Fanfics Brasil - Suor vermelho e uma chuva de fogo Dead Future

Fanfic: Dead Future | Tema: Sci Fi, Cyber Punk, Future, Pós Apocalíptico


Capítulo: Suor vermelho e uma chuva de fogo

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Altrer e Zador. Inimigos frente à frente.


Zador era sem dúvida tão forte e habilidoso quanto Altrer. Mas, ele queria ser melhor, ser lembrado como o homem que derrotou o "homem que venceu o deserto". Zador esperou que Altrer e seus seguidores os atacassem, enquanto a nave comando Slash Light-1 estava em solo, situada na grande e resistente cidade de Karmash. Zador, não se importava em perder um grande número de soldados, pois o que ele queria era enfrentar Altrer, até que um deles pereça. Ele sabia do ataque, e ordenou que os seus homens, continuassem em Karmash. Àquela altura, no calor do combate, Altrer estava em transe. Querendo começar seu maior combate, e talvez o último. Estava muito ferido, sua testa sangrava, e o sangue escorria pela lateral direita do rosto, e se mistura com o suor.


Suor vermelho.


Como era chamado, o sangue derramado em combate, pelos guerreiros de Karmash. Sua armadura estava marcado pelas lâminas de seus inimigos que agora jazem no chão. Sua espada, a temida Elvir Shu, estava  firmemente segura em sua mão direita. Estava sentido o calor da batalha e o calor do núcleo de energia da Slash Light-1, que agora estava em crise, lançando chamas altamente perigosas pelo ar. A sala do reator, havia sofrido explosões realizadas pelos seguidores de Altrer. Embora fosse uma sala grande, era desprovida de cuidado na construção, uma fraqueza que os engenheiros que a construíram não se atentaram. Portanto, ela podia desabar e soterrar à todos que ali lutavam.


Zador investiu contra Altrer, que não demonstrou dificuldade alguma ao se defender e atacar Zador. Ambos eram ferozes, um prestes a dar  golpe que derrubaria o oponente. Como duas estrelas de um sistema estelar binário, girando e encarando outra, numa dança lenta e mortal no frio do espaço, no qual uma delas sucumbiria à força gravitacional da outra e seria engolida, transformando a vencedora em uma enorme estrela com um poder centenas de vezes maior.


A cada golpe desferido, a cada corte e sangue escorrendo de suas feridas, o reator lançavas chamas, mortais, tais como as do próprio inferno. Era uma chuva de fogo, que caía sobre os guerreiros no chão da sala. As faíscas os tocavam e lhes queimavam a pele, mas estavam anestesiados pela luta. Aquele era o campo de batalha perfeito, os corpos de outros homens que ali morreram estava à seus pés. Quem por ali passasse para assistir ao confronto, por um breve momento veria, duas forças extremas, como o caos e a ordem, buscando a dominação pelo cosmo. E este diria que aquele era o cemitério de heróis, nenhum deles ali, morreu sem honra, lutaram até o fim de suas vidas, e honraram seus companheiros.


Altrer  ou Zador. Quem vencesse, seria herói, quem perdesse seria também. Herói é um títulos para homens que lutam por algo que acreditam, por algo que possa mudar o mundo e a época em que vivem, e ambos fizeram. 


Os dois soldados, estavam exaustos, mal podiam segurar suas armas. Parecia uma luta sem fim. Seria derrotados pelo cansaço e não pelo inimigo. Quando Altrer e Zador partiram para a última investida. Espadas em punhos, olhos fixos, ofegantes corriam de encontro ao outro, quando de repente, o reator não suportou os danos que havia recebido e então explodiu liberando uma enorme quantidade de energia. O impacto da explosão lançou ambos para o outro lado da sala. Zador, estava surdo, zonzo, esforçou-se para se levantar, foi cambaleando sem rumo no meio das destruição que havia tomado no local. Foi então que enxergou Altrer desmaiado, estava preso contra o solo por um escombro sobre seu peito. Zador, parou em frente seu inimigo, pegou a lâmina de um guerreiro que estava morto ao seu lado. e andou até Altrer.

- O homem que venceu o deserto. Morrerá pelas minhas mãos. E me tornarei uma lenda. Sinta-se honrado, ao morrer ao lado de seus companheiros. Pois, esta é sem dúvida, melhor forma de morrer, para um líder.


 


Zador refletiu sobre aquilo, o ato que estava prestes a cometer. Teria ele, sangue frio para fazer isso? Zador já havia matado muitos inimigos, mas tinha um senso de justiça e de honra. Nunca desferiu um golpe à um homem que não pudesse se defender. Segurou firme a espada, aproximou-se de Altrer. Ele havia tomado sua decisão.
 


Do lado de fora da enorme Slash Light-1, à uma distância segura. Karya, estava ansiosa a espera de Altrer. O homem que amava estava lá dentro, enfrentando seu inimigo maior oponente até então. Ele não deu à ela, esperança de seu retorno. Ele havia partido, decidido à morrer em batalha. Karya não havia aceitado tal decisão, e como prova de que mesmo entendendo que Altrer é um guerreiro e guerreiros nunca se escondem de uma guerra, eram as lágrimas que escorriam de seus olhos azuis. Estava paralisada olhando para as chamas que havia tomado grande parte da nave comando de Zador, suas mão estavam trêmulas, o coração apetado e acelerado. Seus cabelos ruivos eram um total contraste com as vestimentas claras que trajava. Seu maior desespero e a última gota de esperança se esvai, quando a Slash Light-1 desmorona seguida de uma enorme explosão de energia proveniente do reator. Altrer, seu amor estava morto. O homem que a libertou de seus líderes opressores não pôde lhe dar um último beijo antes de partir.


