Fanfic: O Garoto dos Olhos Castanhos (Adaptada) Finalizada | Tema: Vondy

Epílogo

 Não é que no final as coisas deram certo? Encontrei meu príncipe encantado, já estávamos juntos e felizes há alguns anos. Ele veio sem cavalo, mas, de qualquer forma, não me fazia falta ter mais um bicho dentro de casa, já me bastava ter dois, mais um marido e uma filha.

 Valentina chegou ao mundo em uma noite chuvosa. Christopher não só assistiu ao parto, como quase desmaiou quando resolveu olhar para o corte da cesariana por cima do lençol. Ninguém no hospital lhe deu mais paz depois disso.

 Vicente acabou se tornando um avô exemplar e arrumava briga com qualquer um que dissesse que ela não era sua neta. Minha filha teve sorte.

 Há poucos dias saiu o resultado do processo de paternidade sócio-afetiva que Christopher abriu de livre e espontânea vontade sem me contar. Só descobri seu segredo no dia em que fomos ao cartório incluir o sobrenome Uckermann na certidão de nascimento da Valentina, que contava até então, apenas com o meu sobrenome.

 Depois que chegamos em casa no dia em que nos reconciliamos na praia, Anahi me contou todos os detalhes de como ela havia chegado no apartamento querendo matar Christopher depois de ter me deixado na casa dos meus pais, e de como Poncho havia tentado consolá-la. Furiosa com o irmão, ela acabou descontando sua raiva no coitado, chamando-o de tapado aos berros, dizendo-lhe que todos os homens eram iguais, todos uns idiotas que não davam valor ao amor de uma mulher. Ele a empurrou até o sofá e a beijou, simples assim. Disse que já estava apaixonado por ela havia muito tempo, mas que tinha dúvidas se ela sentia o mesmo (e depois se sentia no direito de não ter gostado de ser chamado de tapado).

 Ela me disse que foi como se borboletas voassem dentro de seu estômago, mas eu conhecia a sensação. Se eu soubesse que apenas alguns gritos seriam suficientes para que Poncho assumisse seus sentimentos, eu mesma teria berrado com ele por horas até que ele admitisse. Eles não se desgrudaram desde então. Augusto vive reclamando que tem até nojo de ver tanto amor. Recalcado que só ele!

 Anahi e Poncho foram nossos escolhidos para batizarem Valentina. Ela era apaixonada pelos dois.

 Não preciso nem comentar o quanto minha família era apaixonada pela minha filha, certo? Augusto está pagando todos os seus pecados, de quatro no chão, quando minha filha o faz de cavalinho toda vez que o encontra. Meus pais são loucos pelo Christopher e agora parece que gostam mais dele do que de mim, e minha avó tem uma nova pequena cobaia para perturbar sobre o cavalo branco, já que eu já encontrei o meu. Christopher vive dizendo que nossa filha ainda é muito nova para se preocupar com cavalos e garotos e quando a hora certa chegar, ele quer estar preparado. E armado!

 Miguel e Manoela foram julgados culpados pelo júri popular e pegaram vários anos de prisão pelo meu sequestro e tentativa de aborto. Eu testemunhei no julgamento. Recentemente fiquei sabendo pelo meu advogado que Manoela está tentando recorrer da decisão, alegando insanidade mental. Eu particularmente não duvido que aquela vaca estivesse maluca quando quase matou a mim e à minha filha, até porque, que tipo de pessoa tenta matar um bebê, carregando outro na barriga? Louca, louquinha de pedra.

 Com certeza não é a mesma mulher que eu conheci, amei e dividi até as minhas calcinhas. A única coisa que me deixa mais tranquila é ter descoberto que Álvaro, o garotinho o qual ela deu à luz na prisão, está sendo criado pelos pais do Miguel, que aliás me ligaram para se desculparem pelo filho e me contaram da intenção de pedir a guarda definitiva do neto na justiça. Talvez eles não fossem tão maus quanto eu os havia julgado.

 Já Luiza me ligou para se desculpar por tudo e eu tive o prazer de lhe agradecer por salvar minha vida e de convidá-la para meu casamento. Ela foi. A amizade jamais seria a mesma, mas conversávamos de vez em quando.

