Fanfics Brasil - capítulo 7 casamento de conveniência

Fanfic: casamento de conveniência | Tema: Rebelde


Capítulo: capítulo 7

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Capítulo 7



Mia agitou-se no assento à medida que o silêncio no Porsche preto prolongou-se entre eles. Seu futuro esposo parecia igualmente desconfortável e escolheu concentrar sua energia no MP3 player dele. Ela tentou não fazer uma careta quando ele finalmente escolheu Mozart. Realmente, ele preferia música instrumental. Ela quase arrepiou-se de novo quando pensou em dividir a casa – e sua vida – com ele.



Por.



Um.



Ano.



Inteiro.



– Você não tem nenhuma música do Maná aí?



Ele pareceu intrigado com a pergunta.



– Está com fome?



Ela sufocou um gemido.



– Também aceito qualquer clássico estilo big band. Frank Sinatra, Tony Bennett, Elvis Presley...



Miguel continuou calado.



– Quem sabe rock dos anos 50, 60, 70? Os Eagles, os Beatles... Pisque caso reconheça algum desses nomes.



Os ombros dele estavam tensos.



– Eu sei quem são. Prefere Beethoven?



A loira suspirou.



– Deixa pra lá.



Os dois voltaram a ficar calados, com o piano ao fundo. Mia sabia que estavam os dois nervosos à medida que a distância até a casa dos pais dela diminuía. Fingir ser um casal apaixonado não seria fácil quando eles não conseguiam conversar por nem dois minutos. Ela decidiu tentar de novo.



– A Roberta me disse que você tem um peixe.



O comentário rendeu-lhe um olhar gelado.



– Tenho.



– Como ele se chama?



– Peixe.



Mia piscou.



– Você não o batizou?



– É um crime?



– Não sabe que animais têm sentimentos, igual às pessoas?



– Eu não gosto de bichos – respondeu ele.



– Por quê? Tem medo?



– Claro que não!



– Você tinha medo daquela cobra que achamos na floresta. Lembra como não chegou perto e deu uma desculpa pra cair fora?



O ar dentro do carro pareceu gelar.



– Não foi por medo. Eu só não me importava. Eu lhe disse que não gosto de bicho.



Ela riu e voltou a ficar calada. Outra característica ignorada da sua lista. A mãe Terra não prestava. Mia decidiu não contar ao futuro marido sobre o canil de animais abandonados. Quando estavam lotados, ela sempre levava os animais a mais para sua casa até que surgissem novas vagas. Algo lhe dizia que Miguel teria um ataque se soubesse daquilo. Se é que ele era capaz de tanta emoção a ponto de perder o controle.



A possibilidade a intrigou.



– Do que está rindo? – Perguntou o rapaz.



– Nada. Lembra-se do que conversamos? – Perguntou a moça.



Miguel deu um suspiro sofrido.



– Sim, repassamos com riqueza de detalhes toda a sua família. Sei seus nomes e detalhes gerais. Pelo amor de Deus, Mia, eu vivia na sua casa quando éramos crianças!



Ela riu.



– Você só estava atrás do bolo de chocolate que o empregado fazia. E você adorava torturar a sua irmã e eu. Além do mais, isso foi há muitos anos. Nos últimos dez anos você não teve nenhum contato com eles – Ela tentou sufocar a própria amargura, mas a facilidade com que Miguel descartara o próprio passado sempre a deixava um pouco furiosa. – Por falar nisso, você não falou dos seus pais. Tem visto o seu pai ultimamente?



Ela se perguntou se a gelidez que ele emanava poderia queimá-la.



– Não.



Mia esperou que ele falasse mais, mas não houve nada.



– E a sua mãe? Ela casou de novo?



– Não. Não quero falar dos meus pais, Mia. Eles não são parte da minha vida.



– Maravilha. Então o que vamos dizer à minha família sobre eles? Eles vão perguntar!



O tom dele era seco.



– Diremos que meu pai vive nos Estados Unidos, e minha mãe viaja pelo mundo com Lolly e o novo namorado. Diga-lhes o que quiser. Eles não vão ser parte das nossas vidas.



Ela abriu a boca para retrucar, mas o olhar de repreensão e aviso dele disse-lhe que aquele assunto estava encerrado. Ótimo. Ela amava a tagarelice dele...



Mia apontou um sinal de trânsito adiante.



– Vire ali, é a rua da casa do meu pai.



. . .



Miguel parou na entrada arredondada e desligou o motor. Os dois estudaram a casa branca, em estilo vitoriano. Até do lado externo a residência esbanjava calor e familiaridade de cada pilar clássico até a graciosa varanda que rodeava toda a casa. Várias árvores de chorões pontuavam a beira do jardim bem-cuidado, quase agindo como protetores. Enormes janelas de vidro com cortinas brancas enfeitavam a fachada.



A escuridão disfarçava os sintomas de negligência devido às dificuldades financeiras. Escondia a pintura descascada nas colunas, os degraus rachados na pequena escadaria que levava ao pátio, o telhado velho. Mia deu um profundo suspiro, pois a casa de sua infância a rodeou com as lembranças da sua infância.



– Está pronta? – Perguntou Miguel.



Mia o examinou. O rosto era fechado, os olhos distantes. Ele parecia elegante e casual, usando bermuda cáqui, uma camiseta Calvin Klein branca e tênis preto. O cabelo escuro estava perfeitamente penteado a não ser por um cacho teimoso em cima da testa. O tórax preenchia lindamente a camiseta justa. Até demais, na opinião dela. Naturalmente, ele fazia musculação. Mia perguntou-se se ele tinha uma barriga tanquinho, mas a ideia causou uma agitação estranha em seu ventre, de modo que ela descartou a ideia e concentrou-se no problema mais imediato.



– Você tá com a cara de quem pisou em cocô de cachorro.



A expressão neutra dele sumiu. O canto de sua boca ergueu-se um pouco.



– Ah, Roberta me disse que você escrevia poesias.



– Nós estamos supostamente loucos de paixão. Se minha família desconfiar o contrário, não vou poder me casar com você e meu pai vai fazer da minha vida um inferno. Então seja um bom ator. E não tenha medo de me tocar. Eu não sou leprosa, prometo.



– Eu não tenho-



Ele se calou quando ela estendeu a mão e afastou o cacho rebelde dos olhos dele. Sentir o cacho sedoso em seus dedos foi agradável para ela. A expressão chocada no rosto dele tentou-a a continuar a carícia, passando o dorso da mão por seu rosto com um gesto lento. A pele dele era tão lisa quando áspera ao toque.



– Viu só? Nada demais.



Os lábios carnudos de Miguel ficaram tensos com algo que ela achou que fosse irritação. Evidentemente, Miguel Arango não a via como uma mulher adulta, mas como um ser assexuado. Talvez uma ameba.



Mia abriu a porta e interrompeu a resposta dele.



– É hora do show.



Ele resmungou algo em voz baixa e a seguiu.




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Autor(a): juliethewriter

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • sunshineaya Postado em 01/11/2019 - 19:45:03

    Eu tô rindo demais da Marina hahaha o Miguel falou para ela nao falar para ninguém que ela tomou sorvete que ele deu a ela e a primeiro coisa que ela diz para a Mia é que tomou soverte kkkkkk Continua

  • dayse108 Postado em 04/07/2018 - 14:08:04

    Continua

  • amandaponny3 Postado em 27/09/2017 - 19:37:29

    Adorei! Continua pfvr

  • Anahi Postado em 25/09/2017 - 20:33:11

    Oi posta mais


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