Karya caiu de joelhos, levou as mão ao rosto, sendo amparada por seu pai. Taif sempre demonstrou respeito e afeição por Altrer, sentiu uma dor, que o homem que sua filha tanto amava, já não estaria mais com eles. Taif ergueu os olhos aos céus e começou à rezar por Altrer, para que ele seguisse ao céu, carregado por anjos. Passaram-se vários minutos, até um SL-CR , veículo utilizados pelo soldados de Zador para transportar tropas, se aproximou, escondido por trás das dunas, surpreendeu Taif e Karya. O veículo então parou, e de certa forma os encarou. Taif teve uma vida difícil, e estava aceitando que sua morte havia chegado, olhou para os olhos azuis, porém tristes, de Karya, e despediu-se de sua filha com uma braço longo e apertado. Seria o fim de Taif e sua amada filha.


 


Minutos antes, na sala do reator da Slash Light-1


 


Zador, agachou-se, segurou o escombro que estava sobre o peito de Altrer e com muita dificuldade a removeu. Havia largado a espada que estava em suas mãos, ele havia tomado sua decisão. Zador era um guerreiro respeitado e honrado, e naquela situação não havia honra em assassinar um homem que estava inconsciente. "Se eu o matar, será com uma arma em suas mãos" ele falou mesmo sem que Altrer o escutasse. Colocou Altrer sobre os ombros e seguiu pela escada que dava entrada ao hangar, suas pernas tremiam, havia lutado com todas suas forças e ainda carregar um homem com o seu mesmo porte físico, era exigir demais, mesmo para um homem bem preparado, como Zador. Desceu a longa escada cambaleando, determinado à salvar sua vida e a de Altrer. Chegando ao hagar, ele notou que grande partes dos veículos já havia sido levados, ou não estavam operantes devido ao caos que tomou conta da nave comando. Zador, um veículo grande que aparentava estar funcionando, colocou Altrer no banco do lado, e tomou o lugar do piloto. O grande Slash Light-1 começou, a desmoronar, e Zador seguiu em alta velocidade, arrastando escombros e pedaços de metal, saiu pela escotilha traseira e seguiu pela dunas. Um clarão tomou conta logo atrás do veículo, e uma explosão foi ouvida. A nave comando havia explodido, a onda de impacto atingiu  veículo de fuga usado pelos sobreviventes, que continuou seguindo pelas dunas. Logo alguns minutos, Zador percebeu pessoas observando a explosão, ele se lembrava de uma delas, era uma ruiva, e estava ajoelhada na areia escaldante, com um ar melancólico em seus olhos. Um senhor de idade avançada, se posicionou em frente à ruiva, a modo de protege-la. "Acham que vou atacá-los" pensou Zador. Desligou os motores e olhou para a cena de um pai despedindo-se de sua filha e encarando o que seria o seu homicida.


Abriram-se as portas do SL-CR, e de dentro saiu Zador, carregando Altrer ainda inconsciente que o deitou sobre a areia. Karya reconheceu o amado e correu até ele. Taif olhou para Zador, com um olhar confuso, pois jurava que o mesmo os mataria. Zador virou-se para Karya e perguntou:


- Ele está bem.  Vai sobreviver. Ele é forte, e sem dúvidas ficará bem


- Você não o matou...Por quê?


- Desde que eu era criança, fui treinado como guerreiro, não como assassino. Sempre respeitei um oponente que estivesse desarmado ou sem condições de defesa, tenho seguido esse ensinamento desde então. Eu queria supera Altrer, ser um herói, o mesmo que acabou com a opressão dos dos líderes de Telgur. Mas, um herói maior é um guerreiro como ele. Ele lutou por seus homens e morreria por eles, eu usei os meus apenas para ter a chance de enfrentá-lo. Não sou digno de ser chamado de herói.


Karya, olhou profundamente para os olhos de Zador e disse:


- Você é um herói à sua maneira. Ajudou o povo de Karmash à se livrar de Telgur, salvou o homem que eu amo. E graças a você, meu filho conhecerá o seu pai.


Zador surpreendeu com o que Karya havia falado, não sobre seus feitos, mas sobre o filho de Karya. Altrer será pai, e Zador nem imaginava. Sentiu-se um homem mau, imundo e pior que os homens de Telgur. Karya nunca disse à Altrer, pois isso afetaria sua decisão em lutar em Karmash e não queria parecer apelativa lhe contando há pouco tempo antes da batalha.


Altrer finalmente acorda. Abre os olhos e vê os olhos de Karya, os belos olhos azuis, diante daquela horrenda paisagem ao fundo que era a guerra. Altrer se senta e reconhece Zador, seu antigo rival. Ele se levanta e beija longamente Karya, cumprimenta Taif e se direciona à Zador.


- Eu teria matado você se eu quisesse. -Zador falou primeiro.- Mas não seria certo. Eu não teria vencido o combate e nem teria sido o herói. 


- Obrigado pelo combate Zador, e por salvar a minha vida.- Altrer respondeu.


- Agora tudo acabou. Não há mais guerra. Viverei minha vida sem mais conflitos, e você viverá a sua em paz. E espero que volte para casa com quem você ama. E que fique feliz com a notícia que você receberá.


Altrer pareceu confuso e perguntou:


- E é uma boa notícia?


Zador sorriu pela primeira vez.


-Você nem imagina.



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Autor(a): xorionx

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