Fanfics Brasil - Capítulo Um Conluio (D/G)

Fanfic: Conluio (D/G) | Tema: Harry Potter


Capítulo: Capítulo Um

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Conluio:



Acordo realizado com o propósito de prejudicar outra pessoa;



Trama ou conspiração.



Ação de acordar; aliança ou coligação.



___________________________________________________________________



Intrigante.



Ela cruzou as pernas levemente torneadas, fazendo a saia do uniforme subir um pouco para suas coxas enquanto observava de longe aquela pequena movimentação que acontecia naquela sala do castelo. Não que já não esperasse por aquilo, pelo contrário, era exatamente o que supôs que seria. Só não conseguia entender o motivo, pois não fazia muito sentido.



Estava se mantendo sentada num banquinho de madeira tão escuro que chegava a parecer meio avermelhado, por trás de uma pilha de antigas cadeiras emboloradas de madeira que, talvez, houvessem feito parte da decoração de alguma sala de aula na década passada. Tinha, na verdade, uma porção de coisas velhas a seu redor, como uma escrivaninha sem uma perna, um criado-mudo sem gavetas e todo tipo de coisa que você espera encontrar num depósito.



Por mais incrível que pareça, até um utensílio trouxa. Uma máquina de escrever vermelha, cheia de teias de aranha entre as teclas e no rolador, que parecia estar ali há mais de um milhão de anos. Perguntava-se como aquela tralha toda tinha ido parar ali.



Ficou feliz, por um lado, de não ter sido notada antes de fazer a importante constatação de que as suspeitas que tinha do garoto não eram infundadas. Mas também se preocupou, pois não sabia as reais intenções por trás daquele simples fato.



 “Que porcaria”, pensou, “se Hermione estivesse aqui certamente já iria saber o que está rolando. Mas não. Mandem a ruiva burra para investigar”.



Ginevra Weasley não gostava nem um pouco quando Harry, Rony e Hermione lhe designavam essas tarefas de espiã. Achava uma burrice dos infernos alguém colocar a pessoa mais chamativa de Hogwarts para tentar descobrir alguma coisa sem que absolutamente ninguém percebesse que estava ali.



Com aquele cabelo vermelho quase laranja era bem complicado sair correndo pelos corredores do castelo sem ser vista. Especialmente por que não era lá muito delicada e seus sapatinhos pretos estilo boneca do uniforme da escola faziam um “plec, plec” irritante ao tocar o chão de piso frio. Mas, aparentemente todos esses detalhes não a desqualificavam como espiã na visão de Harry.



Torceu o nariz sardento ao se lembrar de Harry. Onde será que aquele babaca estaria agora? Pensando nela? Com certeza que não. Com aquela maldita obsessão que tinha por Você-sabe-quem, devia estar fazendo alguns desenhos esquizofrênicos por aí onde ele e o lorde das trevas davam as mãos e saiam saltitando.



Porém, parecia estar funcionando. Não que Gina tivesse grandes dotes como espiã ou que estivesse muito bem escondida no meio de todas aquelas tralhas espalhadas pela sala, mas por que seu alvo não parecia exatamente muito atento ao que estava ao seu redor.



Não foi fácil conseguir entrar na Sala Precisa antes que o Malfoy. Levou alguns dias, inclusive. Primeiro precisou observar bem, de longe, por algumas vezes como o cômodo aparecia para ele e os horários em que ele costumava frequentá-la para só então fazê-la surgir da mesma maneira e entrar antes que o garoto.



Ele segurava nas mãos o cadáver de um passarinho e olhava melancolicamente para a pequena ave que não batia as asas ou emitia qualquer som. Era estranho ver aquele ser, todo vestido de preto, parecendo a morte em pessoa se importando com alguma coisa. Parecia absorto em seus pensamentos, como se estivesse a quilômetros de distância dali e Gina não pode deixar de ficar confusa.



Quer dizer, ela entendeu que ele havia encontrado um passarinho em um dos armários sumidouros e que estava ali, na Sala Precisa, tentando fazer alguma coisa bem macabra. Mas não conseguiu conectar muito bem a relação da ave com um plano diabólico. E, afinal de contas, como é que um bicho havia entrado ali? Será que havia vindo de fora? Pouco provável, não tinha nenhuma janela...



