Fanfics Brasil - capítulo 49 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 49

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Miguel voltou correndo para onde deixara Marina, e encontrou a menina pulando num pé só, agitadíssima.


–  Tá bom, vamos. Segura, segura, segura! –  Repetiu a mesma palavra várias vezes, enquanto a erguia no colo, fechava a porta e erguia a tampa do vaso, colocando-a no assento.


A menina ergueu o próprio vestido e esperou, e Miguel percebeu que ela precisava de ajuda com a calcinha. Fechou os olhos e puxou a pequena peça para baixo, depois virou o rosto na direção do boxe. Ouviu um suspiro aliviado, e o som baixo de água, o que lhe disse que tudo tinha corrido bem.


Sua autoconfiança voltou. Podia cuidar de uma criança. Não era nenhum bicho de sete cabeças.


– Quero sorvete, tio Miguel.


Ai, droga.


Miguel repetiu a mesma frase que Mia usara e dera tão certo.


–  Pode tomar sorvete depois do jantar.


–  Não –  teimou a criança. –  Eu quero agora.


Ele respirou fundo e tentou de novo.


– Você vai tomar depois do jantar. Espera só mais um pouco, tá bom?


Os enormes olhos azuis encheram-se de lágrimas, e a boquinha carnuda tremeu.


– Mas eu quero agora. Esperei um montão de tempo, e prometo que vou comer o jantar todinho se o senhor me der sorvete agora. – Ela piscou aqueles olhos cor de piscina para ele, suplicante. – Por favor?


Miguel ficou perplexo com as súplicas sinceras da menina. O que fazer agora?


Disse a si mesmo que era um negociante de sucesso. Podia driblar uma menininha, não podia?


Manteve a voz firme:


– Primeiro o jantar, depois sorvete de sobremesa. Você precisa obedecer a sua mãe e a sua tia.


A boquinha rosada tremeu mais ainda. Os olhos azuis brilharam de lágrimas, e a vozinha suave ficou rouca.


– Mas a mamãe, o papai, a tia Mia, a tia Vicki, a tia Celina, o vovô Franco e o vovô Peter nunca me escutam. Eu prometo, prometo, prometo mesmo que vou comer tudinho, mas quero sorvete agora, tio Miguel. –  Ela piscou e uma lágrima correu pelo rostinho de boneca. – Tem sorvete no freezer. O senhor pode pegar um pra mim, trazer aqui e eu nunca vou contar pra ninguém. E o senhor vai ser meu melhor amigo pra sempre. Por favor?


Ele tremeu, apavorado, e tentou manter a firmeza.


– Não posso, Marina.


A menina começou a chorar.


A princípio, achou que podia sobreviver. Ela ia chorar, ele a acalmaria, a devolveria para um dos pais e ficaria satisfeito por ter agido com responsabilidade na situação.


Mas aí Marina abriu a boca, deu um grito e começou a chorar de verdade. Ela parecia tão triste, com o rostinho redondo e rosado lavado de lágrimas, que Miguel não resistiu.


Ele até tentou, coitado. Primeiro implorou que a pequena parasse de chorar, mas ela continuou, soluçando profundamente e balbuciando que ele era muito malvado por não lhe dar um sorvetinho, ela nunca tinha lhe pedido nada, e poxa, ele não queria ser amigo dela, né?


Miguel, desesperado, percebeu que só havia uma coisa a fazer.


– Tá bom, tá bom! Eu vou pegar o sorvete!


Ela fungou. Ainda estava com lágrimas pingando dos longos cílios escuros.


– Vou esperar aqui, tá bom?


Ele a deixou no banheiro e voltou para o corredor. Achou que podia encontrar ou Santos ou Lupita ou Franco no caminho para impedi-lo, mas ao chegar na cozinha encontrou o aposento imerso em caos. Assim, dirigiu-se até o freezer e pegou um picolé. Ficou parado, esperando que alguém notasse o que fazia.


Nada.


Assim, tirou o picolé da embalagem, pegou um guardanapo e voltou para o banheiro. Marina continuava sentadinha no vaso.


Ele deu o picolé para ela, que estendeu a mãozinha gorducha e, ao pegar o doce, lhe deu um dos sorrisos mais doices que ele já tinha visto na vida. Seu coração se derreteu, ainda mais quando ela o olhou fixamente e declarou:


– Obrigada. Agora você vai ser o melhor dos meus amigos!


Ele se sentiu muito orgulhoso enquanto ela chupava o sorvete. Uma criança sempre sentia fome, de modo que ele tinha certeza que ela ia acabar jantando mesmo. Mas achou melhor garantir que ela guardasse segredo do que tinha acontecido.


– Marina?


– O que foi, tio?


– Não esquece que o picolé é um segredo, tá bom? Só entre você e eu.


Marina assentiu, muito séria.


– A Lola e eu temos um montão de segredos. Mas não podemos contar a ninguém.


Miguel assentiu, satisfeito.


– Exatamente. Segredos não podem ser contados a ninguém.


Houve uma batida na porta.


– Miguel, você tá aí?


– Pode ir, Mia, a gente tá bem. Já vamos sair.


– Tia Mia, adivinha só! – Marina gritou, sorrindo. – Eu tomei sorvete!



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Autor(a): juliethewriter

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Miguel fechou os olhos. Nada como uma mulher para decepcionar um homem. A porta se abriu. Miguel imaginou a cena diante dos próprios olhos. Marina no vaso sanitário, chupando um picolé, com ele agachado no banquinho de vime na frente dela, com um bolo de papel higiênico amassado na mão. – Ah, merda. – Merda, merda, merda!  ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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