficou levemente vermelho, mas ela casualmente jogou o lençol sobre uma perna nua e deitou-se de lado.
– Oi – murmurou Miguel.
– Oi – ela respondeu. Um silêncio estranho pairou entre eles, numa típica manhã seguinte. Mia apontou para a caneca de café. – É pra mim?
– É sim. – Ele foi na direção dela e sentou-se na beira da cama. O colchão cedeu um pouco ao peso dele, e ele entregou a caneca à esposa, observando-a quando ela aspirou o cheiro gostoso do rico café brasileiro. Mia tomou um gole e suspirou de prazer. Ele sorriu. – Gostou?
– Adorei. Odeio chafé.
Miguel riu.
– Mas é claro. – Ficou calado enquanto ela bebia. Parecia procurar uma brecha, mas Mia achou que ele não ia perguntar se ela tinha dormido bem, considerando que eles mal tinham pregado os olhos.
O cheiro másculo fez cócegas em seu nariz, mas ela reconheceu um sopro de seu perfume na pele dela. Miguel não tinha tomado banho. A fina camiseta preta deixava à vista os braços e os ombros dele, e a calça do moletom estava baixa, deixando evidente uma faixa de pele bronzeada e a barriga malhada. Mia sentiu-se ficar molhada e agitou-se de leve na cama.
Droga. Aquele homem estava tornando-a uma ninfomaníaca. Com um replay da noite da véspera, iria mancando para o trabalho, mas seu corpo parecia nem se importar com isso.
– Como se sente? – Miguel perguntou.
Mia piscou e ergueu o rosto. Um cacho escuro roçava na testa do marido, cujo queixo estava levemente coberto pela barba rala. Notou que ele, com esforço, olhava para seu rosto e não para seus seios nus, constantemente expostos pelos lençóis de seda.
Normalmente era tímida, mas um sopro de malícia a deixou com vontade de testar o controle do marido. Espreguiçou-se na frente dele, colocando a caneca de café na mesinha de cabeceira. O lençol a cobriu, mas escorregou quando ela o soltou. O ar frio lambeu seus seios nus, deixando seus mamilos durinhos. Mia fingiu não perceber quando respondeu a pergunta dele.
– Estou bem. Estou só um pouco dolorida. Quero um banho quente.
– É, um banho...
– Quer que eu faça algo para o café? – Mia perguntou, com uma vontade louca de rir. Miguel estava evidentemente distraído.
– Café?
– Vou me vestir e fazer alguma coisa. Não vai para o escritório hoje, vai?
– Acho que não...
– Ótimo! O que você quer?
– O que eu quero? – Ele repetiu, meio abobado.
– É, Miguel – ela disse, pacientemente. – Para comer.
Ela apoiou o rosto numa mão e o estudou. Miguel engoliu em seco e cerrou os punhos, tentando desesperadamente concentrar-se no que ela dizia em vez de em seu corpo seminu.
Mia sufocou uma risada e aprimorou o jogo. Espreguiçou-se como um gato, aproveitando a flexibilidade conquistada por anos de aula de ioga com Roberta. Virou-se de bruços e sentou-se sobre os próprios pés, alongando as costas.
Miguel pigarreou.
– Não estou com fome. Vou trabalhar.
Mia fitou-o com muita inocência.
– Você disse que não ia trabalhar.
– É, eu disse.
A pele dela se arrepiou com o olhar de desejo do marido. Ficou excitada ao pensar em Miguel voltando para a cama para transar com ela de novo, mas não sabia como levá-lo a isso.
Criou um mundo de coragem e deu o golpe final.
– Vamos falar sobre ontem à noite?
Miguel estremeceu, mas assentiu. Quando Mia ficou calada, ele se viu forçado a falar algo.
– A noite de ontem foi boa.
Ela se sentou na cama. O lençol caiu e ficou acumulado em torno de sua cintura. Nua da cintura para cima, afastou a franja dos olhos e jogou os cabelos por cima dos ombros, ignorando o gemido sufocado que ele deu.
– Só boa?
– Não, não, foi ótima. – Ele parou. – Realmente ótima.
Miguel estava realmente abalado. Mia insistiu:
– Que bom. Estava pensando sobre a gente e o que fazer agora. Podemos seguir com a vida e decidir não transar de novo. Assim tudo fica menos complicado, né?
Miguel assentiu, de olhos fixos nos seios dela.
– É.
– Ou podemos continuar.
– Continuar?
– Transando.
– É.
– O que você acha?
– Sobre o quê?
Mia perguntou-se se ele tinha ficado burro repentinamente, ou se todo o sangue havia deixado o cérebro do homem, rumo a outra parte de seu corpo. Um rápido olhar confirmou suas suspeitas. Seu plano estava realmente funcionando. Só precisava que ele admitisse que queria continuar transando com ela, e tinha certeza que o resto se resolveria.
– Miguel.
– O que é?
– Responde a pergunta!
– Que pergunta?
– Quer continuar transando comigo até o fim do nosso ano ou quer ser apenas amigos?
– Mia?
– Oi.
– Sou a favor do sexo.
Autor(a): juliethewriter
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03
Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua
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dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04
Continua
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amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29
Adorei! Continua pfvr
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Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11
Oi posta mais