Foi enquanto coçava a cabeça observando a cena que compreendeu.



Aquele Malfoy maldito havia consertado os armários e agora estava recebendo presentinhos. A sorte (dela, não do passarinho) é que nada chegava com vida (ainda). Mas e se passasse a vir um bando de aves voando e cantando, como é que seria? O que mais poderia sair daquela porcaria? Você-sabe-quem?



Gina deixou uma exclamação escapar por seus lábios e imediatamente cobriu a boca com as mãos, arregalando os olhos e cheia de medo de ter sido ouvida. O que aconteceu, pois Malfoy ergueu a cabeça e sacou a varinha, olhando por entre a bagunça, em busca do emissor do som. Parecia uma gazela na savana, procurando por algum predador.



- Quem está aí?



A voz dele soou alta e forte, como Gina nunca tivera o desprazer de ouvir. Tentou pensar rápido. O que faria se ele a encontrasse ali? Como será que o Malfoy reagiria ao vê-la bisbilhotando sua vida? E quando percebesse que ela sabia de seus planos, será que a mataria?



Não. Gina sabia que ele não tinha coragem o suficiente para matá-la. Por mais desprezível que fosse, Malfoy era medroso.



Isso.



Malfoy era medroso. Se ela o confrontasse ao invés de se esconder, talvez fosse melhor. Afinal de contas, a Sala Precisa era dele, por um acaso? Tudo que tinha de fazer era assustar o garoto e não dar a entender que sabia do que se tratava aquele passarinho morto.



Gina puxou bastante ar para seus pulmões e tomou coragem o suficiente para sair de trás dos móveis e se mostrar para Malfoy, que, como ela planejara, se assustou com sua presença.



- Weasley?



- Malfoy.



Disse com naturalidade, cruzando os braços contra o peito. Gina pensou em sacar sua varinha para soar um pouco mais amedrontadora, mas achou desnecessário. Não queria duelar ali no meio daquela bagunça.



- O que você está fazendo aqui? Está me espionando?



As feições do loiro passaram de assustadas para preocupadas e irritadas. Gina não se deixou amedrontar e olhou seriamente para o rosto dele.



- Claro. Tudo que tenho para fazer na vida é seguir você. Qual é, não seja idiota, não é da sua conta o que estou fazendo aqui.



O pior é que era. Mesmo. Só tinha isso para fazer. Mas Malfoy não precisava saber de seus planos, tampouco que estava seguindo-o apenas por instruções do famoso trio de ouro que estava sabe lá Merlin onde quando se precisava deles.



- Me diga o que está fazendo aqui ou vou estuporar você, Weasley.



Gina suspirou, como se estivesse de saco cheio daquela conversa. O fato é que precisava manter as aparências de que não tinha medo e nem estava ligando muito, mas, na verdade, queria sair correndo.



- Não, não vai. Ei, o que você tem aí? Um passarinho? AH! Malfoy, você matou o pobre bichinho?!



A ruiva colocou as mãos na boca em uma falsa expressão de surpresa. Ele tremeu, sem tirar os olhos dela.



- Matei. E mato você se disser que viu isso, entendeu?! Mato você!



- Não mata não.



- Quem você pensa que é para dizer o que faço ou deixo de fazer?!



Gina arqueou as sobrancelhas. Ela percebeu que o Malfoy estava ligeiramente descontrolado. Parecia uma daquelas pessoas que estão prestes a ter um ataque de pânico ou algo do tipo e, por um minuto, se compadeceu.



Não fazia ideia de que tipo de coisas ele tinha ouvido e sentido para ter coragem de fazer o que estava fazendo. Tudo bem que ele não era o aluno do ano, mas Hogwarts era seu colégio também. Será mesmo que ele não nutria nenhum sentimento pela escola? Será mesmo que ele tinha optado por tentar trazer Você-sabe-quem e sua turma para dentro do castelo?



Um silêncio se estabeleceu entre os dois enquanto a mão de Draco tremia segurando a varinha. A ruiva umedeceu os lábios e se aproximou dele devagar, levantando as mãos para provar sua boa vontade e mostrar que não representava perigo.



