Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde

Num minuto, ela se divertia com a lenta tortura; no outro, ele a prendia na cama, deitado sobre seu corpo nu e colando a boca à dela.

O beijo foi quente, bem-vindo no começo da manhã. Os lábios de Miguel devoravam os de Mia; sua língua provocou e massageou a dela, acariciando-a com fome. Enquanto se beijavam, a barba rala arranhava levemente a pele sensível de Mia. Miguel arrancou o lençol do corpo de Mia a fim de acariciá-la e atiçá-la, provocando o desejo com gestos rápidos e eficientes até que ela gemeu e abriu as pernas.

Miguel estendeu a mão para a mesinha de cabeceira, e parou quando Mia o impediu.

– Eu tomo anticoncepcional – sussurrou ela. – Para regular meu ciclo.

Bastou aquilo. Miguel puxou o moletom para baixo, apoiou as mãos na bun-da de Mia e a penetrou.

Ela gemeu, enterrou os dedos nos ombros dela e correspondeu.

Miguel determinou um ritmo punitivo por causa da provocação de Mia: levou-a ao limite do orgasmo e recuou quando ela estava prestes a gozar. Abaixou a cabeça e provou os seios dela, lambendo seus mamilos, e recomeçando, até que recuasse de novo. Ela se retorceu no travesseiro, estendeu as mãos e tocou o rosto dele, forçando-o a olhar para ela.

A barba rala sem fazer do marido arranhou sua pele.

– Agora, Miguel.

Ele sorriu sensualmente, com uma inegável demonstração do controle de ferro que ela tanto admirava quanto odiava. 

– Pede por favor.

Ela sibilou um palavrão quando se sentiu prestes a gozar de novo. A loucura a partiu em duas, e Mia prometeu a si mesma que nunca mais provocaria o marido de novo, pois a represália era brutal demais. Ergueu os quadris, desesperada.

– Por favor, Miguel!

Ele a penetrou com fúria, e ela explodiu em gozo. O corpo dela tremia, pressionando o p-au dele e desencadeando o orgasmo do marido. Ainda dentro dela, ele desabou sobre Mia, apoiando o rosto no travesseiro, ao lado do rosto dela. No silêncio do quarto, só se ouvia a respiração ofegante do casal.

Mia fechou rapidamente os olhos. O cheiro forte de sexo e de café inundava o ar. Uma leve pontada de medo a cutucou ao permitir-se ficar nos braços dele.  Depois de uma noite apenas, descobria que, sexualmente falando, ele era o homem que ela sempre procurara. Mia não era adepta de sexo casual e amizades coloridas. Preferia apaixonar-se, jogar-se de cabeça e sonhar com o 'felizes para sempre'.

Mas não havia a chance de 'felizes para sempre' com Miguel Arango Cervera. Desde o começo ele deixara isso claro. Precisava lembrar-se todos os dias dos limites que ele impusera, especialmente depois do sexo. Precisava separar o físico do emocional, guardar seu coração trancado em uma torre tão alta e forte que até Rapunzel nunca escaparia dela. Apenas curtir seus orgasmos e a amizade, e depois sair da vida dele.

Ora, seria fácil.

(O coração dela gritou que era mentira, mas ela ignorou.)

– Acho que então estamos combinados – ela disse.

Miguel riu e jogou-se no colchão ao lado dela, puxando-a com um braço para junto de seu corpo. Mia aninhou-se nele.

– Acho que fizemos a escolha lógica – opinou o marido. – Agora temos coisas mais interessantes a fazer do que jogar xadrez ou pôquer.

Bem-humorada, ela mordeu o ombro dele.

– Você não vai fugir das nossas partidas, mocinho. Vamos só apimentar as coisas um pouco.

– De que forma?

– Já jogou strip pôquer?

– Você é uma mulher fascinante, Mia.

– Eu sei – ela sorriu.