Fanfic: O Garoto dos Olhos Castanhos (Adaptada) Finalizada | Tema: Vondy

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“Eu morri todos os dias esperando por você Amor, não tenha medo Eu te amei por mil anos E vou te amar por mais mil”

Christina Perri, A Thousand Years.

Vou te provar

 CHRISTOPHER

 Voltei do meu plantão-surpresa no hospital já tarde da noite, exausto. Não tive tempo durante o dia nem de ir ao banheiro, muito menos de ligar para você e saber como estava. Eu esperava que você tivesse encontrado meu bilhete e que não tivesse ficado preocupada quando chegou em casa e não me viu. Abri a porta e dei de cara com quatro pares de olhos me olhando enfurecidamente. Mal entrei na sala e Augusto se levantou e veio para cima de mim. Coloquei meus braços na frente do corpo para amortecer o impacto, mas Poncho o segurou a tempo. Anahi se levantou e caminhou a passos largos na minha direção.

 – Você é o cara mais babaca que existe na face da terra, seu verme! – cuspiu, apontando o dedo no meu rosto. – Eu nunca vou perdoá-lo pelo que fez!

 Eu não estava entendendo nada, mas tinha um pressentimento péssimo.

 – Onde está a Dulce? – perguntei, subitamente preocupado, olhando em direção ao corredor.

 – Eu vou matar você! – ameaçou Augusto, tentando se livrar do aperto de Poncho, que repassou a tarefa de segurá-lo ao Christian.

 – Ela foi embora, seu idiota – disse Poncho. – O que você tinha na cabeça?

 Não respondi e corri para seu quarto o mais rápido que eu pude. Ouvi vários passos diferentes me seguindo, e assim que entrei, vi seu guarda-roupa aberto e várias peças no chão. Misturado a elas estava o vestido que eu tinha lhe comprado. Em pedaços.

 – Por quê? – perguntei para ninguém em especial, sentando-me na cama, agarrado aos restos do vestido.

 – Porque você não consegue guardar a porcaria do seu brinquedinho dentro das calças – soltou minha irmã.

 Espera aí, eles estavam insinuando que eu…

 – O que você quer dizer com isso? – perguntei fechando a cara.

 – Cara, a Dulce viu – disse Poncho, parecendo decepcionado.

 – Viu o quê? – Eu estava ficando muito mais do que irritado com eles.

 – Viu a Camila na sua cama, seu imbecil – vociferou Augusto, aparecendo pela porta do quarto aberta. Ele partiu para cima de mim e me jogou na sua cama. Rolamos algumas vezes até pararmos no chão. Christian, o último a chegar, conseguiu agarrá-lo novamente. Eu estava sem fôlego.

 – Alguém me explica o que está acontecendo?! – berrei.

 – Dulce voltou para casa antes da hora e pegou Camila pelada na sua cama enquanto você tomava banho – disse Christian, extremamente decepcionado.

 – Espera aí, gente. Como assim? Eu estive no hospital o dia inteiro.

 – Não adianta mentir, Christopher – disse Anahi, começando a chorar. Poncho a abraçou e ela encostou a cabeça em seu peito. – Ela viu. Acabou.

 – Eu não estou mentindo! – berrei mais alto, jogando na parede o vaso que estava na cabeceira da cama. Ele se espatifou em milhares de pedaços. – Assim que Dulce saiu, eu recebi um telefonema do hospital, me convocando para uma cirurgia de emergência e nem tempo de tomar banho eu tive, quanto mais tempo de traí-la.

 – Então como a garota foi parar na sua cama? – perguntou Augusto mais calmo, mas ainda sem acreditar em mim.

 – É exatamente isso que vou descobrir.

 Eu precisava quebrar mais coisas. Se não fosse um homem de caráter, a próxima teria sido a cara daquela cadela mentirosa. Saí do quarto a passos largos; tiraria essa história a limpo. Os quatro me seguiram de perto quando eu abri a porta do apartamento e chamei o elevador. Como estava demorando muito, resolvi descer a pé os três lances de escada. Mesmo com a fúria cegando meus olhos, não pude deixar de notar que Poncho tinha as mãos da minha irmã nas dele – eu resolveria isso mais tarde. Primeiro tinha que limpar meu nome.

 Bati na porta do apartamento da Camila e não demorou para que ela abrisse. Anahi passou por cima de mim, me empurrando e me fazendo perder o equilíbrio, afinal eu não esperava ser atropelado, e segurou a garota pela garganta, empurrando-a para dentro do apartamento.

 – Como você conseguiu entrar no apê do meu irmão, sua vaca? – perguntou aos berros. Camila estava assustava e não respondeu. – Ou você responde por bem ou vai responder por mal! – A garota olhava de rosto em rosto, suplicando ajuda com o olhar, mas ninguém se mexeu. Eu gostaria de estar no lugar da minha irmã, segurando o pescoço da Camila.

 – Eu roubei a chave – disse com dificuldade, sufocando.

 – Annie, desaperta um pouco, senão ela não vai conseguir falar – opinou Poncho. Minha irmã fez o que ele pediu: soltou o pescoço da Camila e a empurrou até a parede com as duas mãos, impossibilitando que ela fugisse.