- Não estou dizendo o que você faz. Mas conheço você. Você pode ser um verme chato e arrogante, mas não... não é um assassino, é?



A pergunta dela pareceu deixa-lo ainda mais confuso, mas menos perigoso. Gina assentiu suavemente e deu mais um passo, que fez com que ele a olhasse nos olhos. E tudo que a Weasley pode ver naquele olhar era medo. Nada além do que ela já não tivesse visto nos anos em que conviveram.



Aproveitando daquele raro momento em que não havia outro sonserino ao lado do Malfoy para lhe dizer alguma grosseria ou força-lo a continuar agindo como um babaca, Gina deu mais um passo e inclinou a cabeça.



- Não, Weasley. Não sou...



E suspirou, baixando a varinha. Gina respirou fundo, tentando não perder a calma ou sair correndo, pois sabia que aquilo não ajudaria em nada. Era estranho ver o Malfoy daquela forma, vulnerável, com medo. Tão assustado que queria se defender de qualquer coisa que pudesse representar qualquer perigo, por menor que fosse.



Gina tentou então encontrar algumas palavras que pudesse usar para tentar impedir com que Malfoy fizesse aquilo. Mas, claro, que não indicassem a ele que ela já havia captado aquele plano sem vergonha que estava em andamento ali.



- Malfoy, eu sei que o conselho de uma Weasley não deve contar muito para você, mas...



- Você tem razão. Não conta. Em nada.



Draco olhou para a ruiva por um momento, um pouco mais calmo, mas ainda assim parecia desequilibrado. Gina apertou os lábios quando ele falou, mas decidiu continuar.



- Você não precisa ser o que os outros esperam que você seja. Dá para ver que você não está nos seus melhores dias, pois ainda não me chamou de pobre e coisas do gênero...



Ela sacudiu a mão, com um pouco de descaso, tentando ser engraçada, mas nem mesmo um pequeno sorriso surgiu no rosto do garoto.



- Só... sei lá... olha, desculpe, não devia estar falando com você, não é mesmo? Seja lá o que você estava fazendo aqui, não era bem meu intuito participar ou interromper. Só não sabia que você não gostava de passarinhos...



- Eu não matei a porra do passarinho, Weasley. Era isso que queria ouvir?



Gina percebeu que ele havia lhe interrompido para que ficasse quieta, e assim o fez. Talvez sua voz estivesse soando irritante ou talvez apenas não fosse o momento. Era meio difícil saber que tipo de loucura se passava na cabeça daquele menino.



- Eu o encontrei aqui, já estava morto.



Gina assentiu suavemente, mas não teve coragem de dizer mais nada. Draco passou os dedos pelos cabelos e se sentou em uma das cadeiras que estava por perto, apoiando os cotovelos nos joelhos e soltando um suspiro.



- Vai embora Weasley.



E Gina colocou-se a caminhar na direção da porta, que já começava a aparecer na parede de tijolos esbranquiçados e se abrir. Então, antes de atravessar por ela, deu uma olhada para o garoto que ficava e se apoiou no batente.



Queria dizer alguma coisa. Não gostava de ver as pessoas naquele nível de instabilidade, mesmo que fosse o Malfoy... E não achou justo se aproveitar dele para poder se gabar para Harry sobre sua mais recente descoberta. O que quer que estivesse acontecendo ali, não poderia ser impedido de qualquer forma...



- Malfoy...



Então ele ergueu os olhos para ela, parecendo estar pouco paciente. Gina sorriu.



- Não vou contar para ninguém que te vi aqui. Pode fazer o mesmo por mim?



E ele assentiu, voltando a ficar absorto nos próprios pensamentos logo em seguida. Gina saiu da sala e ficou em silêncio olhando a porta se fechar assim que ela terminou de passar.




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Autor(a): linalimao

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Improvável. Gina não podia pensar em outra palavra para descrever o que estava prestes a fazer. Desde o dia em que havia descoberto os planos de Malfoy e se encontrado com ele na Sala Precisa, não conseguiu mais tirar de sua cabeça as terríveis possibilidades que se colocavam à sua frente. Mesmo que ele não houvesse conf ...



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