 Tive o prazer de conhecer e agradecer pessoalmente outra pessoa que foi fundamental no meu resgate: o senhor Otávio, o morador de rua que, mesmo sem saber ler, desenhou o logotipo da marca da locadora de veículos que permitiu a Christopher me encontrar. Christopher não estava satisfeito com o pouco dinheiro que tinha lhe dado como gratificação, então, quando vagou o posto de zelador de seu antigo apartamento, ele foi procurar o homem e lhe ofereceu o emprego com o apoio do condomínio. Seu Otávio não tinha apenas um emprego, mas também um quartinho no prédio para morar, além de nossa eterna gratidão. Thomas foi demitido da empresa após receber mais de um processo por assédio sexual de funcionárias e adivinhem quem ficou com o cargo, gerenciando a filial de Florianópolis? Pois é, euzinha. Minha primeira ordem como chefe foi mandar desbloquearem o Facebook! Fiquei bem popular por isso, não duvidem!

 Usei o dinheiro da venda do meu apartamento para comprar uma casa há algumas quadras de nossa antiga residência; meus irmãos fizeram o mesmo e compraram a casa geminada. Eu não conseguia me livrar daqueles dois nem com mandinga. Nos mudamos depois da lua de mel.

 O antigo apartamento de Christopher foi alugado para um casal maravilhoso. Por falar neles, já estávamos atrasados para seu casamento. Eu era a madrinha da noiva! Mas estava atrasada por um bom motivo. Olhei para a pia e desta vez não chorei nem precisei me escorar na parede quando vi duas listras vermelhas aparecerem no teste de gravidez. Simplesmente o apanhei e fui procurar por Christopher. Encontrei-o no quarto da Valentina, sentado na cadeira de balanço com ela nos braços. Fiquei em silêncio, apenas observando os dois. Minha filha fora o melhor presente que eu poderia ter ganhado e, inexplicavelmente, ela tinha os seus olhos castanhos. Suas bochechas eram coradas e seu rosto emoldurado por finos e ralos cachinhos loiros. Era uma verdadeira boneca que já sabia até falar.

 – Querida, presta atenção no papai – disse Christopher, virando-a de frente para ele em seu colo. – Meninos são maus, todos eles. Você tem que ficar bem longe deles até ser muito velhinha, entendeu, amor? – Valentina sorriu seu sorrisinho banguela e eu admirei minha linda família. Vitório estava deitado de barriga para cima aos pés de Christopher, com Victória aconchegada em sua pata. Tudo estava em seu devido lugar.

 – Sim, papai – respondeu, jogando seus bracinhos em volta do pescoço do pai e ele a abraçou. Christopher era o melhor pai que ela poderia ter e, no futuro, quando ela tivesse idade para entender, contaríamos a verdade a ela. Eu tinha certeza de que minha princesa ficaria grata a Deus e a ele por ter um pai de coração tão presente e amoroso.

 – Acho que vai ser meio difícil ela ficar longe de rapazes por tanto tempo – disse eu, andando até Christopher e o abraçando pelas costas.

 – Por que, meu amor? – perguntou colocando seu braço para trás e passando a mão no meu cabelo, me puxando para mais perto. – Ela entendeu direitinho as regras do papai, não é, filhinha? – Ela mexeu a cabecinha para cima e para baixo em concordância.

 – Porque em breve teremos um correndo pela casa – eu disse, colocando o teste de gravidez na altura de seus olhos. Christopher se levantou às pressas e me abraçou me tirando do chão, ainda com Valentina no colo. A menina começou a bater palmas vendo nossa felicidade, mesmo sem saber o porquê. Christopher me beijou e sorriu.

 – Como você sabe que será um menino? – perguntou em êxtase.

 – Você acha que só você tem sexto sentido? – sorri. – Agora vamos, sua irmã me mata se nos atrasarmos para o casamento dela.

 – Poncho já me ligou vinte vezes – respondeu rindo e me seguiu pela porta. – Ele está com medo de que ela desista na última hora.

 – Duvido – respondi. O que ninguém mais sabia é que Anahi também carregava um filho, esse seria seu presente de casamento para Poncho e ela anunciaria a todos, incluindo a ele, na festa de casamento. Eu tive o prazer de estar trancada com ela no banheiro há algumas semanas, quando descobrimos, e fui convidada para ser madrinha do bebê assim que as duas listras apareceram no teste. – Ela o ama demais para isso. – acrescentei e ri, já imaginando que Christopher, antes de ficar feliz, ficaria louco da vida com a novidade. Ele ainda tentava se acostumar a ver sua irmã e seu melhor amigo juntos, isto é, pelo menos ele tinha admitido para Augusto que não era fácil e que ele estava perdoado por todas as vezes em que tentou socar sua cara!

 Eu estava certa, como sempre.

 Sete meses depois, Zach chegou ao mundo exatamente no mesmo dia em que Noah, filho de Anahi e Poncho. Entramos em trabalho de parto juntas, em mais uma noite chuvosa.

 Foi assim que continuou o nosso “felizes para sempre”.

  Amanha eu posto os agradeicmento e finalizo a fic. Bjss pessoal!!