Fanfics Brasil - capítulo 48 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 48

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Miguel viu a esposa desfrutar da convivência com a família e lembrou-se das festas de fim de ano da própria família. A mãe enchia a cara, enquanto o pai dava em cima de todas as convidadas atraentes. Ele mesmo bebia e fumava, porque nem o pai nem a mãe se importavam. No Natal, Roberta ajudava a criada a cozinhar o peru recheado, e depois eles dois abriam sozinhos os presentes, porque a mãe estava dormindo, de ressaca, e o pai estava só Deus sabia onde com só Deus sabia quem.


A família Colucci era diferente. A sala estava um caos, mas o amor prevalecia nas interações. Até Franco parecia estar feliz de conviver com a família toda novamente, e Miguel desconfiava que a irmã da finada Marina precisara de anos para perdoá-lo por abandonar a família depois da morte de Marina. A família de Mia passara pelos próprios problemas, mas depois da tempestade viera a calmaria, e os laços agora eram mais fortes do que antes.


Miguel não conseguia interpretar o papel de recém-casado apaixonado sem acreditar em sua farsa. A leve fagulha de pertencimento queria tornar-se uma intensa fogueira, mas ele a ignorou solenemente. Aquela família não lhe pertencia, e ele só era aceito porque estava casado com Mia. Precisava lembrar-se disso. Uma dor cega cutucou seu peito, mas ele a ignorou. Sim, eles pareciam aceitá-lo, mas só porque acreditavam que seu casamento era de verdade.


Como tudo na vida, essa aceitação também acabaria. Em alguns meses.


Quanto antes se acostumasse com a ideia, melhor.


Franco deu um tapinha em suas costas e aproximou-se com o irmão.


–  Carlo, ficou sabendo dos planos de Miguel para a beira-rio?


Carlo Colucci sacudiu negativamente a cabeça.


– Ele é um dos arquitetos concorrendo à licitação para reformar completamente todos os prédios. –  Franco disse, orgulhoso do genro. –  É uma obra enorme. Agora tenho um filho médico e um arquiteto dos quais me gabar. Nada mal, hein?


Tio Carlo assentiu, e junto com Franco começou a interrogar Miguel a respeito de sua carreira. O rapaz respondia sinceramente, mas, por dentro, algo mudou, e o muro construído em torno de suas emoções tremeu em alerta.


Franco falava não como se ele fosse um genro, mas como se ele fosse um filho, igual a Santos. Peter perguntava sobre seus pratos favoritos e sempre fazia questão de lhe servir porções dos mesmos, sorrindo com afeto quando ele corava com sua atenção. Estêvão, tio por parte de mãe de Mia, ficara radiante quando soubera que ele torcia para o Pumas e o convidara para ir à sua casa assistir a próxima partida do time.


Precisando de um tempo a sós para clarear a própria mente, Miguel desculpou-se e saiu por um corredor a fim de achar um banheiro disponível. No caminho, avistou um grupo de mulheres rindo, acomodadas numa salinha. Mia tinha um bebê no colo –  provavelmente o filho de uma prima –  e embalava a criança com uma graça natural. As mulheres falavam baixinho, e ele achou que ouviu alguém falar sobre sexo excelente quando passou pela porta.


Todas se calaram e o encararam.


Miguel agitou-se, repentinamente desconfortável ante os olhares de admiração e curiosidade das primas de Mia.


–  Oi –  disse ele, meio sem jeito. –  Tô procurando um banheiro?


Elas assentiram, mas continuaram caladas. Por fim, Mia manifestou-se:


–  Use o banheiro no quarto do fim do corredor, meu bem. Fecha a porta, tá?


–  Claro. –  Ele fechou a porta e ouviu outra risadinha. Logo depois, todas riam de se acabar. Miguel sacudiu a cabeça, também sorrindo, e continuou no corredor.


No meio do caminho, uma garotinha o impediu.


–  Oi –  disse Marina.


–  Oi –  ele respondeu. Os enormes olhos azuis da família Cáceres (os mesmos olhos de Mia e de Santos) o encaravam com seriedade, e ele engoliu em seco. Tinha de conversar com ela, ou era aceitável simplesmente ignorá-la e seguir em frente? –  Eu tô procurando o banheiro.


– Também preciso do banheiro –  disse ela.


–  Ah... Tá bom. Por que não chama a sua mãe?


–  Ela não tá aqui. Preciso ir logo. Me leva? –  Ela estendeu a mãozinha gorducha, e ele entrou em pânico.


Não havia nenhuma chance de ele levar uma menina pequena ao banheiro. Ele nem sabia o que fazer! E se acontecesse alguma coisa? Ele afastou-se alguns passos e sacudiu a cabeça.


–  Ah, não, Marina. Por que você não pede pra tia Mia levar você?


Ela olhou suplicante para ele.


–  Eu preciso ir agora, tio Miguel.


–  Espera aqui, tá? –  Ele pediu, virou-se e bateu na porta fechada da sala onde estavam as mulheres.


Novamente fez-se silêncio atrás da madeira.


–  Quem é? –  Perguntou uma voz que ele reconheceu como sendo de Vicki.


–  É Miguel. Ahn, Mia, a sua sobrinha precisa ir ao banheiro.


Houve uma pausa.


– Agora eu tô ocupada, meu bem –  disse ela, por fim. – Pode levar ela, por favor? Ela só vai demorar um minuto.


Miguel ouviu um resmungo, e uma risada histérica. Depois, afastou-se, receando admitir que não sabia o que fazer diante de um grupo de mulheres que julgava cada passo seu.


Virou-se para a pequena Marina.


– Será que você pode esperar um pouco? Talvez o Peter leve você.


Marina sacudiu a cabeça, e os fios escuros bateram em seu rosto.


–  Preciso ir agora, tio Miguel. Por favor!


–  Só um minuto. –  Ele correu pelo corredor, na direção da cozinha, onde Peter estava às voltas com o recheio do peru. –  Peter?


–  Pois não, Miguel?


–  Ahn, a Marina precisa que alguém a leve ao banheiro.


Peter limpou a testa com no antebraço e voltou a atenção para o peru.


–  Não posso agora. Por que você não a leva? É rapidinho.


Miguel perguntou-se o que aconteceria se ele começasse a chorar. O pavor da situação o atingiu em cheio, e ele percebeu que não tinha escolha: ou levava Marina ele mesmo ao banheiro, ou ela faria pipi nas calças, contaria aos pais que ele tinha sido o responsável e queimaria seu filme com a família inteira.



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Autor(a): juliethewriter

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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