Fanfic: O Garoto dos Olhos Castanhos (Adaptada) Finalizada | Tema: Vondy

 Aninhei-me em seu corpo ainda vestida de calça jeans e, embora tivesse pensado que demoraria décadas para pegar no sono, ele veio rápido e novamente dormi sentindo as mãos de Christopher me acariciando.

 Então era assim. Eu finalmente descobri como era estar apaixonada de verdade por um homem de carne e osso.

 A primeira coisa na qual pensei quando acordei foi nele e parecia que Christopher não havia saído da minha cabeça nem durante meus sonhos. Seu sorriso surgiu na minha mente antes que eu estivesse desperta. Estiquei meu braço e encontrei Christopher ainda na cama, comigo. Ele se mexeu e jogou os braços ao meu redor, me puxando para junto de seu corpo e me apertando como se jamais fosse soltar. Eu queria que ele realmente nunca mais me soltasse, mas a porta foi aberta devagar e eu fui obrigada a abrir os olhos.

 – Dul, levanta. – disse Anahi baixinho, fechando a porta atrás de si. – Daqui a pouco todos vão acordar e perceber que você nem chegou a sair de casa e que dormiu na cama do meu irmão.

 Puxei um travesseiro de trás da minha cabeça e o atirei na cara dela. Anahi xingou baixinho e tentou me puxar pela mão. Levantei e fui tropeçando em direção ao meu quarto, mas não sem antes olhar para ele… Christopher dormia profundamente, mas se inquietou quando o espaço ao seu lado ficou vazio. Saí dali o mais rápido que pude porque se eu voltasse a admirá-lo, nem meus irmãos me tirariam daquela cama.

 – Eu quero saber tudo – disse Anahi quando ficamos a sós. – Não, espera, tudo não, isso é nojento. Só como você está se sentindo – completou, fingindo que ia vomitar.

 – Não aconteceu nada, nós só dormimos. – Eu estava flutuando, me joguei na cama e abracei meu travesseiro gelado. – Nós só nos beijamos. – Eu não conseguia parar de sorrir.

 – É, acho que você está mesmo apaixonada.

 Eu estava e tinha certeza disso.

 – Espero não me machucar.

 – Você não vai – garantiu Anahi com um sorriso. – Eu o mato antes disso.

 – Mas agora eu quero saber como você e Poncho estão. – Eu estava tão absorta na minha própria felicidade que esqueci que Anahi também tinha seus assuntos inacabados.

 – Não estamos – respondeu, jogando-se na cama. Era evidente que ela estava sem esperanças. – Eu achei o que ele fez muito romântico e acabei me iludindo, mas não passou disso. Ele está me evitando.

 – Então vamos pensar em algo que force Bê a não poder evitar mais – declarei decidida. – Mas o quê?

 – Eu já tenho um plano e quero sua ajuda.

 – Pode contar comigo – respondi.

 Claro que eu ia ajudá-la. Eu queria ver minha cunhada feliz. Eu sei, eu estava apressando as coisas, mas era exatamente isso, cunhada, que ela era no momento.

 – Um amigo meu tem um sítio – Anahi começou a dizer – e faz um preço bem barato para o aluguel no fim de semana, então eu pensei em fecharmos com ele e irmos todos juntos. Assim mudamos de ares um pouco. Quem sabe consigo passar alguns momentos sozinha com ele?

 – É uma ótima ideia, vamos acordar os meninos e perguntar se eles topam. Não esquece de dizer que acabamos de chegar em casa. – A história de ter dormido na cama do Christopher ainda era segredo.

 E eles toparam, claro, assim que as palavras “sítio”, “churrasco”, “piscina” e “quase de graça” foram ditas no mesmo convite.

 Homens: tão fáceis de se subornar…

* * *

 Pareceu que o fim de semana demorou décadas para chegar, mas na verdade, o tempo apenas se arrastava lentamente quando eu não estava com Christopher, ou seja, no escritório. Tudo o que eu conseguia pensar durante o dia era nele, eu ficava agoniada quando ele demorava para chegar de seus plantões ou quando não conseguíamos ficar sozinhos, o que não era raro. Eu estava me viciando em seus sorrisos e ansiava por ter suas mãos em mim sempre que fosse possível. Não conseguimos mais dormir juntos, pelo menos não até sexta-feira, quando deliberadamente inventamos uma desculpa para não irmos ao sítio junto com os outros, iríamos depois. O único problema é que Gustavo resolveu ficar e ir com a gente. Então, novamente, não seria o dia em que eu tiraria o meu atraso. Mas pelo menos isso nos rendeu algumas horas de paz, juntos.

 Gustavo estava em seu quarto, fazendo sabia-se Deus o que, e eu estava na sala, assistindo a um filme na TV a cabo, quando ouvi uma chave ser colocada na porta. Seu perfume já inebriava meus sentidos e ele ainda nem havia entrado em casa. Levantei-me para recebê-lo na porta e tive uma grande surpresa quando a primeira coisa que vi foi um lindo buquê de rosas brancas.