Fanfics Brasil - capítulo 47 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 47

276 visualizações Denunciar


– Não quero ir.


– Eu te ouvi na primeira, segunda e terceira vezes. Agora fique calado e estacione devagar na calçada, ou os doces podem derramar.


– Odeio festas de família!


Mia orou a Deus pedindo paciência. Miguel estava se comportando como um menino dando piti porque queria ficar em casa brincando em vez de visitar os parentes.


Os últimos quinze dias tinham se passado com relativa calma, a não ser pelas reclamações cada vez mais frequentes de Miguel a respeito do feriado. Roberta lembrara a Mia que os almoços de Ação de Graças da família Arango Cervera estavam mais para festas de Halloween, de modo que Mia deixara o marido em paz, mas se recusara a ir à comemoração de sua família sem ele.


– Não temos escolha. Somos marido e mulher, todos esperam a nossa presença para o jantar. De qualquer forma, é um almoço para poucas pessoas.


Miguel bufou.


– Vou ficar entediado.


– Então beba.


Ele ficou carrancudo e estacionou na frente da casa da família dela. No banco de trás, a pilha de tortas e doces e as garrafas de vinho escorregaram, mas não caíram.


Mia saiu do carro e esticou as pernas. O vento frio de novembro balançou a minissaia de couro que ela usava, colocando em teste a meia grossa que ela vestia. A loira estremeceu e examinou a fila de carros já estacionados na frente de sua casa.


– Eu sabia que estávamos atrasados – murmurou ela.


O rosto de Miguel mudou, ficando mais brando e íntimo. Os olhos castanhos brilharam com as lembranças do começo daquela manhã, passada nos lençóis quentes e amassados da cama de Mia, entre gritinhos e beijos. Mia percebeu o que ele pensava, e seu corpo reagiu: por baixo da blusa roxa, os mamilos dela ficaram duros, e ela se sentiu ficar molhada.


O marido estendeu a mão, acariciando seu rosto com a ponta do dedo e contornando levemente o lábio inferior.


– Eu perguntei com todas as letras se você queria continuar, lembra? – Sussurrou o arquiteto.


O rosto da dona da livraria ficou muito vermelho.


– Você nem devia ter começado. Sabia que a gente ia se atrasar.


– A gente podia voltar para casa e passar o feriado na cama. – Ele murmurou, sedutor, e ela se arrepiou com a proposta. – O que você acha?


– Eu acho – respondeu ela – que você está tentando me subornar.


– E tá dando certo?


– Não. – A loira sorriu. – Vamos entrar.


Mia ouviu ele rir baixinho atrás dela. Miguel sabia que ela estava mentindo. Ele continuava sendo uma tentação para ela; depois de duas semanas com sexo diário, ela continuava não resistindo ao marido, e um dia inteiro na cama com ele parecia um paraíso.


Miguel pegou as tortas no carro, e Mia trouxe as três garrafas de vinho. A porta estava aberta, e imediatamente a agitação da família os envolveu, com cumprimentos constantes, beijos e abraços, drinques oferecidos e várias conversas se misturando.


– Oi, Peter. – Mia beijou Peter e aspirou o aroma gostoso do peru gordo, recheado de farofa. Uma nuvem de fumaça aromática atraía todos os presentes para a cozinha. – Que cheiro bom! Você está ótimo!


– Obrigado, menina. Ter quitado as dívidas da família foi um enorme alívio para o seu pai e para mim.


Mia ficou apavorada e aproximou-se do homem que considerava um segundo pai.


– Peter, por favor, não toque no assunto. Lembra o que eu pedi?


Peter suspirou.


– Muito bem, pequena. É que estamos muito gratos, e é estranho não poder agradecer a Miguel por isso.


– PETER!


– Tá bom, tá bom, vou ficar calado. – Peter a beijou no rosto e terminou de arrumar uma bandeja com aperitivos.


Mia roubou uma azeitona verde de um salgadinho.


– Eu levo isso pra você.


– Não coma tudo no caminho. Cadê o Miguel?


– Conversando com papai na sala.


– Que Deus nos ajude.


Mia riu e aproximou-se do marido. Ele pegou uma azeitona preta e enfiou na boca. Nenhuma novidade nisso, pensou a moça. Ela gostava de azeitona verde, ele preferia a preta. Em vários aspectos, eles eram completamente diferentes. Em outros, eram perfeitamente iguais.


A sobrinha apareceu correndo na sala. Os cabelos escuros caíam em seus ombros, e ela estava descalça sob o vestido verde de festa, uma peça de veludo molhado, com uma saia rodada que deixava a criança parecida com uma princesinha. Marina atirou-se nos braços da tia, e Mia segurou-a com tranquilidade, erguendo-a no colo para apoiá-la num quadril.


– Ei, baixinha.


– Tia Mi, quero tomar sorvete.


– Pode tomar sorvete depois do almoço.


– Tá. Quero azeitona.


– Preta ou verde?


Marina fez uma careta de nojo que só uma criança podia fazer.


– Preta. A verde é nojenta.


Mia fez uma careta para o marido, que sorria triunfante. Miguel pegou a maior azeitona preta da bandeja e estendeu na direção da sobrinha da esposa.


– Essa menina tem excelente gosto. Abra a boca. – A segunda frase foi dirigida a Marina, que mordeu a azeitona com alegria. – Tá gostosa?


– Tá. Posso tomar sorvete?


Mia riu.


– De sobremesa, tá bom? Agora vá atrás da sua mãe para terminar de se vestir.


– Tá bom! – Marina saiu correndo e deixou os adultos sozinhos, bebendo, comendo, conversando e rindo.


Mia percebeu que o marido aceitara sua sugestão e tinha começado a beber. O copo de uísque com soda e gelo estava seguro em dedos tensos. Ele participava de diversas conversas, mas mantinha um ar de tranquilo afastamento que fez o coração dela se apertar.


Aí Miguel ergueu o rosto e virou na direção dela.


Fogo imediato.


O ar entre eles ardeu, cheio de química. Miguel, sorrindo com muita malícia, ergueu uma sobrancelha e apontou para um dos quartos.


Mia riu e sacudiu a cabeça; depois, virou as costas e foi atrás das primas.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): juliethewriter

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Miguel viu a esposa desfrutar da convivência com a família e lembrou-se das festas de fim de ano da própria família. A mãe enchia a cara, enquanto o pai dava em cima de todas as convidadas atraentes. Ele mesmo bebia e fumava, porque nem o pai nem a mãe se importavam. No Natal, Roberta ajudava a criada a cozinhar o peru recheado, e dep ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais